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Brasil : Brasileira já treinou em cemitérios de cinco países: 'Gosto dos mortos, e eles também gostam de mim'
Enviado por alexandre em 10/07/2023 10:12:46

A influencer fitness Andrea Sunshine, de 53 anos, virou notícia no Reino Unido após ser vista fazendo um treino no cemitério de Brompton, em Londres (Inglaterra), o que a levou a ser criticada e chamada de "insensível". Mas o gosto da brasileira por malhar no local de repouso dos mortos é antigo. Ela já se exercitou em cemitérios de outros quatro países: Noruega, EUA, Bósnia e Holanda.

 

"Cemitério pra mim é onde se concentra luz, calma e paz, e isso me faz muito bem", disse Andrea ao PAGE NOT FOUND. "Gosto dos mortos, e eles também gostam de mim. Não tem nada de absurdo nisso, e não admito quando me descriminem por isso. Eu logo falo: Quem vocês pensam que são? Quantas vezes vocês visitaram os seus entes queridos este mês? Quantas velas acenderam e preces fizeram para eles? Eu costumo dizer que eu rezo pelos meus e pelo seus. Por isso não me julguem, melhorem", emendou a carioca.

 

Antes de começar a malhação, Andrea, que se define como influencer fitness, terapeuta espiritual, atleta e personal trainer, diz fazer um ritual:

 

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"Peço permissão, rezo o Salmo 91 (da Bíblia), acendo um incenso e coloco as 'Quatro Estações', de Vivaldi. Às vezes canto louvores também."

 

Influencer brasileira Andrea Sunshine chama atenção ao fazer treino pesado em cemitério de Londres — Foto: Reprodução/Instagram

 

Além dos benefícios para o corpo, Andrea afirma que a experiência entre túmulos e jazigos tem um tom transcendental.

 

Andrea Sunshine faz alongamento em cemitério de Londres — Foto: Reprodução/Instagram

Fotos: Reprodução

 

 

"Eu tenho visões de luzes que se formam em volta de onde estou rezando. Os animais vão se aproximando, e aparecem esquilos, gatos, pássaros. Eu chamo o Sol e ele vem. Somente os mais íntimos sabem, mas o Sunshine no meu nome tem um motivo nobre. Nunca vi coisa ruim e de baixa vibração lá", explicou. "Eu me orgulho de poder me comunicar com esses espíritos de luz. Eu vejo espíritos e já tive experiências inesquecíveis, como a despedida oficial de minha mãe, quando nós nos perdoamos e choramos juntas", finalizou a brasileira, que diz não se identificar com nenhuma religião, mas "só a minha própria busca pela paz espiritual".

 

Fonte: Extra

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Brasil : Estudo identifica efeitos cicatrizantes e antioxidantes em extrato combinado de guaraná com açaí
Enviado por alexandre em 07/07/2023 15:36:00

A combinação favorece a cicatrização de feridas, podendo ser utilizado para a área estética.


Foto: Érico Xavier/Decon Fapeam

O extrato combinado do pó do guaraná (Paullinia cupana) com a semente do açaí (Euterpe olereacea) possui grande efeito cicatrizante, com potencial aplicação no tratamento de feridas crônicas e da fibrose (formação de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido) e cicatrizes patológicas (hipertróficas), é o que aponta estudo fomentado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

A coordenadora da pesquisa, Ednea Aguiar Maia Ribeiro, da Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), revela que o extrato favorece a cicatrização de feridas, podendo ser utilizado para a área estética, visto que aumentou a atividade do fibroblasto, que são células com função fundamental de produção de colágeno e elastina, proteínas responsáveis pelo fortalecimento e consequente melhoria do aspecto da pele. 

"O formulado aumentou a viabilidade das células da pele, e a proliferação destas células, fazendo com que houvesse maior regeneração e cicatrização",

completou.

Outra função do extrato guaraná-açaí é o antioxidante, com a capacidade de combater os radicais livres, que são moléculas formadas em maior quantidade quando ocorre má alimentação, sedentarismo, estresse ou sono desregulado.

A pesquisadora revela ainda que, caso seja desenvolvido um formulado comercial, este pode contribuir com os produtores, uma vez que o caroço que seria descartado, passa a ter valor econômico agregado, fortalecendo as cadeias produtivas e auxiliando na manutenção destas pessoas na zona rural. 

