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Brasil : Como lobby do agro usa cientistas para defender interesses em Brasília
Enviado por alexandre em 24/06/2024 09:46:02

Por meio de instituto que se apresenta como “neutro”, fabricantes de agrotóxicos e de alimentos promovem pesquisadores com argumentos favoráveis à indústria. Alvo de denúncias de lobby em todo o mundo, o Ilsi se declara como científico e nega qualquer tipo de influência em políticas públicas
Por Julia Dolce | Edição Paula Bianchi e Diego Junqueira
 

EM SETEMBRO DE 2021, a toxicologista Eloísa Dutra Caldas participou remotamente de uma audiência da Comissão de Meio Ambiente do Senado para debater “mitos e verdades sobre uso de agrotóxicos”. Ela foi apresentada como professora titular da Unb (Universidade de Brasília) e perita associada da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

O que não foi dito na ocasião é que a especialista era também consultora de uma instituição financiada por gigantes do agronegócio, incluindo fabricantes de agrotóxicos com interesses financeiros diretos naquela audiência. Trata-se do Ilsi, o International Life Sciences Institute (ou Instituto Internacional de Ciências da Vida).

Fundado em 1978 pelo então vice-presidente da Coca-Cola, o Ilsi se apresenta como uma organização sem fins lucrativos de incentivo à pesquisa, com a proposta de unir ciência, indústria e governos em benefício público. Porém, seus críticos dizem que a entidade atua, na prática, em prol de interesses privados e por políticas públicas mais favoráveis a seus financiadores – no caso, as indústrias de bebidas, alimentos e agrotóxicos. 

As polêmicas do instituto já foram tema dos jornais The New York Times e The Guardian, que mostraram a influência do Ilsi na definição de rótulos de alimentos industrializados na Índia, e sua participação em um painel da ONU sobre agrotóxicos.

No Brasil, além de publicar pesquisas próprias, financiar a participação de cientistas em eventos e realizar congressos, a instituição conta também com dezenas de consultores em fóruns públicos. Mas nem sempre esses pesquisadores declaram seus vínculos com o Ilsi. Foi o que se viu na audiência de 2021 sobre agrotóxicos. 

Uma vez com a palavra, a pesquisadora Eloísa Caldas fez uma pergunta aos senadores: “É fato que pesticidas podem estar presentes nos alimentos, na água e no leite. Mas isso representa um risco para a saúde?”. Em seguida, declarou: “Minha resposta é que o risco é irrelevante, considerando o benefício do consumo de um bom prato de salada e o benefício da amamentação”.

Caldas integrava na época a força tarefa de Agroquímicos do instituto, responsável por pesquisas e eventos. Esse grupo é mantido pelas principais fabricantes de agrotóxicos, segundo o Ilsi, como Bayer, FMC Agrícola, Iharabras e UPL.

Apesar do currículo da especialista, a omissão de sua relação com o Ilsi é criticada por outros pesquisadores por se tratar de um potencial caso de conflito de interesses, o que levanta questionamentos sobre a sua fala.

“A ciência apoiada pela indústria é utilizada para defender sua narrativa, modificar medidas regulatórias, atrapalhar processos, atrasar ou derrubar discussões sobre políticas públicas”, critica a pesquisadora Laís Amaral, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

“Isso é bastante preocupante, porque essa ciência é colocada como evidência científica. Mas a população não sabe o que é uma pesquisa sem conflito de interesses e o que não é”, completa.

Procurada, Caldas declarou à Repórter Brasil que sempre se apresenta como professora e pesquisadora da UnB, pois é sua “única vinculação”. “Não vejo nenhum conflito de interesse na minha colaboração com a Ilsi, não tenho nenhum ganho pessoal nesta participação, e nenhum vínculo com empresas”, continua. Veja o posicionamento na íntegra.

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Nova lei enfraqueceu proteção à saúde e ao meio ambiente

Caldas já havia participado de outras duas audiências sobre agrotóxicos, em 2016, nas quais também minimizou os riscos dos pesticidas. Ela sempre foi apresentada como professora da Unb e nunca foram mencionados seus laços com o Ilsi.

