Regionais : Só um maremoto resolveria
Enviado por alexandre em 11/12/2016 03:12:41

Só um maremoto resolveria


Carlos Chagas

Apesar de escandaloso, o primeiro vazamento da lista de delatores da Odbrecht não despertou tempestades de indignação nas ruas. O mais que telejornais e outros meios de comunicação ensejaram foi um comentário generalizado na opinião pública: “eu já sabia”. Realmente, nenhuma surpresa a lista causou. Os nomes divulgados e publicados formam a linha de frente dos acusados de corrupção. Caberá ao Supremo Tribunal Federal provar se houve recebimento de dinheiro podre ou doações legais para candidaturas recentes, assim como quais as compensações promovidas pelos montes de políticos envolvidos nas tramoias.

Do presidente da República a líderes de todos os partidos, ministros, governadores e parlamentares, saem todos enlameados, apesar das negativas.

Muito tempo transcorrerá até que sejam julgados e talvez condenados os integrantes dessa quadrilha variada que em momento algum surpreendeu o país. Para muita gente nem valeria à pena ficar comparando um por um os nomes dos denunciados. Que tal reunir as listas de presença da Câmara e do Senado, mais a relação dos ministros e altos funcionários, para selecionar apenas os que não estão implicados na roubalheira? Muito tempo e fartos recursos seriam poupados.

Para limpar as cavalariças do rei Áugias, Hércules precisou desviar o curso de um rio. Aqui, dada a extensão do território nacional, seria necessário um maremoto.

POR ENQUANTO, ESCAPOU

Até prova em contrário, o nome do Lula não apareceu na primeira versão da lista da Odbrecht. É verdade que já se tornou réu num processo de corrupção, tornando-se candidato a mais três. Mesmo assim, o Ministério Público do Distrito Federal gostaria de ver o ex-presidente arrolado na lista da empreiteira.

“Primo”, “Caju”, “Babel” e “Boca Mole”; veja como Odebrecht listava políticos


Folha de S.Paulo

Ao lidar com o repasse de propina a políticos, a empreiteira Odebrecht elaborou codinomes para referir-se aos beneficiários dos pagamentos. Em seu documento de delação premiada, Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, explica a quem cada apelido se refere.

Eliseu Padilha (PMDB-RS), o ministro-chefe da Casa Civil de Michel Temer, por exemplo, é o "Primo". O senador (PMDB-RR), que se licenciou do cargo de ministro do Planejamento após a divulgação de gravações em que ele falava em um pacto para deter avanço da Operação Lava Jato, é o "Caju". Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que deixou a Secretaria de Governo após ser acusado de pressionar pela liberação de um empreendimento imobiliário onde teria um apartamento, é o "Babel".

Os três codinomes são mais lisonjeadores que os apelidos usados para referir-se aos deputados Heráclito Fortes (PSB-PI) e Paes Landim (PTB-PI) e ao ex-deputado Inaldo Leitão (PB): "Boca Mole", "Decrépito" e "Todo Feio", respectivamente.

Os nomes e o quanto cada um recebeu de propina está em um arquivo preliminar de Melo Filho, ao qual a Folha teve acesso, com o conteúdo do que o ex-executivo vai dizer em depoimento às autoridades da Lava Jato.

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POLÍTICOS NA MIRA DA ODEBRECHT

Alguns dos citados em delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-executivo da empreiteira

· MICHEL TEMER Ex-executivo disse que parte de valor prometido ao PMDB em 2014 foi entregue em dinheiro no escritório de José Yunes, amigo do presidente

· RENAN CALHEIROS (PMDB-AL) O presidente do Senado recebeu o apelido de 'Justiça' na lista de codinomes da empreiteira

· RODRIGO MAIA (DEM-RJ) Presidente da Câmara dos Deputados teria recebido R$ 100 mil; seu codinome era 'Botafogo'

· ELISEU PADILHA (PMDB-RS) O ministro-chefe da Casa Civil de Michel Temer seria o 'Primo' na lista da empreiteira baiana

· MOREIRA FRANCO (PMDB-RJ) Secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, seria o 'Angorá' das planilhas

· ROMERO JUCÁ (PMDB-RR) Senador e ex-ministro, seria o 'Caju'

· EUNÍCIO OLIVEIRA (PMDB-CE) Senador, apelidado de 'Índio'

· GEDDEL VIEIRA LIMA (PMDB-BA) Ex-ministro da Secretaria de Governo, apelidado de 'Babel'

· EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ) Ex-presidente da Câmara e ex-deputado, seria 'Caranguejo'

· JAQUES WAGNER (PT-BA) Ex-ministro-chefe da Casa Civil de Dilma, seria o 'Polo'*

· DELCÍDIO DO AMARAL (ex-PT-MS) O ex-senador aparecia nas planilhas como 'Ferrari'

· INALDO LEITÃO (PB) Ex-deputado, o 'Todo Feio' teria recebido R$ 100 mil

· AGRIPINO MAIA (DEM-RN) Empresa teria destinado ao senador R$ 1 milhão

· DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP) 'Corredor' aparece como beneficiário de R$ 350 mil

· LÚCIO VIEIRA LIMA (PMDB-BA) Deputado, seria o 'Bitelo'

· FRANCISCO DORNELLES (PP-RJ) Vice-governador do Rio, seria o 'Velhinho' nas planilhas

· ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB) Prefeito de Manaus teria recebido R$ 300 mil

· CIRO NOGUEIRA (PP-PI) Senador seria o 'Cerrado'

· HERÁCLITO FORTES (PSB-PI) Deputado, seria o 'Boca Mole' e teria recebido R$ 200 mil

· GIM ARGELLO (DF) Ex-senador é o 'Campari'; teria faturado R$ 1,5 mi

· PAES LANDIM (PTB-PI) Deputado, seria o 'Decrépito', teria levado R$ 100 mil

· ANDERSON DORNELLES Ex-braço direito de Dilma, seria o 'Las Vegas'

· LÍDICE DA MATA (PSB-BA) Senadora, seria a 'Feia'; teria recebido R$ 200 mil

· JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) Deputado teria recebido R$ 300 mil e seria o 'Missa'

Aécio era ‘mineirinho’, e Kassab ‘kafta’, diz delator


Claudio Melo Filho revela em sua proposta de delação os políticos por trás dos apelidos do departamento da propina da Odebrecht; PF já encontrou planilhas compagamentos de R$ 15 milhões a 'mineirinho' e R$ 2,5 milhões para 'kafta'

O Estado de S.Paulo - Fábio Serapião e Beatriz Bulla, de Brasília, e Mateus Coutinho

O cruzamento das informações da proposta de delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho com as planilhas angariadas pela Operação Lava Jato na investigação contra a empresa sugere pagamento para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao menos para o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD-SP).

