O distritão. Ou o samba da reforma doida Postado por Magno Martins
Bernardo Mello Franco – Folha de S.Paulo A Câmara de Eduardo Cunha vai parir mais uma aberração. O relator da reforma política, Marcelo Castro (PMDB-PI), discorda do texto que ele mesmo apresentou nesta terça. O deputado está tão contrariado que promete votar contra o próprio relatório no plenário. O motivo da discórdia é o distritão, sistema eleitoral defendido por Cunha e pela cúpula do PMDB. Castro não queria incluir o modelo no relatório. Sob intensa pressão de seu partido, que ameaçou destitui-lo do cargo, foi forçado a voltar atrás. "Em três meses, recebemos vários cientistas políticos e presidentes de partidos na comissão. Ninguém defendeu o distritão, exceto o presidente do PMDB", conta o relator. O distritão muda a forma como são eleitos os deputados. O sistema ignora o desempenho dos partidos e prevê a eleição dos candidatos com maior votação individual. Para o relator da reforma, isso aumentará o custo das campanhas e a quantidade de celebridades na política. "Como o distritão é a luta de todos contra todos, quem gastar mais terá mais chance de vir para o Congresso. Vamos escolher os nossos representantes pelo pior critério possível: o critério do dinheiro", diz ele. Além dos milionários, Castro prevê que só deverão sobreviver os candidatos famosos ou que já estão no poder. É por isso, afirma, que o modelo ganhou tanta força na Câmara. "Se for adotado, a maior parte dos deputados que estão aqui conseguirá se reeleger", explica o relator. Para o peemedebista, o sistema ainda acentuará a fragmentação partidária. Hoje 28 siglas estão representadas na Câmara. A maior delas, o PT, tem apenas 12% das cadeiras. "Isso inviabiliza qualquer governo. Imagine o Obama ou a Merkel com uma base dessas", diz o relator, sem esconder o desânimo. "Nós precisávamos fazer uma reforma política para consertar os problemas que existem hoje. O distritão só vai agravá-los. O que já está ruim vai piorar", desabafa.
Dias movimentados: vêm quente por aí Postado por Magno Martins
Carlos Brickmann Quem acha que o debate sobre o novo ministro do Supremo foi travado em baixíssimo nível que se prepare: agora é que as coisas começam a pegar fogo. De um lado, houve a operação policial, autorizada pela Justiça, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e se multiplicam notícias sobre a possibilidade de envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros, na Operação Lava-Jato; de outro, há as CPIs sobre fundos de pensão estatais e o BNDES. O senador Reguffe, do PDT de Brasília, pediu cópias de todos os contratos do BNDES, desde 2003, com empreiteiras que trabalham no Exterior. E há fundos de pensão com problemas: o Postalis, do Correio, cobra um pesado extra dos associados para cobrir um grande buraco; o Serpros, do pessoal de processamento de dados, está há dias sob intervenção do Serviço Nacional de Previdência Complementar. É muito dinheiro, muita gente prejudicada, muita coisa a explicar. É dinamite.
Senado aprova Fachin para o Supremo Tribunal Postado por Magno Martins
Do Portal G1 - Lucas Salomão e Renan Ramalho Após mais de 12 horas de sabatina, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta terça-feira (12), por 20 votos favoráveis e sete contrários, a indicação de Luiz Edson Fachin, 57 anos, para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Após a aprovação na CCJ, a indicação de Fachin, da presidente Dilma Rousseff, será votada no plenário do Senado, último passo para que o jurista se torne apto a tomar posse como novo ministro no STF. Depois da votação, secreta, os senadores da CCJ aprovaram regime de urgência para deliberação do plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que a votação será na próxima terça (19), mas o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que fará uma reinvindicação para que a indicação seja votada já na sessão desta quarta. A aprovação do requerimento de urgência dá preferência ao texto sobre outras pautas do Senado. "O requerimento de urgência [aprovado na sessão da CCJ] impõe votação preferencial. Portanto, no dia de amanhã, se o presidente desejar, poderá submeter à votação. E haverá essa reinvindicação para que na sessão de amanhã se vote a indicação do Fachin", disse Álvaro Dias. "Não vejo nenhuma necessidade, não há razão para adiar para a próxima semana. Normalmente, vota-se rapidamente no plenário", concluiu. Após a aprovação pela CCJ, Luiz Fachin se emocionou ao ser cumprimentado por familiares. O primeiro telefonema que recebeu foi o do presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. |