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Brasil : Antropólogas indígenas da Amazônia discursam na Escócia: de 'objetos de estudo' a protagonistas
Enviado por alexandre em 27/03/2023 10:10:37

Três antropólogas indígenas estão transformando a relação entre antropólogos e os povos que eles estudam.


Francineia Fontes Baniwa ri com entusiasmo ao contar uma conversa que teve com sua companheira de viagem, Nelly Marubo, no trem para a Escócia: "Nelly olhou para mim e disse: 'Um dia também vamos ser professoras universitárias!' E eu disse: 'com certeza'".

Nelly e Fran são exemplos de uma geração emergente de antropólogos indígenas brasileiros que estão transformando a relação tradicional entre antropólogos e os povos que eles estudam. Ambas são doutorandas e visitaram o Reino Unido em setembro de 2022, juntamente com Glicéria Tupinambá, ativista e artista indígena.

O objetivo da viagem? Foi justamente lecionar na St Andrews, uma das melhores universidades do Reino Unido. Glicéria fez uma apresentação para alunos do primeiro ano de antropologia da universidade sobre a luta pela terra dos Tupinambá, enquanto as palestras de Fran e Nelly defenderam as vantagens de serem mulheres antropólogas amazônicas concluindo o doutorado.

Nelly descreve para alunos e professores de antropologia como é crescer nas florestas. Ela diz se lembrar de sua mãe dizendo a ela: "Os antropólogos escrevem tudo errado. Você tem que ir lá e escrever com a nossa voz [porque] os antropólogos falam de nós do jeito deles, não do nosso jeito".

E foi exatamente para isso que as três mulheres indígenas foram para a Escócia.

Francineia Bitencourt Fontes dá palestras para centenas de graduandos em antropologia na Universidade de St Andrews, na Escócia, sobre sua experiência como antropóloga indígena. Foto: Max Baring para Mongabay

Embora venham de regiões muito diferentes do Brasil, as três mulheres compartilham a experiência de lutar com seus povos por suas terras indígenas. Suas histórias retratam um país profundamente racista, com força policial, poder judiciário e populações rurais anti-indígenas.

O povo Baniwa de Fran está localizado no noroeste da Amazônia, na região do Alto Rio Negro, próximo à fronteira com a Venezuela e a Colômbia. Nas décadas de 1960 e 1970, o garimpo de ouro explodiu na área. No entanto, os 23 grupos indígenas do Alto Rio Negro reconheceram o perigo da poluição por mercúrio e se uniram para formar a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). "Se eles não tivessem agido, acho que o Alto Rio Negro não existiria hoje", diz Fran. "[Somos] 23 povos e estamos muito unidos na questão da defesa do território porque vemos o que outros parentes [indígenas] passam. … Seu território sendo invadido, sendo poluído."

O povo Tupinambá de Glicéria é originário da Mata Atlântica, na Bahia. Segundo ela, a luta contra os fazendeiros apoiados pela polícia começou na década de 1990, quando ela era criança. "Eu caminhava no mato, pescava […] e subia nas árvores, colhia frutas. E um dia eu estava nessa rotina, encontrei uma cerca e essa cerca me impediu de chegar ao rio", conta Glicéria. "E daquele dia em diante ficamos em algumas áreas muito apertadas, muito pequenas."

A ativista indígena Glicéria Tupinambá faz uma apresentação para os alunos da Universidade de St Andrews, na Escócia, sobre a luta de décadas pela terra no sul da Bahia. Foto: Max Baring para Mongabay

Depois de 2001, Glicéria diz que ela e alguns jovens Tupinambá decidiram revidar, levando-os a um confronto direto com a Polícia Federal. Glicéria conta que foi um momento desesperador, em que foi presa e encarcerada com seu bebê. Depois de uma luta prolongada e às vezes violenta, diz ela, os Tupinambá acabaram recebendo ajuda de acadêmicos brasileiros. "Eles conseguiram registrar muitas coisas que, na verdade, eram uma violação dos nossos direitos e uma criminalização da nossas lideranças", diz Glicéria. Os Tupinambá agora veem suas matas se recuperarem e os animais voltarem para as terras, e Glicéria conta que, com sua luta, conseguiram estabelecer um princípio importante: "Existe outro modo de vida. Que tenhamos esse direito de viver nosso modo de vida, ligados à terra".

