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Brasil : A cidade bizarra onde 6.000 moradores vivem na mesma rua
Enviado por alexandre em 25/04/2023 09:44:10

Su?oszowa, uma aldeia única na Pequena Polônia, ganhou destaque na internet depois que uma impressionante foto aérea mostrando seu notável layout foi postada online.

 

Com seus 6.000 moradores residindo ao longo de uma única rua de nove quilômetros de comprimento, Su?oszowa é uma das mais impressionantes “paisagens urbanas” – vilarejos com edifícios posicionados diretamente em uma única rua.

 

Situada no Planalto de Olkusz, a menos de 30 km a noroeste de Cracóvia, o incomum layout de Su?oszowa lhe rendeu o apelido de “Pequena Toscana”.

 

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No início de abril, o cientista político Ian Bremmer tuitou uma vista aérea do vilarejo, atraindo mais de seis milhões de visualizações e 49.000 curtidas. A imagem cativante apresenta terras agrícolas verdejantes entremeadas com casas coloridas alinhadas à rua Olkuska-Krakowska. A aldeia é ladeada por campos expansivos de ambos os lados, criando uma harmoniosa mistura de vida urbana e rural.

 

A cidade bizarra onde 6.000 moradores vivem na mesma ruac

 

A internet não é a única apaixonada por Su?oszowa; seus moradores também são igualmente encantados por sua pitoresca cidade natal. Um morador local expressou seu carinho pela aldeia, destacando seu charme e atmosfera únicos.

 

Visitantes ansiosos para explorar a paisagem impressionante da aldeia também podem embarcar na Trilha Vermelha dos Ninhos das Águias, uma rota que conecta castelos e fortalezas do século XIV.

 

A excepcional beleza de Su?oszowa é evidente no contraste harmonioso de suas cores, como explicou um morador local: “há uma casa e depois uma faixa de campo, daí a beleza das fotos. Um tem grãos, o outro tem colza e o terceiro tem algo diferente. As cores ficam lindas vistas de cima.”

 

Além de sua impressionante paisagem e atrações históricas, Su?oszowa também é um local de peregrinação significativo. A rota “Via Regia”, que passa pela aldeia, é uma das Rotas de Santiago, levando ao Santuário de Santiago de Compostela.

 

A cidade bizarra onde 6.000 moradores vivem na mesma rua

Fotos: Reprodução

 


 

Em resumo, o encantador vilarejo de Su?oszowa, na Pequena Polônia, cativou os corações de milhões com sua paisagem urbana única e cenário pitoresco. Desde suas deslumbrantes vistas aéreas até sua rica história e importância como local de peregrinação, Su?oszowa realmente incorpora o melhor da vida urbana e rural.

 

Fonte: Mistérios do Mundo

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Brasil : Alessandra Korap: A indígena brasileira que ganhou o 'Nobel' do ambientalismo
Enviado por alexandre em 25/04/2023 09:40:13

A ativista se tornou uma liderança do povo munduruku e conseguiu evitar a ação de mineradoras no território que ela mora, que ainda não foi demarcado pelo governo brasileiro. Ao longo dos últimos anos, ela conviveu com ameaças e ataques.

As memórias de infância de Alessandra Korap estão intimamente ligadas com a sensação de liberdade.

 

"Tenho a lembrança de ser livre para tomar banho no rio, acompanhar os mais velhos na roça, colher as frutas e tirar cipó para fazer as roupas", relata.

 

"A minha sensação é a de que podíamos usufruir e brincar no rio, na floresta e até dentro de casa", diz ela.

 

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Hoje, aos 38 anos, Korap é reconhecida nacional e internacionalmente como uma das principais lideranças indígenas da região que compreende a bacia do rio Tapajós, no Pará.

 

Atualmente, ela é a presidente da Associação Indígena Pariri, que dá suporte às comunidades que vivem nesse local.


Graças ao trabalho dela e de vários grupos, grandes empresas de mineração — como a Anglo American e a Vale — desistiram de projetos para exploração neste território indígena, que ainda não é oficialmente demarcado e reconhecido pelas autoridades brasileiras.

 

Entre tantas reuniões e protestos, Korap sofreu uma série de ataques e ameaças de morte. Num dos piores episódios, a casa dela foi invadida e vandalizada.

