Mais Notícias : Boas e más notícias para todos
Enviado por alexandre em 17/08/2015 09:32:06

Boas e más notícias para todos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Igor Gielow - Folha de S.Paulo

A nova rodada de protestos de ruas contra Dilma Rousseff trouxe boas e más notícias para todos os envolvidos na complexa dança da crise política e econômica que engolfou o país desde a reeleição da presidente em outubro de 2014. Como em quase tudo na vida, é questão de ponto de vista avaliar os prós e contras deste domingo (16). Ao atores, pois:

GOVERNO
Sob a ótica palaciana, a boa notícia é que os protestos foram grandes, mas não gigantescos a ponto de deixar o Planalto de cabelo mais em pé do que já está. Há protestos espraiados por todo o país, com destaque a algumas cidades do Nordeste que paulatinamente abandona o PT, mas o grosso da manifestação está no esperado eixo São Paulo-Rio-Brasília.

Há a percepção de que o protesto virou um programa de domingo, seja de ricos ou de pobres, o que seria natural com um governo com avaliação positiva de apenas 8% (segundo o mais recente Datafolha). Um evento dominical e sazonal, que transforma a pressão sobre o Planalto em algo que vem das ruas apenas de forma periódica –nada de "vigílias cívicas" ou a constância dos meses finais de Collor na Presidência em 1992.

O lado negativo para o governo é justamente a existência desse movimento e sua perenidade, além de uma maior capilaridade. O descontentamento poderá ser canalizado a eventos pontuais, mas nada garante que uma nova revelação advinda da Operação Lava Jato contra o governo ou algo do gênero não catalise essa energia para algo um ato maior.

Neste caso, seria o pior dos mundos para o Planalto, porque Dilma, Lula e o PT são o foco exclusivo dos protestos agora e já lidam com uma montanha de problemas; há uma semana, o que se discutia em Brasília era como seria um governo Michel Temer –o vice peemedebista de Dilma.

OPOSIÇÃO

Se os protestos deste domingo são contra o governo, mas não claramente de nenhuma força organizada, é preciso ressalvar que enfim a oposição constituído enfim conseguiu colocar um pezinho no barco. O grupo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que por ter sido o homem que quase derrotou Dilma em outubro deveria teoricamente estar à frente de mobilizações como estas, enfim desceu do muro e colocou sua cara –na figura do próprio ex-presidenciável tucano.

Naturalmente foi algo calculado, já que o próprio senador temia o efeito da exposição. Em eventos passados houve rejeição a políticos em carros de som e palanques. Neste domingo, em seu elemento mineiro, Aécio conseguiu aparecer sem sofrer apupos.

Por outro lado, essa vitória discreta não escamoteia o fato de que a oposição segue a reboque das ruas e sem saber exatamente como lidar com o estoque de dinamismo antigoverno à disposição. Isso tem muito a ver com a falta de um discurso claro e a contaminação do humor da rua pelo "espírito de junho", que desde as megamanifestações daquele mês de 2013 apontam para um descontentamento generalizado e de caráter apartidário: todos são alvos potenciais.

Não por acaso, a novidade nas ruas foi o apoio ao trabalho do juiz Sergio Moro, condutor da Lava Jato, e não o de algum político de oposição.

AS RUAS

Como dito acima, o protesto parece cristalizar-se no cenário urbano à exemplo das mil e uma "manifs" que os parisienses encaram toda semana. A diferença, além da agenda aqui monotemática (o "Fora Dilma" e derivados), é a desarticulação de todos os grupos envolvidos e, por ora, a falta de uma barriga dentro das estruturas convencionais de poder que abrigue tal semente de protesto. Não está nada dado, apesar do teste de hoje, que a oposição formal tenha capacidade de direcionar esse foco.

Por ora, é o caso de acompanhar a ascensão, ou não, da figura do juiz Moro como novo portador da vontade popular. Isso foi tentado com Joaquim Barbosa por atores políticos interessados em tornar o ministro do Supremo que relatava o mensalão com dureza em candidato a algo. Não deu certo, até porque Barbosa é um inconformista e, enfim, porque o momento de crise era muito diferente. Hoje temos um governo à espera de um motivo claro para cair, nada semelhante ao que Lula e Dilma enfrentaram durante o processo do mensalão.

Esta banalização do protesto tem elementos novos. Atos sazonais e que dependem de mobilização na internet parecem condenados ao mesmo escaninho da análise dos "curtir" do Facebook: aglutinadores de pessoas que pensam parecido e que falam uns para os outros a mesma "verdade". Galerias de fotos serão preenchidas com gente orgulhosa de ter ido para a rua, mas cujo poder de sedução por ora não parece ultrapassar a sua "timeline".

Nada diferente, portanto e apenas aparentemente, de tantos "eventos" virtuais que reúnem algumas dezenas de hipsters e esquerdistas afins sob alguma causa bonitinha. Só que com uma diferença fundamental: trata-se de um potencial de mobilização que ultrapassa o sindicalismo pago para estar nas ruas no dia 20 em favor do PT. Qualquer estopim parece ter o poder de ampliar seu escopo, sob a causa comum de rejeição ao governo.

