corda do Círio de Nazaré, um dos maiores ícones da festividade, será novamente produzida integralmente no Pará, pela segunda vez, para ser usada nas duas maiores e mais tradicionais procissões, o Círio e a Trasladação. A corda foi doada novamente pela empresa Castanhal Companhia Têxtil (CTC) à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN).
Um novo protótipo, do mesmo material utilizado ano passado, malva e juta, foi produzido pela CTC e testado e aprovado pela DFN.
“Temos uma corda com atracações das argolas mais resistentes que a do ano passado. São essas argolas que são presas nas estações e onde se concentra a maior força. Tivemos o cuidado de tomar todas as providências para que os incidentes ocorridos ano passado não se repitam. É natural que esta corda, feita de um material diferente do sisal, utilizado durante muitos anos, seja aprimorada a cada ano, para se chegar a uma ideal para as duas procissões. E esperamos que com as mudanças deste ano ela esteja mais apropriada”, ressaltou o diretor de procissões, Antônio Sousa.
A corda utilizada nas procissões tem 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, e este ano terá 60 milímetros de diâmetro. Ela já vem adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias. A previsão é que a entrega da corda pela CTC ocorra no início de setembro. Como é feita a corda do Círio
A corda utilizada no Círio e na Trasladação até 2022 era feita de sisal, uma fibra vegetal muito dura e resistente, e era produzida em Santa Catarina. Nesta nova proposta da CTC, a corda foi produzida por uma composição de fibras de malva e juta, todas elas plantadas e cultivadas na região Amazônica. Esta nova composição fica mais macia ao toque das mãos, pela presença da malva, sem, no entanto, perder resistência, em razão dos fios de juta. Quanto ao seu processo de transformação em fios, são muitos os estágios de fabricação, desde a colheita, realizada por diversas comunidades que fornecem o material à CTC, até a produção final. Histórico
A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis passassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis. O Círio 2024
O Círio de Nazaré é uma realização da Arquidiocese de Belém, Basílica Santuário de Nazaré, Diretoria da Festa de Nazaré, Governo do Estado do Pará e Prefeitura de Belém.
Até o momento, a Festa de Nazaré tem como patrocinador master o Banpará e patrocínio de Alubar, Belágua, Belém Bioenergia Brasil, Cresol, Econômico Comércio de Alimentos, Equatorial Energia, GAV Resorts, Gráfica Miriti, Grupo Mônaco, Guamá Resíduos, Hospital Porto Dias, ITA Center Park, Hydro, Reinafarma, Uniesamaz, Unimed e Tramontina. Como apoiadores master Alucar, Bagliolli Dammski Bulhões e Costa Advogados, CN Produções e Jefferson. E mais 76 apoiadores. ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/cultura/producao-da-corda-do-cirio-2024-sera-feita-mais-uma-vez-no-para/
Você conhece a história da corda utilizada no Círio de Nazaré?
Um dos principais símbolos da festividade religiosa católica, a corda possui 800 metros e foi introduzida no ano de 1855.
Um dos momentos mais especiais do ano para Belém, no Pará, é o Círio de Nazaré. A festividade religiosa católica em devoção a Nossa Senhora de Nazaré é celebrado anualmente há 200 anos na capital paraense. O Círio já foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
A história do Círio começa em 1700, quando a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi encontrada por uma figura conhecida como Caboclo Plácido, às margens de um riacho, próximo de onde é hoje a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. A primeira procissão aconteceu em 1793 e desde então vem atraindo os fiéis.
A Festividade de Nossa Senhora de Nazaré ocorre no mês de outubro com a realização do Círio e de outras procissões, como a Trasladação, a Romaria Rodoviária, a Romaria Fluvial, o Círio das Crianças e o Recírio, dentre outras.
Um dos grandes símbolos do Círio é a corda. Saiba como ela surgiu:
Foto: Adriana Spaca / Flickr A origem da Corda
A corda do Círio foi introduzida pela primeira vez na procissão em 1855 e tinha como objetivo puxar a berlinda que levava a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, já que naquele ano, uma enchente da Baía do Guajará acabou alagando a orla que se estendia até o Mercado Ver-o-peso até às Mercês.
