Estudo foi feito por pesquisadores da USP e Unicamp
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fizeram um estudo que identificou a presença do opioide nitazeno em drogas sintéticas vendidas e apreendidas em são Paulo. Segundo Maurício Yonamine, professor de toxicologia da faculdade de ciências farmacêuticas da USP, a substância é cerca de 500 vezes mais potentes que a heroína.
– Os nitazenos são substâncias que foram sintetizadas com o objetivo de servirem como medicamentos, mas nunca foram usados para esse propósito, justamente pelo fato de ter sido constatado antecipadamente seu alto potencial de causar dependência e morte. Nitazenos são opioides cerca de 500 vezes mais potentes que a heroína – falou.
Os nitazenos foram detectados em 95% das apreensões de opioides no estado de São Paulo, entre julho de 2022 e abril de 2023, de acordo com dados da polícia técnico-científica.
Em 71,4% dos casos em que foi encontrada, a substância estava misturada com outros compostos ativos, e o canabinoide era o mais prevalente em 30% das amostras analisadas. As informações são da CNN e do G1.
Jornal diz que a Corte ignorou a Lei de Acesso à Informação (LAI)
Em publicação, neste domingo (21), a Folha de S. Paulo disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) ignorou a Lei de Acesso à Informação (LAI) e omitiu dados sobre viagens dos ministros da Corte. O jornal reportou que o Supremo “disse não ter informações sobre eventos internacionais que tiveram a presença dos integrantes do órgão”.
Após questionamento, a Corte indicou link. Porém, a página estava com desatualizados sobre despesas com servidores e não mostra informações sobre diárias de quase R$ 100 mil pagas a um segurança do ministro Dias Toffoli que o acompanhou em viagens a Londres, no Reino Unido, e Madri, na Espanha.
Ainda conforme a reportagem, o STF disse que “não tem informações sobre eventos internacionais que tiveram a participação do ministro Dias Toffoli”. Fora isso, em uma resposta sobre viagens do ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, foi informado que os dados de passagens deste ano “estão sendo atualizadas para disponibilização”.
Número é do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Um caso de estupro é registrado a cada seis minutos no Brasil, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao todo, 83.988 ocorrências foram contabilizadas em 2023, ante 78.887 no ano anterior. A taxa do crime para cada 100 mil habitantes saltou 6,5%: foi de 38,8 para 41,4.
Três de quatro casos (76,48%) correspondem a estupros de vulneráveis, quando as vítimas têm menos de 14 anos ou são incapazes de consentir (o que inclui pessoas com deficiência intelectual, por exemplo). Ao mesmo tempo, na maioria, os agressores são familiares ou conhecidos (84,7%), que cometem a violação dentro das próprias casas das vítimas (61,7%).
Em linhas gerais, praticamente todas as modalidades de violência contra a mulher cresceram em 2023, segundo o Anuário. A taxa de feminicídios saltou 0,8%, enquanto a de importunação sexual, por exemplo, aumentou 48,7%. Como reflexo disso, a concessão de medidas protetivas de urgência cresceu consideravelmente (26,7%).
No caso dos estupros, o anuário publicado nesta quinta indica que o perfil das vítimas não mudou significativamente em relação ao que foi visto nos anos anteriores: são mulheres (88,2%), negras (52,2%) e de, no máximo, 13 anos (61,6%).
Em 2023, os estados com as maiores taxas para cada 100 mil habitantes foram Roraima (112,5), Rondônia (107,8) – que também registrou a maior alta do ano passado na comparação com 2022, de 59,4% -, Acre (106,9) e Mato Grosso do Sul (94,4).
Em relação aos municípios, Sorriso (MT) lidera a lista, com 113,9 casos para cada 100 mil pessoas; seguido por Porto Velho (RO), com 113,6; Boa Vista (RR), com 101,5; Itaituba (PA), com 100,6; e Dourados (MS), com 98,6, segundo os dados reunidos pelo Anuário.
Jequié, localizada a 370 km de Salvador, deixou de ser a cidade com maior proporção de mortes violentas no Brasil em 2022 e, em 2023, tornou-se o município com a polícia mais letal do país. Essa mudança foi destacada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A cidade registrou uma taxa de 46,6 mortes por intervenção policial a cada 100 mil habitantes, a maior entre as cidades com mais de 100 mil moradores. Em segundo lugar, ficou Angra dos Reis (RJ), com uma taxa de 42,4, seguida por Macapá (AP), Eunápolis (BA) e Itabaiana (SE).
Com uma população de 158 mil habitantes, Jequié enfrenta uma guerra entre facções criminosas há pelo menos dois anos. A cisão no tráfico local, anteriormente ligado ao Comando Vermelho, com dissidentes se aliando ao PCC, iniciou uma violenta disputa territorial.
As ordens para os assassinatos geralmente partem de dentro da penitenciária de Jequié, onde a entrada de celulares é comum, segundo as autoridades. Em 2022, Jequié se tornou a cidade mais violenta do Brasil, com 88,8 mortes para cada 100 mil habitantes, totalizando 141 assassinatos.
Em 2023, a cidade reduziu o índice de mortes violentas para 84,4 por 100 mil habitantes, sendo superada por Santana (AP) e Camaçari (BA). No entanto, a taxa de letalidade policial aumentou, com 74 mortes em ações policiais, representando 55,2% das mortes violentas na cidade.
O aumento da letalidade policial em Jequié reflete uma tendência em toda a Bahia, que registrou 1.699 mortes causadas pela polícia em 2023, um aumento de 15,8% em relação ao ano anterior. Esse é o maior número absoluto entre todas as unidades federativas do país.
O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelou que o número de assassinatos no Brasil apresentou uma queda de 3,4%. Em 2023, foram registradas 46.328 Mortes Violentas Intencionais (MVIs), contra 47.963 casos em 2022.
Segundo o levantamento, o Brasil possui uma taxa de 22,8 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, quase quatro vezes superior à média mundial de homicídios, que é de 5,8 mortes por 100 mil habitantes conforme o Unodc (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime).
Essa taxa engloba vítimas de homicídios dolosos (incluindo feminicídios), latrocínios (roubos seguidos de morte), lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais, sendo um indicador crucial para medir os níveis de violência no país.
O perfil das vítimas continua majoritariamente composto por homens (90,2%), negros (78%), com idade até 29 anos (49,4%), sendo frequentemente vitimados por armas de fogo (73,6%) e em locais públicos (56,5%).
Dezoito estados apresentaram taxas de mortes violentas superiores à média nacional em 2023. Entre as cidades que registraram os maiores aumentos estão Santana (88,2%) no Amapá, Maranguape (85,7%) no Ceará, e Eunápolis (25%) na Bahia, todas com população acima de 100 mil habitantes, conforme critérios do Anuário.
Vale destacar que as maiores taxas de mortes violentas estão concentradas nos estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo que nove das dez cidades com os índices mais elevados pertencem a essas regiões, conforme aponta o Anuário.