Mais Notícias : Saudosismo cômico
Enviado por alexandre em 29/12/2016 10:25:39

Saudosismo cômico
Postado por Magno Martins

Da coluna de Carlos Chagas

[...]

..em torno do governador Geraldo Alckmin forma-se uma facção empenhada em reviver ultrapassadas tertúlias. Almejam voltar a presidir o Brasil, esquecidos de que Michel Temer é paulista, e de que há décadas ninguém duvida do poder econômico de São Paulo.

Com certa arrogância, levaram Alckmin a iniciar vilegiaturas por outros estados, distribuindo favores financeiros que o Nordeste não recusa. Em troca do apoio à candidatura do governador. No Congresso já funciona uma força-tarefa destinada a cooptar parlamentares de outras regiões.

Por coincidência, localiza-se em Minas o outro polo na disputa, com Aécio Neves. Claro que não preparam outra “batalha do túnel”, como em 32, mas já se estranham.

Seria bom que os dois lados atentassem para o ridículo do entrevero. Só tem vaga para um candidato, no PSDB, sem esquecer que o terceiro, José Serra, também é paulista.

Em suma, melhor parar por aqui, sem abrir espaço para saudosismos que seriam ridículos, se não fossem cômicos...

Mais Notícias : No nosso, não
Enviado por alexandre em 29/12/2016 10:24:55

No nosso, não
Postado por Magno Martins

Carlos Brickmann

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, nem pensa em resolver juridicamente a situação de seus companheiros de partido. Quer resolvê-la do jeito que der, sem se preocupar em articular uma solução com as demais legendas. Ele propõe separar antigos companheiros, como José Dirceu e Antônio Palocci, que eram chamados de Guerreiros do Povo Brasileiro mas foram abandonados na prisão, sem sequer receber visitas, sem merecer sequer uma menção nos discursos petistas, e eventualmente expulsá-los do partido. Outros Guerreiros do Povo Brasileiro seriam defendidos pelo PT.

Traduzindo, o partido abandonaria os companheiros mais difíceis de defender, defenderiam os envolvidos em casos menos escandalosos e mobilizariam o partido numa cruzada quando chegasse sua vez no tribunal.

Nessa limpeza toda de dinheiro até agora apontado como sujo, quem separaria o "culturalmente aceito" do que a nós parece pura roubalheira?

A ideia é entregar essa delicada operação ao Supremo. Os ministros teriam algum tempo para estudar direitinho o caso, já que o novo entendimento começaria a vigorar, dando tudo certo, no julgamento dos casos do Petrolão. Imagine o caro leitor se o Supremo condenar um figurão. Ficaria aberto o caminho para livrar réus de menor calibre.

Mais Notícias : A besteira do brioche do Temer
Enviado por alexandre em 29/12/2016 10:24:14

A besteira do brioche do Temer
Postado por Magno Martins

Vinicius Torres Freire - Folha de S.Paulo

O salário fora da lei de uns cinco juízes e procuradores paga a conta anual da comida do avião do presidente, que suscitou escândalo e cafonices demagógicas.

Cortar qualquer gasto do governo jamais é má ideia, se por mais não fosse porque sempre falta, sei lá, um antibiótico em hospital. Outra coisa é ocupar o debate do Orçamento com mitos vulgares de pães e brioches.

Do que se trata? O governo faria um leilão a fim de contratar empresa para abastecer de comida os aviões presidenciais, por um ano. O valor máximo da lista de compras seria de R$ 1.582.558. Em se tratando de governo, é certo dizer que dá para gastar menos. Mas o menu é de "dar inveja a socialites" etc., como se ouviu por aí? É populismo diversionista, jeca e ignorante.

Os preços máximos parecem altos, muita vez 50% a 100% maiores que em supermercado on-line de São Paulo. Mas, em tese, é o máximo: é leilão. Claro, sempre pode haver um cartel da gororoba de avião.

No mais, a lista é de um prosaísmo caseirinho. Parece uma nota de compra de mercado feita por aqueles "maridos que um dia 'ajudam' a mulher", com produtos medíocres e mais caros, coisa bem vida besta. Enfim, parece compra de "classe média" (segundo o conceito da ficção social brasileira, não da estatística de renda).

Há empadinhas, quibes, bombons Sonho de Valsa e um excesso de latas de Nescau (tem tanto político tomando leitinho?). Há chicabons, escondidinhos e queijo ralado "parmesão" de saquinho, um erro em todos os sentidos. Nenhum pedido de coxinha, só de sanduíche de mortadela.