Foto: Érico Xavier/Decon Fapeam

Ednea Ribeiro complementou que os resultados mostram os efeitos pró-cicatriciais e regenerativos, além do antioxidante e pró-colágeno, indicando a possibilidade de desenvolvimento de diversos produtos, tanto para tratamento de feridas, quanto para a linha cosmética. Caso isso ocorra, é necessária a produção de mais estudos sobre o extrato.

O estudo intitulado 'Desenvolvimento biotecnológico de um formulado à base dos resíduos do pó de guaraná e semente de açaí na reversão do envelhecimento de células da pele' foi desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa Universal Amazonas, que visa financiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representam contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Amazonas.

 


Brasil : Conheça 5 estratégias para melhorar a qualidade do seu sono
Enviado por alexandre em 07/07/2023 15:33:14

5 estratégias imperdíveis para dormir melhor

Ter uma boa rotina de sono é essencial para a qualidade de vida de qualquer indivíduo. Afinal, é no sono que o organismo realiza ações restauradoras importantes para a saúde física e mental. Isto significa repor energias, regular o metabolismo, reparar os tecidos celulares, dentre outras questões.

 

Contudo, nem todas as pessoas conseguem manter uma rotina efetiva de sono, dormindo poucas horas por noite ou não conseguindo ter um sono profundo quando chega o momento de descansar.

 

Além disso, ainda existem aqueles que enfrentam sérios problemas distúrbios e dificuldades para dormir, como é o caso dos que sofrem de insônia.

 

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QUAL A IMPORTÂNCIA DE DORMIR BEM?

 

 

 

Como falamos anteriormente, é durante o sono que o organismo exerce as principais funções restauradoras do corpo. Por isso, ter uma boa rotina de sono é importante para repor energias e regular o metabolismo, fatores essenciais para manter corpo e mente saudáveis. Dessa forma, o sono de qualidade proporciona:

 

Restauração física: isso inclui a recuperação muscular, a produção de células saudáveis, a reparação de tecidos danificados e o fortalecimento do sistema imunológico;

 

 

 

Melhora na função cognitiva: o sono tem papel essencial para a concentração, a memória, o aprendizado e o processamento de informações.

 

Fortalecimento do sistema imunológico: Durante o sono, o corpo produz citocinas, que são proteínas necessárias para combater infecções e inflamações.

 

Ajuda no equilíbrio emocional: Dormir bem ajuda a regular as emoções, promovendo um equilíbrio emocional mais saudável e melhorando o bem-estar psicológico.

 

O QUE INFLUENCIA A QUALIDADE DO SONO?

 

 

 

São inúmeros os fatores que influenciam na qualidade do sono, muitas vezes impedindo a rotina de dormir bem. Entre esses fatores estão os problemas emocionais, responsáveis por causar estresse, preocupação e medo.

 

Sentimentos como esses acabam impedindo o relaxamento do corpo e um sono tranquilo. Existem também os distúrbios do sono insônia, síndrome do sono insuficiente e apneia obstrutiva do sono. Eles impedem a sensação de que o sono foi suficiente para recuperar nossas energias, independente da quantidade de horas dormidas.

 

Em muitos desses casos, a ajuda médica se faz necessária. Outras questões que também influenciam na qualidade do sono são hábitos alimentares, prática regular de exercícios físicos, estabelecer uma rotina de sono, dentre outros. Juntas, todas as questões podem impactar em noite bem ou mal dormidas. Veja também: Truques para cair no sono em 10, 60 ou 120 segundos

 

QUAIS OS BENEFÍCIOS DE UM SONO DE QUALIDADE?

 

 

 

Os benefícios de um sono de qualidade são muitos, passando por questões físicas, emocionais e cognitivas. Entre eles podemos destacar:

 

Aumento de energia e produtividade Dormir bem permite que o corpo se recupere e se revitalize, resultando em maior nível de energia e disposição durante o dia. Isso leva a um aumento da produtividade e eficiência nas atividades diárias.

 

Manutenção de um peso saudável: A privação do sono está relacionada a desequilíbrios hormonais que podem afetar o apetite e o controle do peso. Dormir bem está associado a um melhor equilíbrio hormonal, reduzindo os desejos por alimentos calóricos e ajudando a manter um peso saudável.

 

Aumento de energia e produtividade: Dormir bem permite que o corpo se recupere e se revitalize, resultando em maior nível de energia e disposição durante o dia. Isso leva a um aumento da produtividade e eficiência nas atividades diárias.

 

 

 

Melhoria do humor e equilíbrio emocional: A privação do sono está associada a alterações de humor, irritabilidade e maior suscetibilidade ao estresse. Por outro lado, um sono de qualidade ajuda a regular as emoções, reduz o risco de transtornos do humor, como a depressão, e promove um equilíbrio emocional mais saudável.

