Brasil : Pesquisa revela prevalência de genótipo da hepatite B entre indígenas de Rondônia
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Enviado por alexandre em 04/04/2023 09:55:59 |
Um estudo inédito realizado com a população indígena Wari-Amazônia tem como objetivo esclarecer os genótipos e subgenótipos do vírus circulante. PORTAL AMAZÔNIA, COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA FIOCRUZ Uma pesquisa da Fiocruz Rondônia revela a predominância de genótipo D do vírus da hepatite B (HBV), mais específico da região Sul do Brasil, entre os indígenas do Estado de Rondônia. Trata-se de um estudo inédito realizado com a população indígena Wari-Amazônia e que tem como objetivo esclarecer os genótipos e subgenótipos do vírus circulante. A presença dos genótipos A e D sugere influência da afrodescendência, além da colonização europeia. Nas populações de origem indígena, há predomínio do genótipo F. "A predominância do genótipo D representa que a doença hepática está mais avançada quando comparada aos genótipos A e B, por exemplo", pontuou a pesquisadora Deusilene Vieira, coordenadora do estudo. Imagem: Reprodução/Biblioteca virtual do Conselho Federal de Enfermagem A especialista ressalta a importância da vacinação para hepatite B. "Ela certamente contribui para prevenção para hepatite D, considerando que ocorre somente em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B", explicou. "A baixa cobertura vacinal é reflexo da dificuldade dos indígenas em ter acesso aos cuidados de saúde. Isso refletiu na baixa adesão ao calendário vacinal contra hepatite B na região, o que pode gerar também uma maior duração da infecção", completou a cientista. Rondônia é o segundo estado com maior número de casos de hepatite B no Brasil. A doença é a segunda maior causa de óbitos entre as hepatites virais no país. Em Porto Velho, capital do estado, há atualmente 7.977 pacientes crônicos cadastrados no Ambulatório de Hepatites do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), referência no atendimento aos pacientes em Rondônia. "O resultado não representa uma maior agressividade da doença, porém relaciona os movimentos migratórios na região. Os dados são, portanto, evidências de que o assunto precisa ser melhor explorado pela comunidade científica", observou a pesquisadora. Intitulado Avaliação molecular dos vírus das hepatites B e Delta na população indígena Wari-Amazônica Ocidental, o artigo foi divulgado na revista científica da Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas (SBI) e buscou caracterizar os genótipos e subgenótipos do HBV em indígenas portadores crônicos do HBV e coinfectados com hepatite Delta (HDV). Iniciado em 2007,o estudo vem sendo atualizado constantemente, por meio de análises de dados epidemiológicos, sociodemográficos, sorológicos e moleculares de indígenas residentes nas cidades de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, localizadas no estado de Rondônia. Localizado no Norte do Brasil, Rondônia conta com difícil acesso aos serviços de saúde, hábitos culturais de risco e fatores migratórios de indígenas entre aldeias – o que favorece a endemicidade da infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) e coinfecção pelo vírus da hepatite Delta (HDV). De acordo com os pesquisadores, as características virais do HBV (genótipo, carga viral, mutações específicas) e coinfecção com HDV são determinantes no curso da infecção, mas são desconhecidos na região da análise. Estudo A prevalência de hepatite B encontrada em indígenas localizados na região de fronteira entre Brasil e Bolívia foi de 2,8% (168/5908). Desses, um total de 41 indígenas (27 monoinfectados com HBV e 14 coinfectados com HDV) foram voluntários no estudo. A população da pesquisa foi composta por indígenas de ambos os sexos, maiores de 18 anos. O estudo mostra que 49% dos participantes tinham histórico familiar de infecção por hepatite B (HBV) e mais da metade da população tinha pelo menos 40 anos (59%). A doença foi mais frequente em indígenas do sexo masculino (66%) do que do sexo feminino (34%). A média de tempo de infecção por HBV foi de 12,6 anos. O total de 65,9% dos indígenas foi positivo para o DNA-HBV. Dos positivos, 39% foram mono infectados e 27% coinfectados com o HDV. Imagem: Reprodução / Kateryna Kon/123RF Na caracterização