As cem escolas públicas do Brasil com o melhor desempenho nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) estão localizadas no Nordeste. O Ceará é o estado com o maior número de instituições que lideram o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), principal indicador de qualidade da educação no país.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (14) pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palácio.
Das 100 escolas com os melhores resultados, 68 estão no Ceará, 31 em Alagoas e uma em Pernambuco. A média dessas unidades supera a média dos colégios particulares, que é de 7,2.
No Ideb de 2023, 21 escolas municipais atingiram a nota máxima de 10. Sobral (CE) tem cinco escolas com média 10. Mucambo, Pires Ferreira e Cruz, também no Ceará, têm duas escolas com nota máxima, e Coruripe (AL) conta com duas escolas com média 10.
A média nacional para os anos iniciais foi de 6 no Ideb do ano passado, alcançando a meta prevista para 2021. Entre as escolas públicas, a média foi de 5,7.
Os cientistas descobriram que uma pequena área do sudoeste do Oceano Pacífico pode desencadear mudanças climáticas que afetam todo o Hemisfério Sul
Um grupo de cientistas fez uma descoberta que pode representar mais alterações climáticas em todo o planeta. Chamado de “Novo El Niño”, o fenômeno começa na região da Austrália e da Nova Zelândia e os pesquisadores o classificam como “um novo interruptor no clima da Terra”.
Os cientistas descobriram que uma pequena área do sudoeste do Oceano Pacífico pode desencadear mudanças climáticas que afetam todo o Hemisfério Sul.Um grupo de cientistas fez uma descoberta que pode representar mais alterações climáticas em todo o planeta. Chamado de “Novo El Niño”, o fenômeno começa na região da Austrália e da Nova Zelândia e os pesquisadores o classificam como “um novo interruptor no clima da Terra”.
Os cientistas descobriram que uma pequena área do sudoeste do Oceano Pacífico pode desencadear mudanças climáticas que afetam todo o Hemisfério Sul.Os pesquisadores simularam 300 anos de condições climáticas. Segundo comunicado oficial, o estudo combinou componentes atmosféricos, oceânicos e de gelo marinho para criar uma representação ampla do sistema climático da Terra. A partir dos dados gerados na simulação, os cientistas identificaram um padrão recorrente de variações da temperatura da superfície do mar no Hemisfério Sul.
“Esta descoberta é como encontrar um novo interruptor no clima da Terra. [O estudo] mostra que uma área relativamente pequena do oceano pode ter efeitos de amplo alcance no clima global e nos padrões climáticos”, declarou Balaji Senapati, da Universidade de Reading, na Inglaterra, autor da pesquisa.
De acordo com o autor da pesquisa, tudo se inicia na Austrália e na Nova Zelândia. Ele relatou que o padrão climático funciona se forma semelhante à uma reação em cadeia, criando quatro áreas alternadamente quentes e frias nos oceanos e formando um círculo completo no Hemisfério Sul.
“Quando a temperatura do oceano muda nesta pequena área, desencadeia um efeito cascata na atmosfera. Isso cria um padrão que viaja por todo o Hemisfério Sul, carregado por fortes ventos do oeste”, apontou o cientista.Ao contrário do El Niño, que tem início nos trópicos, o fenômeno recentemente descoberto começa nas latitudes médias, mais ao Sul da região do Equador.A alteração na temperatura dos oceanos também provoca mudanças na temperatura da atmosfera e no padrão dos ventos.
“Quando a onda atmosférica muda os padrões do vento, ela afeta a forma como o calor se move entre o oceano e o ar. Isso altera a profundidade da camada superior de água mais quente do oceano, o que pode tornar as mudanças de temperatura mais fortes ou mais fracas”, indicou o estudo.Ainda segundo a pesquisa, o novo padrão acontece mesmo com a atuação do El Niño, que é a fase de aquecimento das correntes e dos ventos dos trópicos em direção ao Equador, e de La Niña, esfriamento das águas na região.“Isso sugere que o fenômeno descoberto sempre fez parte do clima da Terra, mas só foi notado recentemente”, acrescentou Senapati.
De acordo com ele, compreender o novo padrão no Pacífico pode melhorar não só a previsão do tempo e do clima, mas auxiliar os especialistas na explicação de mudanças climáticas que atingem toda a região e compreender a gravidade crescente dos eventos extremos, como inundações, secas e outros desequilíbrios climáticos.