De acordo com o anexo encaminhado pelo ex-executivo Claudio Melo Filho à Procuradoria-Geral da República, “segundo informado pela empresa”, Aécio seria identificado no sistema interno de pagamentos indevidos como “Mineirinho” e Kassab como “Kafta”.

No pedido de busca e apreensão da Polícia Federal da 26.ª fase da Lava Jato, a Xepa, Mineirinho é apontado como destinatário entre 7 de outubro e 23 de dezembro de 2014. As entregas, registradas nas planilhas da secretária Maria Lúcia Tavares, do Setor de Operações Estruturadas – conhecido como o “departamento de propina” da Odebrecht – teriam sido feitas em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

A quantia foi solicitada pelo diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura para Minas Gerais, Espírito Santo e Região Norte, Sérgio Neves, a Maria Lúcia, que fez delação e admitiu operar a “contabilidade paralela” da empresa a mando de seus superiores. O pedido foi intermediado por Fernando Migliaccio, ex-executivo da empreiteira que fazia o contato com Maria Lúcia e que foi preso na Suíça.

Segundo Melo Filho, Aécio ainda teria intermediado um pagamento para o senador José Agripino Maia (DEM-RN), que ganhou os apelidos de “gripado” e “pino”.

Leia na íntegra clicando aí: Aécio era 'mineirinho', e Kassab 'kafta', diz delator da Odebrecht


Delatores citam Pezão, Paes e Garotinho por caixa 2


Ex-executivos da Odebrecht ainda citaram os senadores Romário e Lindbergh Farias, Rodrigo Maia e Rosinha na delação. Pezão, Paes e Garotinho negam as acusações.

Por G1 Rio

Dois depoimentos de ex-executivos da Odebrecht, dados em primeira pessoa, no acordo de delação premiada da operação Lava Jato, envolvem políticos do Rio: o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes, o senador Lindbergh Farias, o senador Romário, o presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia, e os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.

Uma reportagem da revista Veja destacou que o diretor de infraestrutura da Odebrecht, Leandro Andrade Azevedo, disse na delação que abasteceu o caixa dois da campanha de Eduardo Paes em 2012 com R$ 30 milhões.

O delator afirma que Odebrecht abasteceu caixa 2 de Eduardo Paes com R$ 30 milhões em dinheiro e no exterior. Azevedo também detalhou como a companhia abasteceu o Caixa 2 da campanha de Paes à reeleição, em 2012.

De acordo com a revista, parte do dinheiro foi entregue em espécie na agência Prole - responsável pela campanha na época- e o restante em contas no exterior. A reportagem diz que a negociação era feita pelo deputado federal Pedro Paulo, considerado homem de confiança de Paes, candidato derrotado à prefeitura carioca na última eleição, e que o dinheiro foi enviado para fora do país em contas nas Bahamas e na Suíça.

Já o governador Pezão teria recebido R$ 23,6 milhões em espécie e 800 mil euros no exterior durante a campanha de 2014. Em troca, Pezão ajudaria na liberação de verbas para a empreiteira. As transferências foram feitas para o banco Banif, nas Bahamas, paraíso fiscal. O diretor conta que as doações ilegais garantiam a ele acesso direto a Pezão para tratar dos interesses da companhia. Reuniram-se, inclusive, mais de uma vez, na casa de Pezão, no Leblon, Zona Sul do Rio. Leandro diz ainda que os pagamentos foram realizados com recursos de Caixa 2, mediante entregas de dinheiro em espécie, tal qual determinado por Hudson Braga, diretamente para Ricardo Pereira, no escritório da Agência Prole.

O delator Leandro Azevedo contou que Garotinho e Rosinha teriam recebido R$ 9,5 milhões em três eleições e que esses teriam sido feitos no escritório do ex-governador. O delator disse que mantinha uma relação próxima ao ex-governador e que, por isso, tratava das negociações sem burocracia. "Presenciei, algumas vezes, Garotinho telefonando para os secretários da Fazenda do Município durante a gestão de Rosinha em Campos (...) e pedindo que tivéssemos preferência na regularização dos pagamentos em atraso", diz um trecho da delação de Azevedo.

Também citado na delação, o senador Lindbergh Farias teria se beneficiado com R$ 3,2 milhões na forma de caixa dois em suas campanhas. A entrega do dinheiro era feita em seu escritório, no Rio.

A TV Globo teve acesso à delação de outro executivo da Odebrecht, Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da companhia, que fala do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O delator conta que em 2013 pediu que Rodrigo Maia acompanhasse a tramitação de uma medida provisória (MP) que interessava a empreiteira, essa MP dava incentivo a produtores de Etanol. "Durante esse meu pedido, Rodrigo disse que havia pendências na campanha de prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com um valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início de outubro de 2013.

Claudio disse ainda que Rodrigo era visto por ele como um ponto de interlocução dentro da Câmara dos Deputados na defesa dos interesses da empresa. Também esclarece que Rodrigo Maia já havia recebido um pagamento em 2010. "Sei que o pagamento no valor de R$ 500 mil foi atendido", disse na delação. Nas planilhas da Odebrecht, Rodrigo aparecia com o codinome de Botafogo.

Políticos negam acusações
O prefeito Eduardo Paes diz que não vai comentar informações baseadas em vazamentos de supostas delações não homologadas. De qualquer maneira, nega que tenha praticado ou autorizado qualquer ato ilegal para arrecadação de fundos da sua campanha à reeleição em 2012. Paes reforça que todas as doações foram oficiais, feitas dentro da lei e suas contas de campanha foram aprovadas pela justiça eleitoral.

O governador Pezão não quis comentar informações que ele considera "vazadas e declarações seletivas". Disse ainda que todas as doações de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral e que não praticou ou autorizou ações fora da legalidade.

Em nota, Lindbergh Farias diz que tomou conhecimento neste sábado (10) de uma suposta delação envolvendo o seu nome. "Desconheço a delação citada; não tenho, portanto, como responder algo que não é de meu conhecimento. Reforço que todas as minhas campanhas tiveram suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral e que, recentemente, a Polícia Federal solicitou o arquivamento da investigação aberta após citação semelhante. Tenho a consciência tranquila. Não tenho o que temer".