Mais Notícias : Uma conversa inconclusa
Enviado por alexandre em 17/08/2015 09:31:06

Uma conversa inconclusa

Carlos Chagas

O que teriam conversado Dilma e Lula no fim da tarde de sábado, no palácio da Alvorada, a sós, sem testemunhas, durante quase duas horas? Alinharam temores pela manifestação de ontem ou comentaram a mais recente denúncia que atingiu o ex-presidente, de haver recebido 27 milhões de reais por conta de palestras ministradas por todo o mundo, desde que deixou  o poder? Como toda a população,  ignoravam a densidade dos protestos do dia seguinte, ainda que com relação às palestras, tivessem concluído que o Instituto Lula houvesse prestado todas as informações à Receita Federal.

Certo, mesmo, é que refizeram suas relações políticas e pessoais, concluindo estar a sorte de uma ligada à sorte do outro. Na hipótese  hoje um pouco  mais remota de impeachment ou da renúncia de Madame, o antecessor também estaria fulminado, donde se conclui a reafirmação de que se ela  terminar seu mandato, ele fatalmente será  candidato a retornar ao palácio do Planalto. Esse será o roteiro idealizado pelos dois.

Assim, no atacado, terão ajustado os ponteiros. Mas no varejo? Aqui, as hipóteses variam ao infinito. Terá o Lula insistido na necessidade de ampla reforma do ministério? Exortou a sucessora a decidir com  mais rapidez? Conquistado  Renan Calheiros, deveria  atrair Eduardo  Cunha ou deixá-lo entregue às próprias agruras? Haveria outra fórmula para assegurar o apoio do Congresso, além da  distribuição fisiológica de cargos e funções nas estruturas do governo?  Reconquistar a popularidade apenas com viagens pelo país daria resultado? Domesticar o PT e os movimentos sociais  com a política de Joaquim Levy? Encontrar alternativas sociais para recuperar as massas ou permanecer satisfazendo as exigências das elites?

Não teria fim a agenda referente aos variados problemas enfrentados pela presidente e, em consequência, pelo seu  mentor, terminando pela charada para a qual ainda não tinham resposta:  os protestos de ontem. Dilma ficaria no bunker em que o palácio da Alvorada se transformou.  Lula, olhando a rua  de viés,  pela varanda  de seu apartamento em São Paulo. Ligados, é claro, por linhas telefônicas permanentes.

Datafolha: 135 mil pessoas no protesto de SP

Contagem realizada pelo instituto Datafolha, entre 13h e 17h30, aponta que a manifestação contra o governo federal, na Avenida Paulista, reuniu cerca de 135 mil pessoas.

Este número coloca o protesto de hoje como maior que o realizado em 12 de abril com a mesma finalidade. Naquela ocasião, o Datafolha estimou 100 mil pessoas.

O protesto do dia 15 de março, no entanto, reuniu cerca de 210 mil participantes.

O número apurado pelo do Datafolha indica a quantidade de pessoas diferentes que, em algum momento do dia, foram à manifestação.

No horário de pico deste domingo, às 15h, o Datafolha calculou que havia 120 mil pessoas na avenida Paulista.

Governo: manifestações dentro da normalidade

Para o governo, os protestos deste domingo ocorreram "dentro da normalidade democrática", segundo nota divulgada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.

A nota curta contendo a avaliação do governo foi divulgada no início da noite, após uma reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os ministros da Casa Civil, Aloízio Mercadante, da Defesa, Jaques Wagner), da Comunicação Social, Edinho Silva e da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Nesta segunda-feira (17), a presidente terá uma nova reunião, desta vez com os membros da coordenação política do seu governo, além do vice-presidente da República, Michel Temer. No encontro deverão ser definidas as estratégias que serão adotadas para as próximas semanas diante do cenário pós-manifestações.

Mais Notícias : Folha: Dilma ainda nas cordas
Enviado por alexandre em 17/08/2015 09:29:03

Folha: Dilma ainda nas cordas

Para a ‘Folha de S. Paulo’, as manifestações do 16 de agosto não parecem destinadas a provocar mudanças no atual ritmo da crise política: “Se mantêm Dilma nas cordas, não a nocauteiam –pelo menos não por enquanto”. 
O jornal destaca a importância da política fiscal de Joaquim Levy e o reforço da base de Dilma, para o governo reagir. Leia:

Ainda nas cordas

Apesar de mudanças recentes no comportamento de políticos e empresários, Dilma continua pressionada pelos protestos nas ruas

Centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas neste domingo (16) para protestar contra o governo Dilma Rousseff (PT).

Criticando a administração federal, condenando a corrupção, execrando Lula e o PT ou pedindo o afastamento da presidente, os manifestantes se reuniram em pelo menos 120 cidades.

Não eram tantos quanto no dia 15 de março, quando o maior ato, na avenida Paulista (São Paulo), atraiu 210 mil pessoas, de acordo com medição do Datafolha.

