Regionais : Fim da vaqueja desemprega e gera polêmica
Enviado por alexandre em 23/11/2016 20:02:41

Fim da vaqueja desemprega e gera polêmica


CALUMBI (PE) - Robério, o vaqueiro vereador, faz sua estreia na política no momento em que uma das grandes discussões no País é a proibição da sua atividade, a vaquejada, pelo Supremo Tribunal Federal. A corte julgou inconstitucional a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava os espetáculos de vaquejada no Estado. Com isso, a vaquejada passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a maus-tratos a animais e, por, portanto, proibida.

A ação foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e questionava, especificamente, a legislação cearense. Contudo, a decisão do STF já foi aplicada em alguns estados, como Pernambuco. O Ministério Público emitiu uma nova nota técnica na qual afirma que os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) agora não são mais mecanismos que asseguram a continuidade das vaquejadas no Estado.

O documento traz série de orientações aos promotores de Justiça com atuação na defesa do meio ambiente a fim de guiá-los no trabalho voltado ao esporte, de forma que garantam o bem-estar dos animais. Com o cumprimento do MPPE à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), produtores desse tipo de evento terão que recorrer à Justiça com antecedência, caso queiram realizá-lo, ainda assim sem a garantia de que o pedido será atendido.

No Nordeste, a vaquejada é esporte tradicional, só perde para o futebol. Lota arenas, dá prêmios milionários, movimenta cifras expressivas em leilões, gera milhares de empregos e ainda incentiva o mercado de melhoramento genético das raças. São três milhões de adeptos dessa prática esportiva. Por ano, são mais de quatro mil provas, um movimento econômico de R$ 600 milhões - de acordo com a Associação Brasileira de Vaquejadas (ABVAQ), e ainda cresce 20% ao ano.

Mesmo em tempos de crise, os eventos não param, são até 10 por fim de semana. Os vaqueiros estão de olho nos prêmios, que vão de motos a R$ 300 mil a cada prova, que dura normalmente três dias. É evento profissional que reúne empresas, criadores de cavalo – especialmente do quarto de milha, e empresários. Brilham vaqueiros, cavalos, boi, e muitos sertanejos vivem destas vaquejadas, trabalho que muitas vezes envolve toda a família. São 700 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente.

O esporte da vaquejada não tem fronteiras, e com cifras tão expressivas ganhou outras arenas além do Nordeste, estando também no Norte, e chegando ao Sudeste, especialmente no interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O empresário e criador Jonatas Dantas está há 30 anos neste mercado, saiu do sertão da Paraíba para o Rio de Janeiro e é grande empreendedor da raça.

Proprietário do Roxão, um dos principais garanhões da raça na modalidade vaquejada, e agora doador de genética da vaquejada, ele fatura só com coberturas deste animal R$ 20 milhões, em 700 filhos vendidos. E não para de investir, tem outros três garanhões americanos e mantém qualidade top nos leilões onde no só no passado faturou em 2 deles, mais de R$10mi. “Esse é um mercado que não muda, nem mesmo com crise, o que é bom, todo mundo busca. Temos tradição em animais selecionados para vaquejada, corridas e tambor”- diz ele.

A cada evento de vaquejada tem uma média de 550 duplas de vaqueiros, cada um gasta 1.100 reais em inscrições. Negócio rentável para o trabalhador, para o vaqueiro, mas para toda a indústria da vaquejada. No entorno da pista vende-se roupas, calçados, artesanato e CDs. Para garantir animais geneticamente preparados existem investimentos ainda maiores, adquirir um animal de qualidade passa obrigatoriamente por leilões onde estão as principais linhagens vitoriosas para vaquejadas, especialmente de quarto de milha, são quase 180 remates específicos da área no ano, três leiloeiras especializadas.