Já o ex-governador Garotinho se posicionou através de seu blog. O ex-governador Anthony Garotinho publicou que sempre manteve com os diretores da Odebrecht uma relação amistosa e disse que gostaria que o delator Leandro Azevedo informasse o país, o banco e número da conta que teria depositado dinheiro no nome dele ou de rosinha. Anthony Garotinho disse ainda que delação premiada não pode, nem deve servir para cobranças de faturas de obras onde existam divergência entre as partes, muito menos para vingança e que para isso existem esferas competentes.

O RJTV entrou em contato com a assessoria de imprensa do senador Romário, mas ainda não obteve resposta.

Delação: Wagner ganhou relógio de 25 000 dólares


VEJA.com

Segundo Melo Filho, o ex-­ministro da Casa Civil de Dilma recebeu 3 milhões de reais, “de forma oficial e via caixa dois”

A delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho ajuda a elucidar a relação próxima entre o esquema petrolão e os governos petistas.

Um dos aliados mais fiéis da ex-presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner, teve um grande espaço no depoimento dado à força-tarefa da Lava Jato, que VEJA publica na edição atual.

Segundo o delator, os agrados ao politico baiano foram de propinas a relógios caríssimos.

Segundo Melo Filho, o ex-­ministro da Casa Civil de Dilma recebeu 3 milhões de reais, “de forma oficial e via caixa dois”, em 2006, quando venceu a disputa pelo governo da Bahia.

Entre agosto de 2010 e março de 2011, o departamento de propina da Odebrecht repassou 7,5 milhões de reais ao petista, em dez parcelas.

Janot quer apurar vazamento da delação de ex-diretor da Odebrecht


Vazamento do documento que constituiria objeto de colaboração, além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos, avaliou MPF.

Por G1, Brasília

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou na noite deste sábado (10), por meio de nota à imprensa, que solicitará abertura de investigação para apurar o vazamento, para a imprensa, de "documento sigiloso" que seria relativo à colaboração premiada de um dos executivos da Odebrecht, o ex-diretor da empresa, Cláudio Melo Filho.

"O vazamento do documento que constituiria objeto de colaboração, além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos e é causa de grave preocupação para o Ministério Público Federal, que segue com a determinação de apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo", informou o Ministério Público.

Segundo a nota, o Ministério Público Federal "volta a expressar que todo documento de colaboração, para que possa ser usado como prova e para que tenha cláusulas produzindo efeitos jurídicos para o colaborador, somente possui validade jurídica após regular homologação pelo Supremo Tribunal Federal".

No acordo de delação premiada, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrechet, Cláudio Melo Filho, afirma que o presidente Michel Temer atuava de forma muito mais indireta, não sendo seu papel, em regra, pedir contribuições financeiras para o partido, embora isso tenha ocorrido "de maneira relevante" no ano de 2014. Segundo ele, Temer, ainda vice-presidente naquele momento, teria pedido R$ 10 milhões em reunião no Palácio do Jaburu.

A delação do ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, deu mais detalhes de como a propina da construtora era repassada a senadores do PMDB. Em troca do dinheiro, a empresa seria beneficiada em renovações de contratos e propostas de legislação que interessassem à Odebrecht.

No depoimento dado a investigadores da operação Lava Jato, o ex-diretor afirma que o senador Romero Jucá (RR), que recebeu o codinome "caju", era o principal interlocutor da empresa no Senado. O senador tinha o papel de receber e distribuir o dinheiro para o grupo do PMDB na casa.

O ex-diretor também citou políticos de 11 partidos ao explicar o esquema que a construtora usava para ter seus interesses atendidos junto aos governos, entre eles o ex-governador da Bahia e ministro do governo Dilma Jaques Wagner, o atual presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), o deputado federal Marco Maia, do PT, e do senador José Agripino (DEM), entre outros.

Delação: nome de Temer é citado 43 vezes


Nome de Temer é citado 43 vezes em delação de executivo da Odebrecht

Folha de S. Paulo - Letícia Casado, Rubens Valente Camila Mattoso e Débora Álvares

O nome do presidente Michel Temer aparece 43 vezes no documento do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é mencionado 45 vezes e Moreira Franco, secretário de Parceria e Investimentos do governo Temer, 35.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão recentemente, surge em 67 trechos.

O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), apontado como o "homem de frente" das negociações da empreiteira no Congresso, tem 105 menções no relato, um arquivo preliminar, ao qual a Folha teve acesso, do que o ex-executivo vai dizer em depoimento às autoridades da Lava Jato.

Leia mais aqui: Nome de Temer é citado 43 vezes em delação de executivo da Odebrecht - 10/12/2016 - Poder - Folha de S.Paulo


Regionais : MP: Lula enriqueceu com tráfico de influência no governo Dilma
Enviado por alexandre em 11/12/2016 03:05:14

MP: Lula enriqueceu com tráfico de influência no governo Dilma


Teor da mais recente denúncia contra Lula, obtida por VEJA, mostra como o petista 'vendia facilidades' no governo Dilma Rousseff

Veja - Rodrigo Rangel, Laryssa Borges, Hugo Marques

O ex-presidente Lula, réu na Operação Lava-Jato e alvo de sucessivas denúncias de tráfico de influência, corrupção e lavagem de dinheiro, terá um novo encontro com a Justiça. As suspeitas, fortes, são de enriquecimento próprio e de seus familiares a partir da venda de supostas facilidades a grandes empresas e lobistas no governo Dilma Rousseff. Este é o teor da mais recente denúnciaapresentada pelo Ministério Público Federal nesta sexta-feira e obtida por VEJA. Nela, segundo a acusação, Lula atuou em benefício da empresa sueca Saab, fabricante dos caças Gripen, e das montadoras MMC e CAOA a partir da intermediação do casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, alvos da Operação Zelotes. No esquema, Lula se vendia como o homem que mandava e desmandava no governo Dilma. Em troca, recebia repasses por meio de seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva. E-mails, atas de reuniões e agendas do Instituto Lula foram juntados à investigação como prova. Veja as principais descobertas do Ministério Público para encaminhar mais uma acusação criminal contra Lula na Justiça:

Luís Cláudio, o intermediário: O Ministério Público aponta que Luís Cláudio atuou como intermediário de Lula para receber dinheiro do tráfico de influência praticado pelo ex-presidente. De junho de 2014 a março de 2015, o filho caçula do petista aumentou o patrimônio em 770%, sem explicação lícita. Os investigadores mapearam, por exemplo, que Luís Cláudio receberia 4,3 milhões de reais, via LFT Marketing Esportivo, e repassaria parte ao pai político. A deflagração da Operação Zelotes, no entanto, impediu que todos os repasses fossem feitos. Ao final, Luís Cláudio recebeu 2,55 milhões de reais das montadoras Caoa e MMC e da empresa Saab, fabricante dos caças Gripen, clientes da empresa Marcondes&Mautoni (M&M), dos lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