 

Melhoria da saúde cardiovascular:Durante o sono, o corpo regula a pressão arterial, reduz a inflamação e equilibra os níveis de açúcar no sangue. Dormir bem está associado a um menor risco de desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão arterial e acidente vascular cerebral.

 

5 ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR O SONO

 

 

 

Agora que você conhece a importância e os benefícios de um sono, separamos 5 dicas estratégicas para melhorar seu sono e aumentar a qualidade do seu bem-estar físico e mental. Confira:

 

1. Tenha uma rotina bem definida- Estabelecer uma rotina para a realização de atividades é fundamental para manter seu sono regulado. Tenha horários para acordar, se alimentar, praticar exercícios, trabalhar e ir dormir. O ideal é dormir de 7 a 8 horas por noite, mas isto pode variar a depender do caso e da faixa etária de cada pessoa.

 

2. Evite o uso de aparelhos eletrônicos antes de dormir- Quando estiver chegando perto da hora de dormir cerca de 1 hora antes  evite o uso dos aparelhos eletrônicos como celular, computadores, televisões e outras telas. Além de prenderem a atenção e muitas vezes nos fazer perder a hora, a luminosidade emitida pela tela desses aparelhos interfere na produção do hormônio da melatonina, responsável por regular nosso sono.

 

 

 Fotos: Reprodução

 

3. Faça exercícios físicos regularmente- Fugir do sedentarismo também é muito importante para melhorar a qualidade do sono. A prática de exercícios físicos libera hormônios e aumenta a sensação de bem-estar. No entanto, evite exercícios intensos muito próximos da hora de dormir, pois a estimulação física pode dificultar o relaxamento necessário para adormecer.

 

4. Evite estimulantes e refeições pesadas antes de dormir- Tente não consumir cafeína e nicotina algumas horas antes de dormir, pois essas substâncias podem interferir no sono. Além disso, evite refeições pesadas e picantes antes de dormir, pois elas podem causar desconforto digestivo e dificultar o sono.


5. Tenha um ambiente propício para dormir- Para ter uma melhor qualidade de sono você também pode investir em um ambiente que contribua para trazer o relaxamento e conforto necessário para dormir bem. Por isso, priorize o silêncio no quarto, deixe as luzes apagadas e utilize ventilador ou qualquer outra coisa que possa ajudar a criar um ambiente tranquilo e propício para dormir.

 

 

Você também pode construir hábitos relaxantes antes de dormir, como ler um pouco ou praticar técnicas de relaxamento. É importante destacar que cada pessoa é única e pode ter diferentes necessidades e sensibilidades em relação ao sono. Por isso, lembre-se de experimentar diferentes estratégias e identificar o que funciona para você, adaptando-se sempre que necessário para conseguir ter um sono restaurador e de qualidade. 

 

Fonte: Terra

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Brasil : Uso excessivo de maconha está associado a complicações cirúrgicas e morte, diz estudo
Enviado por alexandre em 07/07/2023 01:05:44

O uso excessivo clínico de maconha está ligado a uma variedade de complicações após grandes cirurgias eletivas – consideradas não emergenciais, que podem ser agendadas –, incluindo coágulos sanguíneos, derrame, dificuldades respiratórias, problemas renais e até morte, segundo um novo estudo.

 

“Nossas descobertas complementam estudos anteriores que identificaram associações significativas entre transtornos por uso de cannabis e complicações perioperatórias”, escreveram os autores do estudo no relatório.

 

A equipe de pesquisa é do departamento de anestesiologia, cuidados intensivos e medicina da dor da McGovern Medical School, parte do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston.

 

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Fumar maconha afeta o fluxo sanguíneo no cérebro e no corpo, diminui a respiração e a temperatura corporal, contribui para o bloqueio das vias aéreas, aumenta a pressão sanguínea, aumenta a frequência cardíaca, afeta o ritmo cardíaco e muito mais – tudo o que pode dificultar a recuperação da cirurgia, de acordo com uma revisão da literatura de novembro de 2019.

 

O uso de maconha também aumenta a dor pós-operatória, de acordo com um estudo de outubro de 2020.

 

A descoberta do novo estudo é significativa, disseram os autores, considerando que análises anteriores descobriram que quase 3 em cada 10 usuários de maconha desenvolvem uma dependência da erva chamada transtorno do uso de cannabis.