 

A atuação em prol do meio ambiente rendeu a ela o Prêmio Goldman de 2023, considerado um "Nobel verde", por homenagear e celebrar a história de pessoas que atuam em prol do meio ambiente e da preservação de recursos naturais.

 

Oferecido desde 1989 por uma fundação sediada em São Francisco, nos Estados Unidos, o reconhecimento só havia sido dado a outros três brasileiros até o momento: Carlos Alberto Ricardo (1992), Marina Silva (1996) e Tarcísio Feitosa da Silva (2006).

 

O DESPERTAR


Korap, que trabalhava como professora, diz que a destruição de rios e florestas começou a incomodá-la com mais intensidade a partir de 2014 e 2015.

 

"O principal impacto aconteceu com a chegada de grandes empresas na região em que vivemos. Ali começou o loteamento de terras e o desmatamento", conta.

 

"Muitas vezes, íamos a um local onde costumávamos caçar ou colher frutas e, de repente, todo o terreno tinha sido limpado pelas máquinas. Daí nos perguntávamos: cadê o lago onde costumávamos pescar e brincar? Ele simplesmente não existia mais."

 

Alessandra Korap é uma das lideranças entre os munduruku que habitam partes do Pará — Foto: GOLDMAN ENVIRONMENTAL PRIZE via BBC

 

Korap nasceu no município de Itaituba, no Estado do Pará. A cidade é um dos principais centros do território indígena Sawré Muybu do povo munduruku, que possui 178 mil hectares ao longo do trecho central do rio Tapajós.

 

Esse território ainda não foi formalmente reconhecido e demarcado pelo Estado brasileiro — o que aumenta as vulnerabilidades, a possibilidade de invasões ou a ação de madeireiros e garimpeiros.

 

"Em 2015 eu decidi que acompanharia os caciques na luta pela nossa terra. Até porque quando o povo munduruku sai do território, ele nunca vai sozinho. As lideranças são acompanhadas por crianças, e grávidas. Com isso, mostramos que há toda uma geração voltada para o futuro que vive aqui", diz Korap.

 

PRIMEIRAS BARREIRAS 


A ativista admite que não foi fácil conquistar uma posição de liderança logo de início.

 

"Eu enfrentei muitas resistências porque sou mulher, tenho marido e filhos", comenta.

 

"Muitas vezes, quando aconteciam as reuniões, eu sempre ia para a frente. As mulheres me diziam: 'Alessandra, esse é o lugar dos homens'. E eu respondia: 'Só estou aqui para escutar melhor'... Sempre fui muito teimosa", brinca.

 

Korap alega ter questionado os motivos de só os homens poderem falar ou liderar as atividades.

 

"O papel da mulher sempre foi o de fazer roça, cuidar dos filhos e do marido. Elas não iam para as reuniões", observa.

 

Com o passar do tempo, porém, a atuação dela foi ganhando a aceitação — e os convites para participar de encontros e coordenar atividades se tornaram mais frequentes.

 

Em agosto de 2019, Korap foi uma das organizadoras da Primeira Marcha de Mulheres Indígenas em Brasília — Foto: LEO OTERO via BBC

 

"E isso é um grande privilégio. Se eu tivesse desistido naquela época, hoje não estaria aqui", raciocina.

 

"É claro que eu pessoalmente não tenho mais a liberdade de antigamente. Mas a liberdade do meu povo, de poder ver as crianças brincando e as mulheres felizes, é o maior prêmio que eu posso receber", complementa.

 

UMA ADVOGADA ENTRE NÓS 


Korap também percebeu aos poucos que precisava buscar uma formação acadêmica.

 

"Parecia que nós sempre dependíamos dos brancos. Precisamos aprender as leis, a falar e a escrever bem em português, para que assim possamos dizer às empresas que não aceitamos os projetos que elas tinham dentro de nossos territórios", diz.

 

Foi assim que a ativista começou a cursar Direito em 2018 na Universidade Federal do Oeste do Pará, localizada na cidade de Santarém.

 

A ideia dela era a de poder representar o povo munduruku em ações legais contra garimpeiros e outras empresas interessadas em explorar os recursos da região.