Os eventos faziam parte das discussões envolvendo a nova Lei dos Agrotóxicos, cuja tramitação durou mais de 20 anos no Congresso, até a aprovação do texto em dezembro passado.

Ativistas do Greenpeace Brasil protestam em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, contra o projeto de lei que mudou as regras para uso de agrotóxicos, aprovado após 20 anos de tramitação no Congresso (Foto: Otávio Almeida/Greenpeace)

Embora o Ilsi anuncie como missão a defesa da vida, da saúde e do meio ambiente, seus cientistas atuaram em prol de uma lei que enfraqueceu a Anvisa e o Ibama, os dois órgãos públicos especializados na proteção da saúde e do meio ambiente. Tanto que o texto foi apelidado por ambientalistas de “PL do Veneno”, por afrouxar as regras de uso dos pesticidas. 

Questionada, a pesquisadora afirmou, por e-mail, que “a presença de resíduos de agrotóxicos nos alimentos não significa necessariamente que exista risco para a saúde do consumidor, mesmo que o resíduo esteja acima do limite máximo [permitido]”. Ela sustenta a afirmação com base em testes em animais realizados em seu laboratório.

“Importante ressaltar que risco zero não existe em nenhuma situação na vida, então se trabalha com risco aceitável”, afirma. “O Laboratório de Toxicologia da UnB conduz estudos de avaliação de risco da exposição a agrotóxicos na dieta brasileira há 20 anos. Esses estudos têm demonstrado que a exposição não representa um risco apreciável à saúde”, continua. Leia as respostas na íntegra.

Para a toxicologista e pesquisadora da Fiocruz Karen Friedrich, é “lucrativo” para as empresas ligadas ao instituto “ter um grupo de ‘cientistas’ de plantão que defendem a segurança desses produtos”. “O Ilsi comporta uma ‘ciência’ enviesada para definir limites de tolerância cada vez maiores [de resíduos de agrotóxicos nos alimentos]”, afirma.

Cientistas do Ilsi e a bancada ruralista

A Repórter Brasil identificou outros consultores científicos do Ilsi que participaram de audiências públicas no Congresso sobre agrotóxicos. Em todos os casos, os cientistas eram convocados por deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o braço institucional da bancada ruralista.

Durante audiência em 2022 no Senado, o agrônomo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Caio Carbonari apresentou-se como professor da universidade e defendeu “pontos relevantes” da nova Lei de Agrotóxicos. 

Na sua apresentação, disponível no site do Senado, Carbonari tocou em um dos pontos mais sensíveis da discussão, a respeito da reavaliação de agrotóxicos. “Se for cientificamente comprovado que algum produto pode causar dano para a saúde humana ou ao meio ambiente nas condições recomendadas de uso, o órgão regulador é responsável por manifestar-se através da reavaliação, podendo restringir ou mesmo banir o uso do produto no Brasil”, apresentou.

Porém, órgãos reguladores como Anvisa e Ibama perderam o poder de “restringir” ou “banir” o uso das substâncias, já que a nova lei transformou esses órgãos em instâncias meramente consultivas, dando o poder final de decisão exclusivamente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Nova Lei de Agrotóxicos retirou o poder do Ibama e da Anvisa para determinar restrição ou banimento de pesticidas no Brasil (Foto: Pixabay)

Procurado, Carbonari não respondeu ao pedido de entrevista da Repórter Brasil. O espaço segue aberto a manifestações.

Outro consultor do Ilsi, Ângelo Zanaga Trapé, médico toxicologista e professor aposentado da Unicamp, também foi convocado por membros da bancada ruralista para participar de debates em Brasília. 

