Estudo traz percepção para a vulnerabilidade de engajamento de setores sociais e da comunidade.
PORTAL AMAZÔNIA, COM INFORMAÇÕES DE AGÊNCIA FAPESP
Um estudo recém-publicado no International Journal of Disaster Risk Reduction discute a governança de incêndios florestais na fronteira trinacional do sudoeste da Amazônia com a participação de representantes locais. A região, conhecida como MAP, engloba Madre de Dios, no Peru; o Estado do Acre, no Brasil; e Pando, na Bolívia.
"Morando no Acre, temos pouco ou nenhum protagonismo, principalmente quando se fala de meio ambiente. Vemos cientistas de outras regiões e até de outros países falando da Amazônia, chamando a atenção para o tema, mas nós, que moramos aqui, ficamos fora dessa governança. Trazer esse olhar local das vulnerabilidades e das capacidades da região é um ponto muito positivo do nosso estudo"
diz a socióloga Gleiciane Pismel, colaboradora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e primeira autora do artigo.
Pesquisa mostra que a falta de envolvimento da comunidade também prejudica programas de controle do fogo na região conhecida como MAP. Imagem: Acervo dos pesquisadores
Com base em uma pesquisa on-line, realizada durante a pandemia da COVID-19 (entre 2020 e 2021), o trabalho mostra que 60% de 111 entrevistados consideraram o desmatamento a principal causa dos incêndios florestais que atingem a Amazônia, seguido da utilização do fogo na gestão agrícola (58%) e das secas (39%).
A percepção vai ao encontro dos resultados de estudos recentes sobre o assunto. O aumento das queimadas da floresta, associado ao avanço do desmatamento, tem sido uma das ameaças à conservação da Amazônia e de sua sociobiodiversidade. (leia mais em: agencia.fapesp.br/40164/ e agencia.fapesp.br/39913).
Os entrevistados – gestores públicos, cientistas e representantes do terceiro setor – também apontaram como as principais vulnerabilidades na governança para conter os impactos do fogo na região as deficiências em instituições e órgãos de controle, associadas à redução de funcionários e limitação de recursos financeiros.
Além do enfraquecimento das instituições, as instabilidades de políticas públicas nacionais e locais apareceram como uma falha na governança. Em grande parte, essas ações apenas espelham propostas de medidas nacionais sem observar as peculiaridades de cada local. Outros pontos de atenção são a falta de participação da comunidade e os aspectos socioculturais do uso do fogo, principalmente em zonas de pastagem e agricultura próximas a áreas de preservação ambiental.
"Um dos elementos de maior risco aos serviços ecossistêmicos, além do desmatamento, é a questão da degradação por incêndios, pelo corte seletivo e pelo efeito de borda associado à entrada do fogo na floresta, como mostramos na Science. Por outro lado, há um número muito limitado de pesquisas que avaliam a governança, especificamente associada às queimadas, um tema crescente, emergente e urgente que a Amazônia vem enfrentando. Nesse sentido, buscamos reunir uma equipe multidisciplinar e transfronteiriça para analisar a questão"
diz Liana Anderson, pesquisadora do Cemaden e autora correspondente do artigo.
Anderson se refere ao estudo 'The drivers and impacts of Amazon forest degradation' (Os fatores condutores e os impactos da degradação florestal na Amazônia, em tradução livre), que foi um dos destaques de capa da edição do final de janeiro da revista Science. Ele revelou que aproximadamente 38% da atual área da Amazônia sofre com algum tipo de degradação causada por quatro fatores – fogo, extração seletiva de madeira (em sua maioria ilegal), efeitos de borda (que são mudanças em regiões de floresta ao lado de zonas desmatadas) e secas extremas, cada vez mais frequentes em decorrência das mudanças climáticas. (leia mais em: agencia.fapesp.br/40568/).
Vários olhares
Desenvolvido no âmbito do projeto MAP-FIRE, o estudo sobre governança de incêndios florestais teve o apoio da FAPESP por meio do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e de Bolsa no Exterior – Pesquisa concedida ao pesquisador do Cemaden Victor Marchezini, que desde 2004 atua na área de sociologia dos desastres, buscando envolver as comunidades locais na prevenção de desastres ambientais.
