Anúncio amador mostra desorganização do governo Postado por Magno Martins Igor Gielow - Folha de S.Paulo Após anos de cobrança pelo inchaço da máquina federal, o governo resolve cortar 10 dos 39 ministérios. Baita notícia, condizente com a necessidade de sinalizar sintonia com o momento difícil do país – ainda que, na prática, a tosa acabe sendo mais cosmética do que efetiva, dado que não se faz muita economia meramente cortando pastas. O que um governo faria? Convocaria uma entrevista com antecedência, visando atrair a atenção da mídia, e apresentaria planos claros. Poderia até tentar associar a austeridade com o previsível recrudescimento da crise econômica devido às novas más notícias vindas da China. Bom, houvesse governo em Brasília, isso teria ocorrido. Como se trata da gestão agônica de Dilma Rousseff, o que se vê é um ministro anunciando timidamente, "no susto", que a medida bombástica irá acontecer, só não sabe bem dizer como. O amadorismo do anúncio desta segunda é um reflexo cristalino da desorganização que impera na Esplanada dos Ministérios, dado que a piloto sumiu da cabine de comando. Há também a grande probabilidade de o corte ter o mesmo fim da tal Agenda Brasil, que sumiu dos discursos oficiais com a velocidade com que surgiu: criar fumaça para tentar esconder a origem do incêndio. A saída do vice Postado por Magno Martins
Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo A saída de Michel Temer da coordenação política é uma péssima notícia para Dilma Rousseff. A decisão do vice agrava o isolamento da presidente e fortalece os setores do PMDB que pregam o rompimento com o Planalto. Em abril, Dilma pediu ajuda a Temer para conter o derretimento de sua base no Congresso. Era uma situação de emergência: os partidos aliados sabotavam os projetos do governo e ameaçavam inviabilizar o pacote do ajuste fiscal. O vice substituiu o inoperante ministro Pepe Vargas, de uma ala minoritária do PT, e entrou em campo com as moedas de sempre. Emprestou os ouvidos às queixas dos políticos e reabriu o balcão para negociar cargos e verbas federais. O arranjo deu um alívio momentâneo ao governo, mas não foi capaz de pacificar as relações com o Congresso. Não havia dinheiro para saciar todo o apetite dos parlamentares, e o grupo de Temer começou a bater de frente com os petistas. Os aliados do vice acusavam a Casa Civil de boicotá-lo. Ele costurava acordos, mas não tinha poder para honrar o que prometia. Do outro lado, o PT reclamava de sua proximidade com defensores do impeachment. O caldo entornou quando Temer disse que era preciso encontrar "alguém" para "reunificar a todos". A fala radicalizou a disputa entre as duas facções e reforçou o "ambiente de intrigas", nas palavras do vice. O afastamento se tornou uma mera questão de tempo, até ser formalizado nesta segunda-feira. O anúncio de Temer foi festejado pela ala do PMDB que torce pela queda da presidente. Quem conspirava às escuras ganhou um incentivo para passar a agir à luz do dia. A oposição também viu motivos para se animar, apesar de o peemedebista ter renovado as suas juras de lealdade a Dilma. No fim das contas, a saída da coordenação política o devolverá ao papel clássico de um vice: aguardar a eventual saída do titular para substitui-lo. Aposentados: metade do 13º sai em 24 de setembro Postado por Magno Martins
Do Portal G1 O Palácio do Planalto anunciou na noite desta segunda-feira (24) o adiantamento integral em setembro de 50% do 13º salário dos aposentados e pensionistas que recebem do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os outros 50% serão pagos em novembro, como acontece normalmente. O 13º engloba 28,2 milhões de benefícios. O Ministério da Fazenda havia discutido a suspensão do adiantamento de 50% do benefício por falta de recursos em caixa. O objetivo era pagar tudo somente na folha de novembro. Embora a antecipação do benefício não fosse obrigatória, ela ocorria há nove anos. A decisão de segurar o adiantamento causou polêmica e o Executivo precisou a rever sua posição. No sábado (22), o governo chegou a anunciarque os aposentados iriam receber 25% do adiantamento do 13º salário em setembro e os outros 25% em outubro, mas acabou recuando nesta segunda. Na primeira parcela do 13º dos aposentados, não há desconto de Imposto de Renda (IR). De acordo com a legislação, o IR sobre o 13º só é cobrado em novembro e dezembro, quando é paga a segunda parcela da gratificação natalina.
