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Brasil : Laranja: por que devemos evitar tomar o suco da fruta? Entenda
Enviado por alexandre em 11/03/2023 12:58:36

Embora existam cada vez mais opções de sucos saudáveis ??de fruta, verduras ou vitaminas para começar o dia, o suco de laranja continua sendo uma das bebidas preferidas para “começar com tudo”. Os tempos estão mudando, a cultura sobre a importância nutricional e o conhecimento sobre como os alimentos consumidos influenciam na saúde estão aumentando. Mas no caso do popular suco cítrico, o costume de tomá-lo remonta a décadas e, inclusive, atravessa gerações.

 

Pode-se abandonar uma bebida cujo consumo foi cultivado pelos pais desde a infância? Parece difícil. E a verdade é que existe um grande questionamento acerca dos benefícios do suco de laranja. O assunto, por si só, gera discórdia entre os profissionais de saúde e da nutrição. Há quem incentive seu consumo, e quem, por outro lado, alerte que a prática pode ser prejudicial à saúde.

 

– Se falarmos dos nutrientes que a laranja fornece ao corpo como uma fruta inteira, encontramos muitos, mas se destacam principalmente os carboidratos simples e a vitamina C – explica Juliana Gimenez, nutricionista. Na mesma linha, ela acrescenta que a laranja contém grandes quantidades de fibras e, em menor quantidade, fornece potássio, folatos e cálcio.

 

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Gimenez destaca que, graças aos nutrientes mencionados, a laranja apresenta benefícios como: aumento da função imunológica devido à vitamina C, melhora da digestão devido ao seu alto teor de fibras, e produz melhorias no sistema cardiovascular devido à sua alta contribuição de compostos antioxidantes que ajudam a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo. Porém, a nutricionista esclarece que essas propriedades são efetivas quando a fruta é consumida inteira e não como suco.

 

FAZ BEM TOMAR SUCO DE LARANJA TODOS OS DIAS?

 

Segundo Gimenez, é importante ter em mente que ao consumir a laranja na forma de suco, são consumidas duas ou três unidades da fruta. Dessa forma, há uma maior concentração de açúcares, o que acaba afetando os níveis de açúcar no sangue, tornando-se algo perigoso, principalmente para pessoas com diabetes. Da mesma maneira, acrescenta que em pessoas com azia frequente deve-se avaliar a tolerância, pois, como a bebida contém grandes quantidades de ácido cítrico, aumenta a acidez do estômago e pode gerar sintomas de desconforto.

 

Além disso, a nutricionista e diretora da Nutrim, Mariana Patrón Farias explica que existem duas grandes diferenças entre consumir diariamente o suco de laranja e consumir a fruta inteira. Como ponto principal, ela destaca a saciedade.

 

– O suco não requer mastigação como a fruta. Assim, beber não sacia. Por outro lado, se você comer a fruta, vai se sentir saciado graças ao rico teor de fibras”, afirma.

 

COMO SEGUNDO PONTO, FARIAS DESTACA O ÍNDICE GLICÊMICO.

 

– O suco concentra cerca de 10% de açúcares provenientes da fruta, valor semelhante à de um refrigerante comum, embora de origem diferente e com excesso de aditivos neste último caso – observa. Posteriormente, justifica que ao desperdiçar a fibra da laranja transformando-a em suco, após seu consumo, ocorre um aumento da glicemia (glicose no sangue).

 

Um estudo publicado na revista JAMA Network mostra que por não conter nenhum nutriente que sacia e que desacelera a digestão, o suco de laranja pode provocar um pico e uma queda de açúcar no sangue, o que a longo prazo pode acarretar em um aumento do peso.

 

E, como se não bastassem tais afirmações, o médico americano e especialista em obesidade, Robert Lustig, autor de “Fat Chance: The Bitter Truth About Sugar”, estabelece em seu livro que beber suco de fruta é pior do que beber refrigerante. De acordo com Lustig, descartar a fibra da fruta depois de espremê-la aumenta a absorção de frutose e diminui a presença de nutrientes, principalmente da vitamina C.