 

"Eu fui toda feliz conversar com os caciques, mas eles disseram que eu não deveria estudar, que eles precisavam de mim ali", lembra.

 

"Mas depois eles foram convencidos de que precisávamos de uma advogada munduruku", completa.

 

Os planos acadêmicos de Korap, porém, foram interrompidos em 2019, com a chegada de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República.

 

Durante a campanha, o ex-presidente repetiu diversas vezes que não demarcaria nenhum território indígena enquanto estivesse no cargo — promessa que ele de fato cumpriu.

 

"Esse foi o momento em que eu cursava a faculdade e pensava que não era hora de estar dentro de uma sala de aula. Não podia ficar trancada em quatro paredes, ouvindo os professores falarem coisas que não serviriam para mim", diz a ativista.

 

Depois de pausar o sonho de virar advogada, Korap se viu diante de um novo dilema. "Eu tinha saído do território indígena e não sabia mais se podia exercer o papel de liderança ou falar por aquelas pessoas", resume.

 

"Os caciques me disseram: Alessandra, você saiu para estudar e pode, sim, seguir falando pela gente. Foi aí que eu comecei a organizar todo o movimento."

 

GARIMPO DE FORA 


Uma das principais conquistas do grupo do qual Korap faz parte foi a de conseguir barrar a ação de mineradoras no território Sawré Muybu.

 

Segundo informações compiladas pela organização do Prêmio Goldman, entre 2011 e 2020, 97 pedidos de mineração nessa região foram realizados por empresas ao governo.

 

Só a Anglo American, uma companhia de origem britânica, tinha 13 solicitações para avaliar a exploração de cobre na terra munduruku — e cinco desses pedidos foram protocolados entre 2017 e 2019.

 

Em reuniões, Korap alertou sobre esses projetos e o que eles poderiam representar para a comunidade. Ela também organizou as estratégias para transformar o assunto numa pauta prioritária e liderou os esforços para arrecadar fundos.

 

Korap decidiu estudar Direito para poder representar o povo munduruku — Foto: GOLDMAN ENVIRONMENTAL PRIZE via BBC

Fotos: Reprodução

 

Em dezembro de 2020, a ativista também esteve numa assembleia com 45 lideranças e 200 participantes, que assinaram uma declaração oficial contra o garimpo e o desmatamento em toda a Amazônia.


Após uma intensa campanha, em maio de 2021 a Anglo American desistiu oficialmente de fazer 27 pesquisas exploratórias que já estavam aprovadas em territórios indígenas da Amazônia. A lista inclui os 13 pedidos que aconteceriam em áreas Sawré Muybu.

 

Os organizadores do Prêmio Goldman também destacam que, após a decisão da Anglo American, outra gigante do setor tomou uma decisão parecida: a Vale anunciou que retiraria todos os pedidos de investigação sobre minérios em terras indígenas do Brasil.

 

No ano passado, um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revelou que, pela primeira vez em décadas, nenhuma das 130 empresas filiadas tinha protocolado pedidos para explorar minérios em territórios indígenas do país.

 

AMEAÇAS CONSTATENTES


O trabalho de ativismo de Korap veio acompanhado de alguns episódios de perseguição e constrangimentos.

 

"Comecei a ser seguida na rua, vinha gente de fora pedir informações sobre mim e até recebi mensagens de áudio em que as pessoas diziam: 'Precisamos dar um jeito naquela índia de Itaituba porque, se ela já está dando trabalho agora, imagina quando virar advogada'", relata.

 

A ativista disse que esses foram sinais claros de que o trabalho dela começava a incomodar.

 

Em novembro de 2021, Korap participava da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 26) em Glasgow, na Escócia, quando foi abordada por um sujeito não identificado, que disse para ela "deixar de misturar política e meio ambiente".

 

Naquele mesmo mês, a ativista descobriu que sua casa havia sido invadida e vandalizada. Documentos e equipamentos eletrônicos foram roubados.

 

Certa noite, a eletricidade da residência foi subitamente cortada, o que deixou ela própria e todos os familiares ainda mais alarmados — e todos precisaram passar um tempo na casa de amigos.