Em julho de 2020, a Repórter Brasil revelou que uma pesquisa inacabada coordenada por Trapé – e financiada pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) –, estava sendo usada pelo lobby do agro para reverter a proibição de uso do paraquate. Esse agrotóxico é capaz de gerar mutações genéticas e a doença de Parkinson. A pesquisa foi suspensa após a publicação da reportagem. Trapé também não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Já em uma audiência em julho de 2012, Felix Guillermo Reyes, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, chegou a afirmar que, dependendo das circunstâncias, toda substância pode ser nociva: “Água mineral é tóxica se colocarmos no cérebro”, disse. 

O debate abordava uma pesquisa que constatou resíduos de agrotóxicos em leite materno. Reyes foi apresentado na época apenas por sua filiação acadêmica, mas ele, que já tinha sido diretor do Ilsi, ocupava então cargo no Conselho Científico e de Administração do instituto.

Por e-mail, Reyes afirmou à Repórter Brasil que nunca participou no Congresso de qualquer audiência referente à nova Lei de Agrotóxicos, e que sua participação em 2012 foi a convite da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, como docente da Unicamp, e sem relação com o Ilsi Brasil. 

“No código de conduta do Ilsi, é explicitado que a instituição não pode advogar em favor das empresas associadas”, afirmou. “Cientistas contribuem com o Ilsi tão somente com conhecimentos científicos nas suas respectivas áreas de conhecimento, sem receber vantagens financeiras. Assim sendo, os acadêmicos e cientistas não têm qualquer vínculo com o Ilsi, a não ser contribuir com conhecimentos”, continua. Leia a resposta na íntegra.

Ultraprocessados e a nova Cesta Básica

A participação do Ilsi em debates públicos também se verifica em outros mercados, como o de produtos ultraprocessados. Reportagem d’O Joio e O Trigo mostrou que um comitê da Anvisa para alimentos funcionais composto por sete integrantes tinha quatro pesquisadores associados ao instituto. 

O Ilsi costuma também patrocinar eventos e publicações a respeito dos alimentos industrializados, com patrocínio de empresas do setor, como Mars, General Mills, Nestlé, Kellogg e Unilever. 

Os esforços da indústria alimentícia para desconstruir as políticas regulatórias foram denunciados em dossiê publicado em 2021 pelo Idec e pela ACT Promoção da Saúde, organizações que monitoram o lobby no setor. 

Homem lê rótulo de alimento ultraprocessado no supermercado
Setor de ultraprocessados está entre os financiadores do Ilsi Brasil (Foto: pch.vector/Freepik)

Uma das estratégias adotadas pelas corporações é questionar a “NOVA”, uma classificação  que categoriza os alimentos a partir do seu grau de processamento, diferenciando “in natura, processado e ultraprocessado”. A NOVA foi desenvolvida por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) e passou a ser adotada como referência de política pública, mas vem recebendo críticas do setor industrial.

Um artigo científico citado no dossiê identificou 38 autores críticos à NOVA. Desse total, 32 eram ligados à indústria de ultraprocessados e 20 deles tinham relações com o Ilsi.

O Ilsi Brasil chegou a publicar uma vídeo-aula intitulada “Alimentos ultraprocessados: preocupação real ou medo infundado?”, na qual uma representante da Unilever questiona a classificação NOVA.

Na sessão, a palestrante, que é também integrante da diretoria do Ilsi, afirma que “a classificação de alimentos ultraprocessados não diz nada”. Ela chega a defender que uma lasanha ultraprocessada pode ter melhor valor nutricional do que uma caseira, “com base no teor de gorduras e proteínas, mas ignorando o excesso de sódio e presença dos aditivos químicos na versão industrializada”,  ressalva o dossiê.

Procurada, a Unilever disse que colabora com estudos e artigos que possam contribuir para o debate e para o desenvolvimento de temas importantes da ciência (leia a nota na íntegra).

Segundo Laís Amaral, do Idec, apesar das crescentes evidências de que o padrão alimentar baseado em ultraprocessados é prejudicial à saúde, a indústria segue questionando a NOVA e as recomendações para se evitarem esses produtos. “A indústria nem reconhece a palavra ‘ultraprocessado’, falam que é uma invenção”, afirma. 

