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Brasil : La Niña: fenômeno que pode diminuir calor tem 60% de chance de ocorrer
Enviado por alexandre em 11/09/2024 15:06:30


Termômetro marca 34º em SP. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A OMM (Organização Meteorológica Mundial), agência da ONU (Organização das Nações Unidas), afirmou que há 60% de probabilidade das condições da La Niña surgirem no final deste ano. O fenômeno ocorre quando há resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, com uma diminuição da temperatura igual ou maior a 0,5ºC nas águas do oceano.

O fenômeno acontece a cada três ou cinco anos e, no Brasil, costuma causar aumento das chuvas no Norte e no Nordeste, tempo seco no Centro-Sul e chuvas mais irregulares na região, tempo mais seco no Sul e condição mais favorável para entrada de massas de ar frio e maior variação térmica.

A organização aponta que as condições do fenômeno estão “neutras”, mas alertou que o aquecimento a longo prazo do planeta ainda ocorrerá. As previsões mais recentes apontam que as condições da La Niña devem aparecer entre setembro e novembro de 2024 e entre outubro deste ano e fevereiro de 2025.

O pico da La Niña deve ocorrer entre novembro e janeiro, mas o fenômeno não deve ser intenso ou prolongado, segundo a previsão mais recente da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

Anomalias de temperatura na superfície do mar nesta segunda (9). Foto: NOAA

Em 2024, o El Niño foi um dos mais intensos já registrados e gerou impactos em todo o país. O fenômeno costuma reforçar o calor no verão e abrandar o inverno por dificultar o avanço de frentes frias no país.

Ele também causa secas no Norte e Nordeste e chuvas excessivas no Sul e no Sudeste. Apesar do fim do fenômeno, o inverno no Brasil foi muito impactado por sua influência, principalmente por conta de sua intensidade ao longo dos meses.

Brasil : “Nunca vi nada assim”: como as queimadas afetam a vida de moradores da Amazônia
Enviado por alexandre em 11/09/2024 15:02:38


Focos de incêndio na Amazônia. Foto: Cícero Pedrosa Neto

A devastação causada pelas queimadas na Amazônia atingiu um novo patamar, com mais de 82 mil focos de incêndio registrados entre 1º de janeiro e 9 de setembro deste ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este número já é o dobro do mesmo período de 2023 e se aproxima do recorde histórico de 85 mil focos em 2007.

O prefeito de Novo Progresso (PA), Gelson Dill (MDB), comparou a situação atual com 2019, quando garimpeiros promoveram o “Dia do Fogo”. Para ele, nem mesmo aquela ocasião, no auge do bolsonarismo sobre as políticas ambientais, foi tão prejudicial como a que vivemos em 2024.

“Eu moro aqui há 25 anos e não me lembro de ter vivido uma seca tão grande. A brigada de bombeiros mais próxima daqui fica a 400 quilômetros. Estamos tentando usar os nossos caminhões pipas, mas eles não conseguem acesso às áreas”, disse o prefeito.

Já na cidade de Trairão (PA), à beira da BR-163, uma família foi obrigada a evacuar a casa rapidamente para conter as chamas que avançavam. “A seca deste ano foi a mais severa, não víamos algo assim desde a década de 80”, explicou o prefeito João Cleber de Souza Torres (MDB), ao jornal O Globo, destacando que muitas queimadas são acidentais, causadas pelo uso tradicional do fogo para limpar terrenos.

O município, que abriga a Terra Indígena Apyterewa, enfrenta a ação de grileiros e garimpeiros que, segundo denúncias, ateiam fogo deliberadamente para dificultar as ações de fiscalização do Ibama. As investigações dessas práticas criminosas já resultaram em 19 inquéritos abertos pela Polícia Federal em 2024.

Na região do Parque Nacional do Jamanxim, também no Pará, o fogo avança rapidamente durante a noite, com labaredas que se aproximam das margens da BR-163, transformando a estrada em uma zona de perigo. Em uma dessas ocasiões, a reportagem testemunhou uma casa de madeira ser completamente consumida pelas chamas, enquanto os motoristas reduziam a velocidade com receio de que o fogo se alastrasse até os veículos. A fumaça, intensa e densa, tornava a respiração difícil e provocava ardência nos olhos.

