Pesquisa realizada em junho pelo Datafolha constatou que um a cada dez brasileiros já teve o celular roubado ou furtado dentro do período de 12 meses compreendido entre junho de 2023 e junho de 2024. O levantamento revelou que os prejuízos causados às vítimas superam R$ 22 bilhões.
O estudo entrevistou 2.508 pessoas em diversas regiões do Brasil, entre os dias 11 e 17 de junho. Entre os ouvidos pela pesquisa, 9,2% disseram ter sofrido roubo ou furto de aparelho celular. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Os números levantados demonstram enorme taxa de subnotificação, que é quando a vítima não faz o registro policial de ocorrência. O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que compreende apenas os casos em que houve o registro de furto ou roubo, expôs número 14 vezes menor quando comparado com os dados da pesquisa.
Celulares da marca Apple são os mais cobiçados pelos criminosos, e a cidade no Brasil onde há maior incidência desse tipo de crime é Manaus (AM).
Governador de São Paulo afirmou que o episódio deve ser investigado "com todo rigor"
Nesta quarta-feira (14), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou como “grave” a revelação pela Folha de S.Paulo de que o gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) teria usado de maneira não oficial a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para produzir relatórios sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para Tarcísio, o episódio tem que ser investigado “com rigor”.
Mensagens obtidas pelo jornal mostram que assessores próximos ao ministro teriam feito pedidos de relatórios à Justiça Eleitoral. Os documentos, solicitados de maneira não convencional, foram usados para embasar decisões do próprio Moraes no Supremo. Na época, o ministro era o presidente do TSE.
Durante evento em São Paulo, o governador disse que todos devem “satisfação à sociedade”.
– Acho que é grave, acho que tem que ser investigado, tem que ser esclarecido (…) As pessoas, qualquer autoridade, devem satisfação à sociedade. É um caso que tem que ser apurado com todo rigor e ter as consequências necessárias – apontou.
Durante o evento, Tarcísio disse ainda não ser “tolerável nenhum tipo de abuso de poder”.
Para Ives Gandra Martins, caso Moro criou precedente
Juristas ouvidos pelo Estadão acreditam que parte dos atos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em investigações, podem ser questionados e até anulados. Nesta terça-feira (13), reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que Moraes ordenou, de forma não oficial, a produção de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar suas decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moraes presidiu o TSE, tribunal que julgou Bolsonaro inelegível até 2030, por ver em suas ações a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada, com embaixadores estrangeiros, em 18 de julho de 2022. Nesta quarta-feira (14), Moraes disse que todos os seus atos são regulares. Afirmou que todos os documentos produzidos foram juntados aos processos e compartilhados com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a Polícia Federal (PF).
– Não há nada a esconder. Seria esquizofrênico eu, como presidente do TSE, me auto-oficiar. Até porque, como presidente do TSE, no exercício do poder de polícia, eu tinha o poder, pela lei, de determinar a feitura dos relatórios – alegou.
Segundo o professor Ives Gandra Martins, o caso das mensagens trocadas por assessores de Moraes mostram que pode haver um problema, uma vez que o STF não aceitou o mesmo comportamento do então juiz, hoje senador, Sergio Moro (União Brasil-PR).
– As decisões de Moro foram anuladas e não valiam nada por que os procuradores o ajudavam. Agora, se o STF agir na mesma linha, como vai ser? O que Alexandre tem contra ele não é o Direito. É um precedente. Eles criaram um precedente, se usarem a mesma régua que usaram para Moro, como vão agir com o ministro Alexandre de Moraes? – indaga.
Na visão de Gandra Martins, não há nenhuma “anormalidade” em um juiz recorrer aos seus auxiliares durante o seu trabalho. Mas haverá um desgaste na imagem da Corte e, evidentemente, em Alexandre de Moraes, cuja figura se sobressai.
– Não é bom para o Alexandre o que aconteceu – pondera.
Para o jurista Miguel Reale Junior, o TSE tem poder de polícia para apurar desvio de candidatos, mas é preciso ter uma atuação do Ministério Público na investigação.
– O TSE tem realmente o poder de polícia, a possibilidade de averiguação e de investigação, no sentido da preservação da lisura da instituição e da credibilidade da instituição. Ele trabalha com um setor extremamente sensível e por isso se justifica esse poder de polícia, mas em conjugação com o Ministério Público. Portanto, era passível de solicitação para que houvesse investigação. Agora, o normal seria a investigação ser solicitada ao Ministério Público – disse Reale Junior.
Ele considera que houve necessidade de uma atuação judicial em defesa da democracia ainda mais porque havia inércia do Ministério Público. Reale Junior aponta, no entanto, que algumas das decisões de Moraes podem ser anuladas.
– O único problema que eu vejo nesses fatos agora revelados é que não houve uma formalização. E aí eu entenderia que os atos praticados com base nesses relatórios, especificamente as medidas cautelares tomadas, aplicação de multa, apreensão de passaportes, estariam nulos. Mas isso não contamina nem se espalha ao inquérito das fake news ou às investigações do 8 de Janeiro – avaliou.
