Resenha Política : Resenha Políitca por Robson Oliveira
Enviado por alexandre em 07/12/2016 00:50:36

Resenha política

Robson Oliveira



Ego

Há muito boato em relação à equipe do secretariado do prefeito eleito de Porto Velho, Hildon Chaves. Anteontem, em conversa com a coluna, o prefeito avisou que não fechou ainda os nomes do primeiro escalão e avalia cada um do ponto de vista técnico. O que o está irritando é, ao sondar a pessoa, minutos depois o nome é vazado para mídia pelo próprio convidado por pura vaidade. E pessoas com ego superlativo não se enquadram no perfil do futuro prefeito.



Limite

Os primeiros dados das contas da prefeitura da capital que a coluna conseguiu acesso indicam uma situação de preocupação para Hildon Chaves. A administração da capital está inchada com mais de treze mil servidores e o custeio da máquina ultrapassou o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Mauro Nazif aguarda a liberação dos recursos arrecadados com o repatriamento dos recursos enviados indevidamente ao exterior para não fechar as contas no vermelho. A situação é preocupante e exigirá do futuro prefeito muito esforço para equilibrar as contas.



Fiero

Ao homenagear o saudoso jornalista Paulo Queiroz com um prêmio de jornalismo, a Federação Estadual das Indústrias de Rondônia homenageia a todos nós profissionais do batente. Paulo foi o jornalista mais brilhante que viveu entre nós. Poucos souberam descrever com tanta competência e refinamento a crônica política rondoniense. Um intelectual da melhor qualidade.



Calote

A informação de que um sindicato teve a sede social penhorada por não quitar honorários com uma banca advocatícia, contratada para defender os interesses de seus sindicalizados (com êxito), poderia ser uma notícia comum caso o sindicato em questão não fosse o dos serventuários da justiça estadual. Diz o ditado: casa de ferreiro espeto de pau.



Aposentadoria

A mais nova mudança das regras da aposentadoria demonstra o desprezo dos governantes com quem passou a maior parte da vida dedicando suas energias com muito trabalho ao crescimento do país. Dizer que os problemas do desajuste contábil das contas públicas são dos velhinhos é uma tremenda covardia. Nossos políticos e autoridades foram lenientes com eventuais abusos ocorridos na previdência social, em particular com os ralos, os roubos e as aposentadorias precoces, e, agora, culpam a todos os aposentados. Este é um bom tema para protestar nas ruas, pois de nada adiantará requerer esse direito na beira da cova.



Sacolejando

A operação feita hoje (6) pelo Gaeco do Ministério Público Estadual, que afastou o prefeito de Pimenta Bueno, Henrique Mendonça, pode revelar muito mais do que veio à tona. Pelo menos esta é a opinião de quem conhece as entranhas da administração municipal do irmão de Kaká Mendonça, ex-deputado estadual encalacrado até o pescoço com outros fatos referentes ao Legislativo Estadual. Se sacolejar, cai muita gente!



Disputa

Um grupo formado por 14 vereadores eleitos discute a formação da futura mesa diretora da Câmara Municipal. O problema é que todos eles querem ser o presidente, daí que o grupo tende a se dispersar. Maurício Carvalho e Alan Queiroz trabalham para ser ungidos e pelas articulações dos bastidores em andamento vão terminar sendo rifados pelos mais espertos. Partido que tem dois candidatos não tem nenhum. É o que ensina a lenda!


Crise

O afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB) da presidência do Senado provocou uma crise enorme com o Palácio do Planalto, em particular contra o principal estrategista do governo Temer, Moreira Franco. Calheiros credita ao auxiliar de Temer sua defenestração da presidência do Senado. Embora não explique de que forma o ministro do Executivo tenha influenciado na liminar concedida por um ministro do STF. Franco está na mira de Calheiros e Cunha e começa a ser problema para o presidente da república. Na capital federal o clima é de tensão. Há uma expectativa de novas buscas e apreensões nos gabinetes e residências de senadores determinadas pelo Supremo. O início do recesso judiciário é tudo o que nossos congressistas almejam!


