Brasil : Exposição de telas da artista plástica Joana Trugílio instalada no hall do Fórum de Ouro Preto é aberta com momento cultural
|
Enviado por alexandre em 16/06/2023 00:55:34 |
Exposição de telas da artista plástica Joana Trugílio instalada no hall do Fórum de Ouro Preto é aberta com momento cultural Foi aberta na manhã desta quinta-feira (15), a exposição de telas da renomada artista plástica Joana Trugílio e teve o momento cultural com alunos da escola musical Sonata de Ouro Preto do Oeste. A abertura da exposição e do momento cultural acorreu no espaço onde ocorre o Júri Popular e teve como oradora a servidora do TJ/RO e entusiasta cultural Léa Costa na planteia composta por servidores do Fórum, professores da Escola municipal Benjamim Constant e outras pessoas não menos importante. A exposição “Um novo olhar” reúne 14 pinturas em óleo sobre tela do artista plástica Joana Trugílio. Alunos da escola musical Sonata fizeram uma belíssima apresentação e ao final foram aplaudidos pelos presentes. Em seguida a oradora do evento Léa Costa fez a apresentação da artista plástica Joana Trugílio que fez um relato do seu trabalho e anuncio um projeto que está em pauta com apoio do juiz de Direito Dr. Glauco Antônio Alves trata-se da criação do Museu Cultural de Ouro Preto do Oeste que em breve será levado a sociedade todo o seu bojo o que vai representar o resgate da cultura da cidade visualiza otimista a artista plástica Joana Trugílio. Após a abertura oficial todos foram convidados a irem ao hall de entrada do Fórum a visitação da exposição intitulada “Um novo olhar”, composta por 14 telas exclusivas assinadas pela artista plástica Joana Trugílio e um painel feito por alunos autistas da Escola municipal Benjamim Constant, unidade escolar que abriga 54 alunos autista sendo uma referência no aprendizado por ter uma equipe de profissionais altamente qualificados sob a direção da pedagoga Élia Rejany. A exposição “Um novo olhar” reúne trabalhos inéditos para o público e obras. Sem expor em Ouro Preto do Oeste há anos, essa mostra é uma oportunidade de reencontrar a obra de um artista que vem expondo nos mais concorridos centros artísticos do Brasil e outros países como exemplo Portugal, Espanha e Alemanha e se consolidando entre os representantes da arte de Rondônia e consequentemente elevando o nome do estado. Carismática a artista plástica Joana Trugílio se dizia bastante feliz por mais uma vez está tendo a oportunidade de expor as suas telas em um espaço como o hall do Fórum da Comarca de Justiça de Ouro Preto do Oeste cidade que a mencionada artista volta a residir após alguns anos fora em um período classificado como sabático. Conforme a artista, cada obra traz consigo múltiplos significados e mensagens, não só na figura retratada, mas nos elementos, no fundo, como mensagens subliminares que podem ou não estar relacionadas à mensagem principal. “Estou muito feliz em estar de volta a Ouro Preto do Oeste, cidade que mora no meu coração e tem em sua gente a força do trabalho. A exposição das minhas telas mostra a nossa visão o quão artista”, disse a artista plástica Joana Trugílio que acrescentou a mencionada exposição fica exposta até o dia 30 de junho e a visitação é aberta ao público durante o expediente de trabalho no Fórum de segunda a sexta-feira.