 

Esses eventos levaram até a publicação de uma manifestação oficial da ONU sobre o caso. No texto, a entidade mostra-se preocupada com os fatos e pede que o Estado brasileiro tome providências para proteger Korap.


"Quando invadiram o meu terreno em Santarém, meu filho mais novo me abraçou e disse: 'Mãe, eu não quero que eles te matem'."

 

"Eu fiquei em pânico e fui para a aldeia fazer uma reunião. As mulheres choravam e ficaram preocupadas, achando que eu iria desistir. Mas eu disse que não deixaria de falar, até porque a minha voz vai muito além ao representar a luta de um povo e a defesa de nosso território", diz.

 

"E é isso o que acontece em vários outros lugares da Amazônia. Só que a gente é uma sementinha, que cresce cada vez mais. Nós somos um projeto de vida, de caciques e de mulheres que querem construir o futuro para seus filhos junto com a floresta e os animais", completa.

 

O QUE VEM POR AI?


Questionada pela BBC News Brasil sobre o que espera do novo governo Lula, Korap adota um tom de cautela e cobrança.

 

"O presidente anterior [Jair Bolsonaro] deixava muito claro o que queria: ele falava diretamente em não demarcar e explorar os territórios indígenas", avalia.


"Mas, com o novo governo, precisamos continuar a nossa luta. Porque sabemos que eles também estão conversando com as empresas [interessadas na exploração da Amazônia]", diferencia.


Para a ativista, os povos indígenas não devem ficar satisfeitos com a concessão de cargos de alto escalão, ou a criação de um ministério próprio, liderado por Sônia Guajajara (PSOL).

 

"Isso não significa que ficaremos calados e achando que está tudo bem. Não está tudo bem se o nosso território não foi demarcado e está cheio de invasores, se os rios estão contaminados com mercúrio, se há projetos para legalizar o garimpo…", lista.

 

"Precisamos lembrar que os ataques não acontecem só com as armas. Alguns são feitos com canetas. E as canetas que assinam leis em Brasília podem ser a principal causa de morte do nosso povo", complementa.

 


"Serão mais quatro anos em que continuaremos a resistir para proteger o nosso território", conclui Korap.

 

Fonte: G1

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Brasil : Fiocruz aponta diversidade de vetores da malária no território Yanomami, revela estudo
Enviado por alexandre em 24/04/2023 09:51:15

Entre 2012 e 2015, mais de 6 mil mosquitos adultos e mais de 9 mil larvas de Anopheles foram coletados, além de 177 criadouros mapeados, com registro de características ecológicas e georreferenciamento.


A malária pode ser transmitida por diferentes espécies de mosquitos silvestres do gênero Anopheles, chamados de anofelinos. O comportamento dos vetores influencia na dinâmica do agravo, pois, dependendo da espécie, os insetos possuem hábitos diferentes, como os criadouros preferenciais, horários de picada e proximidade com as habitações humanas. Na Terra Indígena Yanomami, uma ampla investigação feita por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) revelou a diversidade dos vetores e a taxa de infecção das espécies, contribuindo para compreender o ciclo do agravo e traçar estratégias de controle.

O estudo abrangeu três regiões com altos índices da doença: Marari e Toototobi, no Amazonas, e Parafuri, em Roraima. Entre 2012 e 2015, mais de 6 mil mosquitos adultos e mais de 9 mil larvas de Anopheles foram coletados, além de 177 criadouros mapeados, com registro de características ecológicas e georreferenciamento. A partir do estudo, os cientistas propuseram uma nova classificação para os criadouros naturais destas áreas, incluindo descrição detalhada e medida dos criadouros. Também apresentaram melhorias nos métodos de coletas de larvas com uso de botes infláveis visando a otimização do trabalho. Ao todo, 12 espécies de anofelinos foram encontradas, sendo seis reconhecidas por atuar na transmissão da malária. 