O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Universidade de São Paulo (USP).
O projeto MAP-FIRE, criado em março de 2019 e ligado ao Laboratório de Ecossistemas Tropicais e Ciências Ambientais (Trees, na sigla em inglês), vem desenvolvendo um plano de adaptação de múltiplos atores para lidar com florestas sob risco crescente de incêndios extensivos, particularmente na região conhecida como MAP. Foram desenvolvidas pesquisas para conhecer os riscos de desastres, além de uma plataforma de monitoramento e alerta para apoiar o planejamento e a tomada de decisões relacionados à ocorrência de incêndios na área.
"A pesquisa olha para os atores que estão no território de fronteira. Envolve representantes de organizações não governamentais, gestores públicos da região, além de cientistas interdisciplinares e transdisciplinares do Brasil, Peru e Bolívia como atores participantes em discussões de gestão de risco. Os desastres registrados ali não respeitam fronteiras político-administrativas, sendo necessário pensar em métodos inter e transdisciplinares para criar e fortalecer as ações de mitigação de riscos", explica Marchezini, que atualmente faz pós-doutorado, com apoio da FAPESP, no Natural Hazards Center, da Universidade do Colorado-Boulder.
No trabalho, o grupo analisou as percepções sobre vulnerabilidades e capacidades na governança de incêndios florestais na região MAP sob quatro eixos: conhecimento do risco; monitoramento; educação e comunicação; e prevenção e resposta a desastres. As vulnerabilidades e capacidades foram avaliadas em oito dimensões: econômica, educacional, ambiental, organizacional, política, legal (jurídica), sociocultural e tecnológica.
Os pesquisadores produziram um livro didático, voltado para a formação de professores. Foto: Acervo dos pesquisadores
A concepção da pesquisa teve como ponto de partida um workshop on-line realizado durante a pandemia com 668 participantes dos três países. "Quando olhamos para um problema socioambiental, temos de ter diferentes perspectivas. E é isso o que o projeto MAP-FIRE e esse artigo trazem. Além de ser uma equipe multidisciplinar, contamos com pesquisadores dos três países, incluindo a Galia Selaya, que é da Bolívia, e o Eddy Mendoza, do Peru", diz Pismel.
Além do comprometimento dos serviços ecossistêmicos da floresta e da perda de biodiversidade, os incêndios florestais podem se transformar em desastres transfronteiriços principalmente devido aos efeitos da fumaça que cruza as fronteiras, comprometendo a saúde humana, interrompendo o transporte e afetando a economia regional.
As micropartículas de fuligem, facilmente inaláveis, contribuíram, por exemplo, com o aumento de internações hospitalares por problemas respiratórios em cinco Estados da Amazônia Legal brasileira entre 2010 e 2020. Nota técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada em março de 2021, apontou que no período foram registradas 174 internações hospitalares diárias por doenças do aparelho respiratório no Pará e 57 por dia em Mato Grosso.
As queimadas também geraram elevado custo para o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que o valor gasto nos cinco Estados com hospitalizações de alta e baixa complexidade chegou a R$ 1 bilhão no período.
Alternativas
Segundo os pesquisadores, um caminho para uma melhor governança contra incêndios na percepção dos participantes passa pelo fortalecimento das capacidades organizacionais, por investimentos adequados às questões socioambientais de acordo com a realidade de cada país e região do MAP, além de a necessidade de aumentar o capital humano das organizações do ponto de vista quantitativo e também qualitativo.
No Brasil, as defesas civis municipais são compostas de uma a duas pessoas, a maioria por indicação política, sem valorização profissional. Grande parte dos municípios também não tem orçamento para desempenhar ações de gestão de risco de desastres.
Formular políticas públicas e leis que levem em consideração a realidade local, distribuindo responsabilidades e recursos entre os níveis nacional, regional e municipal, é outra necessidade destacada pelos pesquisadores.