Ao passar pela procissão, a berlinda acabou ficando atolada e nem os cavalos conseguiam puxá-la. Foi então que os animais foram desatrelados e um comerciante local cedeu a corda para que os fiéis pudessem puxar a berlinda.
Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis. Ela permanece adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.
A corda do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém (PA), é de sisal e foi confeccionado em Santa Catarina com 800 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro, dividida em duas partes de 400 metros.
Foto: Reprodução / Basílica do Santuário de Nazaré
Inicialmente, a corda tinha formato de “U”, com duas extremidades ligadas a berlinda, a configuração continuou assim até o ano de 2003. Em 2004, por motivos de segurança, a corda ganhou formato linear dividida em cinco estações confeccionadas em duralumínio que ajudam a dar tração à corda e ritmo às romarias.
Em cada uma das estações há a presença constante dos chamados “Evangelizadores da Corda” que têm a função de estimular os promesseiros por meio de palavras de ordem, cânticos e orações. Atualmente, o atrelamento à berlinda ocorre de forma planejada.
Nos últimos anos, devido a pandemia de Covid-19, a corda foi apenas exposta aos fiéis, sem procissões da trasladação, na noite de sábado, e também no domingo, dia do Círio.
Para o Círio 2022, a corda viajou cerca de 15 dias na estrada e chegou à capital paraense no dia 22 de setembro. Este ano ela voltará a ser usada nas duas maiores e mais tradicionais procissões, o Círio e a Trasladação.
A Prefeitura de Miguel Pereira (RJ) vai construir o maior parque religioso do Brasil no Sul Fluminense, chamado “A Cidade da Bíblia”. A ideia é impulsionar o turismo religioso e a obra deve ocupar uma área de 11 mil metros quadrados.
O parque temático terá uma Bíblia gigante, com 12 metros de altura e 22 de largura, além de árvores mencionadas nas escrituras, como amendoeira, aloés, alfarrobeira, acácias, cedros-do-líbano, figueira, oliveiras e palmeiras.
O município de Miguel Pereira abriga também o Vale dos Dinossauros, o maior parque com o tema no mundo, e está construindo outros cinco além do local religioso. As obras da “Cidade da Bíblia” devem começar ainda neste ano.
Além a Bíblia gigante, o parque terá eventos religiosos, um museu, um cinema de imersão, loja e souvenirs, restaurante, cafeteria e um grande estacionamento.
Estudos recentes revelaram que brasileiros associam o amor ao ciúmes, além de terem dificuldades em admitir a emoção nos relacionamentos
O ciúmes é algo muito comum entre os brasileiros. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com QuestionPro, mais da metade da população acredita que quem ama de verdade sente ciúmes. No entanto, apenas 10% das pessoas admitem vivenciar esse sentimento com frequência.
É errado sentir ciúmes? E dá para ter ciúmes de uma forma saudável? O Metrópoles contou com a ajuda de psicólogos para esclarecer dúvidas que podem “alugar um triplex” nos pensamentos de muitas pessoas.
A neuropsicóloga especialista no tratamento de transtornos Roselene Espírito Santo explica que, embora possa surgir em relações amorosas, ele não é um indicador direto de amor.
Na verdade, a emoção pode estar ligada ao medo de perda ou à baixa autoestima. “É um sentimento comum. A chave está em como lidamos com ele. Reconhecer e entender o ciúmes pode ajudar a abordá-lo de maneira construtiva e saudável para manter o equilíbrio e a saúde da relação”, esclarece a psicanalista.
Uma das raízes do surgimento do ciúmes pode estar em fatores como insegurança, experiências passadas de traição e até mesmo o medo constante de perda ou abandono. E não tem correlação com escolhas pessoais do indivíduo. Assim, tirar o peso da culpa, admitir que está sentindo ciúmes e refletir sobre suas causas são alguns primeiros passos para entender o que essa emoção revela das noções que o indivíduo tem de si mesmo ou daquele relacionamento.
“Ele pode ser desencadeado por situações que ameaçam a percepção de segurança emocional em um relacionamento”, adiciona Roselene.
Segundo a especialista, a ideia de que há uma assimetria no relacionamento é uma das fontes do ciúmes. Uma percepção que nasce na perspectiva de que o outro tem qualidades das quais nós não temos, desde inteligência, diferentes esferas sociais, beleza física ou poder financeiro elevado. Ou seja, em que há uma distorção de valores e referências pessoais, causando gatilhos de inseguranças pessoais.