O Observatório BR-319, rede de organizações que atua na área de influência da rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), lançou uma nova versão do mapa interativo sobre a área de influência da rodovia BR-319, com diversas funcionalidades que vão auxiliar a pesquisa e o monitoramento de informações da área.
A ferramenta, que pode ser acessada no site da rede, reúne dados sobre infraestrutura, áreas protegidas, incluindo Terras Indígenas (TIs) e Unidades de Conservação (UCs), assentamentos rurais, e monitoramento com indicadores sobre focos de calor, desmatamento, mineração e áreas de maior pressão, além de outras informações sobre o Interflúvio Madeira-Purus.
O Interflúvio Madeira-Purus é como é conhecida a região de terra entre os rios Madeira e Purus, que correm paralelamente sobre a maior parte do sudoeste da Amazônia, e é atravessada pela BR-319.
O mapa interativo permite visualizar a área de influência da rodovia, o que facilita a transparência e o acesso a informações oficiais sobre a região. A ferramenta é acessível a todo o público interessado, desde comunitários que vivem em territórios da região até cientistas que pesquisam sobre a BR-319.
Segundo Heitor Pinheiro, especialista em geoprocessamento e analista da Iniciativa Governança Territorial do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), a nova versão do mapa traz vantagens aos usuários, que poderão gerar mapas e exportar análises com diferentes critérios a partir de diferentes fontes. Foto: Divulgação/Orlando K. Junior
“A nova plataforma é mais robusta, com a possibilidade de o usuário gerar mapas e exportar análises. Não é apenas um visualizador, é um SIG [Sistema de Informações Geográficas] on-line, que possibilita cálculo de área, análises espaciais e acesso a informações atualizadas sobre a área de influência da BR-319”, explicou Pinheiro.
O mapa traz dados oficiais de diversas fontes, incluindo plataformas como o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), Sistema de Informação Geográfica da Mineração (SIGMine) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outras.
Entre as novas informações que podem ser consultadas no mapa interativo da BR-319, estão as comunidades e localidades atualizadas da região a partir de dados do IBGE, mineração e terras indígenas que estão em estudo pela Fundação Nacional dos povos Indígenas (Funai), assim como pontos de atenção ao desmatamento na região. Foto: Divulgação/Orlando K. Junior
“Com essa plataforma, buscamos o nivelamento de informações com as instituições parceiras, além da possibilidade de utilização destes dados para reconhecimento em solo, análises comparativas, de sobreposições, e um melhor entendimento da realidade do Interflúvio Madeira-Purus”, acrescentou Heitor Pinheiro.
Para Fernanda Meirelles, líder da Iniciativa de Governança Territorial do Idesam, organização membro do OBR-319, esse mapa é um dos maiores serviços que a rede presta à sociedade.
“O mapa traz informações muito úteis e reunidas em uma única ferramenta. Isso permite que as pessoas interessadas obtenham informações como desmatamento, ramais, degradação florestal, focos de calor, entre outras. Assim, moradores da região sob influência da BR-319 podem monitorar e compreender o que está acontecendo em seus territórios”, explicou Meirelles. Foto: Divulgação/Orlando K. Junior
“Somado a outras seções como a Linha do Tempo e a Biblioteca, o novo Mapa Interativo deixa o site do OBR-319 ainda mais completo e robusto. Todo o site é constantemente atualizado e, sem sombra de dúvidas, é a fonte mais segura e rica de informações sobre a BR-319 atualmente”, concluiu.
Em breve, serão divulgados tutoriais para facilitar o acesso e a geração de informações a partir do mapa interativo. Todas os vídeos estarão disponíveis no canal do Observatório BR-319 no Youtube em uma playlist exclusiva.
Para os antigos babilônicos, os eclipses lunares eram muito mais do que eventos celestiais, mas também um presságio de desastre. Portanto, saber ler os sinais das sombras que "devoraram" a Lua era uma ciência bastante importante e resultou na produção de uma série de textos documentando as várias previsões encontradas em um eclipse.
Escritos em cuneiforme no início do segundo milênio a.C., esses avisos mesopotâmicos de 4 mil anos foram finalmente interpretados a partir de quatro tábuas que estão no Museu Britânico há mais de um século. E analisando esses dados, investigadores encontraram várias características de um eclipse que eram usadas para prever eventos futuros.
Ao observar a hora e a data de um eclipse lunar, bem como o movimento da sombra da Terra através da Lua, os conselheiros reais costumavam prever graves infortúnios que o destino poderia reservar para o monarca. Um exemplo disso é que alguns das tábuas encontradas no Museu Britânico diziam que "um eclipse na vigília da manhã" havia sinalizado o "fim de uma dinastia" na cidade mesopotâmica de Akkad.
