M anelão . Eis um nome que, incrivelmente, nos remete ao passado. Seu destemido e incansável trabalho para arrastar multidões pelas ruas de Porto Velho deixou gravadas lembranças inesquecíveis na memória de muitos foliões. São histórias de amores perdidos e descobertos, reencontro com amigos do bairro e da escola, reconciliações. Lembra-nos, ainda, daquela preciosa sensação do sábado de Carnaval, dia reservado para ninguém ter cor, raça, credo, classe social ou opção sexual. Na abertura oficial da festa momesca de nossa terrinha, todos são iguais e seguem numa espetacular procissão encabeçada pelo generoso General.
Para mim, Manelão é nome que lembra festa em família, da concentração na casa dos pais no São Cristovão para combinar pontos de encontro em caso de dispersão, das fantasias combinadas, do pai com mamadeira do pescoço, da mãe esperando a turma em casa com o caldo pronto, das entrevistas no Chaveiro Gold e das conversas sobre a Portela de Clara Nunes. Quanta felicidade seu Manoel!
E como uma piada do destino, nosso general despede-se em decorrência de problemas cardíacos, justamente às vésperas da Banda. Tinha que ser. O coração imenso já não cabia mais no peito e não é tarefa fácil colocar a folia na rua. Ficou decidido que já era hora de Manoel Costa Mendonça ser transferido para levar alegria a outro plano. Fiquemos com espólio de Manelão, a querida Banda do Vai Quem Quer e a lição de que alegria, confraternização e paz são sinônimas de Carnaval.
Em homenagem ao General vamos às ruas no Sábado para mostrar que entendemos a mensagem e que jamais será esquecida sua honrosa presença entre nós. Vamos ouvir a introdução do hino da Banda, deixar cabelos do braço arrepiar e permitir lágrimas escorrer de felicidade.
Obrigada Manelão!
Em tempo, na foto ao lado de Manelão, o querido Odair Cordeiro, grande folião da Banda que nos deixou no final de 2010.
Fonte: Ivonete Gomes
Autor: Ivonete
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