Regabofe

O tradicional jantar natalino em homenagem aos profissionais da imprensa de Rondônia, promovido há dezoito anos pelo senador Valdir Raupp, está marcado para o próximo dia 16 (sexta-feira). O local ainda não foi confirmado.

Painel Político : Polícia Federal investiga desvios no FITHA em Rondônia
Enviado por alexandre em 07/12/2016 00:49:26

E ainda, entenda a situação da CAERD em números e veja porque não é vantagem para a população a empresa ser privatizada

Olha essa

O novo prefeito de Porto Velho já tem um problema a enfrentar logo de cara, chamado Caerd. Hildon Chaves pretendia (e digo no passado) implantar uma Parceria Público Privada (PPP) para resolver o problema de saneamento da capital. Não vai conseguir e explico. A Caerd detém a concessão de exploração dos serviços de água e saneamento pelos próximos 15 anos e ela está à venda. Quem comprar, se conseguir, não vai querer perder esse filé. E não, não é “carne de pescoço” como andam falando por ai em textos publicados na internet arguindo que “a empresa é inviável”. Como todos sabem, números não mentem, então vamos a eles.

Dados

A Caerd vem sendo propositalmente inviabilizada para que seja vendida à preço de banana no mercado. Em 2010 a receita da empresa era de R$ 88 milhões, em 2011 R$ 97 milhões, em 2012 saltou para R$ 103 milhões, em 2013 foi para R$ 107 milhões, em 2014 R$ 115, 2015 caiu para R$ 112 e até agosto desse ano não havia chegado aos R$ 55 milhões. A tal “gestão compartilhada”, que assumiu em 2000 e ficou até 2010 aumentou de 116 mil ligações para 178 mil, e isso representou um aumento de R$ 26 milhões para aproximadamente R$ 94 milhões. Em 2000 a companhia tinha 637 funcionários e em 2010 foi entregue com 536, sendo 4 comissionados. Em 2013, após o concurso esse número foi para 717 efetivos e 6 comissionados e em 2016, após a transposição de 76 servidores a companhia tem 618 efetivos e 115 comissionados.

Quer mais números?

Vem comigo. Em 2000, o Governo do Estado entregou a empresa para gestão compartilhada (governo, sindicato e trabalhadores). A companhia estava na época com as contas bloqueadas por força de 9 ações civis públicas, do MP/RO. Sendo 1 ação civil pública, para cada cidade: Pimenta Bueno, Presidente Médici, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Ouo Preto, Rolim de Moura, Colorado e Espigão D’Oeste. Passou por 96 dias em greve, 5 meses de salários atrasados, benefícios e falta de treinamento dos funcionários e de material e condições de trabalho. A empresa devia R$ 48 milhões em ações trabalhistas, R$ 124 milhões em encargos sociais, R$ 7 milhões a fornecedores e R$ 4 milhões em folha de pagamento. Devia aproximadamente R$ 185 milhões e tinha de arrecadação R$ 36 milhões em ligações particulares, R$ 23 milhões com poder público – órgãos federal, estado e municípios (que também atrasava os pagamentos), ou seja, se todos pagassem em dia, a empresa teria no máximo uns R$ 60 milhões no caixa. Portanto, percebe-se que hoje ela está longe de ser inviável.

Mas, porque querem vender?

O motivo é bem simples, o governo quer se livrar de gestão. A empresa precisa de funcionários, que geram encargos, que por sua vez acumulam penduricalhos e brigam politicamente por cargos e por ai vai, a mesma ladainha de sempre. O problema é que, por mais desastrosa (propositadamente) que esteja sendo a gestão de Iacira Azamor e sua trupe de comissionados, a empresa vem sobrevivendo. O problema da Caerd não é a empresa, são os gestores indicados politicamente. O melhor para a população de Porto Velho nessa altura do campeonato, seria a companhia se manter pública, executar as obras que precisa, investir em novas ligações e fazer parceria com a prefeitura. Isso o Tribunal de Contas não vê…e parece que o Ministério Público também não.