"As pessoas que vivem na região, expostas ao fogo ou que o utilizam, acabam não sendo envolvidas em nenhum sistema de governança que as ajude a tomar decisão ou ser mais bem informadas. A melhoria na integração entre as instituições e na qualidade da comunicação dentro e entre elas pode ajudar. Assim como a educação ambiental e a necessidade de trazer a temática do fogo para o currículo escolar, conectando de forma muito clara com a realidade das pessoas que ali vivem"
afirma Anderson.
Para ajudar a preencher a lacuna do material educacional, os pesquisadores produziram um livro didático, voltado para a formação de professores, disponível on-line.
"O material foi uma forma de levar a temática para dentro da sala de aula, principalmente no contexto em que vivemos com o fantasma mundial das fake news. No Brasil, tivemos perda de infraestrutura, das capacidades organizacionais e, ao mesmo tempo, houve uma fragilização do conhecimento com as informações falsas. Quando você tem esse tipo de informação se disseminando na sociedade é muito difícil recuperar não só a confiança nas instituições que produzem informação e ciência, mas também reverter o pensamento. Às vezes a informação falsa chega, mas a contrapartida não vai com a mesma velocidade", conclui Anderson.
O artigo 'Wildfire governance in a tri-national frontier of southwestern Amazonia: Capacities and vulnerabilities' pode ser lido no link aqui.
Estudos mostram que divisão de florestas muda as teias alimentares na Amazônia
Dados de armadilhas fotográficas e modelagem matemática sugerem que em áreas com menos de 100 hectares muitas interações alimentares são perdidas.
PORTAL AMAZÔNIA, COM INFORMAÇÕES DE REVISTA FAPESP*
A bióloga Maíra Benchimol estranhou quando os mutuns-de-bico-amarelo (Crax alector) não foram mais registrados por suas câmeras camufladas na mata. Os pássaros negros, de cerca de 80 centímetros de altura, sempre apareciam nas imagens das armadilhas fotográficas montadas na pequena ilha de Xibé, uma das 3.546 que se formaram com a construção da usina hidrelétrica de Balbina, no coração do Amazonas, no final da década de 1980.
O sumiço dos mutuns coincidiu com o registro de uma onça-pintada vagando pelo mesmo lugar. "Suspeitamos que a onça comeu todos", observa Benchimol, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) em Ilhéus, na Bahia. Mutuns não costumam ser as presas favoritas das onças, que preferem bichos maiores.
As relações entre predadores e suas presas formam teias alimentares, que parecem mudar e se tornar disfuncionais – principalmente em fragmentos de floresta amazônica com menos de 100 hectares (ha), como é o caso da ilhota de Xibé, que tem 1,4 ha.
É o que propõe a análise das potenciais interações alimentares – quem come quem – entre mamíferos e aves terrestres que vivem em 37 ilhas de Balbina. O estudo, que tem Benchimol como coautora, foi publicado em janeiro de 2023 na revista Current Biology. Entre os 27 bichos observados estão também onças-pardas (Puma concolor), jaguatiricas (Leopardus pardalis), antas (Tapirus terrestris), queixadas (Tayassu pecari), tatus-galinha (Dasypus novemcinctus) e cutias (Dasyprocta leporina).
Mutuns costumavam ser presença frequente nas imagens registradas por armadilhas fotográficas na ilha de Xibé. Foto: Maíra Benchimol/Uesc
O estudo indica que o tamanho da floresta pode ser determinante para que as redes ecológicas se sustentem. "Em ilhas com menos de 100 ha, houve uma quebra brusca nas teias alimentares, que se tornam simplificadas porque a maioria das espécies não consegue manter suas funções. Em algumas ilhas pequenas os predadores não encontram mais comida e, em outras, as presas podem proliferar", diz o ecólogo Mathias Pires, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que conduziu o estudo ao lado de outros pesquisadores brasileiros do Instituto Juruá, de Manaus, Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, e da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.