A influência sob o governo Dilma: A acusação imputa a Lula o papel de vender sua influência para tentar “convencer” a então presidente Dilma Rousseff a fechar contrato com a empresa sueca Saab, fabricante dos caças Gripen. “[As montadoras] MMC, CAOA e a SAAB, fraudulentamente, foram levadas a crer que Dilma Rousseff cederia à vendida influência de Lula, favorecendo-as, e bem por isso pagaram milhões de reais à M&M”, diz o MP. A partir de agosto de 2013, Lula vendeu supostas facilidades e “aderiu à divulgação que faziam de que poderia influenciar Dilma Rousseff”. Em um trecho, o ex-presidente é apontado como o único capaz de sobrepor as resistências dos técnicos do Ministério da Fazenda quanto à prorrogação de benefícios fiscais para as montadoras: “Fazenda não quer. Só vai fazer se o Lula mandar fazer”, diz trecho de documento apreendido.

Reuniões no Instituto Lula: Para comprovar o tráfico de influência do ex-presidente Lula, o Ministério Público destaca que Luís Cláudio Lula da Silva acompanhou o lobista Mauro Marcondes em reunião com o petista. O encontro foi na sede do Instituto Lula. Houve outras reuniões de Luís Cláudio e do lobista Mauro Marcondes com o ex-presidente. Uma delas, em 12 de maio do ano passado, se deu enquanto o filho do ex-presidente ainda recebia pagamentos da empresa do lobista. No final de agosto de 2015, Mauro Marcondes encontra Lula novamente, na sede do Instituto, dias depois de ter sido convocado para depois à CPI do Carf, aberta no Congresso Nacional. Em depoimento à Polícia Federal, Lula havia negado peremptoriamente ter se reunido com Marcondes. Os documentos reunidos pela Procuradoria desconstroem a negativa do ex-presidente. Os procuradores sustentam que Lula esteve o tempo todo por trás da relação entre o lobista e Luís Cláudio.

Prorrogação de benefícios fiscais: Além do tráfico de influência na compra dos caças militares, Lula e Luís Cláudio atuaram em benefício das montadoras MMC e CAOA por meio de alterações em uma medida provisória em tramitação no Congresso. A MP 627 prorrogava benefícios fiscais concedidos por outra MP também, segundo o Ministério Público, moldada a partir de propina. Para garantir a aprovação da medida provisória nos moldes dos interesses das empresas, Lula, tratado em mensagens eletrônicas como “LL”, se reuniu com os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, mesmo que as alterações fossem alvo de resistência no governo e, em especial, na equipe econômica. “Mais uma vez a credibilidade da Administração Pública e a seriedade do governo Dilma foram relegadas a um balcão de negócios”, diz a acusação. Trocas de e-mails em poder dos investigadores mostram que, na transação, ficou acordado repasses mensais de propina à empresa Touchdown, de Luís Cláudio. Nas conversas, o tema é tratado como dinheiro ao “futebol americano”. Outro trecho da denúncia, traz uma anotação que mostra a cobrança de Lula fez para que a CAOA transferisse 300.000 reais que estaria devendo para a Touchdown – o repasse foi feito pela empresa de Mauro Marcondes.

Documentos falsos: Conforme a denúncia, uma série de documentos produzidos pelos investigados para justificar as atividades e os pagamentos é falsa. Tanto a empresa de consultoria de Mauro Marcondes e Cristina Mautoni produziu relatórios para a sueca SAAB no ano de 2014, sobre fatos supostamente ocorridos entre 2010 e 2013, quanto o filho de Lula fez uma colagem de informações da internet e da Wikipedia a título de consultoria sobre projetos esportivos. Nas palavras do Ministério Público, “tudo pós-fabricado”.

Dinheiro no exterior: O casal de lobistas amigo de Lula manteve por seis anos uma conta ativa no Citibank, omitida por seis anos das autoridades fiscais brasileiras. A Receita Federal descobriu que, em 2014, eles tinham 56.898,40 dólares numa conta que deveria estar fechada. Eles também enviaram ao exterior, em 2013, duas remessas de dinheiro (546.750 reais e 120.000 reais). Eles compraram um imóvel na região de luxo de Boca Raton, na Flórida, registrado no nome de um filho – e não declarado no Brasil.

Em causa própria


Ricardo Boechat – IstoÉ

Ironia do destino, um dos últimos atos de Sérgio Cabral (foto) no governo do Rio de Janeiro foi subir de três para seis as refeições servidas nos presídios do estado. Agora, ele e a esposa se beneficiam disso. A ex-primeira-dama fluminense Adriana Ancelmo, que ocupa cela de 6m2 no Complexo Penitenciário de Bangu, Zona Oeste carioca, fez na quarta-feira 7 sua primeira refeição. O cardápio foi repetido no jantar: arroz, feijão, farinha, carne branca, legumes, salada, sobremesa e refresco. Cabral, com quem é casada, está no presídio por igual motivo: acusado de receber propinas de empreiteiras.

Comprar jóias caras para lavar dinheiro oriundo da corrupção parece não ter ficado restrita ao casal Sérgio Cabral. A Operação Calicute, que já encarcerou a quadrilha comandada pelo ex-governador investiga semelhantes, sempre com pagamento em espécie, envolvendo outros 15 políticos – oito deles atuais ou ex-deputados estaduais no Rio de Janeiro. A joalheria preferida da turma era a H.Stern.

Assessor de Dilma recebia mesada da Odebrecht

Anderson Braga Dornelles, ex-assessor da Presidente Dilma Rousseff (Joel Silva/Folhapress)

Veja.com.br

Anderson Dornelles, o “Las Vegas”, ex-secretário particular da ex-presidente, teria recebido sete parcelas de 50 000 reais

A ligação do governo petista de Dilma Rousseff com o esquema de corrupção do qual participava a empreiteira Odebrecht está cada vez mais próxima.

De acordo com a delação do lobista Claudio Melo Filho à Lava Jato, que VEJA traz na edição desta semana, o departamento de propinas da empresa pagou sete mesadas, de 50 000 reais cada uma, a Anderson Dornelles, o “Las Vegas”, ex-secretário particular da ex-presidente da República.

“Marcelo Odebrecht se reuniu com Anderson Dornelles, que trabalhava com a senhora presidente Dilma Rousseff e era responsável pela agenda de trabalho da mesma. Marcelo recebeu um pedido de apoio financeiro a Anderson, autorizando que se realizassem os pagamentos de 50 000 reais”, relatou o ex-executivo da empreitera.