genotípica, observaram-se os genótipos A, D e F - sendo a frequência de 40,7% para o genótipo D (HBV-D), 33,3% genótipo F (HBV-F) e 25,9% A (HBV-A). "Nossos achados mostraram uma diversidade de genótipos de HBV, que também é encontrada em outras regiões geográficas brasileiras. A vigilância genômica em locais endêmicos para hepatite B favorece as medidas preventivas de saúde pública para diminuição da infecção por HBV e, consequentemente, HDV em regiões endêmicas para os vírus", ressaltou a pesquisadora. Com o consentimento dos participantes, as amostras biológicas de soro para análise molecular foram coletadas pela equipe do laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz-RO. O material foi elaborado em parceria com o Laboratório de Virologia Molecular, o Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e o Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). O estudo foi aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e seguiu os termos determinados por ele. |
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Brasil : 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia; celular, internet e redes sociais contribuem para aumento do distúrbio
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Enviado por alexandre em 04/04/2023 09:54:15 |
Insônia é dividida em dois tipos: aguda e crônica. Nem sempre o tratamento é feito com medicação. Às vezes, apenas mudanças nos hábitos e estilo de vida já tratam a doença. Todo mundo já teve ou vai ter dificuldade para dormir pelo menos uma vez ao longo da vida. Mas isso não significa que a pessoa tem insônia. A insônia é uma situação clínica muito comum, onde a pessoa tem dificuldade de iniciar o sono, de permanecer dormindo ou ambos. “A insônia é diferente da privação de sono (que é quando a pessoa dorme pouco). Na insônia o indivíduo tem a oportunidade de dormir, mas acaba acordando mais cedo do que o desejado e não consegue voltar”, explica Luciano Drager, professor associado do departamento de clínica médica da FMUSP e presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS). Veja também  Autoimagem positiva influencia resultado de exercícios, aponta estudo Nem precisa cancelar! Nutri ensina como incluir carboidratos na dieta O distúrbio é dividido em dois tipos: Insônia aguda: é uma condição de curto prazo. A pessoa tem dificuldades no sono que duram alguns dias ou semanas, mas não mais que três meses. Pode estar relacionada com fatores externos, como divórcio, morte, doença. Se ela persistir por mais de três meses ela vira crônica. Insônia crônica: a pessoa tem dificuldades para dormir e sintomas diurnos relacionados (leia abaixo) por pelo menos três vezes por semana e dura pelo menos três meses.  1 - COMO A TECNOLOGIA CONTRIBUI PARA A INSÔNIA O número de pessoas insones vem aumentando a cada década, segundo especialistas. Dados da Associação Brasileira do Sono (ABS) apontam que cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com o distúrbio. Drager explica que a tecnologia é uma das "culpadas" pelo aumento de insones no mundo. Houve uma piora no padrão de hábitos que acabam facilitando o surgimento da insônia e da privação do sono. "As pessoas estão mais conectadas, o estímulo visual aumentou – antes líamos livros, agora lemos no tablet, no celular. Temos fácil acesso à televisão, internet, redes sociais. Esses estímulos acabam inibindo a melatonina à noite, criando ambientes que favorecem a insônia, a privação do sono, a um sono de má qualidade". Transtornos de humor como depressão e ansiedade também influenciam no dormir e na insônia. E eles têm aumentado também. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que a pandemia fez aumentar em mais de 25% número de casos desses dois transtornos em todo o mundo. O dormir bem exige manter a mente e o corpo em harmonia. Com tudo alinhado, conseguimos relaxar, iniciar o sono e desligar. "Estamos em um ambiente mais propício para a insônia e a pandemia foi a cereja do bolo que contribuiu para aumentar os casos de transtornos de humor", alerta o presidente da ABS. 2 - QUAIS SÃO OS EFEITOS DA INSÔNIA NO CORPO A sonolência não é o principal sintoma da insônia. O distúrbio pode afetar quase todos os aspectos da vida. A pessoa pode ter mais dificuldades na concentração, pode ficar mais irritada, pode ter problemas de memória, prejuízos metabólicos e