Foto: Reprodução / Artigo 'Nova classificação de habitats naturais de reprodução para anofelinos neotropicais na Reserva Indígena Yanomami, Região Amazônica, Brasil e uma nova metodologia de amostragem de larvas'

Coordenadora do estudo entomológico, a pesquisadoras Teresa Fernandes Silva do Nascimento, do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC, destaca que houve variações significativas entre as regiões e as aldeias. "O Anopheles darlingi é o principal vetor da malária no Brasil e confirmamos a importância dele em muitas comunidades. Porém, houve áreas onde esse vetor não foi detectado nesse estudo, sendo outras espécies identificadas. Por exemplo: o Anopheles oswaldoi que, embora não tenha sido encontrado infectado nas áreas yanomamis estudadas, é considerado vetor secundário em algumas áreas do Brasil, e o Anopheles nuneztovari, que é o vetor primário em algumas regiões da Venezuela e Colômbia", pontua Teresa. 

Os resultados da pesquisa foram publicados em três artigos científicos (nas revistas Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Parasites & Vectors e Genes) e na tese de Jordi Sánchez Ribas, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC. O trabalho foi orientado por Teresa e Joseli Oliveira Ferreira, pesquisadora do Laboratório de Imunoparasitologia do IOC.

Vetores mais prevalentes

Considerando as três regiões, quatro espécies de vetores foram as mais frequentes. O An. darlingi foi encontrado em todas as aldeias de Marari e Parafuri, sendo o mais comum em diversas delas. Porém, em Toototobi, a presença da espécie foi quase nula no período da pesquisa.

Mosquitos do complexo de espécies An. oswaldoi s.l. foram predominantes em aldeias de Toototobi e Parafuri. O complexo é composto por espécies crípticas: grupos de insetos com aparência muito semelhante, mas com diferenças genéticas e de comportamento, que influenciam na capacidade vetorial.

Ao analisar o genoma dos mosquitos, os pesquisadores identificaram um dos membros do complexo de espécies mais importantes na transmissão da malária: Anopheles oswaldoi A. Considerado na literatura como um vetor secundário da malária, o inseto pode ter papel importante na transmissão, como já foi observado em algumas áreas no Acre, em Rondônia e na Colômbia.

Principal transmissor da malária em regiões da Venezuela, da Colômbia e do Peru, o An. nuneztovari foi capturado em grande quantidade em uma única aldeia de Marari. Nas outras comunidades, esteve ausente ou foi raramente encontrado.

Por fim, o Anopheles intermedius predominou em uma aldeia de Toototobi e foi capturado com menor frequência em outras aldeias das três regiões. O mosquito é considerado um vetor secundário da malária, transmitindo a doença ocasionalmente.

Criadouros e horários de picadas

A maior parte dos mosquitos foi capturada fora das habitações indígenas, chamadas de shabono. Para algumas espécies como An. oswaldoi s.l. e An. nuneztovari s.l., o maior volume de picadas ocorreu no período do crepúsculo, quando os indígenas ainda praticam atividades externas, como tomar banho, pescar e coletar água. Porém, isso não ocorreu para o An. darlingi, cujo maior pico de atividade foi verificado ao redor da meia noite.

Segundo Teresa, nos locais com presença do An. darlingi, a transmissão da malária pode ocorrer também dentro dos shabonos, durante a noite. "An. darlingi foi a espécie mais encontrada dentro dos shabonos, embora tenha predominado no peridomicílio, nas áreas de Parafuri e Marari. Observamos dois picos de atividade desse vetor: no crepúsculo vespertino e perto de meia-noite. Nesse horário, os indígenas já estão dormindo e podem ser picados", aponta a entomologista.

Reforçando o papel do vetor na transmissão da malária, oito espécimes de An. darlingi foram identificados com infecção por Plasmodium, parasito causador da doença. Os cientistas também detectaram o parasito em quatro An. intermedius e em um An. nuneztovari.

A proliferação do An. darlingi foi verificada principalmente em lagos associadas a rios, com grande exposição ao sol. Outros vetores apresentaram maior diversidade de criadouros, incluindo lagos, áreas inundadas, córregos e igarapés. De acordo com Teresa, o controle da malária é feito principalmente através do diagnóstico e tratamento dos indivíduos infectados. Medidas que buscam reduzir o contato com vetores também podem contribuir para conter a doença.

Foto: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

"Mosquiteiros impregnados com inseticida podem ser usados para reduzir as picadas à noite, mas é importante ter monitoramento constante para verificar se a tela não está rasgada e se é fechada corretamente, ou seja, se o uso dessa ferramenta está sendo adequado. Além disso, os criadouros próximos às aldeias podem ser monitorados para avaliar a presença de larvas e do principal vetor. Embora o manejo das grandes coleções liquidas, como os rios, não seja viável, pequenos criadouros podem ser eliminados", enumera a pesquisadora.