 

Sobre se vale a pena substituir o suco de laranja pelo suco de outra fruta, Gimenez adverte:

 

-- Considerando a questão da perda de fibras e dos picos de açúcar no sangue, a situação seria a mesma com outras frutas. Por isso, o que deve mudar é o modo de consumo.

 


 

Por último, a nutricionista acrescenta que, se for consumir de vez em quando, o suco de laranja deve ser tomado imediatamente após ser feito, já que, ao entrar em contato com o oxigênio, ele oxida e perde nutrientes

 

Fonte: Extra

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Brasil : Uma porção de folhas por dia reduz risco de Alzheimer, diz estudo
Enviado por alexandre em 10/03/2023 00:56:52

Cientistas da Rush University, nos Estados Unidos, descobriram que comer uma porção de vegetais folhosos por dia tem impacto importante na saúde cerebral. Em um estudo publicado nessa quarta-feira (8/3) na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, os pesquisadores mostram que os idosos que seguem as dietas mediterrânea e Mind podem ter menos placas de proteínas amiloides, relacionadas ao desenvolvimento de demências como o Alzheimer.

 

As dietas mediterrânea e Mind se popularizaram entre as pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável por priorizarem os alimentos in natura.

 

Embora sejam muito semelhantes, a primeira recomenda vegetais, frutas e três ou mais porções de peixe por semana, enquanto a segunda prioriza as folhas verdes  como espinafre, couve e outros vegetais, além de frutas vermelhas. Ambas sugerem o consumo de pequenas quantidades de vinho durante a semana.

 

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“Esses resultados são empolgantes. A melhora na dieta das pessoas em apenas uma área – como comer mais de seis porções de vegetais de folhas verdes por semana, por exemplo foi associada a uma redução das placas amilóides no cérebro.

 

A quantidade dessa substância em pacientes que seguiam a dieta Mind é semelhante à presente em pacientes cerca de quatro anos mais jovens”, afirma o autor do estudo, Puja Agarwal, em um comunicado publicado pela Rush University.

 

O estudo norte-americano foi feito com 581 pessoas. Elas tinham 84 anos no início da pesquisa e concordaram em doar os cérebros após a morte, com o intuito de contribuir com os estudos sobre demência. Enquanto estavam vivas, elas informaram seus hábitos alimentares em questionários anuais com perguntas sobre o consumo de alimentos de diferentes categorias.

 

Cerca de quatro em cada dez participantes (39%) foram diagnosticados com demência pouco antes de morrer. Exames feitos após os óbitos mostraram que 66% preenchiam critérios para o diagnóstico de Alzheimer.Eles receberam uma pontuação de acordo com a alimentação.

 

Os que consumiam cereais integrais, frutas, vegetais, legumes, azeite, grãos integrais, feijão, nozes, peixe, batata e azeite tinham pontuação mais alta. Alimentos não saudáveis, como carne vermelha, laticínios integrais, frituras, fast food, bolos e doces rebaixavam a contagem.

 

Uma avaliação combinada da autópsia e dos questionários mostrou que os idosos que comiam as maiores quantidades de vegetais de folhas verdes, ou seis ou mais porções por semana, tinham níveis mais baixos de placas de proteínas amiloides e emaranhados da proteína tau no cérebro.A concentração das substâncias era correspondente a cérebros aproximadamente 19 anos mais jovens do que os das pessoas que comiam menores quantidades, com uma ou menos porções por semana.

 


 

“Nossa descoberta de que comer mais vegetais de folhas verdes está associado a menos sinais da doença de Alzheimer no cérebro é intrigante o suficiente para que as pessoas considerem adicionar mais desses alimentos à sua dieta”, sugere Agarwal.