Urgente : A Odebrecht expõe ao pais o subsolo do abismo
Enviado por alexandre em 11/12/2016 02:58:28


Josias de Souza

A Lava Jato eliminou a ideia de que o Brasil estava condenado a viver à beira do abismo. A operação fez desaparecer a noção de borda. O país escorregou para dentro do precipício. A delação da Odebrecht, que chega ao noticiário em conta-gotas, leva o brasileiro para um outro patamar, bem mais profundo. Com suas revelações devastadoras, os corruptores da maior construtora brasileira expõem à nação o subsolo do abismo. É onde se aloja o insondável. O Brasil está sendo apresentado, finalmente, ao magma que o pariu. No subterrâneo do abismo, o sonho de “estancar a sangria” tornou-se um pesadelo hemorrágico.

Visto de baixo, o governo de Michel Temer ganhou a aparência de um empreendimento precário. Todos sangram. O próprio presidente aparece nas delações requisitando uma odebrechtiana de R$ 10 milhões. Seus amigos e correligionários do PMDB plantam bananeira na areia movediça: Padilha, Moreira, Geddel, Jucá, Renan… Candidatos do Planalto às presidências do Senado e da Câmara, Eunício e Maia são pavios acesos. Aliados como Aécio, Serra e até Alckmin, “o santo”, brincam na lama depois de se banhar nas águas do impeachment.

Tornou-se impossível prever como o governo Temer chegará a 2018. Difícil dizer até mesmo se chegará tão longe. O futuro chega tão rápido que já está atrás de nós. Em 3 de maio de 2015, Emílio Odebrecht, o patriarca da construtora, anotou o seguinte num artigo:

''A corrupção é problema grave e deve ser tratado com respeito à lei e aos princípios do Estado democrático de Direito, mas é fundamental que a energia da nação, particularmente das lideranças, das autoridades e dos meios de comunicação, seja canalizada para o debate do que precisamos fazer para mudar o país. Quem aqui vive quer olhar com otimismo para o futuro —que não podemos esquecer—, sem ficar digerindo o passado e o presente.''

Nessa época, Emílio cobrava, estalando de pureza moral, “uma agenda clara de crescimento com desenvolvimento para o Brasil.” E seu filho, Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, dizia que não seria delator porque não tinha o que delatar. Desnudados pelos investigadores, pai, filho e os santos espíritos da Odebrecht despejam sobre o presente revelações de um passado que leva o país a desacreditar do futuro.

Conselho útil: aperte os cintos. Com a delação da Odebrecht, o Brasil está aterrissando no subsolo do abismo. O PT celebra a chegada de companhia. Quem olha ao redor percebe por que o Brasil é o mais antigo país do futuro em todo o mundo.

Aécio pediu R$ 1 milhão para Agripino Maia


O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também está na delação premiada de Claudio Melo Filho, o diretor da Odebrecht em Brasília que decidiu implodir Michel Temer e seus principais aliados, como Eliseu Padilha e Romero Jucá.

Segundo Melo Filho, o presidente nacional do PSDB pediu à Odebrecht que desse R$ 1 milhão em ajuda financeira ao senador Agripino Maia (DEM-RN) como contrapartida por seu apoio na eleição presidencial de 2014.

Esta, no entanto, não é a acusação mais grave. A Odebrecht também diz ter pago despesas pessoais de Aécio por meio de seu marquteiro Paulo Vasconcellos, que seria seu caixa informal..(Minas 247)

Veja mais apelidos de políticos que pegavam propina


Em relato ao Ministério Público Federal, ex-executivo da empreiteira relatou pagamentos de propina e expôs por quais apelidos os políticos eram chamados.

Boca mole, todo feio, angorá, missa, botafogo, gripado entre outros

Por G1, com informações da Jornal Hoje

Ex-executivo da Odebrecht conta os apelidos de cada político envolvido no esquema

Nas oitenta e duas páginas entregues ao Ministério Público Federal, o ex-vice-presidente institucional da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, contou às autoridades da Operação Lava Jato como a empresa fazia doações de caixa dois a políticos e acabou revelando os apelidos pelos quais eles eram chamados dentro da empreiteira.

As inspirações são as mais diferentes. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), era conhecido como "Caju". O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), era o "Missa". O senador José Agripino (DEM-RN), era o "Pino" ou "Gripado", em alusões ao sobrenome.

Os times de coração foram lembrados para os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamado de "Botafogo", e Marco Maia (PT-RS), o "Gremista".

Outros apelidos são curiosos, como o do senador, Renan Calheiros (PMDB-AL), o "Justiça", dos ministros Eliseu Padilha, o "Primo", e Moreira Franco, o "Angorá", todos do PMDB.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) era o "Cerrado". O ex-senador pelo PTB, Gim Argello, era conhecido como "Campari". O ex- senador pelo PT, Delcídio do Amaral, era o "Ferrari".

Tem ainda os ex-ministros Jaques Wagner, do PT, chamado de "Pólo" e Geddel vieira lima, do PMDB, o "Babel".

A lista da Câmara dos Deputados é variada. O deputado cassado, Eduardo Cunha, do PMDB, era o "Caranguejo". O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) era conhecido como o "Corredor". Antônio Brito (PSD) tinha o apelido de "Misericórdia".

Arthur Maia (PPS) era o "Tuca". E tem ainda o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o "Boca Mole". E o ex-deputado pelo PL Inaldo Leitão, conhecido como o "todo feio".

Delator: Temer pediu doação pessoalmente no Jaburu


Delação de ex-diretor da Odebrecht atinge Temer e cúpula do PMDB

Cláudio Mello Filho disse que o presidente pediu, em 2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht. Presidência disse repudiar delação.

Por G1. com informação do Jornal Hoje

Delator da Odebrecht cita Michel Temer e outros políticos em delação.

No acordo de delação premiada, o ex-diretor de relacões institucionais da Odebrechet Cláudio Mello Filho dedica um capítulo ao relacionamento que tinha com o presidente Michel Temer. Os relatos fazem parte de um depoimento de 82 páginas que ele deu ao Ministério Público, no qual fala sobre doações da empresa a políticos.

A informação de que Temer solicitou dinheiro à Odebrecht está em material entregue pelo executivo nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo.

O ex-diretor afirmou que Temer atuava de forma "muito mais indireta, não sendo seu papel,em regra, pedir contribuições financeiras para o partido, embora isso tenha ocorrido de maneira relevante no ano de 2014".

