Brasil : Indígenas sofrem com exposição à fumaça de queimadas
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Enviado por alexandre em 09/05/2023 15:11:01 |
Povos da América do Sul têm duas vezes mais chances de morrer em incêndios florestais. Áreas do Brasil, Peru e Bolívia têm mortalidade até 6 vezes maior que a média. Portal Amazônia, com informações do IPAM Fogo na aldeia Kuikuro (MT). Foto: Takumã Kuikuro Novo estudo, publicado na revista Environmental Research Health da IOP Publishing, revela que indígenas da bacia amazônica têm duas vezes mais chances de morrer prematuramente em decorrência da exposição à fumaça emitida por incêndios florestais do que a população sul-americana. Regiões no Peru, Bolívia e Brasil são apontadas como focos de exposição à fumaça, com taxas de mortalidade seis vezes mais altas que a da população em geral. "Estudos como esse ressaltam a importância da gente olhar para a questão do uso do fogo na Amazônia como uma questão de saúde pública, o que nem é pensado atualmente. Estamos perdendo vidas por causa dos aumentos das queimadas e isso só tende a piorar nesse cenário acirrado pelas mudanças climáticas. Precisamos olhar para o uso do fogo e, realmente, reforçar políticas que controlem esse uso", afirma a diretora de Ciência do IPAM e coautora do estudo, Ane Alencar. Os resultados mostram que a fumaça dos incêndios florestais na América do Sul é responsável por aproximadamente 12.000 mortes entre 2014 e 2019, com cerca de 230 delas ocorrendo em territórios indígenas. A exposição a partículas de fumaça nocivas é muito maior durante a estação seca da Amazônia, entre agosto e novembro, quando incêndios florestais mais que dobram a concentração de compostos químicos em suspensão na atmosfera. Principal autora do estudo, Eimy Bonilla afirma: "embora os territórios indígenas sejam responsáveis por poucos incêndios na bacia amazônica, nossa pesquisa mostra que as pessoas que vivem nesses territórios sofrem riscos de saúde significativamente maiores devido às partículas de fumaça, em comparação com a população em geral". Pesquisas anteriores sobre o tema se concentram nos impactos de saúde dos países em escalas maiores ou dependem fortemente de dados de internação hospitalar. Isso não destaca com precisão o impacto sobre as pessoas que vivem em territórios indígenas, localizadas mais próximas dos incêndios, expostas a partículas de fumaça por períodos mais longos e que, muitas vezes, não têm acesso a cuidados médicos adequados, materiais de higiene ou água potável. O novo estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Harvard, usa uma combinação de modelos de transporte químico atmosférico e uma função de resposta de concentração atualizada para estimar a taxa de mortalidade de indígenas expostos a altas concentrações de MP 2.5, nome dado às partículas microscópicas emitidas pelas queimadas.
Impacto das queimadas Nos últimos anos, a taxa de queima de biomassa na América do Sul aumentou, impulsionada pela degradação florestal causada pela atividade humana (como mineração, extração de madeira e uso de terras agrícolas) e variações nas condições climáticas. Esses incêndios florestais liberam minúsculas partículas chamadas MP2.5, conhecidas por contribuir significativamente para as concentrações de aerossóis e serem nocivas à saúde humana. A exposição a esse material pode resultar em sintomas fisiológicos como doenças cardiovasculares e respiratórias e percorrem grandes distâncias, afetando a qualidade do ar em vários países da América do Sul. "Esses incêndios têm um impacto desproporcional sobre as pessoas que vivem em territórios indígenas. Com tempos de exposição mais longos e acesso limitado a atendimento médico, populações indígenas correm um risco muito maior de morrer em incêndios", afirma Bonilla. "Recomendamos que os governos forneçam assistência financeira para monitorar a qualidade do ar nessas regiões, fornecendo sensores de baixo custo para estudar o impacto da exposição de curto e longo prazo à fumaça", completa.