Nelly é do Vale do Javari, no oeste da Amazônia, perto da fronteira com o norte do Peru, onde, ela diz, 27 grupos indígenas isolados vivem ao lado do povo Marubo, como revelou uma pesquisa de mapeamento aéreo de 2010. Essa é a área onde o jornalista britânico Dom Phillips e o especialista indígena Bruno Pereira foram assassinados enquanto faziam uma reportagem sobre a pesca ilegal em junho de 2022. De acordo com Nelly, a pesca ilegal é apenas uma das muitas pressões que ameaçam essa área cultural e biologicamente preciosa.

"Estamos vivendo uma invasão do lado do Acre com os caçadores e do lado peruano com os garimpeiros e plantadores de coca. Do lado do Amazonas, [enfrentamos] uma invasão de pescadores que pescam para os colombianos".

A viagem à Escócia, que fez parte do programa "Amplifying Amerindian Voices" (Amplificando Vozes Ameríndias, em uma tradução livre), patrocinado pelo Fundo de Impacto da Universidade de St Andrews, foi organizada por Cecilia McCallum, professora de antropologia da Universidade Federal da Bahia.

De acordo com McCallum, a visita realmente aumentou a compreensão e a experiência dos graduandos escoceses. "Eles tiveram a oportunidade de conhecer mulheres indígenas da Amazônia que eliminam totalmente os tipos de estereótipos dos quais é tão difícil se livrar se você estuda antropologia", diz ela.

A antropóloga indígena Nelly Marubo palestra para centenas de estudantes de graduação em antropologia na Universidas de St Andrews, na Escócia. Foto: Max Baring para Mongabay

Laços de colonização 

Na Escócia, as três mulheres indígenas se encontraram com parlamentares do Partido Verde liderados pelo membro do Parlamento Escocês Patrick Harvie. "Queríamos ser políticos", explica McCallum, "então ficamos muito satisfeitos quando um dos professores da Universidade de St Andrews se ofereceu para organizar uma viagem [para elas] verem o Parlamento [Escocês]".

Lá, as três mulheres relataram as lutas que enfrentaram e firmaram uma nova parceria. "Fiquei muito feliz em ter esse encontro com eles aqui, e que eles se abriram para nos ouvir e entender e que possamos unir forças", explica Glicéria.

Harvie identifica uma ligação entre as questões históricas escocesas relacionadas com os desmatamentos das terras altas dos séculos 18 e 19 e as comunidades brasileiras de hoje lutando por terras e contra o desmatamento. "A Escócia é um país que nos séculos anteriores viu um desmatamento maciço, apreensão de terras das pessoas que viviam lá, inclusive [com uso de] violência. E a desigualdade que surgiu disso ainda está conosco séculos depois", diz Harvie.

Fran diz que essas semelhanças a deixaram muito impressionada, desde a queima de malocas até os colonizadores proibindo os indígenas de falarem sua língua. "E aqui [na Escócia] também havia isso. As pessoas chegaram matando, escravizando. Forçando-os a sair de seu território… e essa cicatriz nós [ambos] carregamos."
Nelly Marubo (esquerda), Francineia Fontes (centro) e Glicéria Tupinambá no Parlamento Escocês, onde se encontraram com o líder do Partido Verde. Foto: Max Baring para Mongabay

Para McCallum, dar a essas mulheres indígenas a oportunidade de ouvir a história da colonização interna no Reino Unido foi significativo. "Temos uma longa história de objetificação de 'índios', povos indígenas, [povos] africanos. … Eles [indígenas] também têm o hábito … de objetificar o [colonizador] e só ver esse grande tipo de mega-opressor, que tem pele branca e olhos azuis e assim por diante, e é bom sofisticar um pouco o entendimento deles da história do colonialismo".

Mas, embora houvesse um trauma colonial compartilhado, também havia sinais de esperança durante essa viagem — especialmente quando Fran e Nelly puderam visitar Bamff Wildlands, uma antiga propriedade escocesa com um tradicional castelo baronial em seu centro. A atual residente e gestora de Bamff, Sophie Ramsay, explica que a terra está em sua família "há um tempo ridiculamente longo" – cerca de 40 anos – e seu pai "já era bastante informado ecologicamente", pois havia feito um mestrado em conservação ecológica e "procurou maneiras de abrir gradualmente mais espaço para a natureza e incentivar os processos naturais".