No entanto, segundo Cláudio , ao menos uma vez Temer pediu doações pessoalmente. Foi durante um jantar no palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República. Também estavam presentes, segundo ele, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Cláudio disse: "eu participei de um jantar no Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu padilha, atual ministro da Casa Civil. Michel temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014".

O delator afirma ainda que ele e Odebrecht foram recebidos no palácio por Padilha e, como Temer ainda não tinha chegado, ficaram os três "conversando amenidades em uma sala à direita de quem entra na residência pela entrada principal". "Após a chegada de Michel Temer, sentamos na varanda em cadeiras de couro preto, com estrutura de alumínio", completou.

Melo Filho também disse que, no jantar, Marcelo Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 10 milhões. Ele afirmou ainda que o local escolhido para o encontro foi "claramente" uma opção para dar mais "impacto" ao pedido de Temer.

"Acredito que, considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião", afirmou o delator ao Ministério Públcio.

"Inclusive, houve troca de e-mails nos quais marcelo se referiu à ajuda definida no jantar, fazendo referência a temer como "MT", completou.

O ex-diretor disse que, do total de R$ 10 milhões prometido por Marcelo Odebrecht em atendimento ao pedido de Michel Temer, Eliseu Padilha ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões.

"Compreendi que os outros R$ 6 seis milhõess, por decisão de Marcelo Odebrecht, seriam alocados para o Paulo Skaf, na época candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB", explicou Melo Filho.

Ainda segundo o delator, os R$ 4 milhões foram destinados a Padilha, sendo que um dos endereços para entrega foi o escritório de advocacia de José Yunes, hoje assessor especial da Presidência da República, o que deixa a entender que o repasse foi em dinheiro vivo.

Leia íntegra clicando aí: Delação de ex-diretor da Odebrecht atinge Temer e cúpula do PMDB ...

Padilha centrava arrecadações do PMDB na Câmara


Segundo Cláudio Melo, Temer e Moreira Franco também comandavam núcleo do PMDB na Câmara. Os três negam afirmações de ex-diretor da Odebrecht.

Por G1, com informações do Jornal Hoje

Delator da Odebrecht fala sobre relação entre a empreiteira e a Câmara Federal

Nas negociações para o acordo de delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Mello Filho afirma que o núcleo político organizado do PMDB na Câmara era historicamente liderado pelo presidente Michel Temer, quando ainda era deputado federal.

Esse núcleo era formado também por Eliseu Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil e Moreira Franco, outro com cargo de destaque no Palácio do Planalto.

“Pelo que pude perceber ao longo dos anos, a pessoa mais destacada desse grupo para falar com agentes privados e centralizar as arrecadações financeiras é Eliseu Padilha, conhecido pelo codinome ‘primo’”, disse Cláudio nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

“Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos”, afirmou.

Eliseu padilha disse que a acusação é mentirosa e que não foi candidato em 2014. O ministro afirmou que nunca tratou de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja.

Claudio Melo Filho também disse às autoridades que Geddel Vieira Lima, de codinome “babel”, ex-secretário de governo de Temer, “também possui influência dentro do grupo, interagindo com agentes privados para atender seus pleitos em troca de pagamentos”.

O ex-diretor falou que na ocasião do aniversário de cinquenta anos de Geddel, em março de 2009, “demos, em nome da Odebrecht, um presente relevante a ele. Compramos um relógio Patek-Philippe, modelo Calatrava, que foi enviado juntamente com um cartão assinado por Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht e eu”.

Cláudio anexou a foto do relógio ao acordo de delação.

Ele falou também das reclamações de Geddel. “Apesar dos pagamentos frequentes, sempre me disse que poderíamos ser mais generosos com ele. Geddel sempre me dizia que se considerava um ‘amigo da empresa’ e que isso precisava ser mais bem refletido financeiramente”, afirmou.

Cláudio diz que em 2006, a pedido de Geddel, foram realizados pagamentos por meio de contribuições oficiais e também pagamentos não declarados via caixa dois. “Os pagamentos realizados atingiram R$ 1 milhão aproximadamente”, disse. “Durante a disputa de Geddel ao cargo de governador da Bahia na campanha de 2010, a pedido de Geddel, solicitei e ocorreu um pagamento entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão”.

O melhor amigo de Temer


A delação premiada de um dos executivos da Odebrecht que cita repasses irregulares para a cúpula do governo Temer casa com algumas das perguntas feitas por Eduardo Cunha ao presidente da República.

Sergio Moro vetou 21 indagações de Cunha a Temer. Duas coincidem com a informação do dirigente de que levou dinheiro ao escritório de José Yunes. “Qual sua relação com o sr. José Yunes?”, Yunes já “recebeu alguma doação de campanha?”, questionou o ex-deputado.

Presidente municipal do PMDB de São Paulo, José Yunes é o melhor amigo e um dos mais próximos auxiliares de Temer. (Painel - Folha de S.Paulo)

Regionais : Delações preocupam Temer e ordem no governo é 'esperar poeira baixar'
Enviado por alexandre em 11/12/2016 02:46:15


Preocupado com os efeitos que a delação da Odebrecht pode causar em seu governo, o presidente Michel Temer pediu cautela a aliados para analisar os detalhes das denúncias que o levavam, junto com seus principais auxiliares, ao centro da Operação Lava Jato.

Segundo assessores do presidente, a ordem é "esperar a poeira baixar" antes de traçar prognósticos.

Aliados de Temer reconhecem que o momento é delicado, já que as denúncias envolvem o governo como um todo e, por isso, defendem, é preciso avaliar a extensão das delações para não tomar "decisões precipitadas".

Segundo integrantes do Planalto, Temer é um político experiente e está tranquilo. Ele tem conversado com os assessores mais próximos, inclusive aqueles citados nas delações, mas quer evitar imprimir qualquer caráter de reunião emergencial a possíveis encontros durante o fim de semana.

O peemedebista voltou a Brasília de sua primeira viagem ao Nordeste como presidente na noite de sexta-feira (9), quando o site de notícias BuzzFeed divulgou a informação, confirmada pela Folha, de que um ex-executivo da Odebrecht envolvia Temer e seus principais aliados na Lava Jato. Desde então, ele tem acompanhado os desdobramentos das denúncias.

Em acordo de delação premiada, Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht, afirmou ter entregado em 2014 dinheiro no escritório de advocacia de José Yunes, amigo e assessor de Temer.

Os recursos, segundo o ex-executivo da empreiteira, faziam parte de um valor total de R$ 10 milhões prometidos ao PMDB na campanha eleitoral daquele ano de maneira não contabilizada oficialmente.