Fenômenos eleitorais ( XVI )


De gibão e perneira, vaqueiro renova Câmara

CALUMBI (PE) - Berço da poesia, do repente e do improviso, de monstros sagrados da viola, como Lourival Pinto e Rogaciano Leite, o Sertão do Pajeú, afamado também pelas suas vaquejadas, usou o poder do voto nas eleições municipais deste ano na pequena Calumbi, a 360 km do Recife, para mandar ao parlamento municipal um autêntico vaqueiro, provavelmente um dos únicos eleitos no Nordeste. Aos 33 anos de idade e 20 derrubando boi na caatinga, Robério de Lima e Silva, ou simplesmente Robério Vaqueiro, nome usado na urna eletrônica, troca, a partir de janeiro, o gibão pelo paletó e a gravata.

A troca ainda é teórica, porque, na prática, pelo menos na posse em 1 de janeiro, ele pensa em adentrar na Câmara de Vereadores, pela primeira vez, trajando a mesma roupa das pegadas de boi, onde já quebrou o nariz, ganhou fortes ferimentos nos braços e nas pernas e, recentemente, quase perde um dos olhos. O vaqueiro trabalha com o boi, vive em função do boi, veste roupa feita com couro de boi.

A véstia do vaqueiro, de couro, resiste aos espinhos da caatinga, é a sua couraça, a sua armadura. O couro, em geral, é curtido por processos primitivos, ficando, com uma cor de ferrugem, flexível, macio, sem pelos. O gibão é o paletó de couro de vaqueta. Enfeitado com pespontos, fechado com cordões de couro.

O parapeito, como o nome indica, protege o peito. Uma alça que passa pelo pescoço o segura. A perneira é uma perna de calça que cobre do pé até a virilha. As perneiras ficam presas na cintura. São duas pernas de calça soltas, deixando o corpo livre para cavalgar. As luvas cobrem as costas das mãos e deixam os dedos livres.

Nos pés, as alpercatas simples ou complicadas como as dos cangaceiros. Às vezes usam botinas, um sapatão fechado. E na cabeça o chapéu, que protege o vaqueiro do sol e dos golpes traiçoeiros da caatinga. Na sua copa, às vezes bebem água ou comem. O jaleco parece um bolero, feito de couro de carneiro. É usado geralmente em festas. O jaleco tem duas frentes. Uma para o frio da noite, onde conservam a lá, outra liso para o calor do dia.

“Ainda estou consultando a vaqueirama que me elegeu, mas se o regimento permitir vou tomar posse com minha roupa de trabalho”, diz Robério. Filiado ao PSB, Robério foi o terceiro vereador mais votado de Calumbi, com 512 votos, correspondente a 10,61% dos votos válidos. Conseguiu a façanha de ser a única renovação na Câmara, que reelegeu oito dos seus novos integrantes, fenômeno que contrariou o altíssimo percentual de mudança nas câmaras da região e do País.

Na política, a única referência dele é o tio Chico dos Correios, do PT, atual vice-prefeito do vizinho município de Flores. Derrotado na chapa que tentou a reeleição, Chico passará a assessorar o sobrinho na Câmara de Calumbi. “Robério é um dos melhores vaqueiros do Pajeú, um agricultor pobre e sofrido de nossa região, mas com vocação também para a política”, diz o tio. Segundo ele, um dos motes iniciais do trabalho do sobrinho será a defesa da vaquejada, esporte e atividade econômica no Nordeste.

“O Supremo tem, no meu entender, coisas mais importantes para cuidar do que está se preocupando com vaquejada”, desabafa o vereador-vaqueiro, que também vai defender a preservação do esporte como componente cultural em seu município. No sítio Carnaúba, a 2 km do centro da cidade, aonde mora com a esposa Aline e dois filhos, o mais velho de 15 anos já chegado a uma pega de boi, Robério arrastou 150 votos, boa parte dos vaqueiros ou apreciadores da arte. O restante foi pulverizado nos demais redutos eleitorais no campo e no perímetro urbano também.

Robério já ganhou vários prémios em pega de boi pelo Nordeste. Arriscando a vida na caatinga fechada, recentemente quebrou o nariz numa queda. “O prêmio valia R$ 150 e acabei no prejuízo, gastando mais de R$ 5 mil na cirurgia para deixar o danado do nariz no lugar”, conta ele. Apesar das recomendações médicas, com 15 dias Robério estava de volta ao mato e, brincando, revela que o curativo foi tirado na caatinga, arrastado por um garrancho.

