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Brasil : 22 de abril: Nem sempre se comemorou o descobrimento neste dia
Enviado por alexandre em 22/04/2023 19:37:07

Nem sempre o descobrimento do Brasil foi comemorado a 22 de abril. Logo depois da proclamação da República e até a Revolução de 30, o evento, que era feriado nacional, celebrava-se no dia 3 de maio. Isso quer dizer que havia outro entendimento sobre a data em que as caravelas de Cabral chegaram a Porto Seguro? Exatamente. E quer dizer também que a História não é uma disciplina estática.

 

Apesar de os fatos do passado estarem definitivamente concluídos, o modo de entendê-los pode se modificar de acordo com as novas informações que eventualmente deles se dispõe, assim como com as circunstâncias sociais do presente. Mas voltemos ao 3 de maio.

 

Esta teria sido a data do descobrimento, segundo o clássico historiador lusitano Gaspar Correia (1495-1561), que a deduziu do fato de Cabral ter batizado a terra de “Vera Cruz”, nome mudado pelo rei dom Manuel para “Santa Cruz”, em função da comemoração religiosa de mesmo nome, que ocorria a 3 de maio. Por isso também, José Bonifácio, o Patriarca da Independência, propôs que a abertura da primeira Assembleia Constituinte brasileira, em 1823, caísse nesse dia, para coincidir com o descobrimento.

 

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UMA CARTA DE 1500

 

Apesar do prestígio de que gozava a versão de Gaspar Correia, no entanto, um documento que permanecera esquecido por quase três séculos nos arquivos portugueses, tinha sido transportado para o Brasil junto a milhares de outros, por ocasião da vinda da família real para o Brasil em 1808, e acabou mudando a visão da história.

 

Esse documento foi descoberto por um pesquisador, o padre Aires de Casal, que o publicou em 1817, deixando evidente que o descobrimento acontecera a 22 de abril. Tratava do depoimento de uma testemunha ocular: a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.

 

É curioso o fato de que um homem com a formação de José Bonifácio não tenha tomado conhecimento da Carta de Caminha. De qualquer modo, sabe-se que já na segunda metade do século 19, ao fim do Segundo Reinado, fazia parte do conhecimento do cidadão brasileiro culto que o descobrimento ocorrera a 22 de abril, data que, contudo, não fazia parte dos feriados do Império.

 

FESTAS NACIONAIS

 

Após a proclamação da República, o decreto 155 b, de 14 de janeiro de 1890, do governo provisório, “considerando que o regimen republicano basêa-se no profundo sentimento de fraternidade universal; que esse sentimento não se póde desenvolver convenientemente sem um systema de festas publicas destinadas a commemorar a continuidade e a solidariedade de todas as gerações humanas”, estabeleceu um calendário de festas cívicas.

 

Nele, havia grandes novidades para a época, como a comemoração de Tiradentes a 21 de abril, a do descobrimento a 3 de maio e até a do 14 de julho, em homenagem à República, à Liberdade e à Independência dos Povos Americanos. O distinto público, que, segundo a expressão do jornalista republicano Aristides Lobo (1838-1896), assistiu à proclamação “bestializado”, mais bestializado se sentiu com essas festas cívicas cujo propósito não entendia.

 

Na imprensa, por exemplo, dado que se tomava por fato consumado que o descobrimento ocorrera a 22 de abril, cogitava-se que o governo provisório estabelecera o feriado de 3 de maio para evitar dois feriados consecutivos, a saber, o de Tiradentes e o descobrimento.

 

VANTAGEM DO TRABALHO NACIONAL

 

O primeiro governo republicano, porém, só cogitou de dar explicações sobre o calendário cívico anos mais tarde. Para isso, encomendou ao jurista Rodrigo Octavio o livro “Festas Nacionais”, que, publicado em 1893, tornou-se o mais antigo manual de educação moral e cívica do país. Explicava, tintim por tintim, as datas celebradas e, entre outras coisas, estabelecia o mito de Tiradentes como mártir da Independência.

 

Quanto ao 3 de maio, não convenceu. Com a Revolução de 1930 e o decreto 19.488, Getúlio Vargas, considerando que “com manifesta vantagem do trabalho nacional, podem e devem ser reduzidos os dias feriados”, extinguiu definitivamente a folga do descobrimento do Brasil.

