Política : NOVA PONTE
Enviado por alexandre em 23/11/2016 20:27:04


Marcelino Tenório destaca inauguração de ponte sobre o rio Jaru

Obra é da maior importância para o desenvolvimento da região e custou quase R$ 3 milhões

O deputado Marcelino Tenório (PRP) destacou em seu pronunciamento na tarde desta terça-feira (22), durante o grande expediente, a inauguração da ponte sobre o rio Jaru, no último sábado (19) naquele município que irá beneficiar o desenvolvimento de toda a região.

A solenidade de inauguração da ponte que liga o município de Theobroma ao município de Jaru, segundo Tenório, contou com a presença de deputados estaduais e federais, bem como prefeitos de vários municípios da região.

A nova ponte em concreto, liga o distrito de Bom Jesus, na RO 133 e finda no município de Pimenta Bueno. “Obra de quase R$ 3 milhões que irá atender a população de Machadinho, Tabajara e muitos outros municípios”, disse Tenório.

Para Marcelino Tenório é a obra mais importante do governo Confúcio na região, deixando um legado àquela região será esta ponte sobre o rio Jaru. Para ele esta é uma vitória da população que clamava por esta ponte.

Salientou que a ponte também poderá ser utilizada como uma segunda via, pois se algo acontecer na ponte da cidade de Jaru ela será uma alternativa, pois é de concreto e suporta até caminhões bitrem.

Marcelino disse que a nova estrutura irá beneficiar uma região que atende cerca de 140 mil pessoas.

O deputado pediu ao Estado que encaminhe o mais depressa possível a Assembleia corrigindo a Lei das taxas da Sedam, que foram aumentadas de forma abusiva. Alguns produtores que pagavam 4 UPF para o seu licenciamento foram renovar e pagaram 20 UPFs, declarou Tenório.

Desta forma, afirmou o parlamentar, empresas vão fechar, perdendo o empresário que deixará de produzir e o Estado que não vai arrecadar.

Aparte

Lazinho parabenizou o deputado Marcelino por ter iniciado o projeto desta ponte ainda em 2011, quando colocou uma emenda que literalmente acabou sendo levada pela chuva. Porém esta nova estrutura é realmente muito grande 120m de comprimento com quase 20 metros de altura.

“É uma obra importante aos municípios, faltando ainda acabamentos nas cabeceiras com aterros que hoje está de forma improvisada, necessitando da colocação de manilhas”, afirmou Lazinho corroborando que a obra vai beneficiar em muito os produtores da região.

ASCOM

Regionais : HR de Guajará tem melhoria gritante, afirma juiz do trabalho
Enviado por alexandre em 23/11/2016 20:19:42


Equipe técnica da Sesau mostrou avanços em todos os setores, conforme constatou o juiz do Trabalho, Carlos Antônio da Silva, durante inspeção no hospital

“Sofri com um problema respiratório provocado por uma infecção de garganta. Precisei de acompanhamento médico. Do preenchimento da ficha até o início do tratamento, se passaram apenas 15 minutos. Fiquei impressionado com a qualidade e agilidade da atenção. Tudo isso sem os profissionais que estavam de plantão saberem que cargo ocupo”. O depoimento é do promotor de justiça, Samuel Alvarenga Gonçalves, após ser atendido no Hospital Regional de Guajará-Mirim.

O avanço na ambiência, nos protocolos de atendimentos, da humanização, na reestruturação, são resultados obtidos pela equipe interventora, formada por médicos e técnicos da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), que esteve à frente da unidade de saúde por mais de 60 dias.

Na segunda-feira (21), o Hospital Regional de Guajará-Mirim passou por uma minuciosa inspeção realizada pelo juiz Carlos Antônio Chagas Júnior, da Vara do Trabalho de Guajará-Mirim. Ao final da vistoria técnica, acompanhado pelo médico Sérgio Paulo Mello Mendes Filho, da enfermeira e assessoria técnica, Diana Pereira; e do médico Ernesto Duran Neto, o juiz classificou como “um avanço gritante” a melhoria do atendimento, das instalações e, principalmente, do centro médico, pediatria e centro cirúrgico, que foram os responsáveis pela interdição.

