Mauro Mendes defendeu que membros do Judiciário utilizem o equipamento, a exemplo dos policiais
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), defendeu, em entrevista nesta quarta-feira (15), que não apenas os policiais tenham que usar câmeras corporais durante sua atuação, mas que outros integrantes do serviço público, como os membros do Ministério Púbico e os magistrados, também usem o equipamento. A declaração ocorreu em uma entrevista de Mendes à rádio CBN.
– Ei, mas tem juiz que também vende sentença, foi flagrado vendendo sentença, desembargador vendendo sentença. Então, vamos botar câmeras em todos os juízes, em todos os desembargadores. Ei, tem gente do Ministério Público também, então vamos colocar câmeras em todo mundo do Ministério Público – disse.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por sinal, está no centro de outras grandes polêmicas recentes. Uma delas é por causa dos elevados holerites de seus desembargadores. Eles ganham, em média, subsídios que chegam a R$ 130 mil líquidos, todo mês, furando o teto constitucional em mais de quatro vezes.
Além disso, uma servidora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) em novembro do ano passado por ser, segundo a corporação, uma espécie de ponte para o pagamento de propina a um magistrado da Corte, o desembargador João Ferreira, que teria recebido imóveis e até uma moto de luxo.
A investigação que tem como um dos alvos o desembargador, porém, é ampla e atinge também outros integrantes do Judiciário de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e até assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin.