Ex-senador quer dar um automóvel a quem apresentar qualquer obra iniciada e concluída pelo ex-presidente no estado
Por Rondoniadinamica
Porto Velho, RO – No próximo dia 25 de setembro, Rondônia se prepara para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma visita que promete movimentar o cenário político estadual. Em meio à intensa polarização, Bolsonaro encontra em Rondônia um dos estados que mais o apoiou nas eleições de 2022, onde conquistou 70,66% dos votos válidos no segundo turno contra o presidente Lula (PT). Sua popularidade permanece inquestionável, especialmente em municípios como Ji-Paraná, palco da recepção marcada por uma carreata e um ato público ao lado de Affonso Cândido, candidato à prefeitura local com o apoio de seus principais correligionários no estado.
A divulgação da visita foi feita em um vídeo gravado por Marcos Rogério e Jaime Bagattoli, ambos senadores do PL e apoiadores históricos de Bolsonaro. Rogério, em tom otimista, convidou a população: “No dia 25, estaremos juntos com o nosso presidente em Ji-Paraná para uma grande carreata e um ato público ao lado do Affonso Cândido”. Bagattoli, apesar das recentes derrotas internas dentro do partido, também reforçou o convite, unindo-se a Rogério na tentativa de revitalizar o apoio à figura do ex-presidente, especialmente em um estado marcado pelo conservadorismo.
Entretanto, essa unidade em torno de Bolsonaro mascara as profundas divisões que afligem o PL de Rondônia. Desde 2023, o relacionamento entre Marcos Rogério e Jaime Bagattoli tem sido conturbado. Rogério, respaldado por Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, reassumiu o controle do partido no estado, numa movimentação que muitos interpretaram como uma "rasteira" política em Bagattoli. O pecuarista, visivelmente frustrado, admitiu sua impotência diante do golpe. “Eu não tive forças para enfrentar o que aconteceu”, confessou Bagattoli em vídeo, referindo-se à sua tentativa fracassada de manter a liderança do partido.
Essa "rasteira" foi um marco nas disputas internas do PL em Rondônia, abrindo espaço para novas articulações políticas de Bagattoli. Em 2024, ele tentou se reerguer ao se aliar ao PP de Ivo Cassol, outro cacique da política estadual. Bagattoli manifestou apoio a Valdir Vargas, pupilo de Cassol e pré-candidato à prefeitura de Porto Velho pelo PP, desafiando diretamente as orientações de sua legenda. Essa manobra foi vista como uma tentativa de devolver o golpe sofrido por ele em 2023, mas também serviu para expor ainda mais as fragilidades e rachas dentro do PL local. O apoio a Vargas contrariou frontalmente as diretrizes do partido, que já havia indicado o coronel Chrisóstomo como seu pré-candidato à prefeitura de Porto Velho.
Essa aliança com o PP de Cassol, no entanto, não se sustentou. As pressões internas do PL, somadas ao desgaste político de Bagattoli, o forçaram a recuar e voltar a unir forças com Marcos Rogério, em torno da candidatura de Affonso Cândido em Ji-Paraná. Essa união temporária, movida pela imagem de Bolsonaro, serve como uma tentativa de consolidar um apoio político para as eleições municipais e evitar o enfraquecimento de ambos dentro do cenário político de Rondônia. A candidatura de Cândido, aliás, visa desbancar o atual prefeito Isaú Fonseca (MDB), que tem mantido forte influência na região.
Enquanto isso, do outro lado do espectro, o ex-senador Ernandes Amorim aproveita a visita de Bolsonaro para reforçar suas críticas ao ex-presidente. Amorim, que se tornou conhecido nacionalmente pela sua postura contundente e suas polêmicas, lançou um desafio inusitado: promete dar um carro zero quilômetro a quem conseguir apontar uma obra iniciada e concluída por Bolsonaro em Rondônia durante seus quatro anos de governo. Amorim vê Bolsonaro como uma espécie de símbolo vazio. Ele defende que, apesar da idolatria popular, Bolsonaro não trouxe nenhum benefício prático ao estado.
A proposta de Amorim coloca em xeque o legado de Bolsonaro em Rondônia, estado que, apesar de maciçamente bolsonarista, viu poucas realizações concretas sob sua gestão. Segundo o ex-senador, as obras que foram concluídas no estado durante o governo Bolsonaro eram, na verdade, projetos iniciados por gestões anteriores. Essa crítica ressoa entre alguns setores da política local, mas a força simbólica de Bolsonaro ainda parece prevalecer, especialmente entre eleitores mais conservadores.
Em meio a brigas internas, alianças desfeitas e tentativas de retaliação, a visita de Jair Bolsonaro a Rondônia expõe não só a força de sua imagem no estado, mas também as complexas dinâmicas políticas que movimentam o PL. De um lado, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli lutam para manter sua relevância política, colocando suas diferenças de lado para unir forças em torno de um candidato que representa os interesses bolsonaristas na região. De outro, críticos como Ernandes Amorim tentam desmistificar a figura do ex-presidente, ressaltando o vazio deixado por sua passagem pelo poder.
A união de Rogério e Bagattoli em torno da campanha de Affonso Cândido em Ji-Paraná pode ser vista como uma tentativa desesperada de ambos para reverter as divisões internas do PL, manter a relevância política de Bolsonaro no estado e, ao mesmo tempo, barrar a ascensão de candidatos rivais como Isaú Fonseca. Em Rondônia, a política segue pautada por alianças circunstanciais e traições, mas a força do bolsonarismo ainda é uma realidade inescapável.
Os incêndios que consomem o bioma amazônico são uma das etapas da exploração econômica da floresta, que vem sendo convocada pela economia mundial para fornecer alimentos e matérias-primas baratas, permitindo a manutenção do preço dos salários nos países mais desenvolvidos e o aumento do lucro em escala global. Essa é a avaliação do professor de economia Gilberto de Souza Marques, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Autor do livro Amazônia: riqueza, degradação e saque, o especialista destaca que a agropecuária, a mineração e o setor madeireiro são as principais atividades que contribuem para o desmatamento da Amazônia e que a grilagem de terra alimenta essa exploração econômica.
Marques questiona o modelo econômico imposto ao bioma, argumentando que nem tudo que gera muito lucro é o melhor para o conjunto da sociedade brasileira. Além disso, afirma que a Amazônia já está internacionalizada porque as grandes multinacionais da mineração e do agronegócio são as que controlam a economia dominante na região.
Para o especialista em economia política, natureza e desenvolvimento, as experiências dos povos indígenas e comunidades tradicionais são as sementes de esperança que devem ser regadas para se contrapor à monocultura na região amazônica.
Confira a entrevista completa:
Agência Brasil: Qual a relação da destruição da Amazônia com a exploração econômica do bioma?
Gilberto Marques: A Amazônia tem duas grandes tarefas no mundo que são incompatíveis. A primeira é contribuir para aumentar a rentabilidade do capital nas economias centrais, com o rebaixamento dos custos de produção. Isso significa produzir matérias-primas baratas de exportação para a China e para a Europa, como o ferro, a soja e outros produtos.
Ao produzir alimentos baratos, a Amazônia diminui a pressão para elevação salarial nesses países e contribui para elevar as taxas de lucro em meio a uma economia global que vive sucessivas crises de rentabilidade do capital.
A segunda tarefa da Amazônia é contribuir para reduzir os efeitos do aquecimento global, em particular a emissão de gases de efeito estufa. Na atualidade, essas duas tarefas são incompatíveis porque a primeira tarefa impõe um ritmo de apropriação da natureza como nunca visto nos 13 mil anos de existência humana na Amazônia.
Esse ritmo ditado pela busca do lucro faz com que a natureza tenha dificuldade de se recompor, pois são atividades extremamente degradantes para a natureza.
Agência Brasil: Quais as principais atividades que contribuem para degradar a Amazônia?
Gilberto: A mineração e o agronegócio associados à exploração madeireira. E a característica mais gritante na Amazônia é que o legal se alimenta do ilegal e o ilegal do legal.
O setor pecuarista, que se apropria de terras públicas e que utiliza muitas vezes o trabalho escravo, continua, de alguma forma, vendendo o seu gado para as grandes cadeias da comercialização dos grandes frigoríficos, direta ou indiretamente.
Indiretamente porque eles maquiam esse gado [de áreas griladas] e os frigoríficos sabem disso. O gado que não pode ser vendido para Europa, por exemplo, porque tem regras mais rígidas, segue para o Nordeste ou o Sudeste, abastecendo esses mercados regionais e permitindo que os rebanhos criados nessas regiões possam ser exportados sem prejuízo do consumo local. Direta ou indiretamente, o gado amazônico, mesmo criado em áreas ilegais, entra nas grandes cadeias de proteína animal do planeta.
Em 2021, o principal produto exportado pelo município de São Paulo foi o ouro, com aproximadamente 27% de tudo que o município exportou. De onde vem esse ouro que entra nos grandes circuitos legais da financeirização da economia? Esse ouro sai, em grande medida, dos circuitos ilegais que estão destruindo a Amazônia.
A mineração destrói intensivamente a floresta, o solo e subsolo, mas ela ocorre em espaço menor, ainda que tenha uma extensão além da mina, como é o caso da contaminação dos rios. Já a agropecuária usa extensas áreas e o uso de agrotóxicos mata os insetos que polinizam a floresta.
Além disso, a plantação de soja retira cobertura vegetal, aumentando a temperatura em torno do campo de plantio e os riscos de incêndios. Essas atividades estimulam a apropriação ilegal da terra na Amazônia.
Agência Brasil: Como ocorre essa apropriação ilegal da terra da Amazônia?
Gilberto: O grileiro se apropria de uma terra pública, de uma área de preservação ou de território indígena, e derruba a floresta de imediato. Em seguida, vende para um segundo proprietário que sabe que a terra é ilegal pelo próprio preço de venda, que é rebaixado.
Depois de comprar, o segundo dono entra com o pedido de regularização fundiária dessa terra, argumentando que a comprou de boa-fé, acreditando que era uma terra legalizada.
Esse argumento da boa-fé serviu para regularizar propriedades griladas desde os governos da ditadura empresarial militar, com o argumento de que isso geraria segurança jurídica e impediria a grilagem de terra. Na realidade, isso estimula a grilagem na região amazônica.
Agência Brasil: Por que existe o risco de a soja avançar ainda mais no bioma amazônico?
Gilberto: Por que o custo de transporte é elemento determinante hoje na soja. Do município de Sorriso (MT) até o Porto de Paranaguá, no Paraná, são 2,2 mil km. Depois de embarcada nos navios, ela sobe toda a costa brasileira.
Quando essa soja é produzida aqui na Amazônia, próximo à linha do Equador, ou com conexão com os rios, o custo de transporte cai bastante ou chega a quase zero. É o caso da soja que está sendo produzida no Amapá, a 70 quilômetros do porto.
Ou seja, há uma redução de custo brutal nesse processo e a redução eleva a rentabilidade da atividade, permitindo que o produto chegue barato aos mercados centrais.
Fora isso, quando, por meio da Lei Kandir, o governo deixa de cobrar o ICMS sobre essa exportação, o produto pode ser vendido por um preço abaixo de seu valor, sem que a empresa perca nada. Mas o Estado deixou de arrecadar o que lhe caberia. Há, então, uma transferência de valor do Brasil para as economias centrais. Vendemos mercadorias e recebemos menos do que elas efetivamente valem.
Agência Brasil: Os incêndios na Amazônia têm relação com a exploração econômica?
Gilberto: O fogo é resultado desse processo de apropriação ilegal da terra e é uma etapa da exploração econômica. Durante o primeiro semestre do ano, que é o período de mais chuva, se faz a derrubada da floresta para a retirada das madeiras.
Quando começa o verão amazônico, que ocorre entre o final de junho até setembro principalmente, se toca muito fogo na floresta para queimar o que se derrubou no primeiro semestre, mas não se aproveitou para a atividade madeireira. Então, se forma o pasto.
Além disso, 80% das propriedades da floresta são reservas legais que não podem ser desmatadas. O proprietário então toca fogo na floresta e diz que aquilo foi um incêndio não produzido por ele. Como deixou de ser floresta, ele vai utilizar a área para o aumento do pasto, para o plantio de soja ou outra atividade do agronegócio.
Quando você pega a distribuição do fogo, você vê que a concentração está exatamente nos municípios em que mais avança o agronegócio. Como é o caso de São Félix Xingu (PA), que tem o maior rebanho bovino do Brasil.
Porém, o que estamos vendo hoje, neste início de setembro, é um descontrole porque alguns dados de monitoramento apontam que até um terço do fogo sobre a Amazônia está ocorrendo em floresta em pé, diferentemente do padrão típico que é o fogo sobre floresta que foi derrubada no primeiro semestre.
Agência Brasil: O senhor diz que a Amazônia está internacionalizada no mercado global. Como é isso?
Gilberto: A Amazônia está internacionalizada porque os grandes ramos da produção do agronegócio e da mineração estão controlados pelas grandes empresas multinacionais em escala internacional.
As duas maiores plantas de alumina e alumínio do planeta estão no Pará e são controladas por uma empresa transnacional, que é a Hydro, de capital principalmente norueguês. O principal acionista é o governo da Noruega, que é também o principal doador do Fundo Amazônia.
A Vale do Rio Doce anunciou que a maior parcela do seu capital total é negociada em circuitos estrangeiros, ou seja, não está nas mãos de brasileiros. Se pegarmos o comércio de grãos, principalmente soja, quem comercializa e controla esse comércio na Amazônia são as grandes transnacionais do agronegócio como Cargill, Bunge, ADM [Human, Pet and Animal Nutrition Company] e LDC [Louis Dreyfus Company].
Agência Brasil: Qual a exploração econômica sustentável alternativa que pode beneficiar o povo brasileiro?
Gilberto: Nosso desafio é entender que não necessariamente o que dá grande lucro é algo que beneficia o conjunto da população ou que seja necessariamente o melhor para o país e para a região.
Precisamos problematizar essa noção de desenvolvimento como simples expansão da economia. Historicamente, isso foi utilizado no Brasil para justificar determinadas políticas, mas o resultado foi exclusão social e o enriquecimento de uma pequena minoria.
Nesse sentido, temos experiências em curso na região amazônica que são ainda muito incipientes, mas muito ricas. A produção agroecológica, com as agroflorestas, é uma delas. Outras experiências são as atividades comunitárias, como a pesca do Mapará, no Rio Tocantins, onde as pessoas se juntam para pescar e o resultado é distribuído entre todos, inclusive entre aqueles que não puderam pescar.
Tem ainda a rica experiência do povo indígena Ka’apor, do Maranhão, que tem criado áreas de proteção quando identifica a entrada de madeireiros e outros invasores. Eles constroem comunidades nas rotas dos invasores, barrando a entrada deles. Já criaram 12 áreas de proteção, permitindo a recomposição da floresta.
Temos que ajudar a disseminar essas experiências de integração sociedade-natureza em oposição à monocultura na Amazônia. A gente tem que olhar a Amazônia com esperança, porque ela ainda é a maior concentração de matéria viva do planeta.
Ela captura dióxido de carbono e cumpre papel vital para a existência da humanidade. O planeta vai continuar existindo, o que está em questão é a continuidade da humanidade. Nesse sentido, a Amazônia é a esperança para o planeta. E os povos que vivem na Amazônia, por meio de suas experiências, são sementes de esperança que temos que ajudar a brotar.
Candidato a prefeito de Ji-Paraná, Affonso Cândido usa dinheiro público para gravar com Bolsonaro
O portal da transparência da Assembleia Legislativa mostra que o deputado Affonso Cândido (PL) recebeu somente de diárias R$ 6.075,00 para ir até Brasília. Não é especificado quanto custou o bilhete aéreo do parlamentar. A justificativa é a de que ele participaria de uma reunião com o deputado federal Fernando Máximo (UB-RO) “para discutir assuntos legislativos pertinentes ao Estado de Rondônia”.