Apesar dos ataques da indústria, a NOVA é adotada em políticas públicas de ao menos seis outros países – como Canadá, Israel e Uruguai – e norteia estudos da Agência Internacional do Câncer (IARC) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ambas ligadas à OMS.

Em 2014, a NOVA embasou o Guia Alimentar para a População Brasileira, e neste ano, serviu de alicerce para a nova cesta básica de alimentos.

Sul global na mira

Entre as empresas associadas à Ilsi Brasil estão a Unilever, a Mondelez, a Piracanjuba e a Cargill, principal exportadora de soja. Funcionários dessas empresas também integram a diretoria do escritório brasileiro. 

No mundo, o número de escritórios vem diminuindo ao longo dos anos: de 17, em 2019, para dez hoje. O instituto vem concentrando sua atuação em países do sul global, explica Ashka Naik, diretora da Corporate Accountability – organização que denunciou a suposta atuação do Ilsi no processo de atualização das diretrizes alimentares dos Estados Unidos.

“É mais fácil manipular a ciência e a elaboração de políticas em regiões onde as instituições científicas e regulatórias não são tão bem fomentadas”, diz Naik. 

Justiça : Médico brasileiro é preso na África após acidente com 9 mortos, incluindo duas crianças
Enviado por alexandre em 24/06/2024 09:38:37


Um médico brasileiro foi detido pela polícia da Namíbia, país localizado no sudoeste da África, por suspeita de causar um acidente que matou nove pessoas. Dentre as vítimas estão duas crianças e a própria esposa do médico.

O cirurgião plástico Charles Sá, de 59 anos, e a também cirurgiã Natale Gontijo de Amorim, de 55 anos, passeavam pela cidade de Otavi. Ao realizar uma ultrapassagem, o Toyota Fortuner do casal se chocou violentamente com outro veículo que trafegava no sentido contrário.

Com o impacto, Natale não resistiu. Seis homens e duas mulheres, incluindo duas crianças, que estavam a bordo do segundo carro, morreram no local.

Além de Charles, apenas uma criança de 3 anos sobreviveu ao acidente, mas está “em condições críticas” em um hospital particular de Windhoek. As informações são do jornal Fórum.

A polícia local indiciou Charles, nesta sexta-feira (21/06), por homicídio culposo, direção negligente e condução imprudente. O brasileiro se apresentou a um tribunal, decidiu contratar um advogado particular e deverá participar de uma audiência na próxima quinta-feira (27/06).

O casal estava em viagem ao país africano para participar de um safári expedicionário. Charles postou, nas redes sociais, fotos ao lado da companheira pouco antes do acidente e afirmou estar “muito feliz por realizar esse sonho antigo”. Ambos pretendiam visitar três países africanos.

“Hoje, a gente começa nosso safári expedicionário por alguns países africanos. Vamos cruzar a África em SUV, só nos dois, sem guia. Passaremos por vários parques e reservas contemplando a natureza primitiva, sua dinâmica e suas regras. Ano passado ficamos alguns dias em um único alojamento. Este ano, iremos visitar e se hospedar em vários alojamentos nas diferentes reservas/regiões da África. Muito feliz de poder realizar este sonho antigo”, publicou o médico.

O Itamaraty informou que acompanha o caso. “A embaixada determinou o deslocamento imediato de funcionário do posto para a cidade de Otjiwarongo, perto de onde ocorreu o acidente. A embaixada permanece em contato permanente com as autoridades locais e com os familiares dos brasileiros, a fim de prestar a assistência consular devida de forma mais eficiente”, destacou a nota.

O casal era proprietário da Clínica Performa, no Rio de Janeiro. O estabelecimento, via nota, lamentou a morte de Natale. Na publicação, disse que a médica era uma “profissional exemplar, dedicada à medicina e ao bem-estar de seus pacientes”. Os dois se conheceram durante o curso de cirurgia plástica e estavam juntos havia mais de 20 anos.

