Formada em comunicação social com ênfase em jornalismo pela Universidade Nilton Lins, é estudante de Ciências Biológicas no Instituto Federal do Amazonas (IFAM). Em sua trajetória, passou pela assessoria de comunicação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e publicou artigos pela organização internacional de mudanças climáticas Climate Tracker. Em 2019, participou da 1ª Oficina de Jornalismo Socioambiental da Amazônia Real e foi social media na agência entre julho de 2020 e janeiro de 2021. Empenha-se em fazer reportagens que representem a diversidade amazônica e dê espaço para as populações falarem sobre suas próprias realidades, a partir do jornalismo científico e socioambiental. (wericalima@amazoniareal.com.br)
Influenciador Pedro Pôncio desvenda bastidores do movimento e oferece esperança à direita brasileira.
Por Richelson Xavier – Foto: Diego Decicino Camargo
Anápolis, 15 de abril – Em um evento realizado no último sábado (13), na Câmara Municipal de Anápolis, o ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e atual ativista cristão, Pedro Pôncio, lançou seu novo livro: “A Face Oculta do MST – como sobrevivi aos campos de doutrinação”. A obra, que já se tornou um marco na literatura conservadora, oferece um relato impactante das experiências de Pôncio dentro do movimento e apresenta uma perspectiva única sobre o MST e seus métodos de ação.
O lançamento, que contou com a presença de diversas autoridades e figuras públicas de destaque, como o Deputado Federal Márcio Corrêa, o Vereador Hélio Araújo, o advogado e influenciador Uelton Costa, além de diversas lideranças religiosas, foi um grande sucesso e gerou grande repercussão nas redes sociais. Vale ressaltar que o evento contou com a presença do comentarista político Rafael Satiê, que é considerado um dos principais nomes da direita no Brasil. Ele foi quem conduziu o evento.
Uma história de libertação e fé
Em seu discurso de apresentação, Pôncio narrou com detalhes sua trajetória dentro do MST, desde sua entrada no movimento até sua decisão de abandoná-lo em busca de uma vida livre do “marxismo”. O autor descreveu as pressões psicológicas e doutrinação ideológica a que os membros do MST eram submetidos, revelando um lado obscuro e pouco conhecido do movimento.
“O livro é muito importante para a direita brasileira, pois mostra como é possível se libertar do marxismo e do movimento Sem Terra através da fé cristã e do Evangelho de Jesus”, explicou Pôncio.
Um olhar crítico sobre o MST
“A Face Oculta do MST” vai além do relato pessoal de Pôncio e oferece uma análise crítica e histórica do movimento. A obra traça um panorama do surgimento do MST nas décadas de 50, 60 e 70 no Brasil, contextualizando sua atuação dentro do cenário político e social da época.
O livro também aborda os métodos de ação do MST, como invasões de terras e ocupações, questionando a legitimidade e os reais benefícios dessas práticas para os trabalhadores rurais.
Engajamento internacional e apoio à direita brasileira
Durante o evento, Pôncio também compartilhou suas experiências na Europa, onde esteve engajado com o Congresso e a Conferência Veritas Liberat, um seminário conservador que percorre vários países do continente. Ele destacou seu apoio ao Partido Chega em Portugal e sua colaboração com figuras proeminentes da direita brasileira, como Eduardo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni e Gustavo Gayer.
“A grande mídia na Europa é de esquerda, então temos trabalhado arduamente para fortalecer os canais de comunicação conservadores”, afirmou Pôncio.
Um livro para reflexão e mudança
“A Face Oculta do MST” é um livro que convida o leitor a uma reflexão profunda sobre o MST, seus métodos de ação e sua influência na sociedade brasileira. A obra também oferece uma mensagem de esperança para aqueles que desejam se libertar das amarras do “marxismo” e construir um futuro melhor para o país.