 


 

De resto, já na comemoração dos 500 anos da efeméride, a própria ideia de descobrimento passou a ser questionada, de vez que se trata de uma noção que se origina na perspectiva do colonizador europeu.

 

Fonte: Uol

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Brasil : Estresse acelera o envelhecimento, mas existem maneiras de reverter o processo; veja
Enviado por alexandre em 22/04/2023 19:32:33

Relógios epigenéticos permitem detectar o aumento da idade biológica causado por cirurgia, gravidez ou doença grave

Um estudo publicado na revista Cell Metabolism aponta que situações estressantes para o corpo, como passar por uma cirurgia, ter Covid ou vivenciar uma gravidez, aceleram a taxa de envelhecimento. A boa notícia é que esse dano extra é revertido, em muitos casos, em questão de dias ou meses, quando a causa que o causou desaparece.

 

Para estudar como o envelhecimento acontece, uma equipe internacional de cientistas de algumas das instituições mais prestigiadas do planeta usou os chamados relógios de metilação do DNA para medir as mudanças na idade biológica de humanos e camundongos submetidos a estresse extremo. Esses medidores de envelhecimento biológico analisam como pequenas moléculas se acumulam no DNA e mudam a forma como os genes são expressos, a base do que é conhecido como epigenética.

 

Um dos experimentos usou um método que tem sido usado para rejuvenescer camundongos velhos, conhecido como parabiose heterocrônica. Este nome técnico refere-se a um procedimento cirúrgico no qual dois camundongos, um jovem e um velho, são unidos para compartilhar um sistema circulatório. Muitos estudos descobriram que essa forma de exposição ao sangue jovem rejuvenesce o rato velho.

 

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No caso do estudo publicado na revista, roedores de 3 e 20 meses juntaram-se durante 2 meses. Os pesquisadores observaram que a intervenção aumentou repentinamente a idade biológica dos camundongos jovens, mas esse envelhecimento súbito foi revertido após dois meses de recuperação.

 

TESTE EM HUMANOS


Os autores fizeram medições semelhantes em humanos, com mulheres após a gravidez, pessoas que sofreram de covid grave ou passaram por cirurgias de grande porte. Em todos os casos, foram detectados aumentos rápidos e significativos da idade biológica, mas também foi observado que, após um período de recuperação, eles retornaram ao caminho normal do envelhecimento. Além do próprio processo natural de recuperação, em casos como o da covid, constatou-se que um anti-inflamatório como o tocilizumabe acelerou a recuperação da idade biológica normal. Os autores sugerem que esse tipo de técnica poderia ser usado para avaliar melhor a eficácia de algumas drogas, principalmente aquelas destinadas a retardar o envelhecimento.

 

O estudo também observou algumas diferenças que exigirão um estudo mais aprofundado para entender. Por exemplo, as pessoas que passaram por uma cirurgia eletiva não envelheceram repentinamente como aquelas que passaram por uma cirurgia de emergência. Por um lado, sugere-se que as pessoas que se preparam para a cirurgia tomem medidas preventivas que retardem o envelhecimento biológico e, como aponta Vadim Gladyshev, professor da Harvard Medical School (EUA) e um dos principais autores do trabalho , “fatores psicológicos” derivados de uma situação traumática inesperada não podem ser descartados. Após a cirurgia, os pacientes recuperaram a idade biológica inicial em menos de uma semana.

 

Gladyshev diz que esses resultados o fazem pensar "que é possível reduzir parcialmente a idade biológica de algumas células, tecidos e, possivelmente, organismos inteiros".

 

— Outros estudos mostram abordagens capazes de reduzir a idade biológica durante o desenvolvimento embrionário, a reprogramação celular e a troca de material entre organismos velhos e jovens — acrescenta, embora alerte que “esta é uma área de pesquisa muito nova e todas essas abordagens requerem validação.


Além disso, o pesquisador acredita que os relógios biológicos podem ser úteis para medir o stress fisiológico e a utilidade de algumas medidas para o aliviar ou o impacto de alguns medicamentos no envelhecimento.