Com a avaliação positiva feita pelo juiz Carlos Antônio Chagas Júnior, o hospital está liberado da intervenção. De acordo com a determinação judicial, os atendimentos que estavam sendo feitos – em caráter provisório em hospital particular -, devem ser retomados em dez dias.

A intervenção do governo de Rondônia foi em cumprimento à determinação da Justiça devido à deficiência na gestão municipal. O hospital teve o centro médico, a área de pediatria e centro cirúrgico interditados pela Vara do Trabalho de Guajará-Mirim por representarem, à época, iminente risco à saúde dos servidores e pacientes.

A força-tarefa do governo de Rondônia fez um trabalho de recuperação do hospital, indo além da determinação judicial. Setores como recepção, triagem, Same, laboratório, enfermarias, emergência, sala de observação, farmácia – que a partir da ação do estado tem farmacêutico de plantão -, ambiência, refeitório, cozinha, além de limpeza da área interna e externa do hospital apresentaram melhorias. Foram implantados, ainda, protocolos médicos para o atendimento ambulatorial, de emergência e centro cirúrgico.

O trabalho foi realizado pelo médico Sérgio Paulo Mello Mendes Filho, cardiologista com experiência em gestão hospitalar. Os profissionais passaram por uma espécie de reciclagem e, a partir de agora, têm nova visão de procedimentos e protocolos que devem ser adotados em um hospital do porte da unidade regional de Guajará-Mirim.

PARTE ELÉTRICA

Farmácia teve estoque de medicamentos renovado, conforme comprovou o juiz

Antecipando-se à avaliação da Vara de Trabalho de Guajará-Mirim, a equipe técnica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) entregou ao prefeito Dulcio da Silva Mendes laudo apontando os ajustes que devem ser feitos nas instalações elétricas do hospital, que possui mais de 30 anos. O prazo para adequação dado pela Justiça é de 90 dias. Parte dos serviços foi realizada pela Sesau.

Outro ponto que o juiz Carlos Antônio Chagas Júnior chamou a atenção da prefeitura, foi para a manutenção do padrão de limpeza adotado pela equipe técnica da Sesau. Durante audiência na Vara do Trabalho, foi apresentado estudo que aponta a necessidade urgente de ampliação do quadro de servidores da área de limpeza.
O juiz Carlos Antônio determinou, ainda, que o problema seja solucionado pelo prefeito Dulcio da Silva Mendes, em 72h.



MEDICAMENTOS
Carlos Antônio Chagas Júnior elogiou o estoque de medicamentos na farmácia, abastecida com itens de primeira necessidade, bem como, produtos considerados de alta complexidade. De acordo com o médico Sérgio Paulo, o checklist – instrumento de controle composto por um conjunto de condutas – conta com todos os remédios e insumos para que a unidade preste um atendimento de qualidade e humanizado à população.



EQUIPAMENTOS

Centro cirúrgico atende às normas técnicas exigidas pelos organismos de saúde

No relatório, Carlos Antônio Chagas Júnior destaca que a unidade de saúde conta hoje com equipamentos modernos e de fundamental importância na luta pela vida. Ele cita também o setor de emergência – que está sem nenhum problema -, com móveis em bom estado, lençóis novos e limpos, três desfibriladores – um gerador de energia elétrica de tensão regulável capaz de estimular o coração com dificuldades de contração -, bombas de infusão, três monitores multiparamétricos, aspiradores de vias áreas, entre outros itens de última geração.



CENTRO CIRÚRGICO
Bastante elogiado pela nova ambiência, aparelhamento e por seguir normas técnicas semelhantes às de hospitais como o Sírio Libanês, em Sõ Paulo, o centro cirúrgico do Hospital de Guajará-Mirim passou por ampla melhoria. Quebrando o protocolo, e ao mesmo tempo elogiando o trabalho realizado pela equipe interventora do governo de Rondônia, o juiz Carlos Antônio Chagas Júnior brincou: “agora posso cair de moto”. Uma alusão que caso viesse a precisar, estaria em local equipado para atender às necessidades que uma intervenção cirúrgica exige.