Fogo em floresta no Brasil. Foto: reprodução

No distrito de Jardim do Ouro, em Itaituba (PA), a cena era igualmente desoladora. Bois fugiam do fogo em direção à Transgarimpeira, buscando escapar das chamas que tomavam conta dos pastos. Ao meio-dia, o sol, encoberto pela fumaça espessa, transformou o dia em uma penumbra avermelhada.

Em meio à destruição, troncos de castanheiras se destacavam, sobrevivendo às chamas, enquanto aves como araras azuis e papagaios fugiam em revoada, e buritis ardiam no horizonte.

Em Moraes Almeida (PA), a fumaça densa já afetava a visibilidade na pista de pouso dos pequenos aviões que abastecem os garimpos da região. “Sempre tem fumaça nessa época, mas não tanto como agora”, comentou Emilia Silva, que vive nas proximidades da BR-163. O distrito, conhecido por suas serrarias, madeireiras e fazendas de gado, está no coração da devastação.

Descendo pela mesma rodovia, o município de Novo Progresso (PA) se destaca por uma história de tragédia ambiental recente: em 2019, o “Dia do Fogo” entrou para o noticiário quando fazendeiros organizaram uma vaquinha para financiar queimadas coordenadas. Hoje, o cenário é ainda pior.

“Estou aqui há 25 anos e nunca vivi uma seca tão grande”, afirmou o prefeito Gelson Dill (MDB). A cidade, com uma brigada de bombeiros distante a 400 quilômetros, enfrenta enormes dificuldades em controlar as chamas, utilizando caminhões-pipa que muitas vezes não conseguem acessar as áreas mais afetadas.

Brasil : Folha e Estadão alertam para incêndios e inércia do governo
Enviado por alexandre em 11/09/2024 14:55:34

"Chocada está a sociedade brasileira diante da incompetência do governo Lula", disparou Estadão em editorial

Brigadistas do Instituto Brasília Ambiental e Bombeiros do Distrito Federal combatem incêndio em área de cerrado próxima ao aeroporto de Brasília Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo fizeram editoriais apontando para as graves consequências dos incêndios florestais que já encobrem 60% do Brasil em fumaça. Nos textos publicados nesta terça (10) e quarta-feira (11), os periódicos denunciam a falta de mobilização do governo federal em torno do tema.

– O Brasil está pegando fogo. E antes fosse apenas no sentido figurado, como decorrência do acirramento de ânimos típico dos períodos eleitorais. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), queimadas naturais e criminosas cobrem nada menos que 60% do território nacional de fumaça (…). O resultado desse quadro aterrador pode ser sentido por todos, mas sobretudo idosos e crianças, os mais suscetíveis ao agravamento de doenças cardiorrespiratórias causado pelo clima desértico – frisou o Estadão no texto intitulado O Brasil sufoca.

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– O Brasil enfrenta uma crise ambiental não menos impactante que as enchentes do Rio Grande do Sul. Governos e sociedade, entretanto, reagem de forma letárgica à catástrofe. Um dia virá o cômputo de mortes adicionais na tempestade perfeita de fogo e seca recordes, mas isso não é necessário para dimensionar o desastre. Rios amazônicos secam, isolando ribeirinhos; aeroportos e portos fecham; aulas são suspensas; acidentes se multiplicam nas estradas sob visibilidade reduzida – enumera a Folha, no editorial Onde há fumaça há fogo e falta urgência.

Para o Estadão, o ato de respirar se tornou “um ato de resistência”, e embora essa “dimensão apocalíptica” dos incêndios já tenham iniciado há meses, só agora o governo federal “parece ter acordado para a gravidade da situação”, tendo viajado ao Amazonas junto de ministros.

Na avaliação do jornal, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, já dava sinais de estar “perdido” há semanas, tendo chegado a dizer que a tragédia ambiental era uma “coisa nova”.

– Nova, a rigor, não é nem a prostração do governo federal diante de um problema há muito conhecido. (…) “Está todo mundo chocado com essa situação”, lamentou Wellington Dias. Ora, chocada está a sociedade brasileira diante da incompetência do governo Lula da Silva para lidar com as queimadas, no melhor cenário, ou do descaso do presidente da República pela chamada questão ambiental, que jamais foi uma causa que o petista carregou no peito, instrumentalizando-a na medida de suas conveniências políticas de ocasião – criticou o editorial.