 

Iñaki Martín-Subero, chefe de epigenética biomédica do IDIBAPS de Barcelona , ????acredita que "este trabalho abre caminho, embora deva ser ampliado e replicado nos próximos anos". Segundo a pesquisadora espanhola, que não participou do estudo, esse tipo de técnica pode ajudar a intervir na idade biológica, principalmente em pessoas que apresentam um envelhecimento acelerado.

 

— Existem estudos que mostram associações muito significativas entre ter o relógio acelerado e a morte prematura por qualquer causa, de doenças cardiovasculares a câncer — aponta. — Esses relógios nos permitiriam medir o efeito de intervenções como exercícios, higiene do sono, em alguns casos por um período relativamente curto, para desacelerar o relógio e prolongar a vida — diz.

 

Os autores reconhecem que a tecnologia do relógio de metilação do DNA ainda está em fase de desenvolvimento e que, como observaram em seu estudo, nem todos são capazes de capturar o envelhecimento súbito acelerado, mas reversível. Também não foi possível relatar como a maneira como uma pessoa envelhece e se recupera de situações estressantes circunstanciais afeta o envelhecimento rápido ou lento a longo prazo. Nos próximos anos, é provável que a tecnologia se torne uma ferramenta para saber lidar com um processo inevitável, embora talvez nem tanto, como o envelhecimento. 

 

Fonte: O Globo

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Brasil : Curso de Operações Aéreas inicia para formação de operadores aerotáticos na Capital
Enviado por alexandre em 21/04/2023 10:19:54

O Núcleo de Operações Aéreas – NOA realizou na quarta-feira (19), a aula inaugural do II Curso de Operações Aéreas – COA.  Os aprovados nas fases anteriores ingressarão no curso, e se tornarão operadores aerotáticos, aptos a atuarem nas ações direcionadas às situações típicas de polícia, de ordem pública. O curso é promovido pelo Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania – Sesdec.

O Operador Aerotático – OAT é um membro da tripulação de voo, qualificado para o exercício das prerrogativas de tripulante operacional, além de estar ambientado com as operações e riscos das missões típicas de Estado, alicerçado pela orientação doutrinária da segurança de voo. A função de operador aerotático exige alto nível de qualificação, confiança, assertividade e desenvolvimento profissional, sendo de extrema importância para as operações aéreas que o NOA realiza.

O OAT tem atuação junto à tripulação de Asa Rotativa (helicóptero) nas mais diversas missões, sejam elas policiais, como atendimento de ocorrências complexas, roubos em andamento, sequestros, reintegrações de posse urbanas e rurais, combate ao crime organizado e ao contrabando, policiamento em regiões de fronteira; bem como nas missões de salvamento e defesa civil, como resgates, remoções aeromédicas, buscas, salvamento terrestre e aquático, transporte de órgãos para transplante, entre outros.

O governador de Rondônia, Marcos Rocha, destacou a importância da atuação do NOA no Estado.

“ A Aviação da Segurança Pública de Rondônia tem feito história em suas atuações. São muitas atividades, como: patrulhamento policial em apoio de ocorrências do 190; operações da Polícia Militar, Civil e Sedam; transportes aeromédicos e de órgãos; combate a incêndios e resgates. Investir no Núcleo de Operações Aéreas é salvar vidas. É proteger a população rondoniense”, ressaltou.

Para ingresso no curso, os alunos passaram por um processo seletivo que contou com mais de 110 inscritos, que foram submetidos a testes físicos, exames médicos e toxicológicos, e extensa investigação social.

Segundo o piloto, tenente-coronel da Polícia Militar, Rachid Diniz Ferrreira Sallé, o curso garante, além de excelente preparo físico, que os selecionados tenham o perfil psicográfico para as complexas atividades de operações aéreas.

SECOM

Brasil : QUER VIAJAR NO PRECINHO?!: plataforma online oferece passagens mais baratas – SAIBA ONDE ENCONTRAR
Enviado por alexandre em 21/04/2023 01:10:33

Foto: Assessoria

Está pensando em viajar de férias ou fazer a viagem dos sonhos?! Então, não perde tempo e acompanha aqui algumas dicas de como facilitar esse momento especial e onde encontrar passagens com os melhores preços. Pensando nisso, nós do Polêmica Paraíba preparamos as melhores dicas para te ajudar a conhecer um novo destino em 2023.