 

Fonte: Metrópoles

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Brasil : Saiba o que afetará a Amazônia a partir de mapeamento das mudanças climáticas
Enviado por alexandre em 10/03/2023 00:39:40

Pesquisadores avaliam que danos serão irreversíveis e que a região é ameaçada pelo estresse climático e pela ação humana, secas extremas, desmatamento, corte seletivo e queimadas.


Doze pesquisadores do Brasil, Canadá, China, Estados Unidos e Reino Unido mapearam as evidências científicas atuais acerca de pontos de não retorno para dez elementos, descrevendo mecanismos, riscos humanos e ecossistêmicos. Ao atingir o ponto de ruptura, tais elementos passam por mudanças drásticas em relação ao seu estado original, que podem iniciar um efeito cascata sobre outros sistemas terrestres.

O resultado foi apontado no estudo publicado na revista internacional Reviews of Geophysics, intitulado 'Mechanisms and Impacts of Earth System Tipping Elements'. O artigo de revisão considerou dez elementos com risco de ruptura, incluindo mudanças em correntes oceânicas, liberação de metano do assoalho marinho, perda de grandes camadas de gelo, liberação de carbono de camadas congeladas do solo, mudanças na floresta boreal, alterações em ventos de monções, dispersão de nuvens estrato cumulus, perda do gelo do Ártico no verão, transformações na floresta amazônica e o branqueamento de corais de águas rasas.

Tais aspectos permitem prever riscos atuais e futuros, direcionando as ações da sociedade para o combate às alterações climáticas.

"Sobre a perda do recife de coral das águas rasas tropicais, por exemplo, temos um nível de entendimento científico muito alto, com uma condição muito boa de prevê-los. Este limiar mostra que se a temperatura aumentar mais que 1.5ºC, os impactos serão dramáticos e severos em uma escala de décadas", 

exemplifica Liana Anderson, coautora e pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Foto: Ana Cintia Gazzelli/WWF Brasil

A Amazônia também enfrentará mudanças severas em décadas caso não haja mitigação das mudanças climáticas. Ameaçada pelo estresse climático e pela ação humana, secas extremas, desmatamento, corte seletivo e queimadas levariam à falta da umidade necessária para sua manutenção, em um ciclo de menos chuvas e maior mortalidade de espécies. 

"A floresta teria esse ponto de não retorno, em que fica pequena o suficiente para não conseguir sustentar sua umidade e vai se transformando em outro tipo de floresta, tendo uma degradação climática, porque não consegue se manter, e não haveria uma forma de voltar ao estado original, ao menos na escala de séculos", afirma Liana.

Por sua vez, a degradação da floresta amazônica influencia os padrões climáticos ao redor do mundo, mas Liana Anderson acrescenta que ainda há um baixo conhecimento científico sobre o efeito cascata provocado pelas conexões entre estes processos. 

Porém, sabe-se que seus impactos podem ser duradouros, perdurando por séculos ou milênios, e que ainda é possível minimizar o risco da ruptura, como através de atitudes e políticas públicas para reduzir tanto a pressão por degradação que impactam localmente e na escala regional a floresta quanto as emissões de combustíveis fósseis, que atuam em extremos climáticos e colocam ainda mais pressão nesse ecossistema.

Foto: Reprodução / Estudo 'Mechanisms and Impacts of Earth System Tipping Elements'

Impactos

A região amazônica é responsável por 15% da fotossíntese terrestre total do mundo, além de possuir rica biodiversidade e também representa um importante sumidouro biológico de carbono terrestre. De acordo com o estudo, a perda da Floresta Amazônica pode levar a floresta tropical a uma vegetação tipo Cerrado.

Estima-se que a floresta amazônica tenha perdido cerca de 20% de sua extensão de área anterior a 1970, e desde 1985 os impactos humanos na Amazônia aumentaram 174%. Uma estimativa calcula uma perda líquida de carbono da biomassa acima do solo na Amazônia entre 1996 e 2017 como resultado do desmatamento e perturbação. 