Fonte: Alexandre Araujo/www.ouropretoonline.com |
|
Brasil : Nutricionista do Japão, onde as pessoas vivem em média 84 anos, revela os 6 alimentos que não come jamais
|
Enviado por alexandre em 15/06/2023 14:44:09 |
Michiko Tomioka se especializou em longevidade e diz que a chave para uma velhice saudável é a alimentação A nutricionista Michiko Tomioka sempre foi apaixonada por comida. Rodeada por mulheres fortes, ela aprendeu com sua mãe — sobrevivente do câncer que tem 86 anos atualmente — e tia — 98 anos — que a boa nutrição é a chave para um envelhecimento saudável. Juntando esses ensinamentos com o crescimento no Japão, considerada a nação mais longeva do mundo, ela estudou nutrição, se especializou em longevidade e mostra seis alimentos que as pessoas não devem consumir para ter uma vida longa e saudável. “Quando me mudei para os Estados Unidos, experimentei uma variedade de dietas americanas populares e tendências alimentares. Mas meu corpo não respondeu bem a muito disso. Agora, como nutricionista, minha abordagem se concentra principalmente nos hábitos alimentares japoneses”, diz Tomioka. Veja também Ministério da Saúde vai repassar a estados e municípios vacinas contra meningite prestes a vencer Vazio sanitário: No Amazonas, presença de soja está proibida a partir desta quinta-feira (15/06) Confira a lista: CACHORRO-QUENTE Segundo a especialista, o alimento é quase impossível de evitar para quem mora nos Estados Unidos onde tem uma loja a cada esquina. Porém, ela explica que eles são ricos em sal e gorduras saturadas que podem aumentar o risco de certos tipos de câncer, como câncer colorretal e câncer de mama. “Quando quero algo rico em proteínas, mas com pouco sal e conservantes, opto pelo tofu. Também adoro bolinhos de arroz multigrãos com atum envolto em algas marinhas, que contém minerais importantes como ferro, cálcio, ácido fólico e magnésio”, diz. HAMBÚRGUER “Quando o McDonald’s abriu sua primeira loja em Osaka, no Japão, foi um grande negócio. Eu só comia lá como um mimo em raras ocasiões”, relembra a nutricionista. Ela afirma, entretanto, que os hamburgueres de fast food são ricos em sal, gorduras trans e gorduras saturadas, o que pode aumentar o nível de colesterol “ruim”, conhecido como LDL, no sangue. Assim como no cachorro-quente, Tomioka investe em hambúrgueres de tofu que segundo ela são “surpreendentemente saborosos”. “Gosto de colocar um hambúrguer de tofu em um bolinho de arroz integral crocante, coberto com um pouco de edamame. É uma escolha econômica e ecologicamente correta”, diz. REFRIGERANTES Beber refrigerantes açucarados regularmente (uma a duas latas por dia ou mais) pode colocá-lo em maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. Refrigerantes com adoçantes artificiais também podem dificultar o foco e até desencadear enxaquecas. A nutricionista sugere trocá-los por bebidas refrescantes e de baixa caloria, como os chás verdes. CEREAIS AÇUCARADOS Quem nunca saiu atrasado de casa e correndo de manhã escolhendo as guloseimas mais fáceis e rápidas no armário, como um cereal já pronto. Segundo Tamioka, porém, eles são um dos grandes vilões. Isso porque são ricos em açúcar, o que pode levar a problemas futuros de pressão arterial, ganho de peso, aumento da inflamação e diabetes. “Minha alternativa saudável para o café da manhã é o natto, um prato japonês feito de soja fermentada, com um pouco de arroz multigrãos”, diz a especialista. QUEIJO CREMOSO Os laticínios são uma ótima fonte de cálcio e proteína, mas nem todos os produtos à base de queijo oferecem os melhores benefícios à saúde. Tamioka, por exemplo, evita o cream cheese, porque as “marcas de consumo mais populares fornecem apenas cerca de cinco gramas de proteína. E apenas uma colher dele pode conter até 27 miligramas de colesterol”. A nutricionista sugere outro tipo de pasta feita com farinha de soja e gergelim. DOCES Não são todos que devem ser excluídos, garante a especialista, mas aqueles carregados de açúcar e ricos em amido de milho por serem prejudiciais ao coração e ao cérebro, porém, ela afirma que os chocolates amargos devem fazer parte da dieta, por conter antioxidantes que combatem outras doenças. “Para satisfazer meus desejos doces, como pudim de semente de chia com mel ou xarope de agave, banana congelada ou chocolate amargo sem açúcar. Claro, um pequeno pedaço de bolo com os amigos é perfeitamente aceitável em ocasiões especiais”, diz. Fonte: O Globo LEIA MAIS |
|
Brasil : Anticoncepcional aumenta risco de depressão em mais de 73%, diz estudo
|
Enviado por alexandre em 15/06/2023 09:28:53 |