QUANDO O CIÚMES VIRA UM PROBLEMA?
É preciso se policiar em relação ao sentimento quando ele se torna um fator nocivo ao relacionamento. Roselene Espírito Santo explica que o amor, quando saudável, se baseia em confiança e respeito mútuo, enquanto o ciúmes pode refletir a necessidade de controle e possessividade.
Logo, comportamentos controladores, invasão de privacidade, acusações infundadas e conflitos constantes são um indicativo de que a emoção está fora de controle. “Quando o ciúmes leva a desconfiança crônica, possessividade ou violência psicológica, verbal e física, ele se torna prejudicial e pode minar a saúde emocional e o bem-estar do relacionamento”, afirma.
Fotos: Reprodução
De acordo com a psicóloga Cláudia Melo, o ciúmes excessivo pode minar a confiança, a intimidade e a liberdade na relação, causando sofrimento para ambas as partes. A ideia de posse e crenças culturais e familiares sobre relacionamentos também influenciam na forma em que percebemos o “normal” nos relacionamentos.
Melo, então, indica que uma das melhores maneiras de lidar com o ciúmes é por meio da comunicação aberta e honesta com o parceiro. Fortalecida, a comunicação gera confiança mútua no relacionamento, e são estabelecidos limites saudáveis nas questões pessoais que possam alimentar o ciúmes.
Se você acredita viver em uma relação em que há um desequilíbrio do bem-estar devido ao sentimento, o ideal é buscar o apoio de um profissional, como um terapeuta.
A seleção é baseada em procedimentos genéticos-estatísticos usando dados da avaliação fenotípicas das plantas, ou seja, da avaliação das características de interesse agronômico e ou agroindustrial.
Em Manaus, um estudo pioneiro apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), busca estabelecer uma população base para o melhoramento genético do açaí-do-Amazonas (E. precatoria). A pesquisa, que vem sendo realizada por cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Ocidental), pretende obter cultivares do açaí-do-Amazonas para contribuir no aumento de produtividade e qualidade do fruto dos plantios do açaizeiro no estado.
Coordenado pelo doutor em Agronomia, Ricardo Lopes, da Embrapa Amazônia Ocidental, o projeto “Formação de população base para o melhoramento genético do açaí-do-Amazonas”, amparado pelo Programa Estratégico de Desenvolvimento do Setor Primário Amazonense (Prospam/Fapeam), Edital Nº 008/2021, avalia progênies (descendência de um indivíduo) de meios-irmãos, provenientes de coletas realizadas em diferentes municípios do estado e que representam a variabilidade genética da espécie. O projeto já conta com aproximadamente 60 progênies em campo, provenientes de coletas em dez diferentes municípios do Amazonas.
Segundo o pesquisador, a espécie E. precatoria, conhecida popularmente pelos nomes de açaí-do-Amazonas, açaí-solteiro ou açaí-da-mata, tem ocorrência natural nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima e em parte do Pará.
O método de melhoramento genético que o projeto propõe é a seleção recorrente, cujo objetivo é obter ganhos genéticos aumentando a frequência de genes favoráveis em uma população através de sucessivos ciclos de seleção a partir de uma população inicial de plantas.
A seleção é baseada em procedimentos genéticos-estatísticos usando dados da avaliação fenotípicas das plantas, ou seja, da avaliação das características de interesse agronômico e ou agroindustrial.
Foto: Divulgação/ Ricardo Lopes
“Esses ganhos genéticos são representados por aumento de produção e qualidade de frutos, precocidade de produção, redução do crescimento das plantas em altura, resistência a pragas e doenças, entre outras características que forem favoráveis para o cultivo, a agroindústria ou para o mercado”, explicou Ricardo Lopes.
O coordenador da pesquisa destaca que entre os fatores que motivaram o desenvolvimento da pesquisa está o potencial produtivo e a qualidade diferenciada dos frutos da espécie E. precatória, que é nativa, portanto adaptada às condições locais, e principal fonte do açaí produzido no Amazonas.