cardiovasculares a longo prazo. Veja abaixo os sintomas diurnos relacionados à perda de sono: Fadiga Atenção ou memória prejudicada Problemas com trabalho, escola ou desempenho social Irritabilidade ou humor perturbado Sonolência Diminuição da motivação Aumento de acidentes ou erros /i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/z/R/pHonM3ToqeHBagAZloAA/insonia.jpg) 3 - QUAIS OS FATORES E OS COMPORTAMENTOS DE RISCO Qualquer pessoa pode ter insônia, desde a criança até o idoso. Mas existem alguns fatores associados à doença, como ser mulher, nível socioeconômico e problemas crônicos: Ser mulher Idosos Nível socioeconômico mais baixo Condições médicas como diabetes Outros distúrbios do sono (ex: apneia do sono) Transtornos do humor Genética (familiar imediato com insônia) Vale sempre lembrar que não é porque você tem um ou dois fatores de risco que você terá insônia (e vice-versa). E os comportamentos de risco? Evitar certos comportamentos pode ajudar a "prevenir" a insônia. "Comorbidades não tratadas, como depressão, ansiedade, comportamentos alimentares, entram no comportamento de risco para insônia. Outra coisa que devemos evitar: discutir relação, problemas financeiros próximo do horário de dormir. Uma refeição mais pesada antes da hora de dormir também é ruim", elenca o presidente da ABS. Preparar o quarto para o dormir – temperatura adequada, luz controlada, espaço confortável, eletrônicos guardados – é essencial para o bom sono. Agora, se mesmo assim a pessoa sente dificuldade para dormir, talvez seja hora de consultar um especialista (leia mais sobre higiene do sono).  4 - COMO E ONDE PROCURAR AJUDA Se você demora mais de 30 minutos para pegar no sono, acorda durante a noite, tem dificuldade para voltar a dormir, acorda mais cedo do que gostaria, você pode ter insônia. E existe tratamento para o distúrbio. Por isso, procure ajuda. O primeiro atendimento pode ser feito com um clínico geral, que fará o encaminhamento de acordo com o quadro do paciente. Muitos profissionais que atuam no tratamento de distúrbios como a insônia são especialistas em medicina do sono (veja se o profissional é certificado pela Associação Brasileira de Medicina do Sono). Luciano Drager explica que o tratamento não é feito apenas com medicação. Também existe o tratamento não farmacológico, que visa mudança de hábitos e no estilo de vida. "Muitas vezes as pessoas só querem a medicação, não querem mudar hábitos, não tratam a depressão, ansiedade. Eles querem a fórmula mágica, uma pílula para apagar. Mas não adianta, precisamos trabalhar uma abordagem integrada". O tratamento depende de cada caso, como explicamos acima. Ele pode englobar a higiene do sono, a terapia cognitivo-comportamental para insônia e o uso de medicamentos.  Fotos: Reprodução 5 -COMO DEVE SER O TRATAMENTO E QUAIS OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO? Em resumo, podemos dizer que: O tratamento da insônia pode ser feito sem medicação; A insônia não tem cura, mas pode entrar em remissão; Tratamento é individualizado e depende do profissional que faz o acompanhamento; Automedicação posterga o tratamento e deve ser combatida; Mudanças de hábitos podem ajudar no tratamento da insônia; "Estamos numa fase que a automedicação faz com que o paciente postergue o tratamento. Isso é preocupante. Essa chamada de atenção para buscar ajuda é muito relevante. Não devemos achar que a insônia é normal, ainda mais quando está persistente. A automedicação deve ser combatida. Os pacientes podem mudar o quadro com mudanças de hábitos, mas querer mudar hábitos é muito difícil", comenta Drager. Melatonina não é um medicamento e não é inocente; Estudos sobre o uso da melatonina para tratar a insônia são conflitantes; Melatonina não está indicada para o tratamento regular da doença; Uso inadequado da melatonina pode ser prejudicial. "Faltam estudos bem desenhados para testar a melatonina no contexto da insônia. Os estudos são conflitantes. Por isso, ela não é usada no tratamento regular da doença, não está indicada. Muitas pessoas sem conhecimento usam para tratar a insônia, um uso inadequado. Ela não é inocente e não deve ser tomada sem recomendação médica", alerta o presidente da ABS. Fonte: G1 LEIA MAIS |
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Brasil : Você sabe quais cuidados deve ter na hora de comprar peixe?