Pesquisa analisa dificuldades dos produtores e comerciantes de açaí no Amazonas A pesquisa de campo foi realizada diretamente nos locais de comércio, produção e plantio e contou com a participação de 50 entrevistados. PORTAL AMAZÔNIA, COM INFORMAÇÕES DA FAPEAM O açaí é um dos produtos do extrativismo vegetal mais importantes de toda a Amazônia. As dificuldades dos pequenos e médios produtores e comerciantes desse fruto da Região Amazônica são o foco principal de uma pesquisa realizada no Amazonas: cinco municípios foram avaliados, visando a melhoria da cadeia produtiva. O estudo intitulado 'Extrativismo, cadeia produtiva e desenvolvimento tecnológico e sustentável do açaí amazônico', realizado com apoio do Governo do Estado, é desenvolvido no âmbito do Programa Estratégico de Desenvolvimento do Setor Primário Amazonense, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Prospam/Fapeam). Após a realização desse levantamento, ocorrerá a produção de uma cartilha, como teste piloto, sobre as boas práticas de manipulação. A pesquisa de campo foi realizada diretamente nos locais de comércio, produção (beneficiamento) e plantio e contou com a participação de 50 entrevistados, entre eles, produtores e comerciantes dos municípios de Coari (a 363 quilômetros da capital), Codajás (240 Km), Tefé (523 Km), Anori (195 Km) e Alvarães (531 Km). A coordenadora do projeto e pesquisadora, Klenicy Kazumy de Lima Yamaguchi, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), afirma que o açaí é indiscutivelmente o produto do extrativismo vegetal mais importante da região. "Não somente pela amplitude de sua produção, que vêm crescendo do Maranhão a Rondônia, e em especial no Amazonas, mas também nos aspectos sociais, da importância cultural e também ambiental, como no descarte dos resíduos", reitera. O questionário in loco avaliou o equilíbrio ambiental, social e econômico do extrativismo, para obtenção do desenvolvimento sustentável da matéria-prima, os entraves e as necessidades para o desenvolvimento e produção do fruto. Através dessa análise, o estudo visa não só a realização de um diagnóstico sobre as demandas dos agricultores, cooperativas e comerciantes, bem como agregação de valor pelo uso integral dos frutos, cursos de formação para os agricultores sobre o beneficiamento da polpa, cuidados no plantio, uso de tecnologias verdes para manejo e produção. Klenicy Yamaguchi revela ainda que os estudos sobre a cadeia produtiva do fruto amazônico são escassos e incipientes. Dessa forma, o estudo corrobora para ampliar o conhecimento sobre os aspectos socioeconômicos e a consolidação de tecnologias para beneficiar essa produção. A pesquisa, em andamento, encontra-se na fase de levantamento das dificuldades e elaboração de uma cartilha. "Faz-se necessário tecnologias avançadas de manejo e produção adequadas à realidade do Médio Solimões, que aproximem as necessidades do produtor/extrativista, cooperativa-cooperado, comerciantes e a indústria, de forma a contribuir com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico da região", complementa. Apoio da Fapeam A pesquisa realizada no âmbito do Prospam/Fapeam, Edital n° 008/2021, deu oportunidade para que os participantes dessa cadeia produtiva pudessem ter voz mais ativa, além de possibilitar o desenvolvimento de materiais que colaboram com o extrativismo, baseado na real necessidade do produtor. "É a popularização dos dados científicos chegando para a comunidade, uma tecnologia social sendo implementada", reforça a pesquisadora sobre a amplitude do projeto. O Programa Prospam seleciona propostas de pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação, ou de transferência tecnológica, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do setor primário do estado do Amazonas, visando à produção sustentável adequada à realidade regional. |
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Brasil : Criança de 10 anos tem orelha decepada ao ser atacada por cachorro da raça pit bull, no interior de São Paulo
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Enviado por alexandre em 09/05/2023 15:07:49 |
Mãe do menino entrou na frente do cachorro e o agrediu a pauladas para que soltasse o filho. Vítima está internada Uma criança de 10 anos foi atacada por um cachorro, da raça pit bull, e teve a orelha decepada, além de ferimentos graves pelo corpo, na última sexta-feira (5), na cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo. De acordo com informações apuradas pela Record TV, a mãe do menino precisou se jogar em cima do pit bull para tirar o filho, senão o pior podia acontecer. O menino jogava bola na rua, quando o cachorro do vizinho se soltou e o atacou. A vítima foi levada consciente para o hospital municipal. Um vizinho achou a orelha do menino na rua, colocou em pote de gelo e levou para a unidade de saúde. Veja também  MORRE AOS 63 ANOS O REPÓRTER POLICIAL NONATO SILVA, DO 'PORTAL DO ZACARIAS' Assessor do TSE é preso em flagrante suspeito de violência doméstica Por conta dos ferimentos graves, a criança precisou ser transferida para o Hospital das Clínicas da Unicamp, onde passou por uma cirurgia e teve a orelha recolocada. O pit bull foi levado para o centro de zoonose, mas por causa das pauladas que recebeu na cabeça para soltar o menino acabou morrendo. A mãe da vítima ressalta que essa não é a primeira vez que o cachorro ataca uma criança. Segundo ela, os animais que vivem na casa saíam toda noite na rua para fazer as necessidades. A mulher conta ainda que não teve respaldo nenhum dostutores do pit bull e pede por justiça. A criança atacada ainda não tem previsão de alta hospitalar. Fonte: R7 LEIA MAIS |
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Brasil : Sal refinado, light, do Himalaia: qual deles é melhor para a saúde?
