É sabido que as tendências do mundo fitness mudam com frequência. No entanto, existe um suplemento que desponta como o queridinho da vez: a creatina. Para quem não conhece, essa substância é naturalmente produzida pelo fígado, rim e pâncreas por meio de três aminoácidos (glicina, metionina, arginina).
Alguns alimentos, como frango, carne bovina, carne suína e leite, são fontes de creatina. No entanto, para fazer boa ingestão, teríamos que ingerir altas quantidades desses itens.
Dessa forma, o uso do suplemento é interessante para preencher esses estoques, resultando na melhora do desempenho e força na realização de exercícios físicos.
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Além disso, ela aprimora a disponibilidade de energia necessária para manter a contração muscular durante as atividades físicas. Logo, para quem busca melhorar a composição corporal, junto à evolução dos parâmetros de saúde, revela-se uma boa pedida.
Outros benefícios catalogados incluem controle do peso, prevenção de lesões, fortalecimento ósseo, regulação dos níveis de glicose e melhora da saúde cardíaca. Também colabora para o envelhecimento saudável, sendo indicada para os pessoas da terceira idade.
Apesar das vantagens da substância, é comum ouvir por aí que o uso pode comprometer a função renal.
A nefrologista e mestre em Gerontologia e Diálise Peritoneal Márcia Queiroz Studart elucida, abaixo, os mitos e verdades do impacto da suplementação nos rins.
É verdade que a suplementação de creatina pode comprometer a função renal?
Não há nenhuma evidência científica que comprove que a suplementação com creatina cause impacto negativo na função renal, sobretudo em pacientes com função renal prévia normal.
Ela pode causar uma elevação na creatinina sanguínea, exame utilizado para rastrear a função renal, pois a creatinina vem da metabolização muscular da creatina, e o aumento do valor sanguíneo será proporcionalmente compensado com maior eliminação renal em pacientes com função normal dos rins.
Já para aqueles com taxa de filtração glomerular menor que 60ml/min, costumamos desencorajar o uso rotineiro.
A creatina pode ser considerada segura para indivíduos da terceira idade?
Sim, é segura e recomendada, pois o benefício muscular, ósseo, imunológico e cerebral são bastantes significativos nesta faixa etária. A mesma restrição deve ser feita nos casos de disfunção renal crônica. Nesta faixa etária, essa patologia é mais frequente, e a suplementação deve ser mais prudente, criteriosa, com doses adequadas e mediante exames laboratoriais prévios.
CRIANÇAS PODEM FAZER USO DE ALIMENTOS E SUBSTÂNCIAS À BASE DE CREATINA?
A creatina é um composto formado por 3 aminoácidos muito presentes em carnes bovinas, suínas e peixes, além de ser produzida no nosso corpo.
Uma criança ou adolescente com uma alimentação balanceada e rica em proteínas de origem animal já consegue toda creatina necessária para a saúde muscular e física em geral.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e o Colégio Americano de Medicina do Esporte não recomendam suplementação de creatina para menores de 18 anos, porém, o uso em adolescentes praticantes de esporte de alta performance pode ser feito com critérios e acompanhamento médico.
COMO IDENTIFICAR SE A CREATINA ESTÁ FAZENDO MAL AO ORGANISMO?
Os efeitos colaterais da creatina são mais frequentes com o uso crônico e em doses elevadas(> 20g/dia ), pois indicamos o uso por períodos de 3 a 6 meses com pausas de igual período e nas doses de 3 a 5g/dia.
Os efeitos colaterais mais frequentes são gastrointestinais, como náuseas e diarreia, dor de cabeça e desidratação ou edemas.
Devemos suspender, também, quando houver aumento progressivo da creatinina sanguínea, pois indica que os rins não estão sendo capazes de eliminar o excesso de creatinina produzida no corpo por algum outro agressor renal.
QUAIS SÃO OS INDIVÍDUOS QUE NÃO DEVEM INGERIR CREATINA?
A única contraindicação à suplementação de creatina é a doença renal crônica pré-existente.
A CREATINA COSTUMA SER MAIS SEGURA QUE O WHEY?
Sim, habitualmente é bem mais segura, pois além da contra-indicação do uso de suplementação proteica (dieta hiperproteica) na doença renal crônica, contra indicamos nas perdas de proteína pelos rins (proteinúrias) e nos quadros de pedra nos rins (nerolitiase).
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O excesso de ingestão proteica em pessoas sem sobrecarga muscular na atividade física proporcional é muito lesiva aos rins, pois o excesso de ingestão proteica pode causar, por si só, sobrecarga renal (hiperfiltração glomerular) e glomeruloesclerose renal, podendo evoluir para doença renal crônica caso essa suplementação exagerada seja mantida por anos.
Fonte: Metrópoles