 

Uma pessoa é considerada dependente de maconha quando sente desejo por comida ou falta de apetite, irritabilidade, inquietação e dificuldades de humor e sono após parar de fumar, de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas.

 

O uso de maconha se torna um vício quando uma pessoa não consegue parar de usar maconha, mesmo que interfira em muitos aspectos da vida.

 

“Pessoas que começam a usar maconha antes dos 18 anos têm quatro a sete vezes mais chances de desenvolver um transtorno por uso de maconha do que os adultos”, afirmou o instituto em seu site, citando um relatório de janeiro de 2008.

 

CIRURGIAS ELETIVAS COMUNS

 

O novo estudo, publicado na quarta-feira (5) na revista JAMA Surgery, analisou dados do banco de dados National Inpatient Sample de 2016-2019 em 12.422 internações após 11 tipos de cirurgias não cardíacas eletivas de grande porte.

 

As cirurgias incluíram dois tipos de reparo de hérnia, cirurgia de vesícula ou cólon, biópsia de nódulo mamário, mastectomia ou histerectomia, substituição de quadril ou joelho, fusão espinhal e cirurgia de disco lombar.

 

Mais de 6.200 dos 12.422 pacientes apresentavam transtorno por uso de cannabis e foram cuidadosamente pareados com pacientes que não apresentavam, de acordo com o estudo. Em comparação com pessoas que não eram excessivamente dependentes ou viciadas em maconha, aquelas com transtorno por uso de maconha eram mais propensas a sofrer complicações dessas cirurgias.

 

As associações mais significativas foram para bloqueios de artérias coronárias, acidente vascular cerebral, lesões nos rins, coágulos sanguíneos, complicações respiratórias, infecção e morte hospitalar, segundo o estudo.

 

A diferença foi modesta – um risco 7,73% maior para aqueles com o distúrbio em comparação com um risco de 6,57% para pacientes que não apresentavam o distúrbio – mas significativa, de acordo com os autores.

 

Pessoas com transtorno por uso de cannabis também permaneceram no hospital por mais tempo e tiveram contas hospitalares mais altas do que pessoas sem o transtorno.

 


 

“No contexto do aumento das taxas de uso de cannabis, nossas descobertas apoiam a triagem pré-operatória para o transtorno do uso de cannabis”, escreveram os autores. 

 

Fonte:CNN

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Brasil : As medidas para evitar que El Niño provoque 'hecatombe' na Amazônia
Enviado por alexandre em 06/07/2023 10:37:44

Fenômeno climático tende a agravar seca no bioma; para especialistas, combate a incêndios pode atenuar o problema

O El Niño pode causar uma “hecatombe ambiental” na Amazônia neste ano ou no início do próximo, afirma a bióloga brasileira Erika Berenguer, pesquisadora das universidades de Oxford e Lancaster, ambas no Reino Unido.

 

O fenômeno climático, que envolve um aquecimento incomum no Oceano Pacífico, deve ser bastante intenso neste ano e pode causar mudanças acentuadas em todo o mundo.

 

Recentemente, os climatologistas anunciaram que o fenômeno já se formou e irá se fortalecer entre o fim do ano e os primeiros meses de 2024.

 

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Um dos temores de pesquisadores brasileiros são os problemas que isso pode causar na Amazônia. Uma das principais dificuldades, apontam os especialistas, é a seca extrema causada pelo El Niño, o que pode culminar em grandes problemas em meio à devastação da Amazônia nos últimos anos, período em que o bioma enfrentou altos índices de desmatamento e incêndios.

 

“Isso (o desmatamento) só começou a cair principalmente a partir de abril deste ano. Se esse El Niño for realmente forte, o que há grande probabilidade, é uma grande preocupação porque vai aumentar o número de incêndios e destruir ainda mais a floresta, acelerando o processo de degradação”, diz Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).

 

O cenário, dizem especialistas, pode ser pior do que o registrado entre o segundo semestre de 2015 e o início de 2016, período do El Niño mais recente.

 

Naquela época, o fenômeno causou efeitos devastadores em diferentes regiões do mundo.

 

Na Amazônia, houve redução de chuvas e intensa seca em uma mata que normalmente é úmida, cenário que favoreceu a disseminação do fogo causado por humanos.

 

“Eu passei meses na Amazônia em 2015 (no período de El Niño) e foi traumático olhar tudo aquilo”, diz Berenguer.