Zacarias Pena Verde

Regionais : Família de estuprador propôs casamento aos pais da vítima para livrá-lo da condenação
Enviado por alexandre em 23/11/2016 20:15:31


Mais um caso de estupro de menor aportou à Justiça de Rondônia, mas, diferentemente de outras situações, o enredo revelou a formação de uma força-tarefa para tentar livrar o sentenciado da culpa. Além de várias investidas patrocinadas por familiares e amigos do estuprador, uma proposta indecente: a fim de inocentar o criminoso, pessoas próximas a ele sugeriram os pais da vítima que aceitassem um casamento entre os envolvidos.

Não deu certo.

O juiz de Direito Alencar das Neves Brilhante, da 1ª Vara Criminal de Alta Floresta do Oeste, condenou Afonso Carvalho Dias Gomes a uma pena de oito anos e oito meses de reclusão. Caso transite em julgado, o regime inicial para cumprimento de pena será o fechado.

Cabe recurso da decisão.

“Faculto ao réu o apelo em liberdade, salvo, por óbvio, a hipótese de se encontrar preso por outro motivo/processo, porque na condição de livre, nestes autos, respondeu ao processo e não verifico o surgimento de algum fundamento para a decretação da prisão preventiva”, imputou o magistrado.

Logo no começo da sentença, o membro do Poder Judiciário asseverou:

“O acusado não negou que praticou a relação sexual com a menor na ocasião e local dos fatos e nem que eventualmente tivesse desconhecimento sobre a idade da vítima. Pelo contrário, confirmou que manteve a conjunção carnal com a adolescente, negando, contudo e como já era de se esperar, que houve emprego de violência ou que a menor não consentiu com o ato”, apontou Brilhante.

Os pais da menina relataram em audiência que foram procurados por várias pessoas ligadas a Afonso Carvalho depois dos fatos para tratar do crime. Informaram que, logo depois do abuso sofrido pela filha, foram procurados em sua residência por uma pessoa que se dizia ser primo do pai do condenado, o qual queria “saber o que poderia ser feito” para resolver o problema, propondo que fosse realizado um casamento entre o acusado e a vítima .

O pai da moça ainda informou que a mãe do sentenciado também lhe procurou em sua casa para saber sobre os fatos e sobre a sua família.

De acordo com o genitor a menor sofreu “muita” exposição social em razão do ocorrido, tanto em redes sociais como na cidade, tornando-se alvo de chacotas e comentários. Em decorrência disso, fora, ainda, submetida à realização de tratamento médico com uso de “coquetel” de remédios para doenças sexualmente transmissíveis.

“E a procura pela família da vítima, relatada acima, conforme já foi dito, restou confirmada pela genitora e pelo pai da menor, uma vez que, conforme consignado, várias pessoas próximas ao denunciado procuraram os responsáveis legais da adolescente na tentativa de ‘realizar acordos’”, concluiu o juiz.

RONDONIADINAMICA

Regionais : Lebrão disputa reeleição, Sicoob em Candeias, suspensão de diplomação questionável
Enviado por alexandre em 23/11/2016 20:09:49

Lebrão – Faltam pouco menos de dois anos para a realização das eleições gerais (presidência da República, governadores, duas das três vagas ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas), mas as articulações estão na pauta dos políticos. No Vale do Guaporé há preocupação grande com a possibilidade de o deputado Eurípedes Lebrão (PMDB-São Francisco), não disputar mais uma reeleição. Ele já disse isso a amigos e assessores. Caso se confirme Rondônia perderá muito e o Vale do Guaporé mais ainda.



Lebrão II – A competência do deputado Lebrão, 1º secretário da Assembleia Legislativa (Ale) e a sua intolerância com o ilícito são alguns dos muitos pontos positivos do parlamentar, tratado pelos amigos como “Camarão”, devido a sua vermelhidão cutânea. Acreditamos que a reeleição da prefeita Gislaine Lebrinha (PMDB) de São Francisco, com quase 83% dos votos válidos, filha de Lebrão, será um empecilho para ele ser demovido de sua proposta. Pela sua posição firme na condução da coisa púbica Lebrão é um político imprescindível no processo de reformulação do segmento.