Segundo o ecólogo, a diminuição nas interações pode ocorrer porque algumas espécies já não existem mais naquele local ou restaram poucos representantes nas ilhas, o que diminui a chance de que os animais que poderiam interagir se encontrem. As redes de interação foram projetadas por meio de modelagem matemática que leva em conta o tamanho dos animais e sua dieta. Para isso, os pesquisadores usaram como base uma estimativa do número de animais e de espécies que havia em cada uma das ilhas visitadas por Benchimol entre 2011 e 2012, durante seu doutorado, e de três áreas de floresta contínua que não foram alagadas pelo reservatório de Balbina e ficam às suas margens. As áreas tinham entre 0,8 ha e 1,6 mil ha, com pelo menos 1 quilômetro (km) de distância entre si.
Cenários disfuncionais
Nas ilhas com menos de 100 ha, o cardápio dos predadores era menos variado. Eles tinham, em média, menos de cinco tipos de presas em potencial para comer, ao passo que esse número subiu para 10 em áreas maiores. Já os considerados presas – como antas, cutias e queixadas – tinham, em média, três a quatro tipos de animais capazes de comê-los nas ilhas maiores, mas apenas um ou nenhum predador nas menores.
É o caso de algumas ilhas que estavam tomadas por tatus-galinha ou outras em que as cutias dominavam a paisagem. Estas últimas, roedores marrons de cerca de 50 cm que comem frutas e sementes, têm o hábito de carregá-las por longas distâncias e enterrá-las para consumir depois. "As cutias são fundamentais para espalhar sementes pela mata, mas, sem predadores, elas podem proliferar e comer sementes em excesso", observa Benchimol.
Segundo o ecólogo Pietro Maruyama, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que não participou do estudo, isso poderia levar a um efeito cascata. "Se as cutias comerem mais sementes do que já vinham comendo, algumas plantas poderiam diminuir muito ou serem extintas dessa ilha. Por consequência, outras espécies de animais que dependem delas seriam prejudicadas", observa.
Em 2022, Maruyama participou de um estudo que indicou que as mudanças climáticas poderiam levar à extinção de espécies de beija-flores brasileiros, o que também poderia iniciar um efeito cascata em outras aves e plantas.
A construção da usina hidrelétrica de Balbina causou a formação de milhares de ilhas. Foto: Maíra Benchimol/Uesc
Há, ainda, a possibilidade de que predadores como as onças-pintadas e pardas, que são boas nadadoras, cheguem nessas ilhas em busca de alimento e devorem todos os representantes de uma espécie, como pode ter acontecido no caso dos mutuns na ilha de Xibé. "Enquanto nas ilhas grandes as teias alimentares têm uma estrutura parecida, mais estável, nas menores os cenários são muito variáveis e essas teias são disfuncionais", observa Pires.
No arquipélago artificial, apenas 5% das ilhas são maiores do que 100 ha e mais da metade tem menos de 10 ha. Segundo os pesquisadores, é provável que mais extinções locais ocorram, como já aconteceu com as queixadas em ilhas médias (com menos de mil ha e mais de 100 ha) e onças-pintadas e pardas em algumas ilhas pequenas, como já indicou um artigo de abril de 2015 publicado na revista Biological Conservation, do qual Benchimol e o ecólogo Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, são autores. Peres também participou da análise recente.
O risco da fragmentação
As ilhas de Balbina, antes topos de morro que abrigavam uma floresta contínua, são bons modelos para entender os processos de fragmentação da Amazônia, segundo Maruyama. "Além da construção de grandes hidrelétricas, é possível pensar nas consequências para redes ecológicas de lugares divididos e desmatados para a criação de gado, de plantações ou para a construção de estradas que atendem a mineração", observa. Muito provavelmente, interações vitais entre animais e plantas serão prejudicadas levando à perda de biodiversidade.
"Os dados reforçam que, com a fragmentação, a dinâmica ecológica deve se romper e não se sabe se os animais e a vegetação vão se manter por muito tempo", sugere Pires. Até novembro de 2022, cerca de 20% da mata nativa amazônica brasileira tinha sido desmatada, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Nosso medo é de que a Amazônia seja a nova Mata Atlântica", diz o pesquisador da Unicamp. Em 2019, restava apenas entre 10 e 20% desse bioma, segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica e do Inpe.
Projeto
Consequências da defaunação sobre a diversidade vegetal e serviços ecossistêmicos na Floresta Amazônica (19/25478-7); Modalidade Auxílio à Pesquisa ‒ Regular; Pesquisador responsável Mathias Mistretta Pires; Investimento R$ 191.763,68.