O estudo entomológico integrou um grande projeto de pesquisa, que investigou também a ocorrência da malária e coinfecções com parasitoses intestinais e hepatites virais entre os yanomamis. Coordenado por Joseli, o projeto teve uma publicação recente, que apontou alto índice de parasitoses intestinais em cinco aldeias.

A pesquisa contou com apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami). Além do IOC, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) financiaram o estudo.


Mato Grosso tem 51% da abertura de áreas na Amazônia Legal com autorização ambiental

O Estado de Mato Grosso tem 51% de áreas suprimidas (abertas) na Amazônia Legal com autorização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), no primeiro trimestre de 2023. O percentual representa um crescimento na legalidade que, antes de 2019, era de aproximadamente 5% em Mato Grosso.

Isso significa que a maioria do desmatamento seguiu os critérios legais, que determinam apenas 20% da área do bioma amazônico é passível de abertura, enquanto 80% deve ser preservado como reserva legal. Fatores como o aumento da eficiência do licenciamento da Sema-MT e a intensa fiscalização e responsabilização de quem realiza a atividade ilegal, permitiram o aumento da procura pela legalidade no campo.
Floresta Amazônia. Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti: 

"Cada vez mais o cerco se fechará para quem agir na ilegalidade, com o rigor da fiscalização, desaparelhamento dos infratores, cobrança das multas e transparência dos embargos. Em Mato Grosso a tolerância é zero para crimes ambientais, é possível fazer a abertura de áreas de forma legal, com autorização, seguindo a legislação ambiental que é uma das mais rígidas do mundo".

As áreas abertas legalmente no Bioma somam 205,18 km². O levantamento cruzou os alertas de desmatamento da Plataforma de Monitoramento da Cobertura Vegetal do Estado de Mato Grosso (em hectares), com as autorizações de desmatamento e manejo florestal. 

O relatório do primeiro trimestre foi elaborado pela Coordenadoria de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (CGMA), Superintendência de Regularização e Monitoramento Ambiental e Secretaria Adjunta de Gestão Ambiental.

 

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Brasil : Receita faz leilão com pedras preciosas e joias em ouro apreendidas em Guarulhos; veja como participar
Enviado por alexandre em 24/04/2023 09:46:11

A Receita Federal vai leiloar 14 lotes com joias variadas, feitas em ouro puro e também em prata, e pedras preciosas apreendidas durante fiscalizações no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

 

Os lances podem ser feitos até às 20h desta segunda-feira, 24. Segundo o Fisco, apenas pessoas jurídicas podem registrar as propostas.

 

De acordo com a relação divulgada pela Receita, o lance mais barato é de R$ 60 mil, referente a duas correntes feitas com ouro puro. Já o lance mais alto é de R$ 150 mil, com cinco correntes de ouro.

 

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Entre os lotes também há pedras preciosas como diamantes, rubelita, apatita, turmalina e cristais brutos de esmeralda.Quem desejar fazer lances no pregão deve acessar o Sistema Leilão Eletrônico no site da Receita Federal, procurar pelo número 0817600/000002/2023, e registrar a proposta.

 


 

O resultado do pregão será divulgado pela Receita na manhã desta terça-feira, 25. 

 

Fonte:Terra

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Brasil : Dia do Planeta Terra: como a Amazônia está sofrendo com as mudanças climáticas?
Enviado por alexandre em 22/04/2023 19:39:15

A Amazônia é um dos pontos mais preocupantes que estão sofrendo com as mudanças climáticas e as consequências que isso pode causar em todo o planeta.


O Dia Mundial do Planeta Terra, comemorado no dia 22 de abril, representa a luta em defesa do meio ambiente, levantando a reflexão sobre a importância do planeta e o desenvolvimento da consciência ambiental.