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Enviado por alexandre em 03/04/2023 00:30:13 |
As condições sensoriais são importantes de serem avaliadas no momento da compra, como: cor e odor das guelras (brânquias), aparência dos olhos e aderência das escamas Portal Amazônia, com informações da Ufra Um dos alimentos mais consumidos na Amazônia é o peixe. E, de acordo com a professora Rafaela Barata Alves, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos e docente da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Belém (PA), o consumo de peixes é extremamente benéfico, independente do período do ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o consumo da proteína deve ser de no mínimo 250g, pelo menos duas vezes na semana. "Os benefícios do consumo de peixes estão no fornecimento de nutrientes importantes como proteínas composta por aminoácidos essenciais, minerais e vitaminas importantes para o melhoramento das funções do organismo. Alguns peixes são fontes de ômega-3 (ácido graxo essencial) importante no funcionamento do corpo e cérebro. O consumo de peixes com esses nutrientes ajuda a prevenir vários tipos de doenças e melhorias como níveis de triglicerídeos, reduz riscos de depressão, ansiedade", explica a professora.
No entanto, na hora do consumo do peixe é essencial que se tenha segurança desde a compra, preparação e o consumo, já que o pescado é um alimento suscetível à contaminação. "O pescado é um alimento com alta susceptibilidade à degradação por microrganismos por apresentar o pH próximo da neutralidade, o que favorece, desde a captura, sofrer alterações bioquímicas na ação de bactérias. Esse alimento consumido cru pode veicular vários tipos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA's), como bactérias, vírus e parasitas", explica Rafaela Alves. Foto: João Viana/Semcom Manaus De acordo com levantamentos do sistema de Vigilância Sanitária (Sinan/SVS/MS) a maior incidência dessas DTA's ocorre nas residências, por causa da manipulação ou preparo inadequado. "A recomendação é que o pescado escolhido seja o tipo fresco, resfriado, congelado ou salgado, e que tenha o preparo de forma higiênica, obedecendo o tempo e temperatura adequados, e da melhor maneira que agrade ao paladar das famílias paraenses, lembrando de garantir o consumo seguro desse alimento", explica a professora. A professora recomenda se atentar a alguns detalhes e à condição do pescado na hora da compra, como armazenamento, temperatura e aparência.
"Devem ser observadas se as condições de armazenamento, como a temperatura de refrigeração ou com o uso do gelo em escamas, são as ideais para conservar o pescado fresco e refrigerado em condições próximas de 0 °C. As condições sensoriais também são muito importantes de serem avaliadas no momento da compra, como: cor e odor das guelras (brânquias), aparência dos olhos, aderência das escamas, firmeza da musculatura (carne do pescado) e presença de muco", diz Rafaela. Ela explica que não é correto fazer esses testes sensoriais sem proteção higiênica das mãos (uso de luvas) pelos consumidores. Sendo importante pedir o auxílio do vendedor no momento da escolha do produto, pois a manipulação inadequada pode favorecer a degradação desse alimento tão perecível. "Dessa forma, também se recomenda a atenção das características dos higiênico-sanitários dos locais de vendas, da exposição de forma correta com o uso de gelo junto aos peixes e das características de qualidade sensorial no momento da escolha", alerta. Peixes impróprios para o consumo podem causar doenças variadas, com riscos que vão de moderados a altos. "Os pescados estão envolvidos em vários surtos alimentares em todo o mundo que podem causar desde problemas gastrointestinais, no sistema nervoso e até ao óbito. Esse consumo pode acarretar problemas de envenenamento por toxinas naturais, que são as biotoxinas, ou por produtos químicos que contaminam o alimento, como a presença de metais pesados, entre eles o mercúrio", diz
E quando o pescado já está infectado antes mesmo da pesca, por parasitas presentes nas águas? Segundo a professora Raquel Soares Casaes Nunes, doutora em Ciência de Alimentos, a qualidade da água está diretamente ligada a essas infecções:
"Os peixes, tanto de água doce quanto de água salgada, têm a facilidade de desenvolver parasitas ou vermes principalmente quando há algum desequilíbrio em relação a temperatura da água, concentração de matéria orgânica, que facilitam o desenvolvimento de diversos tipos de helmintos que são os vermes, e alguns protozoários, ambos parasitas. Essas contaminações por parasitas na região amazônica podem ocorrer em diversos peixes de água doce, como por exemplo tambaqui, tucunaré, podemos ter essa contaminação em vários tipos de ciclídeos também",
explica. Cuidado também durante a pesca Na hora da pesca também é possível observar outras características que indicam que os pescados estão contaminados por parasitas e vírus. "Às vezes podemos observar também outros indicativos como o nado do peixe, se ele tá nadando corretamente, ou flutuando, ou com algum distúrbio, muitos parasitas afetam esse equilíbrio do nado do animal. Já os camarões, quando são infectados por algum vírus, também tem esse indicativo do nado", diz.