Agricultor, vaqueiro e também bacamarteiro, Robério não é, entretanto, daqueles com dotes também para o tradicional aboio, um canto sem palavras, entoado na condução do gado para os currais ou no trabalho de guiar a boiada para a pastagem. É um canto ou toada um tanto dolente, uma melodia lenta, bem adaptada ao andar vagaroso dos animais, finalizado sempre por uma frase de incitamento à boiada: ei boi! Boi surubim! Ei, lá, bonzinho!

Saindo da caatinga braba para a seara da política na Câmara, Robério fará oposição à prefeita Sandra da Farmácia, uma das raras espécies do petismo eleita, derrubando uma velha oligarquia. “Não farei oposição ao que for de interesse do município”, avisa, adiantando que sua pauta será a defesa do agricultor, da sua região e dos vaqueiros. “Estarei na Câmara lutando por minha gente, pelos pobres e sacrificados de Calumbi”, acrescenta.

Justiça : VERGONHA
Enviado por alexandre em 23/11/2016 19:59:23


Quanto custa um preso no Brasil? ministra responde

Carlos Brickmann

A ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, argumenta com números: "Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês, e um estudante de ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa Pátria Amada". Vai mais longe: "Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu (...) Quando não se faz escolas, falta dinheiro para presídios".

Carmen Lúcia apontou a solução a longo prazo, mas acha possível tomar providências imediatas. "A violência no país exige mudanças estruturantes e o esforço conjunto de governos e da União, para que possamos dar corpo a uma das necessidades do cidadão, que é ter o direito de viver sem medo. Sem medo do outro, sem medo de andar na rua, sem medo de saber o que vai acontecer com seu filho". E lembrou que, a cada nove minutos, uma pessoa é morta violentamente no Brasil. "Nosso país registrou mais mortes em cinco anos do que a guerra na Síria".

A ministra só não disse o que leva tantos governantes a investir mais em cadeias do que em educação. É que muitos, depois de exercer o poder, não é para a escola que vão. João Bussab, decano da imprensa policial paulista, sugere que os políticos corruptos harmonizem seus interesses com os do país. Como quiseram construir um shopping exclusivo no Congresso, que façam um presídio exclusivo para políticos. Estarão cuidando do futuro.

Mais Notícias : Defesa de Geddel é emenda que piora o soneto
Enviado por alexandre em 23/11/2016 19:56:39

Defesa de Geddel é emenda que piora o soneto
Postado por Magno Martins

Blog do Kennedy

Renan, Maia e André Moura perderam chance de ficar calados

A defesa do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) feita por alguns políticos é um exemplo de emenda que piora o soneto. Reflete desconexão com a realidade, evidencia distanciamento do eleitorado e mostra porque a atual classe política está levando bordoadas da Lava Jato.

A propósito na operação abafa do governo para tentar minimizar a gravidade do episódio Geddel-Calero, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sairá ganhando se ajudar a salvar o ministro-chefe da Secretaria de Governo. Obteria crédito para tentar ser o candidato do governo à presidência da Casa em fevereiro do ano que vem. Maia tenta a reeleição.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, responde a 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal e não pode atirar pedra em ninguém. Renan também quer apoio do governo para aprovar o projeto de abuso de autoridade. E o líder do governo na Câmara, André Moura, resumiu o que outros líderes partidários disseram,

Mais Notícias : Um dia a coisa explode
Enviado por alexandre em 23/11/2016 19:55:48

Um dia a coisa explode
Postado por Magno Martins

Carlos Chagas

Proibição das coligações partidárias nas eleições para a Câmara dos Deputados, cláusula de barreira para reduzir o número de partidos políticos, teto para gastos nas campanhas eleitorais e voto em listas partidárias em vez de candidatos a deputado federal. Some-se a reforma da Previdência Social e se terá a pauta das reforma políticas até o final do ano.