 

"Eram milhares e milhares de áreas de floresta queimando e isso dava uma sensação de impotência. Tenho muito medo porque se acontecer algo semelhante agora, após tanto desmatamento, o El Niño pode causar uma verdadeira hecatombe ambiental", acrescenta a bióloga.

 

O governo federal disse à BBC News Brasil que tem acompanhado o avanço do El Niño e que tem se preparado para enfrentar os possíveis impactos do fenômeno climático.

 

Nos últimos anos, Amazônia enfrentou duro período de desmatamento e incêndios — Foto: GETTY IMAGES

 

COMO ATENUAR OS IMPACTOS DO EL NINÕ 


Os pesquisadores acreditam que, entre as principais medidas para reduzir os danos do El Niño, estão a fiscalização intensa sobre o fogo na região, especialmente as consideradas menos úmidas, e alertas para a população sobre os riscos de incêndios no período de seca.

 

“Essas ações, caso implementadas, têm capacidade de prevenir e evitar essa grande catástrofe que pode acontecer se não houver nenhuma ação”, diz Ferreira.

 

Berenguer avalia que ainda há tempo para enfrentar o problema de uma forma que seja possível minimizar os impactos do fenômeno climático. “Não acho que ainda seja o fim do mundo. A gente ainda tem cerca de dois meses para se preparar e lidar com essa crise climática. Não está tudo perdido, mas o relógio está fazendo tic-tac”, afirma a bióloga.

 

O El Niño tem sido uma preocupação para o governo federal, afirma à BBC News Brasil o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.

 

"O El Niño, de fato, pode trazer um período de seca notadamente na região Norte do país e isso pode ter implicações no agravamento dos problemas dos incêndios florestais”, diz.

 

“A chegada do El Niño está sendo um processo bastante rápido e está sendo monitorada pelos técnicos do PrevFogo (Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais).”

 

Agostinho afirma que o Ibama tem mantido contato com as principais agências de meteorologia do país para acompanhar o avanço do fenômeno climático e se organizar para enfrentar os possíveis impactos.

 

 

As medidas para evitar que El Niño provoque 'hecatombe' na Amazônia - BBC  News Brasil

 

Ele aponta que o orçamento do instituto aumentou 113%, em relação ao ano anterior. Recentemente, o órgão abriu edital para a contratação de brigadistas.

 

“A previsão é de um aumento de aproximadamente 18% de brigadistas em relação a 2022, com atuação de 2.101. Destes, 1.385 atuarão na Amazônia Legal (AM, AP, AC, RR, MT, RO, TO, MA), ou seja, um aumento de 15% do número de brigadistas previstos nos estados em comparação ao ano passado”, diz nota do instituto, que informa que 57% das brigadas serão compostas por indígenas e quilombolas.

 

Segundo o instituto, desde janeiro deste ano houve aumento das medidas aplicadas pela fiscalização federal para controlar o desmatamento na Amazônia.

 

O Ibama afirma que ocorreu um aumento de 179% dos autos de infração, 128% dos embargos, de 107% das apreensões e 203% das destruições de equipamentos usados em crimes ambientais, entre janeiro e maio, na comparação com a média para o mesmo período nos últimos quatro anos.

 

O presidente do instituto frisa à BBC News Brasil que, entre as principais preocupações no atual período, estão as áreas da Amazônia que foram desmatadas nos últimos anos.

 

“De fato, elas podem sofrer bastante com os incêndios florestais”, diz Agostinho.

 

O EFEITO DO EL NINÕ 


Em meio a esses problemas dos últimos anos, a Amazônia encara o risco de enfrentar um El Niño intenso.

 

No começo deste mês, cientistas americanos afirmaram que o fenômeno climático já havia começado a afetar o planeta.

 

Segundo especialistas do Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), esse fenômeno aumentará as temperaturas no mundo, que, nos últimos anos, já vem crescendo como resultado das mudanças climáticas.

 

Chefe de previsões de longo prazo da agência britânica de meteorologia, Adam Scaife disse no começo de junho que a previsão é de que a temperatura do planeta atinja um pico no final deste ano.

 

"Um novo recorde de temperatura global no próximo ano é definitivamente possível. Depende do tamanho do El Niño. Um El Niño em grande escala até o final deste ano confere uma alta probabilidade de que teremos um novo recorde global de temperatura em 2024”, afirmou Scaife.

 

Amazonas: hasta dónde llega la hecatombe ecológica que podrían causar las  75 rutas que van a construir

Fotos: Reprodução

 

Para especialistas, o período do El Niño deve causar diversos problemas na Amazônia.