A data foi criada por meio de um protesto ambiental que ocorreu em 1970, liderada pelo ativista ambiental e senador estadunidense Gaylord Nelson (1916-2005), no dia 22 de abril, nas cidades de Washington, Nova York e Portland. Com o auxílio de diversas áreas da educação, somando aproximadamente 20 milhões de pessoas, o ativista realizou um grande movimento com passeatas e discursos que alertavam sobre as questões ambientais. 

Alguns dos temas abordados foram a poluição, a destruição do ambiente, o desmatamento e o efeito estufa. A intenção também era pressionar o governo e atingir alguns dos seus objetivos. Passados oito meses após o evento, um órgão responsável pelos assuntos ambientais, a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency), foi criado, além de implementados e executados alguns projetos.

A partir desse momento, outros encontros, conferências e debates foram sendo criados em torno da questão ambiental, como a Conferência de Estocolmo (1972). Entretanto, a data só foi implementada pela ONU no ano de 2009.

As mudanças climáticas e suas consequências são as preocupações atuais do mundo científico, sendo debatido principalmente pela Conferência das Partes, a COP, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), anualmente.

Nesse contexto, a Amazônia é uma das regiões que mais preocupam os especialistas. Em março de 2023, doze pesquisadores do Brasil, Canadá, China, Estados Unidos e Reino Unido mapearam as evidências científicas atuais acerca de 'pontos de não retorno' para dez elementos, descrevendo mecanismos, riscos humanos e ecossistêmicos. Ao atingir o ponto de ruptura, esses elementos passam por mudanças drásticas em relação ao seu estado original, que podem iniciar um efeito cascata sobre outros sistemas terrestres.

Foto: Karina Pinheiro/Portal Amazônia

A região amazônica é responsável por 15% da fotossíntese terrestre total do mundo, além de possuir rica biodiversidade e também representa um importante sumidouro biológico de carbono terrestre. De acordo com o estudo, a perda da Floresta Amazônica pode levar a floresta tropical a uma vegetação tipo Cerrado. 

Acredita-se que a floresta amazônica tenha perdido cerca de 20% de sua extensão de área anterior a 1970, e desde 1985 os impactos humanos na Amazônia aumentaram 174%. Uma estimativa calcula uma perda líquida de carbono da biomassa acima do solo na Amazônia entre 1996 e 2017 como resultado do desmatamento e perturbação.

A preocupação é que caso a Amazônia atinja o 'ponto de não retorno', poderá afetar o mundo todo. No ano passado, o Portal Amazônia conversou com o doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan e pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, para entender o cenário atual da região.

De acordo com Fearnside, o desmatamento e a degradação por exploração madeireira e incêndios, junto com mudança climática, pode levar ao colapso da floresta remanescente. Isto teria consequências gravíssimas para o Brasil, inclusive para a manutenção da cidade de São Paulo, que depende de água reciclada pela floresta e transportada para o Sudeste pelos "rios voadores".

No âmbito mundial, a perda de floresta também faria uma contribuição crítica ao agravamento do aquecimento global e poderia ser um fator chave em provocar a passagem de um ponto de não retorno climático, levando ao aquecimento global fora do controle humano.

Ponto de Inflexão na Amazônia está chegando

De acordo com um estudo divulgado na revista Nature Climate Change, mais de três quartos da floresta amazônica já perdeu resiliência nas últimas duas décadas devido a um aumento dos eventos extremos.

De acordo com um estudo publicado em março de 2022 na revista Nature Climate Change por pesquisadores do Reino Unido e da Alemanha constataram que o ponto de inflexão da Amazônia está mais próximo do que se imaginava. 

O estudo foi conduzido a partir de dados relativos à degradação florestal da Amazônia entre 1991 e 2016, coletados por meio de imagens de satélite. Além de observar a evolução da cobertura vegetal, os pesquisadores também se atentaram para as reações ecossistêmicas a esses distúrbios.