Água e saneamento

Estão virando um dos maiores negócios da atualidade, e é no mínimo uma irresponsabilidade manter Iacira no comando da empresa, sendo que absolutamente todos os indícios apontam para uma gestão claramente focada em destruir a empresa. Enquanto isso a população sofre com a falta de investimentos. Chega a ser criminoso. Se água e saneamento não dessem lucro, não teria tanta gente querendo entrar nesse segmento. Abre o olho TCE.

Caos

O Brasil está virado de ponta a cabeça, institucionalmente falando. A Constituição virou lenda, o Supremo Tribunal Federal está altamente politizado e Congresso e Executivo nunca estiveram tão fragilizados. A Bolívia parece ser um país sério perto do Brasil dos últimos tempos. Nem nos piores momentos, os “patrícios” tiveram tanta instabilidade como nós tivemos em 2016. Lamentável.

Vai tremer

Rondônia vai se surpreender com revelações que virão à tona em operações que devem acontecer em breve no Estado. Um dos focos de investigação está na gestão do Fundo de Infraestrutura, Transportes e Habitação – FITHA e pega muita gente. De deputado estadual a secretários de governo. E sabem (perdoem o trocadilho) quem passou a “fita”? O prefeito preso de Vilhena, José Rover.

A fé ativa mesma área no cérebro que o sexo e as drogas

As experiências espirituais e religiosas ativam o circuito de recompensa do cérebro. De acordo com um estudo publicado terça-feira na revista científica Neuroscience social, a área é a mesma ativada pelo amor, pelo sexo, pelos jogos de azar, pelas drogas e pela música. No estudo, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, realizaram um experimento com 19 jovens e adultos que seguem a religião Mórmon. Os pesquisadores selecionaram um grupo de participantes que tinham maior probabilidade de experimentar sentimentos espirituais reconhecíveis em um ambiente controlado. Por isso, todos os participantes relataram experimentar sentimentos espirituais, frequentavam a igreja regularmente e eram ex-missionários religiosos. Os exames de ressonância magnética revelaram que os sentimentos espirituais ativaram o núcleo accumbens, região responsável pelo processamento dos circuitos de recompensa. Isso mostra que as experiências religiosas e espirituais ativam os mesmos circuitos de recompensa do cérebro que o amor, o sexo, o jogo, as drogas e a música. Outra área ativada pela experiência espiritual foi o estriado. Essa região já tinha sido associada com a prática em estudos anteriores.

Regionais : Polícia cumpre reintegração posse de fazendo ocupada por movimento sem terra em Mirante da Serra
Enviado por alexandre em 07/12/2016 00:48:20


Cerca de 100 famílias foram retiradas de uma fazenda localizada na linha 76 do município de Mirante da Serra. A decisão emitida determinou a reiteração de posse para o dono da fazenda.

A operação comandada por aproximadamente 50 policiais militar e policia ambiental alem da presença do conselho tutelar e agente da ação social, a desocupação foi de uma forma ordeira, os ocupantes desmontam acampamentos e se deslocam em um sitio vizinho alugado pelos próprios assentados.

A ocupação da fazenda Boitenta foi invadida pelos sem terras a aproximadamente 6 meses por familiares de vários lugares do restado de Rondônia, cerca de 100 (cem) família planejava colonizar a fazenda. A operação iniciou nesta terça feira (06) e terminou de forma pacifica afirma a comando da policia militar.






Por: miranteonline.com.br

Fotos: Izaias de Nazaré

Regionais : Ensino ostentação: veja como é o dia a dia dos alunos nas faculdades de elite em SP
Enviado por alexandre em 06/12/2016 22:22:17




Mensalidades acima de R$ 3.000, festas luxuosas, viagens internacionais, restaurantes e cafés famosos dentro da faculdade. Para alunos das universidades de elite de São Paulo, esses aspectos fazem parte da rotina de estudos e diversão.

Na FGV (Fundação Getulio Vargas), estudantes de administração de empresas chegam a pagar R$ 3.350 por mês no curso. Alunos da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) promovem festas de formatura que custam quase R$ 3 milhões, com direto a show da Ivete Sangalo.