Pesquisa de universidade sueca mostrou que, entre mulheres que começaram o uso na adolescência, o risco é 130% maior de ter depressão. Um novo estudo publicado por psiquiatras da Universidade de Uppsala, na Suécia, mostrou que mulheres que usam pílulas contraceptivas têm maior risco de desenvolver depressão. De acordo com a pesquisa, o uso do anticoncepcional teve como efeito colateral o aumento de pelo menos 73% nas chances de ter a doença durante os dois primeiros anos de uso da pílula. O levantamento, que foi divulgado na revista especializada Epidemiology and Psychiatric Sciences na segunda-feira (12/6), mostrou ainda que mulheres que começaram a usar o remédio na adolescência têm um risco 130% maior de ter sintomas de depressão. A pesquisa foi feita mediante a análise dos dados de saúde de mais de 250 mil mulheres do Reino Unido, com a avaliação de seus prontuários desde as primeiras menstruações até a menopausa. Os pesquisadores buscaram identificar os momentos em que as participantes receberam as primeiras receitas de contraceptivos e quando começaram a reportar os sintomas de depressão. Veja também Tensão Pré-Menstrual, TPM ou: To P. Mesmo. Também Posso Matar. Talvez Possamos Mudar A cultura brasileira: uma construção das mulheres do fim do mundo Para o estudo, foram considerados os anticoncepcionais hormonais com progesterona e estrogênio na composição. Não foram pesquisados outros métodos, como adesivo anticoncepcional, DIU e pílula do dia seguinte. “Embora a contracepção tenha muitas vantagens para as mulheres, tanto os médicos quanto as pacientes devem ser informados sobre os efeitos colaterais identificados nesta e em pesquisas anteriores”, explica uma das pesquisadoras que conduziu o estudo, Therese Johansson, ao portal da universidade. DEPRESSÃO É MAIS GRAVE EM ADOLESCENTES Segundo os cientistas, a incidência da doença diminui quando as mulheres passam dos primeiros dois anos de consumo do anticoncepcional. No entanto, adolescentes apresentaram maior ocorrência de depressão mesmo após a interrupção do uso, o que não foi observado em usuárias adultas. “A poderosa influência das pílulas anticoncepcionais nas adolescentes pode ser atribuída às mudanças hormonais causadas pela puberdade. Como as pacientes nessa faixa etária já experimentaram alterações substanciais, elas podem ser mais receptivas não apenas às oscilações hormonais, mas também a outras experiências de vida”, afirma Therese. Fonte:Metrópoles LEIA MAIS |
|
Brasil : História de comunidades judaicas na Amazônia é reconstruída por meio de dossiê
|
Enviado por alexandre em 14/06/2023 13:25:06 |
Os imigrantes mantinham suas tradições mas foram se adaptando aos costumes locais: alguns viviam à margem dos rios, moravam em palafitas e dormiam em redes Portal Amazônia, com informações do Jornal da USP* Vindos principalmente do Marrocos, norte da África, na época assolado por doenças, guerras, pobreza e perseguições, os judeus sefarditas aportaram em Manaus (AM) e Belém do Pará, desde as primeiras décadas do século XIX. Algumas famílias foram morar à margem dos rios amazônicos, vivendo em palafitas e dormindo em redes e outros grupos foram para grandes centros urbanos. A história de mais de 200 anos de imigração judaica para a região amazônica foi descrita em artigos publicados na Arquivo Maaravi, Revista Digital de Estudos Judaicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
"Sefarditas é o termo usado para se referir aos descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha, de onde foram expulsos e perseguidos pela Inquisição. Grande parte deles fugiu para países mediterrâneos, como a Itália, norte da África e Grécia", explica a historiadora e romancista Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (LEER), do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e uma das articulistas do dossiê. Em seu artigo, Tucci Carneiro fala da "contribuição do povo judeu na construção histórica e cultural na região amazônica. Até os dias de hoje casas comerciais de proprietários judeus, sinagogas e sepulcros podem ser vistos em meio às edificações locais. Ritos judaicos e a própria culinária também são expressões presentes no dia a dia da população". Em outro artigo, a especialista em literatura de exílio, a professora Karina Marques, do Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Faculdade de Letras, Universidade de Poitiers, França, e também pesquisadora do LEER analisa um romance do escritor Paulo Jacob. Descendente de família judaica, Jacob conheceu em profundidade a vida cabocla amazônica. A obra relata a saga de exílio vivida nos trópicos por Salomão, o protagonista do romance. As pesquisas foram baseadas em historiografia, análises documentais (processos inquisitoriais e de naturalização, fotografias, listas de passageiros, artigos de jornais, etc.) e análises de obras literárias e artísticas. Judeus marroquinos radicados em Santarém, no Pará. Foto: Alvaro R. da Cunha/Acervo Arqshoah-LEER/USP Assimilação cultural e sincretismo religioso A adaptação dos judeus em terras estrangeiras foi um enorme desafio. Além das intempéries tropicais, como enfrentamento de doenças típicas da região, inicialmente, os cultos religiosos podiam ser realizados apenas em ambientes domésticos. "Embora procurassem manter suas tradições, comemorando festas como a Páscoa (Pessach), o Grande Jejum (Yom Kipur) e o Ano Novo Judaico (Rosh Hashaná), os imigrantes procuraram se integrar ao povo local, sem perder suas identidades de origem", relata o artigo. Na falta do líder religioso da comunidade judaica (o rabino) e da Torá (livro sagrado dos judeus), o