Evite feriados e alta temporada

É algo bem básico: quanto maior a procura, mais caro um produto fica. Os períodos de alta temporada são as férias escolares de verão e inverno. Os voos para essas datas podem ficar mais de 100% mais caros, de acordo com o preço médio. Em levantamento feito pelo Skyscanner, o site mostra que os voos para a alta temporada aumentaram entre 97% e 360%, em 2021. Na baixa temporada, os voos ficam até 80% mais baratos.

Flexibilidade

Outro ponto importante para conseguir preços melhores é ter flexibilidade. Se você pode viajar em qualquer data, comece buscando por passagens pelo mês mais barato. Caso você já tenha data, tente flexibilizar o destino. Faça uma busca ampla, para diversas localidades, para encontrar o destino com as melhores tarifas. Você ainda pode combinar as buscas para qualquer lugar com o mês mais barato. Assim, é possível viver novas aventuras e com um precinho mais em conta.

Voos de madrugada

Viajar de madrugada costuma ser mais barato. A procura pelos voos nesse período é menor e, com isso, os preços são mais baixos. Quanto mais você evitar os horários de pico nos aeroportos, maior a chance de conseguir um bom preço.

Melhor site e aplicativo para comprar passagens

Skyscanner

O Skyscanner é uma plataforma que funciona como uma ferramenta de busca entre diversos sites de reserva (Max Milhas, Viajaneet, Expedia, dentre outros).

Por lá, não é possível comprar a passagem diretamente. A plataforma lista o preço da mesma passagem em diversos sites, e você é redirecionado para sua escolha, com o mesmo preço que aparece no aplicativo.

A plataforma está disponível via navegador ou nos aplicativos para Android e iOS. Você ainda pode ativar uma ferramenta que avisa sobre passagens baratas para um destino selecionado. Ainda é possível encontrar hotéis e aluguel de carros.

Fonte: Polêmica Paraíba

Brasil : "Seu" João, o ouro de Rondon e a bicharada
Enviado por alexandre em 21/04/2023 00:48:39

À procura de relíquias para o museu, ele andou nas trilhas do Marechal Rondon; em outras aventuras, recolheu 156 animais para o zoológico de Vilhena.


O mineiro João Rodrigues Alves, 82 anos, é morador em Vilhena (sul de Rondônia, a 700 km de Porto Velho) desde a década de 1970; foi um discreto funcionário público federal, a partir de 1979; está aposentado há mais de uma década.

Nos últimos anos, trabalhou como zelador do campus da Unir (Universidade Federal de Rondônia).  Mas o que ele gosta mesmo é de mato, histórias e garimpar objetos antigos.

Em 1980, sem saber ao certo o que estava fazendo, João simplesmente comandou uma pequena expedição que remontava à Urucumacuã. Trata-se de uma lendária mina de ouro — às vezes dizem que é jazida de diamantes — presente no imaginário popular há séculos e que teria sido redescoberta e mantida em sigilo pelo sertanista Marechal Cândido da Rondon.

João estudou apenas dois anos, foi efetivado como servidor nos tempos em que Rondônia era território federal. "A pouca leitura", como ele diz, não inibiu sua curiosidade e o conhecimento empírico sobre zoologia e arqueologia.

Começou a vida profissional como garimpeiro, ainda em Minas Gerais, e sempre colecionou objetos antigos. A mais interessante de suas histórias, são as aventuras que ele passou nas trilhas de Rondon.

Há 43 anos, a pedido do então prefeito de Vilhena, coronel Arnaldo Lopes Martins, João, com dois companheiros, percorreu longos trechos a pé, ficando acampado para recolher artefatos que teriam sido usados pela Comissão da Linha Telegráfica comandada por Rondon, no início do século XX. Boa parte do material disponível no museu municipal Casa de Rondon, fechado e abandonado em 1996, foi apanhado pela equipe.

No chão, ele "desenhou" com um graveto o mapa de suas peregrinações, para demonstrar que, a 34 quilômetros do centro de Vilhena, indo pela rodovia no sentido a Juína (MT), BR-174 , há uma estrada primitiva, à esquerda, que termina numa fazenda. Depois, é preciso andar a pé 170 quilômetros até atingir o Rio Roosevelt.  "Foram três semanas de caminhada", enfatiza; os homens ficaram acampados alguns dias no destino.