Cunha festeja saída de Temer e quer PMDB fora Postado por Magno Martins
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificou nesta segunda-feira a saída do vice-presidente, Michel Temer, da articulação política como um "fator positivo" aos que defendem que o PMDB deixe o governo da presidente Dilma Rousseff. "Não sei se a saída dele da articulação é mais um passo (para a saída do PMDB do governo), mas para nós que defendemos a saída, a gente vê como um fator positivo", disse Cunha a jornalistas após participar de um debate na Assembleia Legislativa de São Paulo. O presidente da Câmara afirmou ainda que a antecipação do congresso do partido, marcado para novembro, "seria muito importante" para a discussão sobre a permanência do PMDB no governo. Temer deixou nesta segunda-feira o comando da articulação política do governo, disse à Reuters uma fonte próxima ao setor de articulação do Planalto. Segundo Cunha, o vice-presidente foi sabotado. "Ele foi muito sabotado esse tempo todo. Não tinha condição nenhuma de fazer seu trabalho pela sabotagem que foi feita", declarou ele, sem detalhar quem teria prejudicado as ações de Temer. "As condições políticas vão se mudando. Se confirmada a saída dele da articulação, é um bom sinal para ele", acrescentou. Cunha anunciou seu rompimento pessoal com o governo em julho após ser citado por um delator na operação Lava Jato. Na semana passada, o presidente da Câmara foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF), tornando-se o primeiro político com foro privilegiado a ser acusado por envolvimento no escândalo de corrupção. Na denúncia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Cunha de receber pelo menos 5 milhões de dólares em propina e pede sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Questionado sobre o tema em São Paulo, Cunha disse que não falaria sobre o assunto. IMPEACHMENT Cunha elogiou a decisão do governo, anunciada nesta segunda, de iniciar uma reforma administrativa que deve incluir a redução de 10 ministérios dos 39 existentes atualmente, além da diminuição do número de cargos comissionados e de gastos de custeio, em meio aos esforços para reequilibrar as contas públicas. Mas o deputado ressaltou que defende um total de 20 ministérios. "Nós temos que dar sinal para a sociedade de economia, mesmo que o valor monetário não seja um valor relevante. Mas reduzir 10 ministérios são menos ministros para pegar aviões da FAB, menos 10 carros com motorista, menos 10 assessores... consequentemente é um sinal positivo", avaliou. "Mas eu acho 10 ainda pouco, eu defendo o número da minha proposta, que são 20 no total." Cunha afirmou ainda que os pedidos de impeachment contra Dilma estão sendo analisados e que qualquer decisão será tomada com base em parecer técnico. "Ao fim da análise técnica será proferida minha decisão e essa decisão vai ser dada com base nos pareceres técnicos", garantiu. (Reportagem de Tatiana Ramil)
Cunha, Renan e comitiva vão para Nova York Postado por Magno Martins
Pouco mais de dois meses após liderarem uma comitiva de congressistas ao exterior, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vão novamente encabeçar uma viagem internacional. De acordo com a programação provisória, os dois peemedebistas e mais uma dezena de deputados e senadores devem embarcar a partir de quinta-feira (27) para Nova York com o objetivo principal de participar, quatro dias depois, de conferência da UIP (União Interparlamentar), organização internacional que reúne Legislativos de todo o mundo. Câmara e Senado não informaram nesta segunda (24) custos da viagem, quem irá pagar e qual é o número final de integrantes da comitiva O encontro – 4ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos– será realizado na sede das Nações Unidas, em Nova York. Na programação divulgada há previsão de uma fala de 4 minutos de Eduardo Cunha, em uma das mesas. Na sexta (28), a comitiva deve ter um encontro com o embaixador do Brasil na ONU, o ex-chanceler Antonio Patriota. Não há eventos oficiais no sábado (29) e no domingo (30). (Da Folha de .Paulo) |