Brasil : Seca do rio Madeira expõe destroços de navio naufragado no século 19
Enviado por alexandre em 21/10/2024 10:32:26

Destroços de navio no rio Madeira
Os destroços do navio foi encontrado por pescadores da região, em setembro, mas só neste mês apareceu com mais detalhes (Foto: Reprodução de imagem de drone)
Por Milton Almeida, do ATUAL

MANAUS – A mais intensa estiagem dos últimos anos no Amazonas revelou destroços de um navio naufragado no século 19, que foram revelados na última quarta-feira (16) por imagens de drone. Os restos da embarcação estão no rio Madeira, no município de Manicoré (a 331 quilômetros de Manaus), e apareceram quando o nível do rio atingiu 10,53 metros.

A identificação da embarcação ainda precisa de uma análise histórica, de acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) mas o fato é que não são embarcações típicas da região.

“A abertura do rio Amazonas à navegação internacional aconteceu em 1866 (século 19). Se a embarcação for identificada do séculos 18, trata-se de uma embarcação portuguesa. Se for identificada do século 19, trata-se de um navio estrangeiro (não português) para a época”, diz Marcos Castro de Lima, mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia e professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas).

No mês de setembro, a seca no Rio Solimões também revelou ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga (a 1.117 quilômetros de Manaus).

O forte tinha sido construído no século 18 pelos portugueses para demarcar o domínio na tríplice fronteira do Brasil, Colômbia e Peru.

Cerâmicas e munições utilizadas por militares quando o forte estava em operação também apareceram no leito seco de trecho do rio. Em 1932, após enchentes no Rio Solimões, o forte desabou, segundo dados do Exército.

Fim da estiagem?

Segundo o 43º Boletim de Alerta Hidrológico, do SGB (Serviço Geológico do Brasil), o nível do rio na Bacia do Madeira baixou e a Bacia do Solimões ficou estável.

O boletim mais atual foi publicado na quarta-feira (16) e informa que rio Madeira voltou a descer em Humaitá, onde os níveis são considerados muito baixos para o período.

Em Porto Velho, o Madeira também apresentava descida, contudo no apontamento mais recente, voltou a subir.

O rio Solimões, em Tabatinga, teve registro de estabilidade e voltou a subir uma média diária de 12 cm.

Em Fonte Boa e Manacapuru, o Solimões teve descidas menores e as águas ficaram estabilizadas nos registros mais recentes.



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