Começou a treinar e quer fazer uma refeição que ajude na obtenção de resultados? O primeiro passo é entender que o ganho de massa muscular é parte de um processo em que a dieta precisa estar associada ao treino e este, por sua vez, precisa estar associado à dieta.
Isso significa que não adianta só escolher os alimentos sem planejar e seguir um cronograma adequado de atividades físicas.
"É preciso esse estímulo neural também, levando o comando do músculo para que ocorra o estímulo de hipertrofia", explica a nutricionista Renata Brasil, em entrevista ao Terra.
"Quando a gente fala em alimentação para ganho de massa muscular, a gente precisa estar atento algumas horas antes e depois do treino, principalmente porque esse tipo de alimentação auxilia em alguns picos hormonais que são extremamente importantes para o estímulo de hipertrofia e de insulina, que é o hormônio mais anabólico do nosso corpo", completa.
Neste sentido, a recomendação de Renata é que se incorporem alimentos construtores, que são os carboidratos, à dieta. Essa escolha deve levar em conta também o tempo entre a refeição e a atividade.
Se o exercício for logo após a alimentação, deve-se optar por carboidratos de baixo índice glicêmico;
Se o intervalo entre uma atividade e outra for maior, carboidratos de médio ou alto índice glicêmico são mais indicados.
Veja 6 ideias de alimentos para ganhar massa muscular
Além disso, é importante combinar proteínas e carboidratos, sem excesso de gordura, como alerta a também nutricionista Thaís Souza. Como sugestão, ela lista as seguintes refeições:
Tapioca recheada com queijo branco;
Crepioca com recheio de frango desfiado e requeijão;
Pão integral com ovos mexidos;
Frutas com aveia;
Panqueca proteica (com suplemento) com pasta de amendoim;
Mingau com suplemento.
Por outro lado, Thaís reforça que é importante evitar o consumo de açúcar e equilibrar a ingestão de fibras para evitar desconfortos abdominais durante a atividade.
"A distribuição de água no Brasil é bastante desigual em termos geográficos e sociais, embora o país detenha 12% de toda a água doce do planeta", explica Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil.
PORTAL AMAZÔNIA, COM INFORMAÇÕES DO WWF BRASIL
Uma pesquisa realizada pela GlobeScan, Radar Survey, em parceria com Circle of Blue e o WWF apontou que 81% dos brasileiros estão muito preocupados com a escassez de água potável, percentual bem acima da média mundial de 58%. A preocupação tem motivo: apenas 15% dos entrevistados no Brasil declaram não serem afetados pela falta de água potável e 40% informaram já terem sido prejudicados por secas.
Um percentual ainda maior está muito preocupado com a poluição dos rios, chegando a 84% (contra uma média global de 62%). Enquanto apenas 5% disseram não serem afetados pelas mudanças do clima, 68% dos entrevistados disseram ter sido afetados pela alta do preço dos alimentos causada pelo clima.
"A distribuição de água no Brasil é bastante desigual em termos geográficos e sociais, embora o país detenha 12% de toda a água doce do planeta", explica Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil.
"Na Amazônia está a maior parte da água doce do país e, ao mesmo tempo, os menores percentuais de acesso a serviços de água potável e esgoto. O crescente desmatamento coloca em risco o regime de chuvas que abastece lençóis freáticos no centro sul do país. No Cerrado, onde nascem oito das doze principais bacias hidrográficas do país, metade das áreas naturais já foram convertidas em lavoura ou pasto. Em todo o Brasil, vemos a superfície de água dos rios diminuindo. Ou seja, já temos evidências suficientes de que o país está a caminho da insegurança hídrica",
afirma.
Foto: Adriano Gambarini/
O estudo foi lançado às vésperas do Dia Mundial da Água e da primeira Conferência da Água que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizará em 46 anos, entre os dias 22 e 24 de março. Ele mostra que a preocupação com a escassez de água potável aumentou nos últimos anos em todo o mundo, passando de 49% em 2014 para 61% em 2022 entre os 17 países rastreados de forma consistente.