“Neste momento de dor, em nome da equipe Performa, nos solidarizamos profundamente com o Dr. Charles Sá e com todos os familiares e amigos. Que a força e a resiliência possam guiar a todos pela difícil jornada de luto e que as memórias de Dra. Natale sejam uma fonte de conforto e inspiração”.

Regionais : VÍDEO: professora ensina como crentes devem agir para curtir Festas Juninas
Enviado por alexandre em 24/06/2024 09:37:00


Momento em que a professora diz que cristãos devem ‘fugir’ de festas juninas – Foto: Reprodução

Um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando uma professora explicando como os cristãos devem agir durante as Festas Juninas.

No material, ela responde a um rapaz que pergunta se há problema para cristãos participarem dessas comemorações típicas de junho, também conhecidas como festas de São João.

A professora afirma que se a festa for trabalhada de forma cultural, sem a idolatria aos santos, não há problema.

“A questão é que, a partir do momento que o cristão se introduz ali no meio [das festas], ele está participando de algo.” Ela explica que, como professora, é obrigada a trabalhar no dia, mas prefere trabalhar na parte da manhã para não se envolver na festividade. “Cristão não deve, em momento algum, participar. Então, ele deve fugir, fugir da aparência do mal é a melhor coisa que o cristão pode fazer.”

O vídeo gerou diversas reações entre os internautas. “É tanta baboseira”, escreveu uma usuária do X, antigo Twitter. “Insuportável e ignorante”, comentou outra.

VEJA VÍDEO:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/video-professora-ensina-como-crentes-devem-agir-para-curtir-festas-juninas/


Regionais : Ciro Gomes detona Lula e Janja e aponta ressentimento pessoal
Enviado por alexandre em 24/06/2024 09:34:07


Ciro Gomes. Foto: Divulgação

Em uma entrevista exclusiva ao ‘MyNews’, o ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, lançou duras críticas ao cenário político atual e apontou desafios para as eleições de 2024. Ciro não poupou palavras ao comentar sobre suas divergências com o presidente Lula e seus antigos aliados.

Durante a entrevista, Ciro Gomes destacou que suas críticas não são motivadas por ressentimento, mas sim por um sentimento de traição por parte de antigos colegas políticos. Ele lamentou o que considera uma estagnação no cenário político, especialmente no que diz respeito à gestão educacional, área em que o Ceará, sob sua liderança como governador, alcançou o posto de referência nacional.

“Estou leve. Estou livre dos pesos que eu mesmo me impus ao longo dos anos para respeitar as hipocrisias”, afirmou Ciro em relação às suas críticas a Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ele destacou a educação como um exemplo de sua gestão bem-sucedida, ressaltando que o Ceará se mantém como um dos melhores estados em educação no Brasil.

Janja ao lado de Lula. Foto: Divulgação

Ciro Gomes não poupou críticas à política de segurança pública implementada durante os governos petistas. Para ele, a omissão do presidente Lula e do PT em relação ao avanço das facções criminosas é um dos grandes problemas enfrentados pelo país hoje.

“Os ricos, que contam com segurança privada, não têm ideia do que está acontecendo nas periferias dominadas por facções criminosas. Esta é uma questão complexa e de longa data que precisa ser enfrentada com urgência”, destacou Ciro.

Sobre as próximas eleições presidenciais, Ciro Gomes afirmou que o cenário político está polarizado e que a esquerda enfrentará desafios significativos se não houver uma renovação de lideranças e propostas. Ele criticou o que chamou de “janjismo”, referindo-se a estratégias que, segundo ele, levarão a esquerda a derrotas eleitorais.

Confira o vídeo:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/ciro-gomes-detona-lula-e-janja-e-aponta-ressentimento-pessoal/

Justiça : Polícia fecha cerco a influencers que atraem incautos com promessas falsas sobre o Jogo do Tigrinho
Enviado por alexandre em 24/06/2024 09:31:45


Jogo do ‘Tigrinho’ – Foto: Reprodução

Influenciadores estão atraindo vítimas com promessas de dinheiro fácil no “Jogo do Tigrinho”. A plataforma, que usa traços infantis e visuais coloridos, é promovida por influencers que mostram ganhos altos em vídeos, mas, segundo autoridades, essas vitórias são ilusórias.