Perda pronunciada da resiliência da floresta amazônica desde o início dos anos 2000. Foto: Reprodução / Estudo Revista Nature Change

Alterações climáticas e exploração da Amazônia impactam conhecimento meteorológico popular em quilombo no Pará

Uma pesquisa, apoiada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), apontou dados físico-químicos e fluxos de gases preliminares de transição entre o período seco e chuvoso, nos canais de Breves e Boiuçu, são similares aos observados no percurso do rio Amazonas, o que confirmou a conexão entre o rio Amazonas e o estuário do rio Pará. O estudo inédito também revelou que as águas do rio Tocantins apresentam um padrão biogeoquímico similar a outros rios de águas claras, como por exemplo Xingu e Tapajós. A expedição foi composta por 10 pesquisadores de diferentes instituições do Brasil, percorreu cerca de 900 quilômetros entre Belém, estreito de Breves, Canal Boiuçu, Rio Tocantins, Rio Pará, Guamá e Acará.

Ao longo do ano hidrológico foram observadas intensas mudanças físico-químicas nos rios, o que torna necessário coletas nos períodos seco, chuvoso e a transição (chuvoso para o seco), a fim de obter dados precisos e contínuos de fluxo e exportação de carbono e nutrientes do estuário e contribuição dos gases de efeito estufa na região.

Savanização da floresta amazônica ameaça espécies de mamíferos

O estudo 'Os padrões de uso do habitat sugerem que as mudanças na vegetação causadas pelo clima impactarão negativamente as comunidades de mamíferos na Amazônia', publicado na revista Animal Conservation, assinado pelos pesquisadores Daniel Rocha e Rahel Sollmann, da Universidade da Califórnia, (Davis, nos Estados Unidos), apontou que mesmo os animais que usam habitats de floresta e savana, como pumas e tatus gigantes, são vulneráveis a essas mudanças. 

De acordo com o estudo, esses resultados sugerem que "a maior parte da comunidade de mamíferos terrestres é potencialmente vulnerável à savanização, incluindo várias espécies tipicamente consideradas generalistas de habitat".

Mapa da região de estudo no sul da Amazônia brasileira com locais de armadilhas fotográficas, características da cobertura da terra e áreas protegidas pesquisadas. Foto: Reprodução / Artigo 'Os padrões de uso do habitat sugerem que as mudanças na vegetação causadas pelo clima impactarão negativamente as comunidades de mamíferos na Amazônia'

Quais os limites para a sobrevivência da floresta amazônica?

Em setembro de 2021, um megaestudo, envolvendo dezenas de pesquisadores de vários países, buscou achar as respostas para entender até que ponto as florestas tropicais podem aguentar o aquecimento global. Para isso, integrou dados de 590 áreas florestais permanentes, distribuí­das pela faixa tropical do planeta, correlacionando as variáveis climáticas com o ciclo de carbono das florestas. As conclusões foram publicadas na revista Science.

"O estudo mostrou que a temperatura máxima é o fator que mais influencia a biomassa situada acima do solo. Em primeiro lugar, reduzindo sua capacidade de assimilar carbono por meio da fotossí­ntese e de convertê-lo em madeira. Em segundo lugar, aumentando a taxa de mortalidade das árvores, o que acentua as emissões de carbono e, por decorrência, o aquecimento global, em um cí­rculo vicioso", diz Luiz Aragão.

Para que as florestas tropicais possam se adaptar às mudanças climáticas é preciso que a temperatura global não exceda o limite de dois graus Celsius (2 °C) acima da temperatura da época pré-industrial, conforme a meta fixada no Acordo de Paris. E que, localmente, a temperatura da área florestal não ultrapasse 32,2 °C

 Qual a importância da preservação das florestas?

O Portal Amazônia, em junho de 2022, conversou novamente com o doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan e pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, para entender sobre a importância da preservação das florestas.

De acordo com Fearnside, a preservação das florestas amazônicas têm importância vital para a manutenção de todo ecossistema brasileiro, a exemplo da seca que ocorreu em 2014 no sudeste brasileiro. O pesquisador também comentou que a perda da floresta, seja por desmatamento ou queimadas, por exemplo, implica em grandes perdas de biodiversidade. "[...] também há perda de valor intrínseca. Junto com a floresta também perde os povos indígenas e viola os seus direitos", declara.

A exemplo da importância biológica da floresta, as árvores funcionam como uma espécie de 'esponja' que absorve as águas da chuva que, por sua vez, abastecem lençóis freáticos e recarregam aquíferos, ou seja, a carga de água dos rios está diretamente relacionada à existência de florestas. Além disso, a manutenção das florestas ajuda a evitar a erosão do solo.

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