Em um pico por volta de 2005, as taxas de desmatamento aproximaram-se de 30.000 km² de floresta cortada ou queimada por ano. Isso caiu para uma média de 6.000 quilômetros quadrados perdidos por ano entre 2011 e 2015 e permaneceu baixo em relação às taxas do início dos anos 2000. 

No entanto, desde 2012, a floresta amazônica vive um novo aumento na taxa de desmatamento, com pico em 2020. Observações de satélite sugerem que grandes áreas da Amazônia também estão sofrendo degradação devido a perturbações de menor escala que poderiam levar a grandes perdas de carbono, como incêndios, secas, extração seletiva de madeira e coleta de lenha.

As análises feitas pelos cientistas do artigo, mostram que de acordo com a teoria do dieback causado pela chuva, depois de cruzar um limiar crítico, as porções afetadas da Amazônia sofreriam savanização ao longo de um período de várias décadas a um século

"O colapso começa com a morte das maiores árvores à medida que a umidade do solo se esgota cada vez mais, diminuindo progressivamente o dossel da floresta. Essa transição provavelmente seria acompanhada pela intensificação dos incêndios florestais, pois a vegetação morta e as condições mais secas contribuem para um maior risco de incêndio. Um estudo de modelagem projeta aumentos significativos futuros na área de terra com uma probabilidade relativa de incêndio de 0,3 ou mais em cenários de emissões, com risco de incêndio substancialmente maior para um cenário de alto desmatamento. [...] O feedback da seca e do fogo pode conduzir a mudanças no ecossistema, dominando os impactos do estresse hídrico e resultando em um padrão de perda florestal impulsionado por fatores mais locais, em oposição a um limite de todo o bioma. Uma vez que tenha ocorrido a savanização ou a conversão para uma floresta mais sazonal, uma histerese significativa pode inibir o retorno da vegetação da floresta tropical mesmo em escalas de tempo muito longas, graças a incêndios potencialmente mais frequentes e clima mais seco atuando como condições sobre a capacidade da vegetação de regenerar florestas tropicais densas e grandes espécies de árvores. Evidências paleoclimáticas confirmam que a rebrota da cobertura da floresta tropical muitas vezes ficou significativamente atrasada em relação ao retorno das condições úmidas à América do Sul durante os períodos anteriores do Holoceno".

Trecho do estudo 'Mechanisms and Impacts of Earth System Tipping Elements'
 

Brasil : Pais denunciam desenho da Netflix com ideologia de gênero
Enviado por alexandre em 10/03/2023 00:37:28

Personagem revela para avó que é "não-binário" e que seus pronomes são "ili/dili"

Ridley Jones – a Guardiã do Museu conta com um personagem não binário e uma família de múmias com dois pais Foto: Reprodução

Estreou nesta semana na Netflix a quinta temporada do desenho infantil Ridley Jones: A Guardiã do Museu, uma produção que adota a linguagem neutra e ideologia de gênero.

Em um dos novos episódios, a personagem Fred, um bisonte não-binário, revela para sua avó que não se identifica como ela, nem como ele, e que seus pronomes são “ili e dili”.

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Antes da revelação, a personagem leva seus amigos para uma preparação para ser líder do rebanho. A preparadora é sua avó que sempre que usa pronomes femininos com a neta, a faz se sentir mal e perder a atenção no exercício que está fazendo.

A bisonte comenta com seus amigos que quer revelar para a avó quem ela realmente é e recebe apoio. A avó, descrita como uma pessoa de “mente aberta” aceita a identidade de gênero da neta sem ressalvas.

– Eu não sabia disso, por isso você estava sofrendo. Como você poderia liderar o rebanho sem ser quem você é? Me desculpa por usar o nome e pronome errados e obrigada por mostrar o seu coração – diz a vovó bisonte no oitavo episódio desta nova temporada.