A previsão do tempo para esta semana não traz boas notícias para o combate aos focos de incêndio, tampouco para a dispersão rápida da fumaça. Com a continuidade do clima seco e quente nos próximos dias, se os incêndios persistirem, a fumaça poderá novamente se espalhar e cobrir o céu de diversas regiões do Brasil.
Nos últimos dias, várias cidades já enfrentaram manhãs encobertas por uma densa camada de fumaça, e esse cenário pode se repetir ao longo da semana.
Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, o ciclone extratropical que se associou à frente fria e causou a queda nas temperaturas durante o fim de semana “sugou” a fumaça das áreas mais afetadas pelos incêndios.
“Antes da frente fria, a fumaça da Amazônia, do Pantanal e mesmo do interior de São Paulo foi atraída pelo ciclone. Depois que esse sistema passou, os ventos mudaram um pouco de direção, soprando de Sul para Norte”, disse ao G1.
Na maioria dos casos observados recentemente, a fumaça teve origem em queimadas próximas. Durante vários dias, o fluxo de ventos transportou fuligem de incêndios florestais de regiões distantes, como a Amazônia e o Pantanal. Luengo comenta que, com o ciclone agora afastado no mar, sua influência sobre a atmosfera diminuiu consideravelmente.
Por outro lado, o retorno do tempo seco e quente pode contribuir para o surgimento de novos focos de incêndio e para a maior dispersão da fumaça. A situação tende a ser mais grave na região centro-norte do Brasil, onde a seca já favorece a propagação das queimadas.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), todos os estados do Centro-Oeste, o norte do Paraná, grande parte de São Paulo, o sul de Minas Gerais, o leste do Nordeste, além do sul do Pará e do Amazonas, poderão registrar níveis baixos de umidade relativa do ar, variando entre 30% e 20%.
“No centro-norte, o risco para novos focos de incêndio é muito grande. A fumaça que tomou Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Acre, Amazonas e Pará há alguns dias vai continuar e pode até piorar”, prevê o meteorologista.
Calor e frio
Durante a semana, as temperaturas devem voltar a subir, especialmente no centro-sul do país. Em Cuiabá, a máxima prevista para esta terça-feira (27) é de 34°C, podendo alcançar quase 40°C até o fim da semana. Em Campo Grande, as máximas deverão atingir 27°C, com temperaturas acima dos 30°C até sexta-feira (30).
No Sudeste, as temperaturas devem aumentar gradualmente, com o calor se intensificando a partir de quinta-feira (29). Em São Paulo, a previsão é de que as temperaturas atinjam 27°C na quinta-feira, enquanto no Rio de Janeiro, a expectativa é de 28°C no mesmo dia.
Embora as temperaturas estejam previstas para subir gradualmente ao longo da semana, o Sul e o Sudeste ainda deverão enfrentar madrugadas e manhãs frias no início da semana. A Climatempo prevê que São Paulo pode registrar um novo recorde de frio do ano nesta terça-feira, com mínima de 5°C, dois graus abaixo da menor marca de 2024, que foi de 7°C em 11 de agosto.
Algumas regiões poderão enfrentar geada entre a madrugada e a manhã de terça-feira, especialmente no norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e região central do Paraná. O sul de São Paulo e o sul do Mato Grosso do Sul também podem ser atingidos pela geada, com temperaturas mínimas de até 3°C, mas com baixo risco de perdas nas plantações.
O alerto máximo em cidades de São Paulo para novos focos de incêndios
No interior de São Paulo, 48 cidades estão em alerta máximo para novos focos de incêndios, apesar da chuva ter ajudado a conter parte do fogo. Em agosto, o estado registrou 3.482 focos, quase dez vezes mais que no mesmo mês do ano passado, o pior desde o início das medições, em 1998. “Em dois dias apenas, praticamente 50 municípios ao mesmo tempo tiveram incêndios iniciados. Então, 99,9% desses incêndios foram causados pela ação humana”, afirmou Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil.