Embora o desmatamento tenha aumentado a taxas alarmantes na Amazônia brasileira nos últimos quatro anos sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Europa as florestas antigas foram praticamente eliminadas séculos atrás e hoje apenas 2,5% do Reino Unido é coberto por floresta nativa original. Mas há um movimento crescente para proteger as matas que restam e dar mais terras para a floresta nativa. A renaturalização e a agricultura regenerativa estão se tornando cada vez mais populares no Reino Unido, com uma publicação chamando a agricultura regenerativa de "o novo rock 'n' roll".

Segundo Ramsey, mais ações são necessárias em resposta à crise da biodiversidade e às mudanças climáticas. "Embora as pessoas aqui falem muito sobre a Floresta Amazônica, tanto de nossa própria natureza foi destruída historicamente que nem mesmo sabemos como ela [era]", explica. Durante a visita à fazenda, ela afirma que 450 acres da propriedade foram entregues a um ambicioso projeto de renaturalização que inclui a reintrodução de castores para ajudar a recuperar um canal de drenagem de pântano que atravessa a propriedade.

"São iniciativas incríveis", diz Fran, "Você se emociona aqui sabendo que tem gente que está nessa mesma luta, nessa mesma causa com a gente".

De "objetos de estudo" a protagonistas 

Como Fran explicou a uma sala de aula com cerca de 300 antropólogos do primeiro ano, ela traz uma perspectiva diferente para o mundo da antropologia, que é o estudo da cultura humana e da sociedade: "Temos um conceito, uma ciência própria como povo indígena para interpretar narrativas e entender o mundo através da antropologia", diz ela, acrescentando que isso muda "essa questão de ser objeto de estudo, e hoje somos protagonistas de nossas próprias narrativas, de nossa própria história".

Fran e Nelly veem o desenvolvimento de uma antropologia indígena como uma ferramenta crítica para confrontar suas contínuas lutas pela terra. "No meio da floresta, com todos os desafios, somos pioneiros. Sou a primeira mulher com mestrado do meu povo", diz Fran, acrescentando que tem a responsabilidade de representar 23 povos como protagonista "nesse mundo novo e diferente".

A mudança climática está afetando as comunidades das três mulheres indígenas, alterando ciclos climáticos anuais normalmente previsíveis e atividades tradicionais de subsistência. "Monitoramos [as estações] por meio de constelações estelares. … Verão, estação chuvosa, estação seca. Tudo era perfeito", explica Fran. "Hoje está tudo misturado, complicado. Então [as mudanças climáticas] afetam diretamente nosso sustento de preparar o campo, pescar, colher".

Para essas três mulheres, universidades e governos precisam ter um diálogo próximo com os povos indígenas para encontrar uma solução para enfrentar as mudanças climáticas, pois são especialistas em seus territórios. Para elas, é a conexão que o conhecimento indígena tem com outros seres não humanos – sejam eles animais ou espíritos das florestas – que é importante que a cultura ocidental reconheça e aprenda.

As experiências dessas mulheres mostram que é possível ver o mundo de outra forma e criar novas e positivas narrativas, mesmo em momentos difíceis como os enfrentados pelos Tupinambá.

Relembrando o conselho de sua mãe, Nelly diz aos alunos de antropologia da Universidade de St Andrews: "Hoje, dentro do movimento indígena, do movimento indigenista, não queremos mais que o homem branco faça as coisas por nós".

*O conteúdo foi originalmente publicado por Mongabay, com matéria escrita por Max Baring e traduzida por Thaissa Lamha.

Brasil : Navio da Alemanha desbrava Amazônia do Brasil ao Peru
Enviado por alexandre em 27/03/2023 10:07:29

O navio Hanseatic Spirit saiu de Belém no dia 19 de março e segue até o dia 6 de abril na viagem pela região amazônica, data prevista para chegar a Iquitos, no Peru.


Desbravar a Amazônia não é mais um sonho tão distante. Existem várias maneiras de conhecer a região e uma delas é viajar pelas estradas aquáticas, os rios. Inclusive, diversas empresas apostam há anos em cruzeiro pela região, como o Hanseatic Spirit, navio da Alemanha que está fazendo uma viagem desde Belém, no Pará, até Iquitos, no Peru.

O navio Hanseatic Spirit saiu de Belém no dia 19 de março e o itinerário, que iniciou no canal de Breves, segue parando em pequenas cidades até chegar a Manaus, no dia 27 de março. 