chefe da casa exercia as funções do cantor litúrgico (hazan). A historiadora diz que, ao longo do tempo, passaram a cultivar crenças católicas e indígenas, chegando a demonstrar predisposição à mistura de cultos ou doutrinas religiosas para (re)criação de um novo judaísmo. A culinária judaica também foi sendo alterada e adaptada às condições locais. As especiarias e temperos comumente empregados nos alimentos judaicos foram trocados por frutas, aromas tropicais e peixes dos rios locais. Outro artigo, 'Duas artistas plásticas judias na Amazônia', também publicado neste dossiê da revista Arquivo Maaravi, de autoria de Alessandra Conde da Silva e Joel Cardoso da Silva, ambos da Universidade Federal do Pará (UFPA), mostra esse diálogo entre mitos e lendas da cultura judaico-amazônica, por meio da análise de obras de artistas plásticos descendentes de judeus. Imigração incentivada no Brasil A professora Tucci lembra que a chegada da família real de D. João VI ao Brasil, em 1808, e a assinatura de vários tratados de imigração entre países, em 1810 e 1926, garantiram a oportunidade de negócios e a liberdade de religião aos imigrantes. Nesta época, os estrangeiros podiam se envolver com o comércio de exportação e importação, com a possibilidade de obterem a cidadania brasileira.
Com a independência do Brasil de Portugal, em 1822, e a promulgação da Constituição de 1824, os imigrantes judeus não tinham restrições de ordem religiosa, desde que exercessem seus credos em ambientes domésticos. O artigo 5 estabelecia que a religião católica apostólica romana continuaria a ser a religião do Império, porém, todas as outras religiões seriam permitidas, em culto particular. Em 1866, a liberação do Rio Amazonas para navegação e tráfego fluvial, além da promessa de crescimento econômico, reforçou a tese de que os imigrantes eram bem-vindos ao País. Torá. Foto: Reprodução/Pixnio Manaus nos áureos tempos da borracha A professora Tucci conta que a primeira leva de judeus marroquinos radicados na Amazônia vinha do norte da África, cujas raízes ibéricas remontam à expulsão dos judeus da Espanha (1492) e de Portugal (1496). A maioria deles, aqui no Brasil, esteve envolvida com o comércio de exportação e importação.
Já na segunda leva de imigração, após os anos de 1850, nos ciclos do cacau, de especiarias e da borracha, estrangeiros de várias nacionalidades investiram na atividade extrativista do látex. Nessa época, Manaus viveu os tempos áureos da borracha. Transformou-se na capital do consumo, do luxo e do lazer. Até hoje é possível ver edificações expressivas construídas naquela época inspiradas na arquitetura dos casarões portugueses e nos palacetes franceses. Foi nessa época também, em 1896, que o Teatro Amazonas foi inaugurado, espaço nobre em que companhias líricas de operetas italianas ofereciam temporadas exclusivas para uma plateia seleta e enriquecida, relata a historiadora. Segundo Tucci Carneiro, entre os judeus que intermediaram a compra de mosaicos para o Teatro Amazonas estava o proprietário da firma Marius & Levy, judeu seringalista, exportador de borracha e obras de arte, e que também construiu o edifício mais alto de Manaus, de quatro andares, com estrutura de aço inglês e azulejos importados da França. Em 1914, o prédio foi vendido para os Correios e Telégrafos e, mais recentemente, tombado pelo patrimônio histórico. Sinagogas, sepulturas e casas comerciais: símbolos que permanecem até hoje Com a crise da borracha, alguns desses judeus voltaram à Europa e muitos seguiram sua trajetória no Brasil. Tornaram-se prósperos comerciantes, industriais e/ou fazendeiros e os filhos viraram doutores. A historiadora explica que, atualmente, Manaus abriga cerca de 200 famílias judaicas e muitos vestígios atestam a presença deles na região. Em Belém, por exemplo, existem duas importantes sinagogas, a Shaar Hashamaim, de 1826, considerada a mais antiga do Brasil independente, e a Essel Abraham, de 1889-92; além de 28 sepulcros erguidos ao lado do cemitério de Soledade (Belém). Alguns túmulos judaicos também foram encontrados em Cametá, Macapá, Santarém, Itaituba, Parintins, dentre outros lugares. Sinagoga Shaar Hashamaim, construída em 1826, considerada a mais antiga do Brasil independente. Foto: Reprodução/Acervo Tucci-SP Um pedaço de lua caía na mata Obra do escritor de ascendência judia, Paulo Jacob. Foto Karina Marques No artigo 'A identidade judaica amazônica em Paulo Jacob: a terceira margem do rio', a pesquisadora Karina Marques analisa o romance autobiográfico 'Um pedaço de lua caía na mata (1990)', do escritor de origem judaica Paulo Jacob. Ele viveu e trabalhou como juiz de direito e desembargador na Amazônia por dez anos, quando também fez outras explorações, como morar três meses em aldeias Ianomâmi para conhecer melhor a paisagem física e humana da região. Em 1971, tornou-se um imortal da Academia Amazonense de Letras. A proximidade de Jacob com a cultura cabocla amazônica foi tanta que chegou a ser comparado a Guimarães Rosa pelo escritor Jorge Amado, na década de 1960, em um concurso em que Jacob participava.