Para a professora, o controle da qualidade das águas é um dos pontos chaves para evitar que pescados sejam contaminados. "Controlar a qualidade das águas é o ponto chave para você ter a indicação da presença de contaminantes. É necessário fazer uma análise quanto a presença de coliformes, que dá a indicação da presença desses contaminantes, já que muitas vezes não só olhando o peixe a gente vai saber que ele está contaminado ou não", finaliza.
Uma das sugestões pode ser optar por peixes cultivados, ou seja, peixes criados em cativeiro. Se respeitados todos os protocolos, no cultivo de peixes há monitoramento da água, de ectoparasitas e da alimentação.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indicam que, no Brasil, o consumo de peixes pela população é em média 9 kg por habitante ao ano. Mas na região amazônica esse consumo aumenta, com destaque para as comunidades ribeirinhas, onde o consumo se aproxima de 150 kg por pessoa ao ano.
"Devido o Estado do Pará possuir uma abundância na variedade de peixes e uma forte valorização cultural herdada da alimentação dos povos indígenas, isso corrobora para a ingestão contínua e cotidiana de pescado, reforçando essa afirmativa pelo fato de ser um dos estados que mais consome pescados no Brasil, de acordo com levantamentos do MPA e dados de pesquisas", disse a professora Rafaela Alves.
No Pará as espécies mais consumidas variam de acordo com a região. Em Belém, segundo a Secretaria Municipal de Economia (SECON) as espécies mais consumidas são a pescada, a dourada, a gurijuba e a piramutaba.
*Por Andréia Santana, estagiária de jornalismo na Ascom Ufra |
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Brasil : Mudança na Lei Maria da Penha pode acelerar proteção a vítimas
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Enviado por alexandre em 03/04/2023 00:30:00 |
Desde que foi criada, em 2006, a Lei 11.340, também conhecida como Maria da Penha, já foi acionada milhares de vezes. Em vigor há mais de 16 anos, a legislação auxilia vítimas de violência doméstica e familiar a encontrarem justiça e segurança em meio à insegurança vivida no próprio relacionamento e/ou dentro de casa. Na última semana, a Lei teve uma importante mudança aprovada pela Câmara dos Deputados. “A recente alteração traz mais um mecanismo de eficiência e rapidez no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher”, defende a advogada Jéssica Marques, do Kolbe Advogados Associados. A especialista em direito penal explica que a alteração — que ainda precisa da aprovação do presidente Lula para ser sancionada — , possibilita o deferimento de medidas protetivas, “ainda que não exista registro de boletim de ocorrência, inquérito policial ou ação penal deflagrada”. Veja também  Cai a participação de mulheres em cargos no governo federal Teste: descubra qual o melhor hidratante para o seu momento de autocuidado “A alteração mais importante diz respeito à aplicação da lei, independentemente da causa ou da motivação dos atos de violência, ou da condição do ofensor ou da ofendida”, pontua. Na intenção de mostrar a importância da Lei Maria da Penha, que já passou por diversas mudanças para proteger cada vez mais mulheres, o Metrópoles conversou com duas vítimas de violência doméstica que já recorreram à legislação para desmistificar o tabu sobre o regulamento.“Só busque ajuda!” No caso da jornalista Leticia Fagundes, a Lei Maria da Penha salvou sua vida e a de seu filho. Em uma relação de dois anos que passou por todas as fases do abuso, a moradora de Porto Alegre só buscou ajuda quando a violência se transformou em agressão física. “A gente demora a procurar ajuda porque somos educadas a tolerar certas atitudes e a sermos compreensivas demais. A gente releva muito. Eu relevei a violência psicológica, a patrimonial e as chantagens emocionais”, explica. Foi na Justiça que Letícia encontrou o respaldo para viver bem e se distanciar do seu abusador. “A violência física foi o estopim para eu buscar ajuda. Fui até uma delegacia, fiz o boletim de ocorrência e afirmei que gostaria de entrar com um processo contra ele e assim foi feito”, relata.