As usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em Porto Velho (RO), terão um impasse para resolver a partir de hoje. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou mudança no marco topográfico de Santo Antonio, elevando em 50 centímetros o eixo de implantação de suas turbinas. Com a elevação da cota de operação, Santo Antonio terá sua capacidade de geração de energia ampliada, o que não vai acontecer com Jirau. Jirau deixará de ter o direito de vender 25 MW médios de energia, o que renderia R$ 30 milhões anuais, segundo os cálculos do presidente da usina, Victor Paranhos. A mudança pode comprometer também o projeto de expansão de Jirau, que desde o ano passado tenta aprovar na Aneel a ampliação da sua capacidade em até seis turbinas. A elevação de altitude da cota 70 para a 70,5 (em relação ao nível do mar) será uma adequação, pois o cálculo inicial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o posicionamento da usina estava equivocado. "Não podemos ser prejudicados por um erro de engenharia", afirma Paranhos. O pedido de mudança foi feito à Aneel por Santo Antônio. Jirau quer uma parte do direito de venda de energia conquistado por Santo Antônio. Segundo Paranhos, as duas empresas deverão negociar um acordo nos próximos dias. O diretor comercial de Santo Antonio, Ricardo Costa, afirmou que não haverá mudanças no projeto da usina, mas mudanças no nível da água. Segundo ele, a empresa está aberta a conversas, mas que não vê sentido na argumentação de Jirau.
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