Aumentou também a preocupação global com as mudanças climáticas (45% em 2014 para 65% em 2022). A mudança climática está fortemente ligada à escassez de água: no total da amostra, de cada dez pessoas que se declararam pessoalmente afetadas pelas mudanças climáticas, quase quatro disseram que experimentaram a seca.
Os principais resultados da pesquisa incluem:
- 58% das pessoas em todo o mundo acreditam que a escassez de água doce é um problema "muito sério". Mexicanos, colombianos e brasileiros relatam a maior preocupação com o acesso à água, enquanto as pessoas na China, Hong Kong, Japão e Coréia do Sul são as menos propensas a dizer que a escassez de água potável é um problema "muito sério". - As pessoas na Argentina, Coréia do Sul, Vietnã, Colômbia, Alemanha e Peru relatam os maiores aumentos de preocupação com a escassez de água no ano passado. - 30% das pessoas em todo o mundo afirmam que são "grandemente" afetadas pessoalmente pela escassez de água potável, enquanto a maioria global se sente pelo menos ou moderadamente afetada pessoalmente (56%). Apenas um quarto (25%) diz que não é afetado. - A maioria das pessoas pesquisadas na Colômbia, Itália, México, Peru e Turquia dizem que são muito afetadas pessoalmente pela falta de água potável. Em contraste, menos de um em cada dez diz que foi muito afetado na Alemanha, Japão e Holanda. - Globalmente, as pessoas em áreas urbanas (32%) são mais propensas do que aquelas em áreas rurais (28%) ou cidades e áreas suburbanas (26%) a se sentirem muito afetadas pela falta de água potável. - Até 38% das pessoas dizem que foram "muito" pessoalmente afetadas pelas mudanças climáticas, enquanto até 75% foram pelo menos "moderadamente" afetadas. - As pessoas que dizem ter sido pessoalmente afetadas pelas mudanças climáticas geralmente mencionam a seca como uma das formas pelas quais foram impactadas; 37 por cento das pessoas que vivenciam a mudança climática afirmam pessoalmente que isso ocorre devido à seca.
Para Alexis Morgan, líder global de gerenciamento de água do WWF, "A água não vem de uma torneira, ela vem da natureza. Mas com a perda da natureza e o aumento da instabilidade climática, a escassez de água só piorará, impactando sociedades e economias em todo o mundo. No entanto, por meio da colaboração, restaurando pântanos, reconectando rios e reabastecendo aquíferos, provamos maneiras de enfrentar esses desafios compartilhados de água. É hora de investir urgentemente nessas soluções."
J. Carl Ganter, diretor administrativo da Circle of Blue, declarou: "Estamos vendo uma rara convergência, quando a opinião pública está se alinhando com realidades profundas, à medida que o mundo enfrenta desafios crescentes de água que afetam a forma como cultivamos nossos alimentos, geramos nossa energia e apoiamos uma economia e um meio ambiente sustentáveis. Esta pesquisa com cerca de 30.000 pessoas mostra definitivamente que os cidadãos de todo o mundo estão sentindo e falando sobre os efeitos do estresse hídrico e climático. Na véspera da Conferência da Água da ONU, este é um barômetro crucial que revela a crescente demanda pública por ação de líderes políticos e corporativos".
Perrine Bouhana, diretora da GlobeScan, comentou: "Não é nenhuma surpresa que as pessoas estejam cada vez mais preocupadas com a disponibilidade de água potável. As secas do ano passado afetaram a vida de um número incontável de pessoas em todos os continentes. Os indicadores sugerem que isso provavelmente ficará pior. Os altos níveis de preocupação pública com a água significam que há uma oportunidade agora para governos e ONGs ajudarem pessoas e empresas a entender como suas ações podem genuinamente fazer a diferença para este problema globalmente importante que afeta a todos nós".
*Este conteúdo foi originalmente publicado pela WWF Brasil
Entenda a importância da restauração florestal para garantir a Saúde Única na Amazônia
Os benefícios da restauração florestal vão além da biodiversidade, do clima e dos serviços ambientais. Essa restauração também está associada ao bem-estar social.