João teria ido até o cenário da lendária mina de Urucumacuã. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal

O vilhenense conta que "lá você não via nem avião, era um deserto. Encontrei muita coisa abandonada, como eixos de carro de boi, uma moeda de 1865, além de fios e postes de telégrafo. O que mais gostei de achar foi uma garrafa com um jornal muito antigo dentro. Eu estimava demais esse jornal, mas sumiu do museu. Carregamos essas coisas nos ombros para colocar no museu, e tudo acabou abandonado e esquecido".

O lugar que eles exploraram é descrito por João como uma espécie de santuário: "Água mineral jorra naquelas terras entocadas. É um lugar misterioso e desconhecido. Havia três sepulturas e soubemos, por um pescador, da fábula do ouro, a famosa Mina de Urucumacuã, mas não foi esse o assunto que nos levou até lá".

Reza a lenda que um dos expedicionários que acompanhavam Rondon descobriu, numa escavação, "uma laje de ouro", que era parte do "el dorado" de Urucumacuã. Segundo os mais antigos, o tal sujeito foi enforcado imediatamente para que a notícia não se espalhasse. Que fique claro: isso é lenda, são histórias que o povo conta. Mas, afinal, João descobriu ouro por lá? A resposta é não. E o mistério continua.

O fato é que houve várias expedições oficiais para explorar Urucumacuã, inclusive patrocinadas pelo governo do Mato Grosso, que à época, tinha o domínio sobre toda esta região onde é Rondônia.

O antropólogo carioca Edgar Roquette-Pinto, da Academia Brasileira de Letras, em seu livro 'Rondônia', de 1917, faz referência a Urucumacuã, situando a província mineral nos vales dos rios Pimenta Bueno e Barão de Melgaço.

O explorar caminhou durante semanas na mata. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal

Zoológico: outros tempos 

Além do espírito aventureiro, João é apaixonado pelos bichos. Na sua passagem como faz-tudo na Unir, tomou gosto pelo bosque da universidade, principalmente por causa dos seus amados macacos, que ele conhecia, cada qual, por nome. E fazia questão de alimentá-los.

Aos poucos, os animais foram sumindo porque os empreendimentos imobiliários tomaram conta do entorno do campus, antes afastado da cidade.

Antigamente, a fauna era muito rica e não havia restrições legais — e nem consciência ambiental. João capturava várias espécies [não na Unir, que sequer existia antes de 1988], em várias localidades do Cone Sul, para o zoológico que funcionou em Vilhena durante 16 anos (1980/96), no terreno do museu Casa de Rondon.

"Eu não só cuidava de tudo aquilo, do zoológico todo, como fui quem trouxe das matas as onças, queixadas, antas, gaviões, enfim, eu capturei 156 animais que compunham o zoológico. Só não trouxe o leão Léo, porque na Amazônia não existe leão [risos]. Ele foi doado pelo então senador Olavo Pires, mas era eu quem ia ao matadouro arranjar cabeças de boi para alimentá-lo", conta.

Uma das maiores atrações do zoológico era uma sucuri de seis metros e mais de 120 quilos. "Há fotos minhas espalhadas por esse mundão abraçado a essa cobra e até deitado sobre ela. Os turistas me pediam para demonstrar minha amizade pelo animal e gostavam de me fotografar com ela", recorda.

Quando ganhou a cobra, João conta que o bicho tinha dois metros: "foi um caminhoneiro que a deixou num bordel nas proximidades de Vilhena. Eu fui lá e a busquei num saco para o zoológico".

O zoo foi fechado, os bichos acabaram doados para o Município de Cuiabá (MT). João lembra que "naquele tempo, as leis ambientais não eram tão rígidas e não era muito claro o conceito de preservação". Por isso ele aceitava pegar bichos no mato. Hoje, porém, "não gosto de manter animais em cativeiro, e acho isso errado. Eu não tinha conhecimento e fazia o que me mandavam. Não gosto de aprisionar e defendo os animais. Eu errei".

Em casa, o pioneiro trata, diariamente, de dezenas de pássaros soltos. "Gasto pelo menos cinco quilos de canjiquinha por semana". Ele levou de casa, durante 12 anos, as frutas para sustentar a bichara, livre, no antigo bosque da Unir. 

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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