A professora Karina explica que Jacob recria em suas obras uma linguagem identitária amazônica. "Suas narrações trazem não só o vocabulário específico da região, mas também a dicção amazônica: uma forma de falar cabocla, mais vagarosa e ambígua, com pouca clareza e difícil de decifrar", diz. Em Um pedaço de lua caía na mata, Jacob reúne a mística judaica ao folclore amazônico por meio do percurso de exílio do protagonista Salomão, imigrante judeu marroquino, que se instalou como comerciante em Parintins, município amazonense localizado na margem direita do Rio Amazonas. Nos 46 capítulos do romance, o conteúdo apresenta referências identitárias de festas e rituais judaicos, sentenças da Torá (livro sagrado para os judeus) e frases hebraicas, além de referências culturais caboclas do povo amazônico. Amada Janoca, cunhantã khol Em um dos capítulos, Jacob descreve confrontos de segregação racial difíceis de solucionar. Salomão, quando era jovem, sentiu na pele o antissemitismo proferido pelo pai de sua amada, a cabocla Janoca: "Janoca, cunhantã khol. Olhos luzidios, pretinhos, estreitados. Muito pareciam sementes de guaraná. […] Não fosse imbirrança do pai, casava com a Janoca. […] Filha minha não casa com judeu. Gente que matou Cristo, pregou na cruz. […] Os olhos bolidos, o corpo cor de castanha". Segundo a pesquisadora, ao descrever Janoca no romance, Jacob usa o adjetivo da língua hebraica khol, que significa bonita, associado ao termo do tupi-guarani cunhantã, moça) e mostra seu desejo de integração à nova terra brasileira. Já a comparação do corpo da mulher amada com os frutos da Amazônia (olhos iguais a sementes de guaraná e corpo de castanha) representa, em um sentido simbólico, a terra de acolhida, de felicidade e fartura. Nesse aspecto, a professora Tucci Carneiro descreve que, ao longo dos séculos, o mito de "os judeus mataram Cristo" foi sendo reafirmado e renovado por outros mitos e, a partir do século XII, contribuíram para fortalecer a ideia do perigo judaico e gerar crenças populares preconceituosas. Segundo a historiadora, o apogeu destas hostilidades foi após as Cruzadas e a partir da Inquisição Ibérica, quando a Igreja Católica fortaleceu seu discurso de unidade da cristandade. Mais adiante na narrativa, Salomão segue sua vida e casa-se com Sara (mulher judia) com quem teve dois filhos, "momento em que a vida do protagonista retorna às origens judaicas". O romance continua com Salomão demonstrando um profundo interesse pela cultura híbrida cabocla, em sua materialidade e imaterialidade. Segundo pesquisadora, os seres invisíveis são nomeados durante todo o romance com vocábulos, muitos deles, regionais: "aparição", "feitiço", "agouro", "mandinga", "visage", "puçanga", etc. "A narrativa de Paulo Jacob é sincrética pois é constituída da herança dos vários povos que ocuparam ao longo do tempo a região amazônica", diz a pesquisadora. A professora Karina relata que a importância do romance está na sua contribuição enquanto representação cultural e estética de uma identidade judaica amazônica, presente de sua singularidade como produto de um encontro étnico-cultural situado na Amazônia, conclui.
*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal da USP, escrito por Ivanir Ferreira |
|
|