Para combater os incêndios, a FAB utilizou pela primeira vez o avião KC 390 fora de áreas de florestas, despejando 12 mil litros de água na região de Ribeirão Preto. Exército e Marinha também enviaram helicópteros para auxiliar no combate. “Eles têm uma capacidade de carga obviamente muito menor do que a do KC, mas para pontos mais localizados, usar o helibalde tem condições de ajudar efetivamente no combate aos focos de incêndio mais localizados”, explicou Guido Amin Neves, Comandante Militar do Sudeste.
Os incêndios causaram grandes danos em várias cidades. Em Pradópolis, mais de 200 animais morreram e plantações foram destruídas. Em Olímpia, mais de 12 mil hectares de canaviais e plantações de laranja foram devastados, com um prejuízo estimado em R$ 100 milhões para os agricultores. “A destruição é muito grande”, afirmou Rubens Gianotto, secretário de Agricultura de Olímpia. A polícia investiga a possibilidade de ação criminosa coordenada e já prendeu suspeitos em flagrante.
Previsão foi feita pelo CEO da Associações de Produtores de Cana do Brasil
O CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), José Guilherme Nogueira, disse que os incêndios em propriedades rurais do estado de São Paulo devem trazer efeitos diretos sobre os preços de açúcar e etanol. Em nota, ele explicou que os incidentes afetaram tanto a cana-de-açúcar em produção quanto a cana em pé e em processo de brotação, com a queima da palhada.
– Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo – afirmou Nogueira.
A organização também garante colaborar com o gabinete de crise do governo de São Paulo para prevenir novos incêndios, especialmente diante da previsão de condições climáticas adversas nos próximos dias, com tempo seco e quente. Embora uma frente fria tenha trazido cerca de 15 milímetros de chuva ao interior paulista no domingo, a preocupação com a possibilidade de novas queimadas permanece alta.
Assim, a Orplana não afastou a possibilidade de que novos incêndios ocorram.
– O tempo deve continuar seco e quente nos próximos dias, o que nos traz muita preocupação para que não ocorram mais incêndios. Porém, temos ciência de que as queimadas podem voltar a acontecer e os números e prejuízos podem aumentar – disse o CEO.
De acordo com a Orplana, entre a última sexta-feira (23) e sábado (24), mais de 2,1 mil focos de incêndio foram registrados, com a destruição de aproximadamente 59 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar e áreas de rebrota. Isso provocou prejuízo estimado em R$ 350 milhões.
Desde o início do ano, a Amazônia já teve mais de 4,1 milhões de hectares atingidos pelos incêndios. Na última semana, o monitoramento realizado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, órgão ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou alta concentração de gases poluentes em uma região que se estendia da Amazônia ao Sul do Brasil e alcançando dez estados.
Os níveis dos rios na região já antecipam um quadro de seca extrema, que poderá se agravar ainda mais no mês de setembro, com a chegada do período mais critico de estiagem.
Após uma reunião extraordinária da sala de situação do governo federal, nesse domingo (25), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, informou que os incêndios na Amazônia, no Pantanal e Sueste do país são potencializados pela situação de extremo climático, mas também apresentam um movimento atípico que podem indicar uma ação criminosa de quem está ateando fogo propositadamente.
“Do mesmo jeito que nós tivemos o ‘dia do fogo’, há uma forte suspeita que isso esteja acontecendo de novo. No caso do Pantanal, a gente estava tendo ali a abertura de dez frentes de incêndios por semana. No caso da Amazônia, nós identificamos o mesmo fenômeno. E em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, afirmou.
O evento citado pela ministra, retoma o ano de 2019, quando, no mês de agosto, entre os dias 10 e 11, foram detectados pelo Inpe 1.457 focos de calor no estado do Pará. Na época, o Ministério Público Federal denunciou a convocação de fazendeiros para uma ação orquestrada que colocaria fogo no bioma, em apoio ao desmonte das políticas ambientais.
De acordo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, além dos 29 inquéritos instaurados na Amazônia e Pantanal, foram abertos mais dois em São Paulo, para apurar evidências de incêndios criminosos que afetam áreas da União.