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Enviado por alexandre em 09/05/2023 15:05:10 |
Veja dica para saber se o sal rosa é falsificado. Existem diferentes tipos de sal no supermercado. Mas será que algum deles tem mais efeitos sobre a saúde? Ao pesquisar em detalhes os nutrientes de cada tipo, a nutricionista Kristy Coelho, do Centro de Pesquisas em Alimentos (FoRC/USP), concluiu que o tradicional sal refinado continua sendo a melhor opção. Ela explicou ao podcast De onde vem o que eu como qual a função do sal no organismo e qual é a quantidade limite de consumo diário. Veja também  Memória ruim ou demência? Como diferenciar sintomas comuns da doença Prefeitura promove Dia D em Combate à Hipertensão Arterial na USF Amazonas Palhano SAL ROSA DO HIMALAIA  É extraído de uma região do Himalaia que já foi banhada pelo mar há milhões de anos; Contém minerais como o potássio, o cobre, o ferro, o cálcio e o magnésio; Para saber se o produto é original ou não, a dica é colocar em um copo de água e mexer. Se a cor sair é porque o sal foi falsificado. A nutricionista Kristy Coelho destaca que a quantidade de minerais no sal do Himalaia é pequena e não faz diferença na dieta. No final da história, o sal é fonte de sódio, então a melhor opção é a mais simples: o sal refinado tradicional, que tem iodo adicionado", completa a pesquisadora. O iodo é acrescentado ao sal para prevenir o bócio, que é um aumento na tireoide. SAL LIGHT  Fotos: Reprodução Contém 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio; Salga menos a comida, por ter menos sódio. Não deve ser usado em quantidade maior que 5 gramas por dia; É indicado para pessoas com pressão alta; Deve ser evitado por pacientes com doenças renais. Fonte: G1 LEIA MAIS |
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Brasil : Estudo avalia uso do óleo de pupunha como filtro solar
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Enviado por alexandre em 08/05/2023 09:37:16 |
Projeto do Campus Floresta, da Universidade Federal do Acre (Ufac) em Cruzeiro do Sul, identificou capacidade de filtragem de raios solares, mas ainda busca detectar o componente responsável. Portal Amazônia, com informações do g1 Acre* Estudo identificou capacidade de filtragem de raios solares no óleo extraído da semente de pupunha. Foto: André Luis Melhorança/Arquivo pessoal Uma pesquisa de estudantes do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Acre (Ufac) em Cruzeiro do Sul, detectou a capacidade do óleo de pupunha vermelha e amarela na filtragem de raios solares durante uma catalogação de palmeiras. O estudo é assinado pelos estudantes Karoline Victoria Gonçalves Carvalho e Habacuque Elimar Costa de Araújo, orientados pelos professores André Luiz Melhorança Filho, Kelly Nascimento Leite, Thiago Alves Santos de Oliveira e Hugo Mota Ferreira Leite. A pesquisa começou com análises de plantas da região e, após a catalogação, incluiu hipóteses baseadas no conhecimento popular, que trouxe a possibilidade do uso da pupunha para a fabricação de protetores solares. "As sementes foram obtidas aqui em Cruzeiro do Sul mesmo, em diferentes ramais do Juruá e o óleo presente da casca são os que mais se destacam. A gente passou numa máquina chamada espectrômetro e ela emite diferentes comprimentos de onda, ondas UV e UVB que a gente analisa para ver a possibilidade dele ser um protetor solar, e ele se mostrou o que mais absorve e