A série desperta críticas dos pais desde quando foi lançada, pois tem forte apelo pró-LGBT, sendo, inclusive, uma criação da roteirista e produtora de televisão infantil Chris Nee, que se identifica como mulher lésbica.

A IDENTIDADE DE GÊNERO DE FRED
Desde os primeiros episódios a questão do personagem não-binário é tratada pelos personagens do desenho infantil.

– Fred é menino ou menina? – questiona a protagonista Ridley ao macaco astronauta Peaches.

– Não sei não; é só Fred – responde Peaches.

Assim, termos neutros como “fofine” (em vez de “fofinho” ou “fofinha”), “amigues” (em vez de “amigos” ou “amigas”) e “todes” (em vez de “todos” ou “todas”) são recorrentes no desenho animado.

FILHA SEM PAI E PAIS HOMOSSEXUAIS
A personagem principal, Ridley, não tem uma figura paterna. A família dela é formada apenas pela mãe e pela avó.

Além disso, a princesa múmia, tem dois pais múmias, sem a presença de uma mãe.

Para o site Movie Guide, que avalias as produções da TV e plataformas de streaming, este tipo de conteúdo “pode confundir as crianças a aceitarem o casamento entre pessoas do mesmo sexo não apenas como normal, mas como algo a ser glorificado”.

Quem também criticou o desenho da Netflix foi o antropólogo Flávio Gordon que fez questão de falar sobre o assunto em suas redes sociais.

– No caso em questão, por se tratar de um desenho infantil, a coisa é obviamente muito mais covarde, insidiosa e inaceitável, pois tenta burlar a vigilância parental e assediar moral e ideologicamente as crianças, que por óbvio são intelectualmente indefesas diante de tamanha lavagem cerebral – escreveu ele em alerta aos pais.

Brasil : Invisibilidade social: ribeirinhos vivem sem água tratada às margens do Rio Madeira
Enviado por alexandre em 09/03/2023 09:38:59


Atualmente existem 52 comunidades ribeirinhas em Porto Velho, às margens de um dos maiores rios do Brasil: o Madeira. São quase 1,5 mil quilômetros de extensão em água doce. Ainda assim, grande parte dos ribeirinhos não possui acesso à água tratada.

"Tem muita gente que tá usando a água do rio, tanto pra tomar banho, como para [fazer] alimento e beber. A água do rio Madeira, suja". A fala é de Ozenito de Souza, presidente comunitário de São Miguel, no Médio Madeira: uma das várias comunidades que sofrem com o problema da falta de água tratada. Os ribeirinhos precisam adotar métodos próprios de sobrevivência, como aproveitar a chuva ou se locomover até regiões próximas - com galões - para buscar água, sempre que precisam.

Comunidade ribeirinha em Porto Velho. Foto: Ruan Gabriel/Rede Amazônica RO

E os transtornos relacionados ao saneamento básico não param por aí: coleta de lixo e esgoto e o tratamento desses resíduos são serviços praticamente inexistentes nas regiões às margens do rio Madeira. "O jeito que tem é queimar, porque não tem uma coleta de lixo", comenta Ozenito.

Segundo um morador, o lixo é acumulado e depois queimado pelos próprios moradores, já que não tem serviço de coleta. O que causa risco de incêndios.

Há oito anos entre as piores cidades em saneamento... 

A situação das zonas ribeirinhas ajuda a entender os dados do Instituto Trata Brasil, que colocam Porto Velho entre as piores cidades do Brasil no ranking de saneamento há pelo menos oito anos. Apenas 32,9% da população da capital tem acesso a água tratada e somente 5,16% recebe o direito à coleta de esgoto, segundo a organização.

De acordo com a Presidente Executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, estudos da organização apontam que a falta de saneamento básico afeta diretamente a educação e até mesmo a produtividade dos moradores e, consequentemente, das próprias comunidades.