A Folha, por sua vez, frisou a responsabilidade do Congresso Nacional.

– O Congresso mal reage ao flagelo. Verdade que aprovou legislação sobre manejo de fogo, porém após seis anos de tramitação e três de queimadas devastadoras. (…) Cortou verbas do Ibama para combate a incêndios, depois recompostas por créditos extraordinários. Barrou a criação de uma autoridade climática por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – escreveu o periódico.

O jornal recordou que, diante do desastre das enchentes gaúchas, os Três Poderes “se uniram pela reconstrução”. No caso dos incêndios, contudo, “faltam planos, metas e articulação no poder público. Cabe ao governo de um país em chamas liderar a mobilização para debelá-las, hoje, e prevenir que o despautério se repita no futuro”.

– O Brasil precisa, de uma vez por todas, avançar na adaptação às mudanças climáticas. Condições meteorológicas extremas, como a seca, as ondas de calor e as enchentes já não são o “novo normal”, mas uma realidade posta. Quando se fala em proteção do meio ambiente, está-se falando de segurança hídrica, energética e alimentar. Está-se falando de vidas, portanto. Ou Lula da Silva acorda para isso e lidera um esforço nacional de adaptação às mudanças climáticas digno do nome – e não só para “inglês ver” – ou o Brasil será consumido por sua incompetência antes que as chamas possam arrasar por completo os seus biomas – completou o Estadão.

Brasil : Brasil entra no nível 'perigoso' de poluição com aumento de incêndios
Enviado por alexandre em 10/09/2024 10:07:51

Incêndios florestais pioram a qualidade do ar, e poluição atinge o nível de risco máximo para a saúde humana em algumas cidades brasileiras

A elevação contínua dos focos de incêndio no Brasil tem refletido diretamente na qualidade do ar das regiões mais atingidas. Nos últimos dias, algumas cidades do país chegaram ao nível máximo de poluição, considerado “perigoso” para a saúde humana.

 

Conforme a classificação internacional e também utilizada pela plataforma suíça IQAir, conhecida por fazer a medição em tempo real do nível de poluentes no mundo, quando a concentração ultrapassa os 300 µg/m3 (microgramas por metro cúbico), atinge-se o nível de risco máximo.

 

Entre 7h e 8h dessa segunda-feira (9/9), o índice chegou a 341 em Porto Velho (RO). De acordo com o parâmetro da plataforma, o nível de poluição atmosférica considerado bom e sem riscos para a saúde é de, no máximo, 50 µg/m3.A capital de Rondônia, assim como outras cidades do estado, vive um cenário crítico de concentração de fumaça, em decorrência das queimadas. Na Avenida Calama, uma das principais de Porto Velho, o nível de poluição chegou a 523, entre 4h e 5h de domingo (8/9).

 

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Em Guajará-Mirim (RO), onde fica a Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto, as taxas de poluição foram ainda maiores. Às 9h dessa segunda, o índice era de 395, mas chegou a ser de 839, entre 7h e 8h de domingo – quase 17 vezes acima do considerado apropriado.

 

Há dois meses, incêndios atingem o Parque Estadual Guajará-Mirim, uma das maiores unidades de conservação de Rondônia. A concentração de fumaça passou a fazer parte da rotina da população local, desde então.

 

 

As autoridades do estado calculam que o fogo já consumiu 33% dos 216 mil hectares de floresta do parque. Investigações apontam ação criminosa como origem dos incêndios, em retaliação a recentes operações de fiscalização ambiental e desocupação de áreas de preservação.

 

Fotos: Reprodução

 

A classificação da IQAir varia entre “Bom”, “Moderado”, “Insalubre para grupos sensíveis”, “Insalubre”, “Muito Insalubre” e “Perigoso”. No caso desse último nível, que costuma ocorrer somente nos lugares mais poluídos do mundo, como China, Paquistão e Índia, todos estão suscetíveis a problemas de saúde.

 


 

Diante do contexto atual, o Brasil passa a fazer parte desse grupo, o que exige atenção redobrada do poder público e da população em geral. A orientação, nesse caso, é evitar qualquer esforço ao ar livre. 