“Foi muito difícil para mim porque eu amava ele, não tem como desgostar de alguém de repente. Eu tive que aprender, na marra”, conta Leticia. O caso aconteceu em 2009 e, à época, a lei não tinha passado por tantos avanços como agora. Fagundes, no entanto, ressalta que a rapidez e o cuidado dos agentes que a atenderam foram um divisor de águas para que ela não desistisse da denúncia. “Já faz tanto tempo e mesmo assim fui bem recebida. Tudo ocorreu da forma como tinha que ser. Naquele momento em que a gente está tão sensível e abalada, qualquer coisa pode nos fazer desistir”, comenta. A medida protetiva para manter o agressor longe de Leticia veio uma semana depois do registro de boletim de ocorrência — tempo que poderia ser suficiente para colocar a vida dela em risco, lacunas que a atual mudança proposta pela senadora Simone Tebet prevê exterminar. Para Leticia, no entanto, procurar ajuda é primordial para interromper qualquer ciclo violento. “Não importa quem seja o abusador ou o que ele fez, não pense duas vezes antes de procurar ajuda. Só vai”, emenda. ABALO PSCICOLOGICO Até chegar aos danos físicos, esses ciclos, para a maior parte, são bem parecidos. “Eu tinha um relacionamento abusivo há algum tempo e sofria muita agressão psicológica e mental, até que um dia chegou se tornou uma agressão física”, rememora a cirurgiã dentista Poanka Faleiro. “Muitas pessoas associam a violência a episódios de espancamentos, porém ela não se resume a isso. A violência psicológica, tão prejudicial quanto a física, consiste em práticas como ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, perseguições, insultos e chantagens”, pontua a médica ginecologista Eveline Catão. “Se eu soubesse disso antes, que abuso mental já era uma agressão, eu teria tomado alguma atitude antes”, lamenta a dentista. Além disso, o amparo psíquico é importante para que essas vítimas não voltem ao ciclo de violência. Desde a criação, o regulamento prevê que os órgãos responsáveis “preservem a integridade física e psicológica” da mulher que aciona a Lei Maria da Penha.Ainda que possam ser invisíveis em um primeiro momento, os danos dessas agressões psicológicas podem perdurar por uma vida inteira. Essa violência também vem de abusos verbais, chantagens emocionais e jogos de manipulação que viram uma espiral. Quando já estão sucumbidas, muitas não conseguem sair e nem pedir ajuda, seja pela dependência psicoemocional, seja pela dependência financeira. “Muitas vezes, as vítimas vão aos poucos se isolando da família e dos amigos, o que dificulta a saída do ciclo abusivo”, salienta a profissional da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR). Para a jovem moradora de Brasília, sua história com a Maria da Penha teve início em 2015, quando ela tinha 21 anos. Seis anos depois da denúncia de Leticia, o modus operandi do crime segue o mesmo. “Após a briga, ganho mimos, juras de amor, promessas que nunca foram cumpridas. Ele nunca mais ia me xingar, me humilhar […] Então, ele invadiu minha privacidade de novo. Minhas amigas são putas […] Eu sou puta. Eu não sou gente, não sou digna de estar com uma pessoa como ele”, contou a brasiliense em relato publicado no Facebook. De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, os relacionamentos abusivos podem ser divididos em três fases. “Primeiro, vêm as ofensas, xingamentos, gritos e humilhações. [A fase] Também pode incluir manipulação e controle emocional, o que dificulta a identificação, porque a pessoa manipulada tem o psicológico abalado”, pontua. Na próxima fase, elenca a profissional, aparecem as primeiras agressões. “Começa com empurrões, tapas e chutes. Neste momento, a vítima já sabe que ela está em um relacionamento abusivo. As marcas ficam visíveis”, explica. É quando muitas delas decide acabar com o parceiro, ou procuram a delegacia. “A fase três é o que chamamos lua de mel. Ele se arrepende e diz que isso não vai se repetir e passa a usar da manipulação, para que a vítima acredite que seu comportamento vai mudar”, explica. O ciclo, então, se repete.