"Onde não tem saneamento básico existe maior atraso escolar, existe pior nota no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] e, consequentemente, a geração de renda e desenvolvimento e ascensão social dessa família também é pior", diz.

Comunidade ribeirinha em Porto Velho. Foto: Jaíne Quele Cruz/g1 Rondônia

"A engenharia tem solução para tudo. Quando a gente fala em comunidades isoladas, comunidades ribeirinhas, existem soluções de tratamento individualizadas ou para pequenos grupos de pessoas. As soluções muitas vezes não são as mesmas que as soluções para o meio urbano, mas é possível sim fazer a captação de água nesses locais, fazer um tratamento em estações menores e, da mesma forma, a correta coleta e tratamento desses resíduos gerados nesses locais", complementa.

Como a água fora dos padrões afeta a saúde?


A saúde da população é outro alvo dos problemas relacionados à falta de água tratada e coleta de lixo e destinação incorreta do esgoto. Por este motivo, o Ministério da Saúde estabelece, por exemplo, um padrão de potabilidade para consumo da água. 

"Existe uma série de doenças de veiculação hídrica que podem estar associadas a entrega dessa água fora dos padrões [...]. As crianças acabam brincando no rio que está recebendo esse esgoto sem tratamento e acabam tendo, além da diarreia, doenças como dengue, esquistossomose, leptospirose e malária", aponta Luana.

Unidade de Saúde em Cujubim Grande, Porto Velho. Foto: Jaíne Quele Cruz/g1 Rondônia

E é justamente na saúde que muitos moradores também encontram empecilhos. As reclamações mais frequentes são quanto à falta de profissionais e serviços nos poucos postos espalhados na zona ribeirinha. Como exemplo:

"Falta dentista, falta laboratório, tem muito caso de malária e não tem um laboratório para exame. A equipe médica vai uma vez por mês, às vezes passa mais de um mês sem ir".

"Eu mesmo fiquei vários dias sem tomar uma injeção porque não tinha quem aplicasse".

"O posto [de saúde, na comunidade de Silveira] foi fundado na década de 80 e nunca teve um transporte pra urgência e emergência".

Os atendimentos médicos da região são centralizados em três Unidades de Saúde da Família (USF) - localizadas nos distritos de São Carlos, Calama e Nazaré - de segunda a sexta-feira. São três médicos para atender as necessidades das 52 comunidades. Os dados são da própria Prefeitura de Porto Velho.

Comunidade ribeirinha de Porto Velho. Foto: Ruan Gabriel/Rede Amazônica RO

O que dizem os responsáveis? 

Segundo a Prefeitura de Porto, existe um processo em tramitação para implantação de sistema de abastecimento de água tratada nas zonas ribeirinhas. Enquanto isso, eles "trabalham com a entrega de água e hipoclorito". Ainda de acordo a administração municipal, a coleta de lixo acontece em sistema de mutirões para recolhimento de entulho e limpeza.

A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) informou que não opera nos distritos do Baixo Madeira, mas "fornece todos os equipamentos hidráulicos, tubulações e produtos químicos para garantir o bom funcionamento do sistema de distribuição de água às famílias dessas localidades".

Com relação à saúde, a Prefeitura de Porto Velho informou que "está trabalhando na construção de um chamamento emergencial para preencher as vagas necessárias nessas localidades".

Ribeirinhos precisam de locomover até regiões próximas em busca de água potável. Foto: Ruan Gabriel/Rede Amazônica RO

O Município alega que possui uma voadeira que atende oito das 52 comunidades, além de uma ambulância que transporta pacientes de São Carlos para Porto Velho e uma "ambulancha" (ambulância aquática) que leva os moradores de Calama para Humaitá, já que o trajeto é mais próximo que até a zona urbana da capital.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que adquiriu mais uma "ambulancha" para reforçar o atendimento em São Carlos e que o veículo deve iniciar as atividades em breve.


*Por Jaíne Quele Cruz, do g1 Rondônia

 

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