No jantar "PR" (Presidente da República) tem aquelas entradas de quando ainda serviam comida em voo doméstico, grudes equivocados tais quais salada de muçarela com palmito e kani kama desfiado.

É esnobismo? Vamos tratar o "PR" a pão e água? Ok. Vamos vender o Aerolula e o Palácio da Alvorada. Seria divertido e pouparia uns trocados mais graúdos.

Melhor ainda, vamos acabar com os carros oficiais de políticos e juízes. Não rende muito, em termos de desastre fiscal, mas tem um sentido. Note-se: apenas o deficit federal deste ano deve ser de R$ 167,7 BILHÕES. A despesa total, de R$ 1,25 TRILHÃO (meio TRILHÃO só de Previdência, INSS).

Cortar regalias de parte do alto funcionalismo talvez ajudasse a acabar com a ideia de que, em vez de entrar no serviço público, essa gente ganhou um título de nobreza jeca, meio caminho andado para se comportar como casta, se dar salários acima do teto e coisas piores.

Por falar nisso, o salário além do teto de juízes e procuradores custa mais de BILHÃO por ano. Aliás, só de "publicidade de utilidade pública" do Executivo estão orçados R$ 470 milhões para 2017. Basta bater o olho no Orçamento para achar coisa esquisita.

Há gente catando o que comer no lixo da rua, horror que mal se viu por uma década? Muita. Então fale-se de coisa séria, não dessa fofoca de quem se comporta no debate público como quem faz chacrinha em rede social. Trate-se das tragédias da Previdência, dos Estados, de outros desarranjos enormes do setor público e desigualdades no setor privado.

Mas não. Legal é fazer onda com o sorvete do Temer, com o cartão da Dilma ou outra besteira parecida.

Mais Notícias : Fiscalizar os fiscais
Enviado por alexandre em 29/12/2016 10:23:27

Fiscalizar os fiscais
Postado por Magno Martins



O presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes (dir.) com o ex-governador Sérgio Cabral (esq.), hoje preso

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

Os tribunais de contas foram criados para vigiar o uso do dinheiro público. No país das empreiteiras, é sempre bom ter alguém para fiscalizar os fiscais.

Há duas semanas, a Polícia Federal amanheceu na porta do presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Jonas Lopes. Ele virou alvo da Lava Jato por suspeita de envolvimento nos esquemas de corrupção do governo Sérgio Cabral.

O chefe do TCE foi citado por delatores de ao menos três empreiteiras: Andrade Gutierrez, Odebrecht e Carioca Engenharia. Os executivos afirmam que ele cobrava propina para fazer vista grossa às estripulias das empresas no Estado.

As suspeitas envolvem obras milionárias ligadas à Copa do Mundo e à Olimpíada, como a reforma do Maracanã e a expansão de metrô até a Barra da Tijuca. De acordo com as investigações, o TCE cobrava pedágio de 1% do valor de cada projeto.

Leandro Azevedo, ex-diretor da Odebrecht, descreveu em detalhes o caso do estádio de futebol. Ele conta que procurou Lopes em 2013, por orientação de um secretário do governo Cabral, para acertar o parcelamento dos repasses ilegais.

No fim do ano seguinte, o chefe do TCE teria marcado outra reunião para reclamar de atraso no crediário da propina. Na época, os primeiros presos da Lava Jato já contavam alguns meses de cana em Curitiba.

Há duas semanas, Lopes se declarou indignado e disse "repudiar com veemência" as acusações. Nesta quarta (28), ele aproveitou o clima de férias para ensaiar uma saída à francesa. Pediu licença de três meses para "cuidar de projetos pessoais", segundo sua assessoria.

Os avanços da Lava Jato sugerem que o TCE fluminense está longe de ser uma exceção. Ao menos três ministros do Tribunal de Contas da União são formalmente investigados por suspeita de corrupção. Um deles, Raimundo Carreiro, acaba de ser premiado. No início do mês, foi eleito o novo presidente da corte.

Mais Notícias : É guerra: deputados querem CPI dos Supersalários
Enviado por alexandre em 29/12/2016 10:22:40

É guerra: deputados querem CPI dos Supersalários
Postado por Magno Martins

Enquanto parte da Câmara luta pela harmonia com o Ministério Público, deputados começam a falar em coletar assinaturas para criar uma CPI dos Supersalários logo na volta do recesso.

O movimento na Casa ainda é difuso.

O foco seriam procuradores e juízes, mas integrantes do Executivo e do Legislativo entrariam no escopo para evitar a ideia de perseguição.

Líderes tratam o tema com cautela.

Dizem que a CPI equivaleria a uma declaração de guerra. (Painel - Folha de S.Paulo)

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