O ex-ministro Marco Aurélio Mello, disse que não poderia julgar o que aconteceu por que não conhece o que realmente aconteceu. Apenas lembrou que, o sistema constitucional é acusatório.
– Vale dizer: a polícia investiga, o Ministério Público acusa e o Judiciário julga. É o que está na Constituição Isso eu sempre observei nos 31 anos na bancada e determinava diligências quando requeridas pela polícia ou pelo Ministério Público – argumentou.
O desgaste na imagem é o que mais preocupa os membros da Corte. Reservadamente, ministros e mesmo o presidente, Luís Roberto Barroso dizem não enxergar alguma ilegalidade no trabalho de Moraes. Mas entendem que, se o assunto perdurar, a insatisfação deixará de ter apenas Moraes como alvo e passarão a atingir toda a Corte.
O presidente disse, porém, que está tendo um desempenho melhor do que ele esperava
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que a economia brasileira não está o “paraíso dos paraísos” mas, segundo ele, está tendo um desempenho melhor do que se pensava que ia ter no momento. Ao destacar a importância de fazer o dinheiro circular no país, Lula voltou a criticar o patamar da taxa de juros, a Selic.
– A economia brasileira não está o paraíso dos paraísos, até porque, quando ela crescia 14% ao ano, não era o paraíso. Naquele tempo, havia diversidade entre economia e ideologia; a economia crescia 14% e a juventude era perseguida porque tentava derrubar o regime militar – comentou o presidente durante reunião com a indústria farmacêutica para anúncio de investimentos nesta quarta-feira (14), no Palácio do Planalto.
Apesar de admitir que há melhorias a serem feitas na economia, Lula elogiou o atual cenário econômico nacional.
– Este momento que estamos vivendo agora é graças, primeiro, à existência de vocês, que acreditam que esse país pode ser melhor, às pessoas que compõem o governo, aos companheiros dos bancos públicos que sabem que o dinheiro tem que circular – disse.
Na avaliação do petista, “não tem sentido”, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não ter recursos para investimentos.
– Todos os países do mundo têm banco de desenvolvimento que investiu para o crescimento econômico. Só que no Brasil, de repente, se achou que o BNDES era um estorvo, que o BNDES estava emprestando dinheiro demais, que não sobrava espaço para os outros, mas não é verdade – comentou.
O presidente, então, se dirigiu contra o patamar da taxa de juros:
– Quanto menos atrativa for a taxa de juros para que as pessoas vivam de dividendos e especulação, mais dinheiro é necessário para mais investimento.
Ao enaltecer o momento econômico brasileiro, Lula disse que, “logo logo”, o Brasil chegará ao menor nível de desemprego da história nacional.
– Se não é tudo aquilo que a gente queria, é mais do que a gente pensava que ia ter agora – concluiu.
Adinan de Souza Fontoura foi condenado por roubo de carro com arma no Brasil e fugiu para os Estados Unidos para evitar a pena de prisão
A unidade de Operação de Fiscalização e Remoção (ERO, sigla em inglês) de Boston (Massachusetts) deportou Adinan De Souza Fontoura, um brasileiro de 42 anos que estava ilegalmente nos Estados Unidos e tem uma condenação por roubo de carro com arma no Brasil.
De acordo com Todd M. Lyons, Diretor do Escritório de Campo da ERO Boston, “Adinan de Souza Fontoura foi condenado por roubo de carro com arma no Brasil e fugiu para os Estados Unidos para evitar a pena de prisão. Ele demonstrou propensão para cometer atos violentos e representava uma ameaça para os residentes de Massachusetts. Agora ele retornará ao seu país de origem para enfrentar a justiça lá.” Lyons enfatizou o compromisso da ERO Boston em garantir a segurança pública, alvejando e removendo infratores estrangeiros graves das comunidades da Nova Inglaterra.
Adinan foi detido pela Patrulha de Fronteiras dos EUA no dia 11 de setembro de 2021, após entrar ilegalmente nos Estados Unidos perto de San Ysidro, Califórnia. Ele recebeu uma notificação para comparecer perante um juiz de imigração do Departamento de Justiça e foi liberado sob uma ordem de reconhecimento. Em 24 de outubro de 2022, um tribunal criminal brasileiro o condenou por roubo de carro com arma, sentenciando-o a cinco anos e quatro meses de prisão. Posteriormente, as autoridades brasileiras emitiram um mandado de prisão por não ter cumprido a sentença.
No dia 30 de maio de 2023, agentes de deportação da ERO Boston prenderam o brasileiro em Quincy. No dia 9 de julho de 2023, um juiz de imigração do Departamento de Justiça ordenou sua remoção dos Estados Unidos para o Brasil.
A ERO, uma das três unidades operacionais do Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, sigla em inglês), supervisiona a aplicação da imigração doméstica e é responsável pela prisão e remoção de indivíduos que comprometem a segurança das comunidades americanas e as leis de imigração dos EUA.
A missão desta unidade inclui a gestão de populações detidas e não detidas, além da repatriação de estrangeiros com ordens finais de remoção.
Com mais de 7.700 funcionários nos Estados Unidos e em postos internacionais, a ERO continua sua missão de proteger as comunidades americanas através de uma rigorosa aplicação das leis de imigração.