 

Fonte: Metrópoles

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Brasil : Incêndios levam a perdas de matas e florestas em biomas do Brasil e do mundo
Enviado por alexandre em 10/09/2024 00:34:57

: Reprodução/Ibama

Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com

Fenômeno global, levou à caducidade o mantra de certas correntes ambientalistas de que o Brasil está dilapidando suas florestas, transformando-as em pasto. Efetivamente, estatísticas oficiais demonstram que os incêndios florestais em 2023 destruíram, no mundo, quase 400 milhões de hectares, ceifaram 250 vidas e liberaram 6,5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera. O ano mais quente já experimentado pela humanidade em 125 mil anos, conforme vários cientistas, foi também um ano de fogo. O Sistema Global de Informação sobre Incêndios Florestais aponta que o continente americano viveu este ano uma temporada recorde de incêndios florestais com cerca de 80 milhões de hectares queimados até 23 de dezembro, e 10 milhões de hectares a mais do que a média anual entre 2012 e 2022. Somente no Canadá, 18 milhões de hectares foram devastados.

Historiadores e pesquisadores de respeitáveis institutos internacionais consideram que o mundo continua seguindo seu inexorável processo evolutivo, ocasionando, em seu rastro, a exacerbação, o agravamento de fenômenos climáticos extremos, particularmente no que tange aos padrões de temperatura e clima do planeta, basicamente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, mas também devido ao desmatamento de terras e florestas, ao acúmulo de lixo em aterros, rios, lagos e mares, resultado da adoção de processos industriais essencialmente poluidores.

No Brasil, a área de hectares queimados este ano era de 27,5 milhões até 23 de dezembro, abaixo da média da década 2012-2022 (31,5 milhões), de acordo com dados do GWIS. O Pantanal, a maior área úmida do mundo, está sendo atingido por incêndios recordes, registrados até aqui mais de 4.000 focos, nove vezes a média histórica para o mês, segundo imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Estes incêndios, muitos deles alimentados pelo tempo seco e quente causado pela mudança climática, revelaram-se gravemente “incontroláveis”. Pesquisadores responsáveis e pragmáticos debruçados em identificar exatas ou aproximadas procedências desses fenômenos, concluem que o homem não tem mais condições de enfrentar tais desafios por meios convencionais. Daí a importância de atuar na prevenção.

Foi registrado no país, em 2024, o maior número de incêndios florestais (superficiais, de copa e subterrâneos) dos últimos 14 anos. O fogo vem devastando áreas na Amazônia, Pantanal e Cerrado. A fumaça espalha-se, sem controle, encobrindo cidades, vilas e povoados. Em agosto, os estados que mais registraram focos de incêndio foram Mato Grosso (mais de 10,4 mil), Pará (9,6 mil), Amazonas (7,7 mil), Mato Grosso do Sul (4,2mil) e São Paulo (3,4 mil). Amazônia e Pantanal, os biomas mais afetados. Levantamentos da Confederação Nacional dos Municípios junto ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR) apontam que o número de prefeituras que decretaram situação de emergência por incêndios florestais cresceram 354% em relação ao mesmo mês de 2023.

Enquanto isso, o governo brasileiro, perdido no meio do nevoeiro, ou das chamas, recorre a narrativas esdrúxulas, extemporâneas, visando transferir responsabilidades a agricultores, a incendiários, a piromaníacos que, aos milhares, estariam comprazendo-se em atear fogo, a destruir biomas, matas, florestas, reservas no meio rural ou urbano espalhados por todo o país. A ministra do Meio Ambiente, Marina da Silva, estranhamente, sem noção exata do quadro conjuntural, desprovida de plano ou medidas emergenciais (a não ser imputar culpa a contumazes “destruidores de florestas”), e contrária à conclusão das obras da BR-319, é poupada de responsabilidades pelo presidente da República. Diante de tanta incoerência, os brasileiros quedam-se incrédulos por tantas regalias dispensadas a uma simples, mas arrogante, funcionária do Estado.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/economia-na-amazonia/incendios-levam-a-perdas-de-matas-e-florestas-em-biomas-do-brasil-e-do-mundo/

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