“Não precisei fazer nada” Poanka estava com o companheiro em uma festa e eles começaram a discutir após um ataque de ciúmes dele. “Assim, pelos meus cabelos, minha cara vai de encontro ao chão”, relatou a jovem. Após a agressão física, o porteiro do prédio onde a briga aconteceu chamou a polícia e o agressor foi preso em flagrante. “Foi quando eu precisei da lei Maria da Penha”, conta. Com o respaldo da lei e a prisão em flagrante do acusado, a dentista saiu da delegacia assegurada. “Dei meu depoimento, a família dele fez mais confusão, ele pagou fiança e foi liberado. Eu já saí de lá com a medida protetiva, acho que tive essa sorte de tudo ter acontecido tão rápido”, comemora. Poanka só precisou fazer o boletim de ocorrência para que o ciclo de agressão e violência que ela vivia tivesse um fim: “Eu não precisei fazer nada, as coisas foram acontecendo conforme o tempo passava. Não precisei voltar à delegacia e nem fazer mais denúncias, ainda que eu pudesse, eu não quis. O Ministério Público me auxiliou em tudo e as atualizações da minha denúncia só foram chegando até que saísse a condenação”, conta.Em briga de marido e mulher, não se mete a colher! Poanka ainda lamenta o pouco conhecimento que as pessoas têm dessas violências e ressalta que, atualmente, não hesita em fazer sua parte. “Quando vejo ou ouço algo suspeito, eu já logo denuncio. Ligo no Disque 180 e faço a minha parte. Talvez ela não faça nada a respeito disso, mas a minha parte eu fiz”, finaliza. Para Letícia, procurar ajuda é só mais um passo do empoderamento feminino. “Quando procuramos ajuda e denunciamos aquela agressão, só mostramos o quanto somos fortes”, salienta. ONDE PROCURAR AJUDA  Foto: Reprodução Disque 180: Política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional. Disque 100: Recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos relacionadas a crianças, adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência. Fonte: Metrópoles LEIA MAIS |
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Brasil : Mais de 26 mil pessoas são identificadas vivendo na Terra Yanomami após força-tarefa do IBGE
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Enviado por alexandre em 03/04/2023 00:28:19 |
Foram identificadas 16.560 em aldeias dentro do território de Roraima e outros 10.294 em aldeias localizadas no Amazonas. jornalismo@portalamazonia.com">Redação - jornalismo@portalamazonia.com "Agora sabemos quantos Yanomami nós somos", disse a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sobre o lançamento da megaoperação para viabilizar a conclusão do Censo Demográfico na Terra Indígena Yanomami, que concluiu o total de 26.854 pessoas estão vivendo na TI Yanomami brasileira.
Para levar as recenseadoras e os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até as áreas de mais difícil acesso no território, o MPO liderou uma cooperação entre cinco ministérios. Quando do anúncio do acordo interministerial, a ministra Tebet declarou que o IBGE, vinculado ao MPO, revelaria "quantos Yanomami nós somos".
Após 23 dias de operação no extenso território que passa pelos Estados de Roraima e do Amazonas, o IBGE concluiu os trabalhos no fim de março. Os supervisores e recenseadores deixaram a base de Surucucu, mantida pelas Forças Armadas, no dia 31. A base era de onde saíam em voos de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dia a dia para coletar os dados censitários nas aldeias. Especificamente, esta operação envolveu 47% dos setores censitários, que estão localizados na parte mais remota do território – os outros 53% já haviam sido recenseados durante o trabalho regular do Censo, no ano passado. Foram contados 16.560 Yanomami em aldeias dentro do território de Roraima e outros 10.294 em aldeias localizadas no Amazonas. Esse total de 26.854 já inclui os 5 mil cinco mil Yanomami que foram recenseados na operação aérea por helicópteros. A megaoperação envolveu os ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Defesa, dos Povos Indígenas (MPI) e da Saúde, além do MPO, responsável pela coordenação dos trabalhos. Diversas instituições, vinculadas aos ministérios, foram mobilizadas com sucesso: a PRF (ligada ao MJSP); a Sesai (vinculada à Saúde); a Funai (ligada ao MPI); as Forças Armadas (vinculadas à Defesa); além do IBGE, ligado ao MPO. Além do governo federal, a operação contou com o apoio do governo de Roraima, que cedeu hangar em Boa Vista e auxiliou com barracas e pessoal da Defesa Civil especializado para gestão do alojamento. "A conclusão dos trabalhos do Censo representa uma das entregas mais simbólicas dos primeiros 100 dias do atual governo porque sinaliza justamente a união entre diferentes pastas e instituições com o objetivo de reconstruir nossa base de dados mais fundamental, que é o Censo", afirmou a ministra Tebet.