Mas os 135 mil que, segundo o instituto, se aglomeraram desta vez no mesmo local constituem, ainda assim, multidão bastante expressiva sob qualquer perspectiva –basta lembrar, por exemplo, que no dia 12 de abril se contaram 100 mil manifestantes.

Sem que tenham sido os maiores, mas sem que tenham perdido força, os protestos deste 16 de agosto não parecem destinados a provocar mudanças no atual ritmo da crise política. Se mantêm Dilma nas cordas, não a nocauteiam –pelo menos não por enquanto.

Ainda muito pressionada e tendo três anos e três meses de governo adiante, a presidente mais impopular da nossa história começou nos últimos dias um atabalhoado diálogo com variados setores da sociedade.

Ao país não interessa que essas conversas resultem em conchavos ou acordões por baixo dos panos –e a cobrança das ruas sem dúvida inibirá movimentações nessa vergonhosa direção.

Interessa, contudo, que se apresentem soluções para a crise brasileira, que não se resume a uma recessão na economia e a um desarranjo na coalizão parlamentar.

O que há de relevante no governo Dilma são as providências econômicas propostas, negociadas e implementadas parcialmente pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Trabalhos, porém, que também se limitam à administração de emergência dos imensos problemas gestados de 2011 a 2014.

As solicitações de apoio e o novo fôlego que o PMDB parece disposto a oferecer devem ter como contraparte um plano de reformas.

Trata-se de um novo pacto, um reconhecimento de que é preciso reorganizar o governo em outros termos, pois as ações do primeiro mandato de Dilma, seu programa eleitoral e a base política que mal e mal o sustentavam se esfarelaram.

Não se trata de dizer apenas que a presidente precisa reconhecer seus erros ou fazer um "mea culpa" público –isso não basta.

Dilma Rousseff precisa governar com a nova coalizão que procura formar e em resposta a uma realidade econômica dramática. Suas palavras não podem ser oportunistas ou vazias.

Mais Notícias : Foco em Lula e Dilma preocupa Planalto
Enviado por alexandre em 17/08/2015 09:27:13

Foco em Lula e Dilma preocupa Planalto

Portal IG

Ao final de mais um dia de protestos, o Palácio do Planalto respirou aliviado porque as manifestações deste domingo (16) não repetiram as concentrações observadas em março. Mas preocupa o governo o fato de a mobilização seguir forte e ter focado nas figuras da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do PT.

A avaliação interna do governo é que a petista ganhou mais tempo para tentar superar a crise política e econômica, depois de na semana passada já ter conseguido estancar as articulações da oposição no Congresso e em tribunais que podem desaguar na abertura de um processo de impeachment.

Em reunião na noite de hoje no Palácio da Alvorada, Dilma e sua equipe destacaram como positivo o fato de a oposição não ter conseguido ter grande visibilidade nos atos, mesmo tendo feito convocação e participado dos atos.

Segundo um ministro, apesar de "todo o peso partidário que foi jogado ficou tudo dentro da normalidade". O PSDB usou suas inserções comerciais no rádio e na TV para convocar pessoas para os atos deste domingo e alguns de seus principais líderes foram para as ruas.

A orientação da presidente à sua equipe, porém, foi não dar entrevistas no final do dia e passar, por intermédio do ministro Edinho Silva (Comunicação Social), uma breve avaliação oficial dos atos: "o governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática".

Reservadamente, ministros avaliaram negativamente o fato de, nesta terceira onda, as manifestações estarem muito concentradas na presidente, em Lula e no PT. Para assessores, o risco é que revelações da Operação Lava Jato sobre integrantes do PT envolvidos no petrolão possam dar mais gás a ataques diretos às principais lideranças petistas.

Além de Dilma e Edinho, participaram da reunião no Alvorada os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Jaques Wagner (Defesa) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE), disse que o resultado das manifestações "não significa que a insatisfação com o governo diminuiu".

Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, acredita que o foco do protesto no impeachment pode ter contribuído para evitar um crescimento expressivo no número de participantes. "O povo brasileiro tem consciência, não entra no embalo de alguns", disse.

Mais Notícias : Juiz Moro superou a todos
Enviado por alexandre em 17/08/2015 09:26:21

Juiz Moro superou a todos

O que mais chamou a atenção da oposição nos atos foi a unanimidade do apoio ao juiz federal Sergio Moro, que ofuscou todos os líderes partidários, inclusive Aécio Neves (PSDB-MG).

Ao chegar ao Palácio da Alvorada no fim da tarde de domingo, auxiliares de Dilma Rousseff buscavam alento no fato de que a convocação feita pelo PSDB para os protestos não conseguiu inflá-los. Citando a queda de adesão em São Paulo e Rio, governistas ensaiavam o discurso de que o "povo não é massa de manobra" e rejeita a "partidarização" dos atos. Fora do discurso otimista, preocupou o governo o fato de os atos no Nordeste, notadamente em Salvador, terem sido significativos.(Vera Magalhães - Folha de S.Paulo)

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