Veja a seguir essas e outras realidades do “ensino ostentação” na capital paulista
No Mackenzie, as alunas podem fazer unha dentro do campus, que fica no bairro Higienópolis, região central da cidade. A esmalteria instalada em frente às quadras esportivas cobra R$ 39 pelo serviço.
O meio de transporte também é um luxo para muitos estudantes dessas faculdades. É o caso da aluna de arquitetura na FAAP Talita Miranda, de 19 anos. Quando não há carona dos pais, ela recorre aos táxis. O trajeto de ida e volta custa em média R$ 57 por dia ou R$ 1.140 por mês

— Eu moro em Santana. É longe. Mesmo vindo de carro, demoro entre 40 e 50 minutos para chegar à FAAP

A preferência por táxis como meio de transporte também é uma realidade entre alunos do Mackenzie. Pagante de uma mensalidade de R$ 1.765, a estudante de jornalismo Maria Rita Rodovalho, de 19 anos, vai e volta todos os dias de táxi para as aulas, gerando um custo diário de R$ 16 e mensal de R$ 320

Segundo o estudante de administração de empresas da FGV, H.L., de 22 anos, a mensalidade de seu curso é, atualmente, de R$ 3.350. O estudante relata que o estacionamento da faculdade é terceirizado e pode ser utilizado pelos alunos "por uma pechincha" de R$ 450 mensais. O valor inclui o serviço de manobristas.

L. diz que não utiliza o estacionamento, mas frequenta outros ambientes que mostram certa ostentação na universidade.

— Em um único prédio, tem três filiais de uma mesma cafeteria que têm preços bem salgados. Além disso, os laboratórios são patrocinados por empresa e têm salas bancadas pelo Bradesco, pela Toshiba etc

Apesar das opções variadas dentro da FAAP, a estudante do primeiro ano de arquitetura Isadora Ferraz, 20 anos, às vezes prefere fazer refeições com as amigas fora da faculdade. Não pela diferença de preço, mas para variar um pouco o cardápio

— Dentro da faculdade, o restaurante tem mais comida caseira. Quando queremos diversificar, compramos alguma coisa fora. Lá dentro e aqui fora os preços são quase os mesmos. Mas aqui fora é um pouco mais caro. Uma lata de refrigerante chega a custar R$ 6

O R7 apurou que os estabelecimentos em frente à FAAP, região que faz parte da prestigiada Vilaboim, muito frequentada por alunos, cobram mesmo caro pela comida. Uma salada custa R$ 18; um picolé, R$ 9, e um cachorro-quente em uma lanchonete mais estilizada varia entre R$ 14 e R$ 19

As festas também fazem parte da vida desses estudantes. Uma das mais famosas do Mackenzie é a Mackbixos, que tem ingressos no valor de R$ 130. A última edição aconteceu no dia 10 de abril, teve 17 atrações e um open bar com dez tipos de bebidas. Os ingressos puderam ser comprados por meio de um aplicativo de celular

Mensalidades acima de R$ 3.000, festas luxuosas, viagens internacionais, restaurantes e cafés famosos dentro da faculdade. Para alunos das universidades de elite de São Paulo, esses aspectos fazem parte da rotina de estudos e diversão.

Na FGV (Fundação Getulio Vargas), estudantes de administração de empresas chegam a pagar R$ 3.350 por mês no curso. Alunos da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) promovem festas de formatura que custam quase R$ 3 milhões, com direto a show da Ivete Sangalo.

Veja a seguir essas e outras realidades do “ensino ostentação” na capital paulista


*Colaborou Plínio Aguiar, estagiário do R7
Foto: Montagem R7

Brasil : DE MAL A PIOR
Enviado por alexandre em 06/12/2016 22:09:58


Educação no Brasil está entre as piores do mundo

Ranking da OCDE mostra que matemática é a disciplina de desempenho mais fraco no País

Agência Estado

O Brasil ocupa as últimas posições entre 70 países avaliados em relação ao ensino de Matemática, Leitura e Ciências. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) foram divulgados nesta terça-feira (6), pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A melhor posição do Brasil — 59º lugar entre os 70 países — foi alcançada em Leitura. Estão atrás apenas Albânia, Qatar, Geórgia, Peru, Indonésia, Tunísia, República Dominicana, Macedônia, Argélia, Líbano e Kosovo. Em Ciências, o ensino brasileiro ficou na 63ª posição, na frente de Peru, Líbano, Tunísia, Macedônia, Kosovo, Argélia e República Dominicana.