Candeias – O prefeito eleito de Candeias do Jamari, Chico Pernambuco (PSB) e o vice-governador Daniel Pereira (PSB) estiveram com a diretora presidente do grupo Credifort-Sicoob, em Porto Velho para discutir a instalação da uma agência da cooperativa de crédito no município. Na primeira quinzena do próximo mês de janeiro será realizada audiência pública na Câmara Municipal, para discutir a implantação da agência. No encontro na Sicoob também os vereadores eleitos Lúcio Rojas (PDT), Professor Deasis (PCdoB), Aussemir Almeida (PSB), Luizinho Amazonas (PSB), Oséias Millenium (PSDC), Marcos da Hora (PMDB) e o atual Cezinha Carvalho (PCdoB).



Diplomação – A suspensão da diplomação da prefeita e do vice-prefeito, Juliana Roque (PSB) e Luiz Henrique Saches (PMDB), respectivamente, é muito questionável. As alegações do advogado da coligação adversária e levada adiante pelo Ministério Público Eleitoral indignam as pessoas de bom senso. Alegar que as eleições em Pimenta Bueno foram prejudicadas, porque ocorreram intimidações a adversários políticos é risível.



Diplomação II – O acompanhamento na Justiça Eleitoral em todo processo eleitoral foi exemplar, as denúncias apuradas rapidamente e tomadas às devidas providências. A suspensão é inoportuna e deixa o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em xeque, pois as eleições transcorreram de forma tranquila, sem maiores incidentes. Suspender um mandato delegado pela maioria dos eleitores, através do voto livre é não reconhecer o trabalho exemplar da Justiça Eleitoral do Estado, a mais tranquila, democrática e eficiente das últimas eleições.



Respigo

Choveu com intensidade na manhã de hoje (23) em Porto Velho. Como ocorre sempre nessas ocasiões, boa parte de ruas e avenidas do centro e dos bairros ficou alagada +++ Um dos muitos problemas que o prefeito eleito Hildon Chaves (PSDB) terá que resolver. É que Porto Velho não tem um sistema de saneamento básico eficiente, onde está incluso a rede de galeria pluvial +++ O cartunista Ziraldo, de renome internacional está hoje (23) em Porto Velho. Cumpre agenda no Teatro Estadual e no Porto Velho Shopping lançando o livro “Rondon Menino Cândido” +++ O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PMDB-Andreazza) cobrou, da tribuna da Casa, celeridade na liberação de licenças ambientais pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental-Sedam. São inúmeras as reclamações devido à morosidade da Sedam na análise e liberação das licenças.

WALDIR COSTA/RONDONIADINAMICA

Regionais : Fim da vaqueja desemprega e gera polêmica
Enviado por alexandre em 23/11/2016 20:02:41

Fim da vaqueja desemprega e gera polêmica


CALUMBI (PE) - Robério, o vaqueiro vereador, faz sua estreia na política no momento em que uma das grandes discussões no País é a proibição da sua atividade, a vaquejada, pelo Supremo Tribunal Federal. A corte julgou inconstitucional a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava os espetáculos de vaquejada no Estado. Com isso, a vaquejada passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a maus-tratos a animais e, por, portanto, proibida.

A ação foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e questionava, especificamente, a legislação cearense. Contudo, a decisão do STF já foi aplicada em alguns estados, como Pernambuco. O Ministério Público emitiu uma nova nota técnica na qual afirma que os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) agora não são mais mecanismos que asseguram a continuidade das vaquejadas no Estado.

O documento traz série de orientações aos promotores de Justiça com atuação na defesa do meio ambiente a fim de guiá-los no trabalho voltado ao esporte, de forma que garantam o bem-estar dos animais. Com o cumprimento do MPPE à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), produtores desse tipo de evento terão que recorrer à Justiça com antecedência, caso queiram realizá-lo, ainda assim sem a garantia de que o pedido será atendido.