Portal Amazônia, com informações do Museu Goeldi
O conceito de Saúde Única é uma abordagem que reconhece a interdependência entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde dos ecossistemas. O artigo divulgado pelo Museu Goeldi - 'Saúde Única: O papel da restauração florestal para garantir a saúde humana, animal e ambiental na Amazônia' - ressaltou que os benefícios da restauração florestal vão além da biodiversidade, do clima e dos serviços ambientais. Essa restauração também está associada ao bem-estar, ao bem-viver, à saúde humana e dos demais organismos vivos da Amazônia.
De acordo com o artigo, apesar do tema ter ganhado evidência com os impactos causados pela pandemia do coronavírus, esse já era um assunto na pauta de cientistas e representantes públicos por serem inúmeras as doenças causadas ou agravadas pelo desequilíbrio ambiental.
Entre os seis objetivos do 'Plano de Ação Conjunta Quadripartite para a Saúde Única (2022-2026) - FAO, PNUMA, WOAH e OMS - está "proteger e restaurar a biodiversidade, prevenir contra a degradação do ecossistema e ambientes mais amplos para conjuntamente dar suporte à saúde das pessoas, animais, plantas e ecossistemas dando base ao desenvolvimento sustentável".
Foto: Reprodução/Pixabay
Assim, o plano se integra a outras iniciativas globais, como a Década da ONU para a Restauração de Ecossistemas (2021-2030), e os diversos acordos internacionais para a proteção do meio ambiente com os quais o Brasil se comprometeu.
"A adoção da abordagem da Saúde Única, como um elemento de planejamento e da implementação de políticas públicas, pode representar um grande avanço para o desenvolvimento local e regional, assim como viabilizar o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Amazônia",
ressaltou Milton Kanashiro, pesquisador da Embrapa e autor principal do artigo.
A Aliança pela Restauração na Amazônia é uma iniciativa multi-institucional e multissetorial, estabelecida em 2017 que tem como missão articular múltiplos atores para a restauração na Amazônia como estratégia integrada à conservação e com benefícios socioeconômicos compartilhados.
Atualmente é formada por mais de 100 membros, dentre organizações da sociedade civil, academia, cooperativas, associações, empresas, governo, consultores e demais atores da cadeia da restauração e tem como secretaria executiva a The Nature Conservancy (TNC Brasil).
País asiático tinha deixado de importar carne brasileira após detecção de caso de vaca louca
Brasil deve retomar exportação de carne para a China Foto: Pixabay
O governo da China decidiu suspender o embargo à importação da carne bovina produzida em território brasileiro. A informação foi divulgada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. No início de março, China, Tailândia, Irã e Jordânia suspenderam as importações de carne de todo o Brasil após ser identificado um caso de vaca louca no Pará.
A decisão dos chineses acontece três dias antes de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viajar ao país asiático. Fávaro, por sua vez, já está em território chinês, onde se reuniu com o ministro responsável pelo controle aduaneiro do país asiático, Yu Jianhua.
Até o início da manhã desta quinta-feira (23), a Embaixada da China no Brasil ainda não divulgou a decisão oficialmente. Nas últimas semanas, o governo brasileiro vinha fazendo o envio de informações aos asiáticos sobre o andamento da apuração do caso de vaca louca para retomar a exportação de carne.
A China é atualmente um dos maiores importadores da carne brasileira. Ao longo de 2022, o Brasil exportou, no total, 11,8 bilhões de dólares (R$ 62,1 bilhões) de carne bovina fresca. Dessa quantia, 8 bilhões de dólares (R$ 42,1 bilhões) tiveram a China como destino.
Popularmente conhecida como “Alga Azul”, a spirulina é, na realidade, uma cianobactéria, rica em nutrientes e que é capaz de realizar a fotossíntese. Seus inúmeros benefícios vão do auxílio no tratamento da osteoporose até à prevenção do envelhecimento precoce. Além disso, é um importante aliado no processo de emagrecimento, nutrição e saciedade do corpo.