Quer dizer que Affonso Cândido aproveitou a ida até Brasília para gravar um vídeo com o ex-presidente Jair Bolsonaro, pois foi nesse período que a gravação aconteceu.
A conta não fecha. As diárias somadas às passagens aéreas somam mais de R$ 10 mil, sendo que a desculpa seria conversar com o deputado federal Fernando Máximo.
É bom lembrar que Fernando Máximo estava no interior esses dias. Chegou em Porto Velho e foi para o interior. Por que é que Affonso Cândido não conversou esses assuntos tão importantes em Rondônia mesmo?
O gasto de dinheiro público para ir a Brasília precisa ser investigado pelos órgãos de controle e pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), pois parece claro que o objetivo da viagem foi Affonso Cândido gravar com Bolsonaro, gastando dinheiro do contribuinte.
Cientistas sugerem que a nova Lua seria um fragmento do astro original, com 10 m de diâmetro. Ela ficará na órbita da Terra por 2 meses
Os astrônomos descobriram a existência de um pequeno asteroide, com apenas 10 metros de diâmetro, que está na órbita da Terra. O asteroide foi nomeado de “minilua”, pois trata-se de um fragmento da Lua original.
Intitulado de 2024 PT5 , o asteróide entrará na órbita da Terra em 29 de setembro e permanecerá até 25 de novembro. Depois, seguirá jornada pelo sistema solar.
Segundo cientistas da Universidad Complutense de Madrid, na Espanha, a “miniLua” ficará na órbita da Terra por quase dois meses. Ao identificarem o novo corpo celestial, eles afirmaram que não há risco de impacto.
Os especialistas destacam que, devido à forma como aparecem na órbita da Terra, as “miniluas” são difíceis de observar e categorizar oficialmente. A exemplo, em 2015, observadores confundiram a nave Gaia, da ESA, como uma nova “Lua” da Terra.
Segundo Raúl de la Fuente Marcos, responsável pela descoberta, o asteroide é, “sem dúvidas, um objeto natural”, que se formou no cinturão de asteroides de Arjuna.
Na decisão, o ministro Bellizze considerou que o pedido de danos morais não teria relação direta com o contrato de trabalho entre a mãe do menino e a ex-empregadora, Sari Corte Real, afetando a competência para o caso
O Superior Tribunal de Justiça suspendeu a ação trabalhista movida pela mãe do garoto Miguel contra os ex-patrões Sari Corte Real e Sergio Hacker. Mirtes Santana era empregada doméstica do casal. Miguel Otávio Santana da Silva, que à época tinha cinco anos, morreu após cair do prédio onde sua mãe trabalhava, no Recife. Confira a decisão aqui.
A decisão, assinada pelo ministro Marco Aurélio Bellizze, tem caráter liminar e atende a um pedido da defesa de Sari Corte Real. A ação pedia mais de R$ 1 milhão por danos morais a Mirtes.
Na decisão, o ministro Bellizze, do STJ, considerou que o pedido de danos morais não teria relação direta com o contrato de trabalho entre a mãe do menino e a ex-empregadora, Sari Corte Real, afetando a competência para o caso.
"Um dos objetos da reclamação trabalhista, especificamente sobre a indenização por danos morais decorrente da morte da criança, não está relacionado ao contrato de trabalho em si, ainda que, no momento do fato danoso, existisse uma relação trabalhista entre as partes, de maneira que, a princípio, a competência seria da Justiça comum, motivo pelo qual se mostra prudente o sobrestamento da reclamação trabalhista", diz um trecho da decisão do ministro do STJ.
RELEMBRE O CASO
Miguel, que estava sob os cuidados da patroa de Mirtes, Sari Real, foi, sozinho, ao elevador do edifício em que ela morava. As imagens de uma câmera de segurança mostraram que a proprietária do apartamento apertou um botão do elevador, e vai embora deixando a porta se fechar com o menino.
O garoto, então, parou no nono andar do edifício, subiu em um parapeito de alumínio, que não resistiu ao seu peso, e caiu de uma altura de 35 metros. A intenção do garoto era acenar para a mãe, que passeava com o cachorro dos patrões na rua.