Desse sucinto elenco apenas um contraria a natureza das coisas: a obrigação do eleitor votar apenas na sigla do partido de sua preferência, sem fulanizar o voto. Desde o Império que a gente escolhe em quem votará. Tanto faz se João, Benedito ou Antônio, mas tem sido assim há séculos.

Agora, querem mudar o objetivo do voto para deputado. Cada um que escolha o seu partido, cabendo aos dirigentes de cada um preparar as listas dos que serão votados. Claro que se colocarão nos primeiros lugares, nem precisando fazer campanha ou gastar dinheiro.

Será um retrocesso. Deixar de optar por quem pretendemos representar-nos afastará a decisão personalizada. Poderão ser eleitos candidatos despojados da vontade do eleitor, bafejados por amizades ou motivos menos nobres.

As reformas políticas se limitarão ao imprescindível, havendo dúvidas, também, sobre a questão previdenciária. Aumentar o prazo para aposentadorias parece certo, mas pelo jeito não se cuidará da reforma trabalhista. Suprimir direitos levantará protestos, mas será bom ir com calma. O desemprego ultrapassa todos os limites enquanto inexistem sinais de arrefecer. Um belo dia a coisa explode, sem que se possa conter a indignação geral.

Mais Notícias : Conto carioca
Enviado por alexandre em 23/11/2016 19:53:45

Conto carioca


Em 2010, a Prefeitura do Rio investiu R$ 44 milhões em valores da época na Cidade do Rock, destinada ao Rock in Rio, com garantia de permanência. "Com o novo local", disse o empresário Roberto Medina, proprietário do evento, "o Rock in Rio poderá acontecer a cada dois anos".

Agora, decidiu-se erguer uma nova Cidade do Rock no lugar do Parque Olímpico. E os R$ 44 milhões (que hoje, corrigidos, dariam R$ 70 milhões)? E o que se gastou para erguer o Parque dos Atletas, que também deveria ser utilizado depois das Olimpíadas? OK, foi gasto da Prefeitura, não do Estado. Mas o prefeito Eduardo Paes faz parte do grupo político de Sérgio Cabral e do atual governador Pezão, do PMDB - no poder desde 2007. Talvez esse caso ajude a entender a crise financeira do Rio. (Carlos Brickmann)

Um por todos, todos por um
Postado por Magno Martins

A decisão do Planalto de manter seu articulador político no cargo não surpreendeu aqueles que conhecem profundamente a relação de Michel Temer com seus três mosqueteiros: Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Moreira Franco. A avaliação é de Natuza Nery, na coluna da Folha de S.Paulo desta quarta-feira. E com mais detalhes:

São confidentes há décadas e fazem parte de uma engrenagem que não parece funcionar sem uma das quatro peças. Todos são extremamente leais ao presidente, mas brigam entre si por espaço.

Geddel, apelidado de “samurai”, pois “briga por 15 minutos sem colocar os pés no chão”, é quem defende os interesses do grupo. Padilha, organizado, é o “gerente”. Moreira Franco, o “estrategista”. “Tirar Geddel significa sacrificar o guerreiro”, diz um amigo de Temer.

Palacianos avaliaram que saiu pela culatra a ideia de parte de líderes da Câmara de entregar em mãos uma carta de desagravo a Geddel. A iniciativa foi minguada e só fez manter o assunto indigesto em alta.

Ministério quer afrouxar controle das armas de fogo
Postado por Magno Martins

O Ministério da Justiça bateu de frente com parte da área técnica do Planalto. A pasta pressiona pela assinatura de um decreto flexibilizando parte do controle de armas de fogo no país.

O texto, que já teve avaliação negativa no governo, amplia de três para cinco anos o prazo de validade do certificado de registro de armas — documento que permite a posse em casa ou em empresas — e aumenta o intervalo de avaliações psicológicas de guardas municipais de dois para cinco anos.

Na justificativa, o ministério diz que a ampliação dos prazos “terá efeito benéfico para as forças de segurança e também para que os cidadãos possuidores de armas mantenham a regularidade de sua posse”. (Painel - Folha de S.Paulo)

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