menos transmite. Porque ele analisa, a absorvência e transmitância dos raios. Então ele pode conter princípios até mais valiosos do que o próprio fruto em si. Mas que necessita de uma infraestrutura maior para escoamento e uma produção em larga escala", explica Karoline Gonçalves. O professor André Luiz Melhorança, orientador de Karoline no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), conta que o próximo passo da pesquisa é identificar a molécula presente no óleo que é responsável pela filtragem desses raios, o que pode então permitir a fabricação de produtos para esse fim. Ele ressalta ainda que o prosseguimento é complexo, pois necessita de equipamentos ainda não disponibilizados na Ufac. "Nós temos severas restrições orçamentárias, dos últimos governos que não foram muito amigáveis. Então, esses recursos são escassos, esse espectrômetro mesmo, se quebrar, a gente não tem dinheiro pra comprar outro. O que limita a gente mas, ele vem funcionando. É Incalculável o valor econômico de uma molécula dessa. E aí o que acontece? Ela (Karoline) não perdeu esse viés social. Ela relatou: 'Se a gente conseguir patentear a molécula, dá pra gente continuar o trabalho, tem que ir pra comunidade'", destaca o professor. Estudantes de Engenharia Agronômica pretendem detectar molécula responsável pela filtração dos raios solares. Foto: André Luis Melhorança/Arquivo pessoal Colaboração e foco social O artigo produzido com as informações já colhidas pelo estudo foi publicado na revista científica Peer Review, e, segundo o professor, mais uma produção deve ser publicada com atualizações desse estudo, dessa vez, com auxílio de pesquisadores de outras universidades. Para Melhorança, essa pesquisa é uma oportunidade de colaboração que marca a carreira dos estudantes que participam, em especial Karoline, sua orientanda. "A primeira pergunta foi respondida. Esse óleo tem efeito biológico. Agora a pergunta é: qual substância desse óleo está causando esse efeito biológico? Então, aí nós precisamos de máquinas que é a espectrometria de absorção atômica. Só que a UFAC não tem aqui em Cruzeiro. Porém, nós temos convênios com outras universidades que têm essa espectrometria. Inclusive, o próximo artigo de avaliação já vai ter envolvimento de professores da Universidade Federal de Viçosa e da Unesp que têm essa espectrometria. Então aí ela já tá construindo a carreira dela para mestrado, doutorado. Ela vai ser uma cientista", destaca. Mesmo com a necessidade de ampliação de recursos, Karoline avalia positivamente os resultados da pesquisa até o momento. O objetivo, segundo ela, é converter cada vez mais os possíveis ganhos em recursos que auxiliem os estudos em si, mas também as comunidades tradicionais que também contribuem. "Eu creio que a palavra é sonhar. Temos como objetivo patentear novos princípios ativos e que, caso isso se converta em recursos que sejam aplicados nas comunidades que têm esse conhecimento tradicional na comunidade extrativista e também volte uma parte pra continuar as pesquisas, haja um novo reinvestimento em equipamentos, em bolsas. Enfim, o estudante precisa alimentar o currículo, porque pesquisa não é só o fato da bolsa na sua conta, é você alimentar o seu currículo, para que explore novos horizontes. E a universidade pública tem que devolver à sociedade o investimento feito nela. Então a pesquisa, o artigo, as publicações são a chave de tudo isso", conclui.