Mas é em Matemática que o Brasil alcançou o pior resultado: 65ª posição. Estão atrás somente Macedônia, Tunísia, Kosovo, Argélia e República Dominicana. Os dados do Pisa mostram que 70% dos alunos brasileiros de 15 anos não sabem o básico de Matemática.

Os segredos de Cingapura, apontado como o país com a melhor educação do mundo

Estados

O Pisa divulga resultados divididos por Estado. São Paulo, o mais rico do País e com a maior rede pública de ensino, está estagnado nas notas das três áreas avaliadas (Matemática, Leitura e Ciências) e distante da meta do governo estadual de posicionar São Paulo nos próximos 20 anos entre os 25 melhores sistemas educacionais do mundo.

As notas apontam ainda uma grande diferença entre as redes pública (federal, estadual e municipal) e privada de ensino no País. Em Ciências, por exemplo, a média da rede federal foi de 517 pontos, seguida pela rede particular, com 487. As redes estaduais tiveram média de 394 e as municipais, 329. A média dos países membros da OCDE é de 493 pontos.

Gênero

O Pisa avalia também a diferença de desempenho entre meninos e meninas. No Brasil, as meninas tiveram um desempenho menor do que o dos meninos em Ciências e Matemática. Em Leitura, elas tiveram um desempenho superior. De acordo com o relatório do programa e especialistas em educação, a diferença se deve ao comportamento e estereótipos de gênero que são reproduzidos desde o começo da infância.

Os segredos de Cingapura, apontado como o país com a melhor educação do mundo

Ranking divulgado hoje mostra mau desempenho do Brasil, inferior à avaliação de 2012



Cingapura dominou os resultados do Programa de Avaliação Internacional de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), divulgados nesta terça-feira (6).

Cerca de 540 mil estudantes de 15 anos em 70 países participaram do exame, realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

"As provas não só avaliam se o estudante pode reproduzir os conhecimentos adquiridos, mas se é capaz de ir além do que aprendeu e aplicá-los em situações pouco familiares e fora da escola", diz o comunicado do Pisa.

Isso requer a habilidade de "explicar fenômenos científicos, interpretar dados e realizar experimentos."

Educação no Brasil está entre as piores do mundo

Com base nestes critérios de avaliação, Cingapura ficou em primeiro lugar nas três disciplinas avaliadas: Ciências, Matemática e Leitura.

O Brasil obteve posições baixas em todas elas, com um desempenho inferior à avaliação de 2012, e abaixo da maioria dos países da América Latina que também fizeram parte do teste: foi o 59º em Leitura, 63º em Ciências e 65º em Matemática.

Já Cingapura ganhou posições nas três. Em 2012, havia sido o segundo em Leitura e Matemática e o terceiro em Ciências.

Mas o que explica esse excelente desempenho dessa ilha-Estado do Sudeste asiático? Brandew Jeffreys, editora de Educação do site da BBC, foi até lá conferir. Confira seu relato:

"Se você pensa que Matemática é difícil, não vai conseguir aprender", diz Hai Yang, de 10 anos.

Junto a outros alunos da turma 4D da escola primária Woodgrove, ele está explicando as aulas da disciplina que eu estava acompanhando.

A classe trabalhava em um problema. Os estudantes se revezavam, levantando-se para dizer como haviam resolvido a questão. E faziam isso em inglês, uma das diversas línguas faladas em Cingapura.

No fim das contas, havia mais de uma solução correta. O mais impressionante era sua dedicação para entender exatamente como fazer isso.

"Se apenas copiarmos a resposta dada pelo professor, quando crescermos talvez a gente não saiba mais como resolvê-lo", diz outra aluna, Megna.

Fundamentos

Trata-se de uma abordagem conhecida como Domínio da Matemática, usado também em escolas da China e que vem sendo adotado em algumas instituições de ensino de outros países, como o Reino Unido.