No Nordeste, a vaquejada é esporte tradicional, só perde para o futebol. Lota arenas, dá prêmios milionários, movimenta cifras expressivas em leilões, gera milhares de empregos e ainda incentiva o mercado de melhoramento genético das raças. São três milhões de adeptos dessa prática esportiva. Por ano, são mais de quatro mil provas, um movimento econômico de R$ 600 milhões - de acordo com a Associação Brasileira de Vaquejadas (ABVAQ), e ainda cresce 20% ao ano.

Mesmo em tempos de crise, os eventos não param, são até 10 por fim de semana. Os vaqueiros estão de olho nos prêmios, que vão de motos a R$ 300 mil a cada prova, que dura normalmente três dias. É evento profissional que reúne empresas, criadores de cavalo – especialmente do quarto de milha, e empresários. Brilham vaqueiros, cavalos, boi, e muitos sertanejos vivem destas vaquejadas, trabalho que muitas vezes envolve toda a família. São 700 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente.

O esporte da vaquejada não tem fronteiras, e com cifras tão expressivas ganhou outras arenas além do Nordeste, estando também no Norte, e chegando ao Sudeste, especialmente no interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O empresário e criador Jonatas Dantas está há 30 anos neste mercado, saiu do sertão da Paraíba para o Rio de Janeiro e é grande empreendedor da raça.

Proprietário do Roxão, um dos principais garanhões da raça na modalidade vaquejada, e agora doador de genética da vaquejada, ele fatura só com coberturas deste animal R$ 20 milhões, em 700 filhos vendidos. E não para de investir, tem outros três garanhões americanos e mantém qualidade top nos leilões onde no só no passado faturou em 2 deles, mais de R$10mi. “Esse é um mercado que não muda, nem mesmo com crise, o que é bom, todo mundo busca. Temos tradição em animais selecionados para vaquejada, corridas e tambor”- diz ele.

A cada evento de vaquejada tem uma média de 550 duplas de vaqueiros, cada um gasta 1.100 reais em inscrições. Negócio rentável para o trabalhador, para o vaqueiro, mas para toda a indústria da vaquejada. No entorno da pista vende-se roupas, calçados, artesanato e CDs. Para garantir animais geneticamente preparados existem investimentos ainda maiores, adquirir um animal de qualidade passa obrigatoriamente por leilões onde estão as principais linhagens vitoriosas para vaquejadas, especialmente de quarto de milha, são quase 180 remates específicos da área no ano, três leiloeiras especializadas.


Fenômenos eleitorais ( XVI )


De gibão e perneira, vaqueiro renova Câmara

CALUMBI (PE) - Berço da poesia, do repente e do improviso, de monstros sagrados da viola, como Lourival Pinto e Rogaciano Leite, o Sertão do Pajeú, afamado também pelas suas vaquejadas, usou o poder do voto nas eleições municipais deste ano na pequena Calumbi, a 360 km do Recife, para mandar ao parlamento municipal um autêntico vaqueiro, provavelmente um dos únicos eleitos no Nordeste. Aos 33 anos de idade e 20 derrubando boi na caatinga, Robério de Lima e Silva, ou simplesmente Robério Vaqueiro, nome usado na urna eletrônica, troca, a partir de janeiro, o gibão pelo paletó e a gravata.

A troca ainda é teórica, porque, na prática, pelo menos na posse em 1 de janeiro, ele pensa em adentrar na Câmara de Vereadores, pela primeira vez, trajando a mesma roupa das pegadas de boi, onde já quebrou o nariz, ganhou fortes ferimentos nos braços e nas pernas e, recentemente, quase perde um dos olhos. O vaqueiro trabalha com o boi, vive em função do boi, veste roupa feita com couro de boi.