Ainda de acordo com Melo Filho, o dinheiro foi negociado em um jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, com a presença de Temer, do atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo e preso em Curitiba.

Além de Temer, Padilha e Yunes, o ex-executivo cita ao menos outros 20 políticos, entre eles, o secretário de Parcerias e Investimentos do governo, Moreira Franco, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Todos negam ter cometido qualquer irregularidade.

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, por sua vez, disse que a contribuição de campanha acertada com Marcelo Odebrecht, no valor de R$ 10 milhões, foi feita por meio de transferência bancária e registrada na Justiça Eleitoral, referente à campanha eleitoral de 2014, e que não houve recebimento destes recursos em dinheiro.

Em relação ao assessor José Yunes, a assessoria da Presidência da República disse que ele nega ter recebido da Odebrecht qualquer quantia em dinheiro na campanha de 2014 e que não se reuniu com Cláudio Melo Filho em seu escritório, em São Paulo.

Em nota oficial divulgada na sexta, Temer afirmou repudiar "com veemência as falsas acusações".

"As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa dois, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente", diz a nota assinada pela assessoria do Planalto.

Folha de S. Paulo

Política : QUEDA DE BRAÇO
Enviado por alexandre em 11/12/2016 02:43:33


'Crise entre Legislativo e Judiciário é a maior da história recente do país', diz historiador Boris Fausto

Foto: Bel Pedrosa

Para historiador Boris Fausto, crise entre Legislativo e Judiciário é a maior da história recente do país

Aos 86 anos, o historiador e cientista social, três vezes ganhador do prêmio Jabuti (de literatura), referia-se à recusa do senador Renan Calheiros em obedecer a uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou seu afastamento da presidência  Senado após se tornar réu - em um dos 12 inquéritos que enfrenta.

Nesta terça-feira, a decisão de Marco Aurélio foi submetida ao conjunto de ministros no plenário do STF. O resultado se inverteu e Renan foi mantido no cargo - apesar de não poder mais figurar entre os possíveis sucessores imediatos do presidente Michel Temer.

"É um arranjo estranho. Uma fórmula para diminuir o fogo da crise. Mas não elimina a crise", avalia Fausto.

À BBC Brasil, o historiador elogiou a Operação Lava Jato e comentou o que classifica como "riscos" das manifestações de rua e das 10 medidas contra a corrupção. Fausto também comparou o momento atual e o do golpe militar de 1964 e ainda avaliou o governo Temer ("que não sabemos se chega ao fim").

E deu um recado ao juiz Sergio Moro - que nos últimos dias voltou a despertar controvérsia graças a uma foto em que aparece, rindo, ao lado do senador Aécio Neves (PSDB).



"Se eu pudesse dar um conselho, do alto de muitas décadas de experiência, eu diria a ele: 'Não apareça muito, do alto da sua função. Não é prudente. Não acho bom'."

Leia os principais trechos da entrevista:



BBC Brasil - Numa perspectiva histórica, como avalia a recusa de Renan Calheiros à determinação do ministro Marco Aurélio pelo seu afastamento da presidência do Senado?



Boris Fausto - É uma coisa gravíssima. Este desencontro entre a mesa do Senado e o Supremo, embora todos os ministros não apoiassem a resolução de afastar o Renan, mostra que entramos em uma nova fase: a crise do funcionamento das instituições.



Até aqui, dizia-se que as instituições estavam preservadas e que o trabalho da Lava Jato prosseguia. Mas, agora, ultrapassamos este momento, e a harmonia entre poderes começa a ruir. Isso ocorre justamente quando todas as apurações (sobre corrupção) que vêm desde o impeachment estão se processando. É uma situação de enorme desestabilidade.



BBC Brasil - Como avalia a reviravolta desta terça-feira do plenário do Supremo, que optou pelo manutenção de Calheiros na presidência do Senado, mas fora da linha sucessória da Presidência da República?



Boris Fausto - É um arranjo estranho. É uma fórmula para diminuir o fogo da crise. Mas não elimina a crise. Resolve neste momento, supera-se esta situação específica. Mas uma saída como esta, que contraria inclusive decisões anteriores, é evidentemente um arranjo para resolver uma situação. Pelo que percebo, não é uma boa coisa.



BBC Brasil - Há exemplos semelhantes a este descompasso entre Legislativo e Judiciário na história brasileira?



Boris Fausto - Não me ocorrem. Com esta gravidade, com este impacto, a crise entre Legislativo e Judiciário é a maior da história recente do país.

BBC Brasil - E o que pode acontecer quando um poder desobedece ao outro? A quem a sociedade pode recorrer?



Boris Fausto - Este é um choque na cúpula das instituições. Então não tem quem resolva, a não ser eles próprios. É preciso que haja bom senso entre os poderes.



Tudo isso é um produto direto do ambiente difícil que estamos vivendo. É uma transição muito dolorosa. A oposição (PT e partidos aliados) está claramente usando esta crise como pretexto para jogar a segunda votação da PEC do teto dos gastos para depois do recesso parlamentar. Isso é nítido, eles estão muito felizes.



BBC Brasil - E, de outro lado, PMDB e políticos da base aceleram esta votação em meio à mesma turbulência...



Boris Fausto - Pois é. E, no meio de tudo isso, há uma enorme pressão social, fundamentalmente positiva. É ela que tem sustentado a apuração de atos de corrupção e que pressiona pelo afastamento de corruptos. Mas isso envolve certos riscos. As manifestações de rua podem continuar, mas não vão apontar uma saída. Além disso, há sempre o risco de que parte do Judiciário tome decisões ouvindo diretamente a voz das ruas, e isso é sempre discutível.



BBC Brasil - Por que é discutível?



Boris Fausto - É discutível porque a voz das ruas tem um ímpeto que não é próprio àquele que julga, que interpreta fatos à luz da legislação. A voz das ruas é movida por paixão, não necessariamente por razão.



BBC Brasil - Falando nas ruas: os protestos também revelam um forte descontentamento com a política e com os políticos, o que não ocorre só no Brasil.



Boris Fausto - A desmoralização dos políticos é visível há muito tempo. E os políticos que estão no poder não fazem nada para restaurar a confiança. Ou fazem muito pouco. Volta e meia o Congresso surpreende a sociedade com decisões que vão no sentido oposto daquilo que a sociedade esta pleiteando. Isso se liga a um problema de crise de lideranças.