Essa é apenas uma parte de uma história de sucesso que despertou o interesse do mundo.

Cingapura se beneficia de ter um sistema escolar enxuto, no qual professores são reunidos no Instituto Nacional de Educação para serem treinados.

Seu diretor, Tan Oon Seng, me disse que o instituto recruta professores com base no seu grau de conhecimento das disciplinas, e é esperado que eles garantam que cada criança compreenda os elementos básicos do ensino.

"Em Cingapura, acreditamos em fundamentos. Para que uma criança seja bem educada, ela precisa aprender a linguagem e gramática de várias matérias, uma linguagem com a qual sejam capazes de ler, uma linguagem com a qual possam entender os números."

Cingapura também tem ensinado bastante sobre como tornar a profissão de professor uma atividade recompensadora. É algo que confere status, porque a competição para tornar-se um mestre é grande.

Professores podem seguir uma carreira que os leva a se tornarem diretores, pesquisadores em Pedagogia ou um grande especialista em salas de aula.

Eles têm tempo para aprofundar seus conhecimentos e preparar as lições.

Criatividade

Mas Cingapura não está acomodada em sua posição de prestígio. Em duas escolas de ensino médio, testemunhei tentativas de tornar o aprendizado mais criativo.

No colégio Montfort, adolescentes são encorajados a fazer protótipos de produtos que vão desde um sistema para regar jardins a um teclado eletrônico.

Usar habilidades científicas e matemáticas para resolver problemas do mundo real é exatamente o tipo de capacidade que o Pisa foi criado para avaliar.

No Montfort, uma sala vazia está sendo transformada em um "laboratório de inventores". Ferramentas simples e diversos materiais estão disponíveis para que alunos os usem no tempo livre e criem coisas que podem levar para casa.

Se quiserem entender como iluminar seu violão com lâmpadas de LED, é ali que aprenderão isso.

"Queremos que o aprendizado esteja ligado à realidade do dia a dia, para que isso melhore a experiência não apenas em Ciências, mas em outras áreas", diz o professor Ricky Tan Pee Loon.

Outro aspecto que chama atenção na educação em Cingapura é que diretores mudam de escola a cada seis ou oito anos. Também há uma grande ênfase na colaboração.

Khoo Tse Horng, diretor da escola St. Hilda, diz que o modo de trabalho dos professores também é diferente. Quando ele começou a dar aulas, o mais comum era ser acompanhado por um mentor mais experiente.

"Hoje, os professores trabalham em equipe, crescem juntos, pesquisam juntos, trabalham juntos."

Concorrência

Mas a principal colaboração para o sucesso de Cingapura talvez venha dos pais dos estudantes.

O sistema é competitivo, e um exame ao fim do primário influencia se a criança conseguirá uma vaga na escola que pretende frequentar na próxima etapa.

No ensino médio, os estudantes têm um currículo acadêmico "expresso" e outro normal, que os leva a obter um diploma técnico ou vocacional.

Então, às 20h de uma certa noite, acompanho crianças de até 4 anos estudando matemática usando ábacos (instrumentos antigos de cálculo). Lucas, de 6 anos, parece tranquilo ao correr contra tempo para resolver uma série de problemas.

Seus pais, Eric e Nicole Chan, me dizem que trazem os filhos para uma hora de aula adicional para que eles ganhem uma confiança extra.

Há um lado negativo, retratado em um filme recente feito por voluntários da agência publicitária Splash, de Cingapura, em que uma menina fica deprimida e estressada na preparação para seu exame ao fim do primário.

Jerome Lau, um dos diretores da Splash, diz que se inspirou na experiência de um amigo. "É injusto começar a julgá-los e rotulá-los. Toda criança tem o potencial de se dar bem na vida."

O sistema de Cingapura está mudando, em parte por conta do reconhecimento que a concorrência é alta. Então, alterações estão sendo implementadas na forma como a notas são publicadas e usadas para classificar os alunos.

É um sistema que reconhece algumas de suas falhas, mas segue comprometido em permanecer entre os melhores do mundo.

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