*Por Victor Lebre, do g1 Acre
Comunidades indígenas do Amazonas destacam vivência da cultura ancestral O Amazonas possui uma diversidade de comunidades indígenas abertas à visitação para a prática do etnoturismo. jornalismo@portalamazonia.com">Redação - jornalismo@portalamazonia.com Com uma diversidade de comunidades indígenas abertas à visitação para a prática do etnoturismo, o Amazonas oferece alguns roteiros de momentos de imersão e autoconhecimento por meio de rituais tradicionais das comunidades Tatuyo e Cipiá. As comunidades integram o Plano de Ordenamento Turístico da Amazonastur, que recebe amazonenses e turistas nacionais e internacionais. A primeira comunidade a abrir para visitação pública em Manaus foi a Cipiá, a 34 quilômetros da área urbana. O cacique da Cipiá, Kumüa Thoalamü, conhecido também Domingos Vaz, da etnia Desana, contou que a ideia de receber os turistas surgiu nos anos 2000, com o objetivo de oferecer roteiros turísticos que envolvem as tradições e os conhecimentos dos povos originários. "Esse trabalho foi fundado não para que eu enricasse, mas para me orgulhar e convidar muitas pessoas do Alto Rio Negro. Esse trabalho foi criado para defender as minhas famílias, defender o nosso trabalho e resgatar a nossa cultura tradicional indígena. Eu aprendo com a cultura branca e as pessoas que nos admiram aprendem com a nossa", contou. Foto: Tácio Melo/Amazonastur Oriundos do Alto Rio Negro, a comunidade Tatuyo também proporciona a contação de histórias e lendas, apresentação de danças e rituais, pinturas corporais e confecção de artesanatos que representam crenças e etnias. O cacique Pinõ, que atua em prol da conservação da Amazônia, vem buscando, por meio da tecnologia, mostrar para o mundo um pouco da cultura dos povos originários. Pinõ enfatizou que é essencial que os indígenas continuem preservando as suas originalidades. "Eu costumo dizer para os nossos parentes que conservem e mantenham a nossa tradição, porque a nossa origem vem cuidando do meio ambiente e os pajés que também cuidam através da reza. Agora, para a população do mundo, só peço que respeitem a nossa tradição, porque o conhecimento do ser humano indígena equilibra a natureza", disse. Os visitantes podem, ainda, contemplar a diversa fauna e flora se aventurando em trilhas pela floresta e se surpreender, também, com a gastronomia, degustando ingredientes, frutas e formigas utilizadas na culinária indígena. O passeio fluvial pelo Rio Negro foca na experiência de vivenciar um dia de imersão nas comunidades. Foto: Tácio Melo/Amazonastur Serviço A Amazonastur reforça que as agências de turismo, que realizam a atividade, devem solicitar a autorização dos órgãos gestores ambientais para visitar as comunidades. Contatos: Comunidade Indígena Cipiá +55 92 99118 4736 Instagram: @aldeia_cipia E-mail: aldeiacipia.am@gmail.com Comunidade Indígena Tatuyo +55 92 98439 5341 Instagram: @tatuyos_oficial |
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Brasil : Ativista luta pela educação dos povos indígena no Amazonas
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Enviado por alexandre em 08/05/2023 09:33:33 |
André Baniwa é o novo diretor do Departamento de Territórios na Secretaria de Direitos Ambientais, a convite da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. KARINA.ALVES@AMAZONSAT.COM.BR">KARINA PINHEIRO - KARINA.ALVES@AMAZONSAT.COM.BR Um dos principais nomes da luta pelos direitos indígenas, André Fernando Baniwa nasceu na comunidade de Tucumã-rupitã, localizada no Alto Içana, no Amazonas. Ele morou na comunidade de Ipadu Ponta, próximo à cidade de São Gabriel da Cachoeira, onde permaneceu até meados da década de 1980, quando a comunidade se desfez. André é professor, escritor, empreendedor social (Educação: Escola Baniwa Pamáali, Economia: Baniwa, Arte Baniwa, Pimenta Baniwa, e Patrimônio Cultural), ativista indígena e umas das lideranças do povo Baniwa desde 1992. Também é vice-presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI), uma das 90 associações de base ligada à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), principal estrutura de organização, que abrange 750 aldeias, de 23 povos indígenas, distribuídas na calha do Rio Negro e de alguns de seus afluentes. Em quase 30 anos de atividade, já foi assessor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e auxiliar técnico de desenvolvimento e pesquisa socioambiental no Instituto Socioambiental (ISA). "Tudo começou pela influência do meu pai. Eu via a angústia do meu pai muito forte. Por quê isso ou por quê aquilo, e ninguém explicava para ele. Isso tem sido minha motivação, eu ficava com pena do meu pai não poder entender e de alguma forma busquei estudar um pouco a sociedade brasileira para explicar ao meu pai como as coisas acontecem", conta o ativista ao Portal Amazônia. Trajetória Em 1987, a criação da Organização das Nações Indígenas do Rio Negro foi um marco importante para André: "eu vi mais uma vez o meu povo reafirmando a necessidade da formação escolar que aconteceu em 1984. Os Baniwa não sabiam falar português, não tinham escolaridade, quase zero. Alguns sabiam ler, mas, na maioria das vezes, não sabiam se expressar bem e o povo Baniwa nessa história tinha apontado a necessidade de aprender". André estudou na Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos, em Manaus, e, ao retornar para Tucumã, passou a ser professor na comunidade, como funcionário da prefeitura. "Quando voltei para a minha comunidade, já estavam organizando uma assembleia para criar a Organização Indígena da Bacia do Içana em 1992. Foi apenas no mês de julho que entrei no movimento formalmente. Já vinha acompanhando o processo e via durante os estudos na escola muitas informações negativas sobre os povos indígenas nos livros de História e Geografia. Nunca concordei com a forma que os livros estavam contando sobre nós, eu achava muito errado e me levava a fazer uma redação 'detonando' isso", conta André.