Foto: Reprodução/Exército do Brasil O assessor especial do MPO, João Villaverde, apontou a importância da conclusão geral do Censo para os demais agentes públicos e privados: "Como a ministra costuma dizer, não há política pública de qualidade sem dados confiáveis e atualizados. Concluir o Censo, especialmente com uma ação que levou o IBGE a áreas do território que ele nunca tinha conseguido acessar em censos anteriores, é um gesto relevante neste sentido", disse ele. Quando do anúncio do acordo de cooperação entre ministérios, no início do mês, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a operação enfrentava "um negacionismo censitário", em referência às sabotagens promovidas pelo governo anterior junto a instituições de pesquisa, informação e transparência. Na ocasião, também, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, explicou que a força tarefa do governo, envolvendo grande esforço de logística, visava justamente levar recenseadores a áreas de acesso muito difícil do território nacional. Ainda em fevereiro, em meio às negociações para viabilizar a força-tarefa, o ministro da Defesa, José Múcio, declarou estar totalmente empenhado para a questão logística da operação. O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, agradeceu a todas e todos que "de alguma forma colaboraram para colocarmos os Yanomamis no mapa do Brasil". O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, coordenou por 27 dias os trabalhos do Censo na TI Yanomami: "as equipes envolvidas passarão a se dedicar à documentação e à memória dessa operação de grandes proporções e à preparação para a divulgação dos resultados", disse ele.
Conclusão do Censo Desde 1º de março que o IBGE conduz a etapa de apuração do Censo. Durante esse período, que se prolongará até o fim de abril, técnicos de várias áreas reunidos no Comitê de Fechamento do Censo e também independentes (contratados justamente para esse estágio final), verificam os dados coletados no país todo. Alguns retornos a campo, pontuais, tem ocorrido. Foi durante essa etapa de revisão dos dados que o IBGE foi a campo para concluir o Censo na TI Yanomami. Agora resta outra operação de massa, também coordenada pelo MPO, que envolve a coleta de dados em domicílios inseridos em favelas brasileiras. Neste caso, o 'Favela no Mapa', como é chamada a operação, envolve a Central Única de Favelas e o Data Favela. A apuração do Censo, bem como as ações pontuais, finais, de coleta de dados, serão concluídas até o fim de abril. Os dados preliminares serão anunciados pelo IBGE no dia 4 de maio.
De tucumã a pirarucu: doceira de Manaus aposta em ovos de Páscoa com sabores amazônicos A doceira Silvia Garcia utiliza a regionalidade, como "empanar" os ovos de chocolate com castanha, para atrair seus clientes. jornalismo@portalamazonia.com">Diego Oliveira - jornalismo@portalamazonia.com A Páscoa é um momento de celebração entre os católicos, mas também uma data que reúne famílias e, claro, um "prato cheio" para os apaixonados por chocolate. Os tradicionais ovos de Páscoa são muito esperados e a cada ano que passa ganham novos sabores. Em 2023, os ovos de Páscoa voltaram a ganhar um "tempero" mais amazônico e até mesmo versões salgadas.
Creme de tucumã. Foto: Divulgação Em Manaus (AM), a doceira Silvia Garcia aposta na regionalidade para atrair os seus clientes. Ela adicionou em seu cardápio os sabores: tucumã, tapioca, geleia de cupuaçu, creme de cupuaçu, creme de maracujá e empadão de creme de pirarucu. As novidades também surgem nas cascas dos ovos, cravejadas amazônicas ("empanados") com castanhas e/ou tapioca. "São sabores que os amazonenses adoram e estão acostumados, por isso, que tem bastante procura e aceitação", afirmou.
Cupuaçu cravejado com tapioca. Foto: Divulgação Valores Silvia atende pelo telefone (92) 98854-0083 e os valores variam de R$50 a R$ 70 reais. O Gourmet Cupuaçu de 350g, por exemplo, custa R$ 50. Já o empadão de Creme de Pirarucu de 400g, por R$ 70. Os cravejados amazônicos custam em média R$ 70. |
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