Em seguida, a embarcação continua a viagem até o dia 6 de abril, quando a embarcação chega a Iquitos, no Peru. Ou seja, são mais de 18 dias descobrindo a região amazônica navegando por seus rios.

Confira o intenerário completo do Hanseatic Spirit: 

Viagem inicia no Pará e tem duração de 18 dias. Foto: Divulgação

Comandado por uma empresa Alemã, o Hanseatic Spirit é um navio que comporta 230 passageiros e 130 tripulantes. As 120 cabines a bordo variam de suítes com varandas francesas a grandes suítes de primeira linha, que incluem varandas completas. Além disso, os turistas contam com bares, restaurantes, espaço de bem-estar, deck para observar a paisagem, auditório, biblioteca e piscinas.

Os valores para desbravar a Amazônia junto ao Hanseatic variam de € 2.290 a € 15.670, algo entre 10 e 80 mil reais. Inclusive, o navio integra a Temporada de Cruzeiro do Amazonas e chega em Manaus neste domingo (26). Na oportunidade, os tripulantes poderão conhecer mais sobre a capital amazonense e os costumes da Região Norte.  

Navio desbravará as estradas aquáticas da Amazônia. Foto: Divulgação

Brasil : Veja receita de suco que controla o colesterol e revigora a saúde
Enviado por alexandre em 27/03/2023 10:04:28

Está tendo problemas com o colesterol? Então, que tal um empurrãozinho para melhorar a saúde? Esse suco é bem fácil de fazer e leva ingredientes que você já deve até ter em casa.

 

A bebida pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Isso porque um dos seus ingredientes é a berinjela, rica em fibra solúvel, polifenóis e saponinas, que ajudam a reduzir o colesterol ruim, o LDL.


A laranja, o outro ingrediente usado no preparo, é rica em vitaminas A, B e C, cálcio, magnésio, potássio, fósforo e colina, nutrientes que ajudam a aumentar a imunidade e a rejuvenescer a pele.

 

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Confira a receita do suco para controlar o colesterol


Tempo: 5min


Rendimento: 2 porções


Dificuldade: fácil

 

INGREDIENTES:


1/4 de berinjela picada


Suco de 2 laranjas


3 cubos de gelo

 

MODO DE PREPARO:


Bata todos os ingredientes no liquidificador até homogeneizar

 


 

Coe e então sirva em seguida.

 

Fonte: Metrópoles

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Brasil : Por que a batata-doce é a queridinha dos atletas? Nutricionista explica
Enviado por alexandre em 25/03/2023 01:25:54

O valor nutricional da batata e da batata-doce é parecido: as duas são fontes de energia, de potássio e das vitaminas C e do complexo B.

 

Mas, segundo a nutricionista Sueli Longo, a batata-doce tem mais fibra e fornece mais energia que a batata.

 

Ela explicou ao podcast De onde vem o que eu como se o alimento é mais eficaz para quem pratica atividades físicas.Entenda a origem da fama da batata-doce

 

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A nutricionista Sueli Longo explicou que os praticantes de atividades físicas preferem a batata-doce por causa do índice glicêmico, que é a velocidade com que este alimento vai ser digerido para fornecer energia.

 

Na teoria, quanto mais rápida a absorção, melhor seria o rendimento do exercício.

 

 

Foto: G1

 

Mas a nutricionista destaca que o resultado depende de fatores como o tempo de cozimento, de ingestão depois de pronto e a variedade da batata-doce escolhida.

 


"É preciso olhar isso com carinho para que não vire um modismo sem embasamento científico", completa a nutricionista. 

 

Fonte: G1

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Brasil : Brasileiros estão entre os que mais receberam vistos norte-americanos
Enviado por alexandre em 24/03/2023 00:22:30

País ficou atrás apenas de México e China em 2022

Passaporte brasileiro.

Pesquisa da AG Immigration – escritório de advocacia imigratória com sede em Washington – mostra que os brasileiros ocuparam o terceiro lugar no ranking dos que mais receberam vistos norte-americanos em 2022. Ao todo, foram 815.842 emissões de 80 tipos diferentes de permissões, alta de 618,8% em relação ao registrado no ano anterior (113.505). Em comparação com 2018 (640.998), nos níveis de antes da pandemia de covid-19, o aumento foi de 26,4%.