A Delegacia de Estelionatos de Maceió investigou o caso e descobriu que influencers como Paulinha Ferreira estavam envolvidos em esquemas fraudulentos. A mulher, que ostentava carros importados, utilizava essas contas demo para promover o jogo.

As autoridades também encontraram provas de que essas vitórias eram falsas, destinadas a atrair mais jogadores. A fraude levou muitas pessoas a perderem grandes somas de dinheiro, como Maria das Graças, que perdeu aproximadamente 200 mil reais e teve que fechar sua loja.

Em São Paulo, mais de 500 boletins de ocorrência foram registrados sobre o “Jogo do Tigrinho”.

Influenciadores que promoviam o jogo tiveram seus perfis bloqueados e estão sendo investigados. As autoridades alertam que esses jogos estão hospedados em plataformas clandestinas e não são auditáveis, ao contrário das plataformas de apostas legalizadas.


PCC, CV e bicheiros usam ‘bets’ para lavar dinheiro e expandir lucros


PCC, Comando Vermelho e bicheiros usam ‘bets’ para lavar e ampliar seus lucros. Foto: Divulgação

Facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de líderes do jogo do bicho, estão cada vez mais envolvidos no lucrativo mercado das apostas esportivas, popularmente conhecidas como “bets”.

Uma investigação realizada pelo ‘O GLOBO’ revelou que esses grupos estão utilizando as apostas online, legalizadas no Brasil desde 2018 e em processo de regulamentação neste ano, para maximizar e até mesmo lavar receitas de atividades ilícitas.

Os inquéritos policiais, conduzidos em estados como Rio de Janeiro, Ceará e Rondônia, evidenciam um cenário de confrontos territoriais entre facções, envolvendo assassinatos, incêndios e ataques direcionados a pontos de apostas.

Recentemente, a Polícia Federal desencadeou uma operação que resultou na prisão de familiares de Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, líder do PCC. A investigação apontou o envolvimento da facção paulista com casas de apostas no Ceará, incluindo a divulgação de uma plataforma online, a Fourbet, por membros da organização.

Em resposta ao avanço do crime organizado nesse setor, o Congresso Nacional aprovou legislação para taxar e regulamentar as apostas esportivas online. Apesar das medidas, as investigações revelam que o mercado se tornou um alvo atrativo para atividades criminosas, com movimentações suspeitas que indicam possíveis práticas de lavagem de dinheiro.

PF fez operação em abril mirando casas de apostas que seriam ligadas ao PCC no Ceará. Foto: Reprodução

No Ceará, o PCC e o CV competem pelo controle das casas de apostas, com relatos de proibições e incêndios criminosos atribuídos à disputa de território. O Ministério Público estadual aponta que chefes do CV ordenaram ataques contra estabelecimentos que não se aliaram à Loteria do Povo, ligada à facção.

No Rio de Janeiro, a máfia do jogo do bicho expandiu suas operações para o ambiente digital, tentando manter o monopólio que historicamente detém nas ruas da cidade. A Polícia Federal prendeu Rogério Andrade, um dos principais bicheiros, em um sítio na Região Serrana, apreendendo evidências de seu envolvimento na criação de um site de apostas no exterior para evitar acusações de ilegalidade.

Em Rondônia, a PF descobriu um esquema em que um site de apostas estava sendo utilizado para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A investigação revelou que a Rondo Esportes, de Leandro Blumer, pagou milhões em “prêmios” aos membros da quadrilha, utilizando fundos originados de atividades ilícitas.

Os envolvidos negam as acusações. As defesas de Leonardo Herbas Camacho, Francisca Alves da Silva, Cíntia Chaves Gonçalves e Rogério Andrade afirmam que suas atividades são legais e não têm relação com organizações criminosas.

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