Eleita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o “alimento do milênio,” por conter mais de 50 nutrientes fundamentais ao organismo, a Spirulina traz grandes vantagens para quem incluí-la em uma dieta balanceada. Ela é rica em proteína, aminoácidos, vitamina A (10X mais que qualquer alimento), vitamina do complexo B, vitamina E, minerais e ácidos fenólicos.
A nutricionista Ellen D’arc, da Bio Mundo , rede de lojas de produtos saudáveis, explica os benefícios do suplemento no dia a dia. “O consumo recomendável diário fica entre 500mg duas vezes ao dia, dependendo da necessidade de cada um. Já que quem busca consumir o produto vai desde atletas até pessoas que buscam melhorar a qualidade de vida”, explica.A spirulina é abundante em proteínas
Indicada até mesmo como complemento alimentar para atletas, a spirulina é composta de até 70% de proteínas.
“A abundância desse componente é essencial para o organismo, visto que o nosso corpo não consegue produzir sozinho e só obtém através da própria nutrição. Pode ser uma grande parceira para quem está introduzindo uma alimentação restrita a carne”, destaca a especialista.
PARCEIRA DO CORAÇÃO
Querida pelos cardiologistas, a spirulina previne e reduz os níveis de LDL – colesterol ruim ao corpo – através de seus ácidos graxos. “Ela atua na dilatação dos vasos sanguíneos e na diminuição da pressão arterial”, explica Ellen.
+ Treino para acabar com a ‘pochete’ da barriga pós-parto
ANTI-IDADE E ANTI-INFLAMATÓRIA
A spirulina combate os radicais livres por meio da sua grande quantidade de antioxidantes, além de vitaminas B1 e E, dos minerais, magnésio, ferro, manganês e betacaroteno, presentes em menor quantidade em frutas e legumes. Esses componentes estimulam na renovação da pele, cabelo e unha; além de auxiliarem na recuperação de processos inflamatórios e prevenir doenças degenerativas.A spirulina é um grande fonte de ferro para o corpo
Se comparado ao espinafre, a spirulina oferece mais que o dobro de ferro. O mineral é capaz de aliviar sintomas como dor de cabeça, cansaço e estresse através do aumento da oxigenação celular. “Claramente, a prevenção da anemia também é uma das vantagens, o ferro é fundamental para isso”, completa a nutricionista.
CUIDA DE DENTRO PARA FORA
O sistema imunológico é fortalecido a partir da enorme quantidade de vitamina E e de Zinco que a spirulina fornece. O componente estimula a produção das chamadas “células T” – responsáveis pela identificação de invasores no organismo – e aminoácidos capazes de fazer renovação celular.
AUXÍLIA NO PROCESSO DE EMAGRECIMENTO
E até para quem busca diminuir os números na balança, a spirulina dá essa “mãozinha”. A sensação de saciedade, fornecida pela fenilanina, faz com se coma menos. O suplemento também favorece na limpeza e desintoxicação do organismo, já que sua ação depurativa acelera o metabolismo. “Uma pessoa com síndrome metabólica, por exemplo, pode se beneficiar da ação anti-inflamatória da alga, refletindo na diminuição do tecido adiposo” finaliza a especialista Ellen D’arc.Receita para usar a spirulina
Sugerida pela nutricionista esportiva, Alessandra Luglio, pela nutricionista funcional, Mayara Ferrari, e o chef especialista em cozinha orgânica e funcional, Renato Caleffi.
Torrada Tropical com spirulina e guacamole de abacaxi
Ingredientes
1 pacote de torrada integral ou pão integral para acompanhar o patê
3 avocados maduros ou 1 abacate maduro, descascado e amassado rusticamente
1 ½ copo de abacaxi fresco e cortado em cubinhos
1 ½ copo de cebola roxa finamente cortada em cubos
3 colheres de sopa de spirulina em pó
1 colher de sopa de suco de limão
¼ copo de coentro finamente cortadas
½ colher de sopa de sal do himalaia
Cominho a gosto
MODO DE FAZER
Misture os ingredientes com um garfo e adicione azeite de oliva no pão ou torrada pré-aquecido no forno. Adicione uma pimenta triturada (da sua preferência, jalapeno, pimenta dedo de moça, com sementes e pele removidas) para decorar. Sirva como um patê.