Foto: Reprodução / Redes Sociais Por conta da sua revolta, André Baniwa afirma que percebia que os professores não davam visibilidade ao seu trabalho escolar. Entretanto, na escola, ele desenvolveu um processo de visão crítica sobre a condução educacional dos povos indígenas. Nos anos de 1996 a 1999, o professor organizou encontros anuais sobre a educação Baniwa e, por conta disso, criou uma parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Assim, apesar da ausência de professores que falassem a língua indígena, a partir da unificação, foi possível especializar novos professores para que pudessem ensinar e gerar oportunidade para os indígenas. No ano 2000, em conjunto com uma mobilização coletiva, foi fundada a Escola Baniwa e Coripaco Pamáali, na Terra Indígena Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira. A escola contava com professores formados no magistério indígena, deixando a educação a ser guiada pelos próprios Baniwa, que até então, era ensinada por missionários católicos desde 1657. "Construímos ela coletivamente e ganhamos apoio de estudantes noruegueses e depois do Instituto Socioambiental (ISA), das Organizações Indígenas do Rio Negro, e conseguimos compor no Programa Rio Negro de Educação Escolar Indígena, coordenado pela Foirn junto com o ISA. Isso foi muito importante para o processo de formação de professores para garantir a implantação correta do que tínhamos definido coletivamente como Baniwa e Coripacos e também como indígenas e cidadãos brasileiros, com a interculturalidade do conhecimento", defende. Representatividade Quatro anos após a criação da Organização Indígena da Bacia do Içana, André Baniwa se tornou o presidente da organização aos 25 anos. Assumindo o cargo, ele mobilizou e uniu as comunidades reivindicando a educação escolar indígena, além da geração de renda, valorização cultural e a medicina tradicional. Nesta última área reforçou a importância da medicina dos Baniwa e Coripaco em um projeto apoiado pela França, pela faculdade de medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e ainda pela Foirn e outras instituições. O projeto foi voltado para a formação de agentes de saúde indígenas, para suprir a ausência na região. "O projeto mobilizou muita gente, identificamos muitas plantas domesticadas na roça, assim como na floresta. Fizemos vários trabalhos, além de uma publicação sobre as doenças e os cuidados no povo Baniwa", comenta. Foto: Carol Quintanilha/ISA. Já na questão de geração de renda, a produção de cestaria de arumã ganhou repercussão a partir da visibilidade incentivada por André, com apoio do ISA e da Foirn, para aprender e participar de feiras nacionais, eventos de produtores em São Paulo. Foi assim que surgiu o projeto 'Arte Baniwa', com várias oficinas desenvolvidas em conjunto com artesão e considerada a primeira grife indígena do país. Incentivo Além de professor, André Baniwa é autor de livros que apontam reflexões sobre o modo de vida indígena. Suas obras são: '25 anos de Gestão de Associativismo da OIBI para o bem-viver Baniwa e Koripako', de 2018; 'Bem-Viver e Viver Bem do povo Baniwa no noroeste da Amazônia Brasileira', de 2019.
Foto: Reprodução / Redes Sociais Diretor do Departamento de Territórios na Secretaria de Direitos Ambientais Em março de 2023, a convite da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, André Baniwa assume o cargo de diretor do departamento de demarcação territorial. O órgão está ligado à Secretaria de Direitos Ambientais e Territoriais do Ministério dos Povos Indígenas. A decisão foi publicada pela Casa Civil da Presidência da República, no diário oficial da União no dia 31 de março. |
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