 

O bioma sofre com os impactos das mudanças climáticas e, desde o início dos anos 2000, tem ficado mais seco e quente, segundo os estudos.

 

“Com o El Niño, a floresta perde ainda mais água e entra em um déficit hídrico. Só esse efeito já tende a matar muitas árvores da região, parte da biomassa daquela floresta morre só por esse efeito da seca intensa”, diz o pesquisador Luiz Aragão, do Inpe.

 

Com o cenário de seca, o fogo entra na floresta com mais intensidade. “De todos os incêndios na Amazônia, 95% são causados por humanos. Primeiro derrubam a floresta, como para fazer pastagem, normalmente esperam a madeira secar bastante e jogam fogo. Esse fogo normalmente pula para a floresta e mata as árvores. É um ciclo de degradação”, explica Nobre.

 

A bióloga Erika Berenguer ressalta que é provável que parte do material derrubado durante o intenso desmatamento da Amazônia no ano passado ainda não tenha sido queimada.

 

“Esses últimos meses foram de chuva, então, não tinha como colocar fogo. Então, o que normalmente ocorre é que o produtor rural espera chegar a estação seca, deixa a biomassa da floresta derrubada pegando sol, espera por semanas ou meses até ficar bem seco e, aí, acende o fogo”, explica Berenguer.

 

AS CONSEQUÊNCIAS


Há diversas consequências que podem ser causadas pelo El Niño na Amazônia. Uma delas é o duro impacto nas emissões de dióxido de carbono, em razão da possibilidade de inúmeras mortes de árvores, o que intensifica o efeito estufa.

 

“Os organismos decompositores dessas árvores liberam carbono para a atmosfera. Uma árvore que morre mesmo sem qualquer tipo de interferência, envelheceu e morreu, tem carbono contido em sua biomassa, que equivale a cerca de metade de seu peso, e que será emitido para a atmosfera por meio desse processo de decomposição”, explica Aragão.

 

Já o desmatamento causa a morte forçada das árvores, que são derrubadas pela ação humana. Só isso já emitiria carbono com a decomposição. E como o fogo também é usado nesse processo, para acabar com a biomassa que está na área desmatada, ocorre então a combustão do material, o que aumenta ainda mais a liberação de dióxido de carbono e outros gases como monóxido de carbono e metano.

 

Durante períodos de El Nino, o fogo, usado no desmatamento, pode sair do controle e penetrar nas florestas adjacentes. “Quando o fogo entra na floresta, adiciona emissões diretas de carbono, em relação ao emitido pelo desmatamento, porque vai queimar a matéria orgânica que está morta no solo, como pedaços de troncos, folhas e também algumas árvores”, detalha Aragão.

 

Esses processos contribuem para o aumento das emissões do CO², que intensificam as mudanças climáticas globais, intensificando eventos extremos de seca e chuva.

 

No período do El Niño de 2015/2016, por exemplo, um estudo apontou que a intensa seca e os incêndios florestais mataram ao menos 2,5 bilhões de árvores e cipós apenas no Baixo Tapajós, uma parte da floresta que foi epicentro dos efeitos do fenômeno climático na Amazônia naquela época.

 

Os pesquisadores calcularam quanto carbono foi liberado na atmosfera em consequência da morte dessas bilhões de árvores: 495 milhões de toneladas de CO² — valor maior que o liberado pela floresta em um ano inteiro de desmatamento.

 

E descobriram ainda que as árvores continuaram a morrer e a liberar mais carbono na atmosfera por causa da seca provocada pelo El Niño anos depois do fenômeno climático.

 

Esse estudo, intitulado “Tracking the impacts of El Niño drought and fire in human-modified Amazonian forests" (monitorando os impactos da seca e incêndios do El Niño em florestas amazônicas com interferência humana), foi publicado no periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America) em julho de 2021.

 

Berenguer foi a principal autora do estudo. Ela ressalta que os possíveis impactos do El Niño na Amazônia vão além da floresta e devem afetar milhões de pessoas.

 

“Não é só uma discussão ambiental sobre as emissões de CO2 com a floresta queimando e a perda de biodiversidade. É também um problema de saúde pública. Isso aumenta a busca por atendimento médico por problemas respiratórios. Muitas crianças são internadas, o que acaba tirando muitos pais de seus postos de trabalho”, diz Berenguer.

 


 

“Além disso, há aviões que enfrentam dificuldades para pousar em alguns lugares, a fumaça também vai para outras regiões do país, entre outros problemas.”

 

Fonte: G1

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