Segundo os autores do estudo, a astrologia babilônica era um ramo acadêmico de adivinhação fundado na crença de que todos os eventos cósmicos eram sinais codificados de uma mensagem divina sobre o futuro da Terra. “A observação astrológica era parte de um método elaborado de proteger o rei e regular seu comportamento conforme os desejos dos deuses”, escreveram.
Ao cruzar as informações das características de um eclipse com os textos de presságios celestiais, os conselheiros reais eram capazes de "decifrar as intenções dos céus" e ajudar o rei a sofrer alguma tragédia. Acredita-se que os textos analisados pelos autores do estudo tenham se originado na antiga cidade babilônica de Sippar, no Iraque.
MUDANDO O DESTINO
Fotos:Reprodução
Embora os antigos babilônicos considerassem que os eclipses traziam um recado sobre o futuro, não é todo rei diagnosticado com um mau presságio que precisaria aceitar seu destino. Conforme as tradições da época, existiam rituais de proteção que poderiam ser empregados para neutralizar qualquer previsão negativa.
A carta de um adivinho para o rei Zimri-Lim de Mari, na Mesopotâmia, dizia que os presságios de eclipses de mau agouro podiam ser verificados duas vezes por extispício — um método que envolve examinar as entranhas dos animais — para determinar se o rei estava correndo perigo real.
Se após tal investigação os conselheiros reais ainda sentissem que a ameaça estava presente, medidas alternativas poderiam ser tomadas para anulá-la. Por exemplo, essas pessoas eram encarregadas de identificar qualquer força maléfica por trás dos planos mirabolantes e combatê-la com rituais apotropaicos.
Quando ocorre um incêndio florestal, uma preocupação frequente é com a contaminação do ar pela fumaça. A recomendação é que as pessoas busquem lugares seguros e evitem respirar as partículas e os gases nocivos. Mas o que acontece com as árvores que não podem sair do lugar?
Recentemente, cientistas da Universidade do Colorado fizeram uma descoberta surpreendente sobre esse assunto quando a área de teste que eles monitoravam foi coberta pela fumaça de um incêndio florestal. Com isso, os pesquisadores puderam observar em tempo real como as folhas das árvores respondiam ao evento.
Inicialmente, o processo de respiração das árvores se assemelha ao dos humanos, pois assim como nós elas trocam gases com o ambiente. Contudo, enquanto respiramos em um ciclo separado de inalação e expiração, as plantas fazem essa troca de modo simultâneo e contínuo. Além disso, nós inalamos oxigênio (O2) e exalamos dióxido de carbono (CO2), enquanto elas inalam CO2 e exalam O2.
Os responsáveis por essa troca de gases com o ambiente são os poros localizados na superfície das folhas, chamados de estômatos. Através deles, as plantas também podem absorver outros gases e liberar compostos orgânicos voláteis (COVS), que influenciam o ambiente e a qualidade do ar.
POR QUE A FUMAÇA É TÓXICA PARA AS PLANTAS
Fotos:Reprodução
Conforme a fumaça dos incêndios florestais viaja longas distâncias, ela é exposta à luz do sol, se transforma quimicamente e forma ozônio na superfície. O ozônio não é apenas maléfico para humanos, ele também pode degradar a superfície das folhas, oxidar o tecido vegetal e retardar a fotossíntese. Além disso, a fumaça contém óxido de nitrogênio que também prejudica as árvores. Essa exposição causa uma resposta negativa das plantas.
Os pesquisadores observaram que, na presença de fumaça intensa, os poros das folhas ficaram completamente fechados e a fotossíntese era quase nula. Além disso, as emissões de COVS também estavam muito baixas, mais uma indicação de que as folhas não estavam realizando a troca gasosa normal. Quando alteraram a temperatura e a umidade, eles conseguiram restabelecer a fotossíntese e aumentar as emissões dos COVS.
Desse modo, os achados sugerem que as plantas respondem a surtos pesados de fumaça fechando seus poros e interrompendo a troca de gases com o ambiente externo. Contudo, os mecanismos ainda não são totalmente conhecidos.
Os poros podem se fechar tanto por obstrução, quando as partículas de fumaça revestem as folhas, quanto em resposta aos sinais iniciais de fumaça. E, ainda, não se sabe exatamente quanto tempo duram os efeitos da fumaça de incêndios florestais e como esses eventos afetam as plantas a longo prazo.