O Brasil ficou atrás apenas do México (1,9 milhão) e da China (1 milhão), e bem à frente da Argentina, quarta colocada, com 259 mil vistos recebidos.

O levantamento foi feito com base em dados oficiais do Departamento de Estado norte-americano, de janeiro a dezembro de 2022. Ainda segundo o relatório da AG Immigration, o Consulado dos EUA em São Paulo foi o terceiro posto diplomático que mais emitiu vistos em todo o mundo, atrás somente do de Monterrey e da embaixada da Cidade do México.

O consulado no Rio de Janeiro foi o décimo. O ranking de postos diplomáticos é referente ao ano fiscal americano, que compreende o período entre 1º de outubro de 2021 e 30 de setembro de 2022.

Outro dado que chama a atenção no estudo é referente ao visto de visitante B1/B2 – usado para viagens de negócio e turismo nos EUA, que somou mais de 748,5 mil emissões no ano passado, representando 91,76% do total. Trata-se de aumento de 944% sobre 2021, ano em que os consulados e a embaixada ficaram fechados ou com serviços limitados em razão da pandemia.

Essa é a maior quantidade de vistos B1/B2 emitidos para brasileiros desde 2015, quando mais de 873 mil autorizações de entrada desse tipo foram expedidas pelos órgãos consulares. “É, sem dúvida alguma, o visto mais buscado pelo brasileiro, que tem no B1/B2 a sua porta de entrada mais acessível para os EUA, podendo ficar até seis meses no país para conhecer atrações turísticas e realizar atividades diversas”, afirmou, em nota, o advogado de imigração Felipe Alexandre, sócio-fundador da AG Immigration.

Estudo e intercâmbio

Na lista de vistos americanos mais concedidos a brasileiros, a segunda e a terceira colocações são ocupadas por dois vistos de estudo e intercâmbio: o J-1 (13,1 mil emissões) e o F-1 (8,8 mil), respectivamente. Enquanto o primeiro registrou alta de 96% sobre o ano anterior, o segundo, por sua vez, caiu 10% no mesmo período.

Segundo o CEO da AG Immigration, Rodrigo Costa, o brasileiro que vai estudar ou fazer intercâmbio nos EUA é, em geral, recém-formado do ensino médio ou da graduação. Ele destacou que o visto de intercâmbio é bem amplo, com categorias inclusive para médicos e professores universitários que vão dar aulas nos Estados Unidos. O Brasil é hoje o oitavo país estrangeiro com mais alunos matriculados nas universidades americanas.

De acordo com Costa, a popularidade crescente dos vistos de estudante deve-se a dois grandes motivos. “Por um lado, há uma escassez global de mão de obra qualificada e, com isso, os EUA têm se aberto mais aos estudantes internacionais, principalmente os das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Eles vão estudar nos EUA e, eventualmente, acabam ficando no país para contribuir com o desenvolvimento local”.

Rodrigo Costa lembrou que houve no Brasil expansão muito forte do acesso ao ensino superior nos últimos 20 anos. “Com isso, um volume maior de graduandos e graduados buscaram concluir ou complementar seus estudos no exterior. Os EUA, em razão das semelhanças culturais, facilidade com o idioma e qualidade das escolas, acaba sendo o principal destino desses brasileiros”.

Vistos imigratórios

A pesquisa da AG Immigration também revelou que os vistos mais autorizados a brasileiros em 2022 são aqueles que concedem ao portador o green card – documento que garante o direito de viver, trabalhar e viajar livremente nos EUA. O visto dessa categoria mais atribuído a brasileiros foi o EB-2, com 1.499 emissões – alta de 284% sobre as 390 autorizações de 2021. O EB-2 é destinado a profissionais de destaque, geralmente com mestrado, doutorado ou algum tipo de especialização única.

“Estamos falando de engenheiros, profissionais de TI, programadores, gerentes de RH, marketing e outras áreas corporativas, pilotos de avião, jornalistas, enfermeiros, fisioterapeutas, cabeleireiros e por aí vai. A lista é bem extensa. Se a pessoa tem uma carreira acima da média, ela pode ser elegível ao EB-2”, disse Felipe Alexandre.

Para o advogado, o aumento na procura pelo EB-2 por brasileiros indica um movimento de fuga de cérebros do Brasil. “É um número recorde. Vamos ver como as emissões vão se comportar neste ano”.

Edição: Graça Adjuto

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