Uma das razões é que a política virou um negócio, que pode ser atraente para negociantes, mas não para os preocupados com valores, princípios. Desse vácuo surgem os personagens do mercado, como Donald Trump, no embalo da ilusão de que homens de fora da política possam realizar aquilo que os políticos não podem.



BBC Brasil - Isso é novidade?



Boris Fausto - Isso é um velho sonho no Brasil. O sonho do governo dos técnicos. Surgiu ligado ao movimento dos tenentes, na década de 1920, sobretudo quando partilharam o poder com Getulio Vargas na década de 1930. Eles defendiam conselhos técnicos de governo, um governo inspirado em regras, naquilo que é correto, e isso era claramente uma posição antipolítica, como a de agora.



BBC Brasil - E o governo Temer até agora, como avalia?



Boris Fausto - O que mais pesa na personalidade dele são os muitos e muitos anos que viveu como negociador de bastidores. De repente vem a guinada para a Presidência da República - e mais, numa situação política e econômica muto complicada.



Não é da noite para o dia que uma pessoa consegue mudar seu papel. Se ele quer deixar algum legado nesta presidência meteórica que a gente não sabe se vai chegar ao fim, ele tem que aprovar algumas coisas. Reforma da previdência, teto de gastos, tudo isso são coisas que marcam. Mas ele não parece ser um homem talhado para fazer tantas mudanças. Precisaria ser alguém com muita legitimidade, muita autoridade, para que as pessoas ouvissem, entendessem e aceitassem o seu discurso.



BBC Brasil - As reformas que o senhor citou - previdência, teto de gastos, etc. - são temas urgentes há bastante tempo, mas foram deixados de lado por todos os presidentes eleitos na última década, salvo políticas pontuais. Por que justamente Temer, que não teve o voto popular, decidiu levá-las à frente?



Boris Fausto - Fernando Henrique Cardoso tentou uma reforma da previdência mais profunda, mas perdeu no Congreso por um voto. Outros fizeram algumas coisas aqui e ali, como você diz, mas nenhum ousou enfrentar o problema. Gente eleita sempre toma atitudes pensando na sua massa de eleitores, em como será a reação deles. Então, os presidentes iam adiando. O governo Temer começa diferente e alguma coisa ele tem que fazer, porque ele não pode passar em branco.



BBC Brasil - A situação atual remete o senhor a outros momentos críticos do país? O contexto em 1964 (ano do golpe militar) era similar, diferente?



Boris Fausto

Na visão do historiador, Temer precisa fazer algo para não passar em branco


Boris Fausto - Este é um tema bom, porque a gente tem que que fazer distinções. A crise de agora é mais grave como crise do que a de 1964. Mas o quadro brasileiro é bem mais estável e a sociedade, mais madura. A Guerra Fria acabou. Essa arma do comunismo, que ainda é jogada por alguns, nao é mais relevante.



Vivemos outra conjuntura. E há, mal ou bem, um horizonte democrático. Meio fragilizado nos últimos tempos, mas existe. Vou repetir uma frase já batida, mas que é boa. A maioria de nós hoje sabemos de cor os nomes de todos os ministros do Supremo. Quem sabe os nomes dos chefes militares? Há uma diferença imensa. Não dá para comparar.



BBC Brasil - O senhor quer dizer que, em 1964, as pessoas sabiam quem eram os chefes militares?



Boris Fausto - Ah, sabiam. Sabiam. Todo mundo sabia quando o ministro da Guerra ia ao hospital, por exemplo. Com todo o risco que enfrentamos agora, nós podemos ser muito mais esperançosos do que naquela época. É essa minha impressão pessoal.



BBC Brasil - Desde o impeachment, passando por decisões polêmicas da justiça federal do Paraná, muita gente fala no fim da democracia no Brasil. Qual é a sua opinião?



Boris Fausto - É um discurso de má fé, sinceramente, vindo de quem já foi visado e já teve suas principais figuras presas ou envolvidas em escândalos, etc.



Mas existem riscos, uma judicialização da política. Há excessos em alguns jovens promotores, alguns não tão jovens assim. Na lista das 10 medidas contra a corrupção proposta pelo Ministério Público havia coisas perigosas, como colher provas ilegais para fins legais ou o tal teste de honestidade para pessoas contratadas. Isso é preocupante, por melhores que sejam as intenções.



Mas, no conjunto, eu diria que o Judiciário foi forçado a entrar nessa pela falência total do Legislativo e do Executivo. O Legislativo andou parado por muito tempo, em inércia total. O Ministério Público, o Supremo, os juízes, eles preencheram este vazio. Sobretudo pelo seguinte: quem é que já viu uma tentativa tão grande de transformação dos nossos costumes políticos e empresariais? Prisões de poderosos, repatriação de bens desviados... Quem conseguiu, na história do Brasil, fazer isso? Coisas que nunca imaginamos estão acontecendo.



Sérgio Moro

Para historiador, juiz federal Sérgio Moro está muito em evidência e aconselha
que ele apareça menos



BBC Brasil - O senhor falou em judicialização da política e em riscos. Refere-se a que episódios?



Boris Fausto - Houve um ministro do Supremo Tribunal, José Linhares, que assumiu antes das eleições, em 1945, na redemocratização. Mas se notabilizou por distribuir cartórios a parentes e amigos. Então você vê que os males vêm de longe. E, veja, não digo que dona Cármen Lúcia (presidente do STF) faria uma coisa dessas. Longe disso.



Mas temos sinais do que pode ocorrer. Por exemplo, algo que sou insuspeito para falar, porque tenho uma visão negativa sobre esta figura. A condução coercitiva de Lula foi exagerada. E eu sou insuspeito. Quando os promotores fizeram aquele esquema, colocando Lula lá em cima sem provas contundentes, também não é bom. Estes são, então, os riscos da ação de uma gente de boa fé, mas que pode se precipitar em excessos, que podem crescer. Mas, repito: o pretexto dos excessos não deve ser usado. Não há proporção entre o que foi feito de bom para o país e estes excessos pontuais cometidos.



BBC Brasil - Enquanto conversamos, circulam com velocidade enorme nas redes sociais fotos do juiz Sergio Moro ao lado do senador Aécio Neves, citado em diversas delações premiadas, rindo juntos em um evento promovido por uma revista em São Paulo. Qual é sua opinião?



Boris Fausto - É melhor evitar. Não acho que isso influencie nos julgamentos, porque Aécio tem foro privilegiado. Mas convém evitar.



O Moro está muito em evidência. Se eu pudesse dar um conselho, do alto de muitas décadas de experiência, eu diria a ele: "Não apareça muito, do alto da sua função. Não é prudente Não acho bom".



BBC Brasil

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