A véstia do vaqueiro, de couro, resiste aos espinhos da caatinga, é a sua couraça, a sua armadura. O couro, em geral, é curtido por processos primitivos, ficando, com uma cor de ferrugem, flexível, macio, sem pelos. O gibão é o paletó de couro de vaqueta. Enfeitado com pespontos, fechado com cordões de couro.

O parapeito, como o nome indica, protege o peito. Uma alça que passa pelo pescoço o segura. A perneira é uma perna de calça que cobre do pé até a virilha. As perneiras ficam presas na cintura. São duas pernas de calça soltas, deixando o corpo livre para cavalgar. As luvas cobrem as costas das mãos e deixam os dedos livres.

Nos pés, as alpercatas simples ou complicadas como as dos cangaceiros. Às vezes usam botinas, um sapatão fechado. E na cabeça o chapéu, que protege o vaqueiro do sol e dos golpes traiçoeiros da caatinga. Na sua copa, às vezes bebem água ou comem. O jaleco parece um bolero, feito de couro de carneiro. É usado geralmente em festas. O jaleco tem duas frentes. Uma para o frio da noite, onde conservam a lá, outra liso para o calor do dia.

“Ainda estou consultando a vaqueirama que me elegeu, mas se o regimento permitir vou tomar posse com minha roupa de trabalho”, diz Robério. Filiado ao PSB, Robério foi o terceiro vereador mais votado de Calumbi, com 512 votos, correspondente a 10,61% dos votos válidos. Conseguiu a façanha de ser a única renovação na Câmara, que reelegeu oito dos seus novos integrantes, fenômeno que contrariou o altíssimo percentual de mudança nas câmaras da região e do País.

Na política, a única referência dele é o tio Chico dos Correios, do PT, atual vice-prefeito do vizinho município de Flores. Derrotado na chapa que tentou a reeleição, Chico passará a assessorar o sobrinho na Câmara de Calumbi. “Robério é um dos melhores vaqueiros do Pajeú, um agricultor pobre e sofrido de nossa região, mas com vocação também para a política”, diz o tio. Segundo ele, um dos motes iniciais do trabalho do sobrinho será a defesa da vaquejada, esporte e atividade econômica no Nordeste.

“O Supremo tem, no meu entender, coisas mais importantes para cuidar do que está se preocupando com vaquejada”, desabafa o vereador-vaqueiro, que também vai defender a preservação do esporte como componente cultural em seu município. No sítio Carnaúba, a 2 km do centro da cidade, aonde mora com a esposa Aline e dois filhos, o mais velho de 15 anos já chegado a uma pega de boi, Robério arrastou 150 votos, boa parte dos vaqueiros ou apreciadores da arte. O restante foi pulverizado nos demais redutos eleitorais no campo e no perímetro urbano também.

Robério já ganhou vários prémios em pega de boi pelo Nordeste. Arriscando a vida na caatinga fechada, recentemente quebrou o nariz numa queda. “O prêmio valia R$ 150 e acabei no prejuízo, gastando mais de R$ 5 mil na cirurgia para deixar o danado do nariz no lugar”, conta ele. Apesar das recomendações médicas, com 15 dias Robério estava de volta ao mato e, brincando, revela que o curativo foi tirado na caatinga, arrastado por um garrancho.

Agricultor, vaqueiro e também bacamarteiro, Robério não é, entretanto, daqueles com dotes também para o tradicional aboio, um canto sem palavras, entoado na condução do gado para os currais ou no trabalho de guiar a boiada para a pastagem. É um canto ou toada um tanto dolente, uma melodia lenta, bem adaptada ao andar vagaroso dos animais, finalizado sempre por uma frase de incitamento à boiada: ei boi! Boi surubim! Ei, lá, bonzinho!

Saindo da caatinga braba para a seara da política na Câmara, Robério fará oposição à prefeita Sandra da Farmácia, uma das raras espécies do petismo eleita, derrubando uma velha oligarquia. “Não farei oposição ao que for de interesse do município”, avisa, adiantando que sua pauta será a defesa do agricultor, da sua região e dos vaqueiros. “Estarei na Câmara lutando por minha gente, pelos pobres e sacrificados de Calumbi”, acrescenta.

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