“Acreditamos que com o desenvolvimento de tecnologias para cultivo do açaí-do-Amazonas haverá maior interesse no plantio da espécie, e os produtores terão uma excelente oportunidade para melhor uso de áreas já antropizadas (cujas características originais foram alteradas) e subaproveitadas ou utilizadas com culturas exóticas com menor rentabilidade do que o açaí”, enfatizou.
Além dos ganhos econômicos para os produtores, que serão obtidos com aumento de produtividade e qualidade dos frutos, por apresentar ciclo de produção diferenciado das cultivares do açaizeiro E. oleracea (Açaí-do-Pará), o pesquisador destaca que as agroindústrias poderão fazer melhor aproveitamento das instalações de processamento e armazenamento, que ficam ociosas no período de entressafra dessa espécie.
PROCESSO
O primeiro plantio foi realizado em 2019. Atualmente, as plantas mais velhas estão saindo da fase vegetativa e entrando na etapa produtiva, emitindo as primeiras inflorescências (conjunto de flores), que vão produzir os cachos que serão avaliados para determinar o potencial produtivo e a qualidade dos frutos.
Ricardo Lopes enfatiza que a atividade é recente e pioneira, uma vez que ainda não existem cultivares melhoradas da espécie. Para a maioria das culturas agrícolas de expressão econômica, o melhoramento genético foi responsável pela maior parte dos ganhos em produtividade e qualidade já obtidos, mas ele reforça que o melhoramento genético é um processo longo e que exige recursos constantes para manutenção das populações em campo.
O grupo de pesquisa tem registrado informações relacionadas acerca do crescimento das plantas, ocorrência de deficiências nutricionais, pragas e doenças, além de entender como a espécie se comporta em condições de cultivo.
Além disso, o projeto também contribuiu para despertar o interesse de pesquisadores de outras áreas para realizar estudos com a espécie. No momento, o projeto conta com a parceria de cientistas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) de Manaus e de Itacoatiara, e também do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), que tem auxiliado na identificação e coleta de sementes nos municípios do interior do estado.
“O apoio financeiro recebido pela Fapeam foi imprescindível para conseguirmos realizar as coletas de sementes em municípios do interior do estado, formação das mudas, plantio e manutenção das plantas no campo”, finalizou.
PROSPAM
O Programa apoia pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação, ou de transferência tecnológica, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do setor primário do estado do Amazonas, visando à produção sustentável e adequada à realidade regional.
Efeitos mais imediatos podem afetar navegabilidade nos rios
As chuvas, abaixo da média em grande parte da região, somadas às previsões de temperaturas acima da normalidade, já são motivo de preocupação para as autoridades com o período de estiagem na Amazônia em 2024. O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) fez um alerta aos órgãos de defesa civil para necessidade de medidas preventivas e de assistência às populações afetadas.
De acordo com o analista do Censipam Flavio Altieri, os estudos apontam para uma seca muito semelhante à do ano passado na região. “A gente tem os efeitos do fenômeno El Niño que ainda interferem na região e mantêm o aquecimento do [oceano] Atlântico Norte e Sul que também interferem em pouca chuva na Amazônia.”
Nos últimos 12 meses até abril deste ano, o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico registrava déficit de 27% nos volumes de chuvas. Segundo o superintendente de Operações de Eventos Críticos, Alan Vaz Lopes, os níveis de água e a vazão dos rios da Amazônia, embora tenham grandes volumes, são muito sensíveis à falta de chuvas. “Um pequeno déficit de chuva em determinado momento provoca uma grande redução de níveis de água e de escoamento dos rios. É por isso que a gente vê rios enormes tendo uma redução muito rápida nos níveis de água.”
Para os especialistas, os efeitos mais imediatos da seca severa podem afetar de forma intensa a navegabilidade nos rios. “Principalmente as populações mais isoladas são afetadas, porque, com rios sem navegabilidade, passam a enfrentar dificuldade de locomoção para aquisição de material de consumo”, explica Altieri.
A economia da região também poderá sofrer problemas, diz o analista do Censipam. Somente nos rios Solimões, Amazonas, Madeira e Tapajós, há 4.695 quilômetros em extensão de hidrovias, pelas quais foram transportadas, no ano passado, 78,2 milhões de toneladas de cargas, somando 55% do que foi movimentado dentro do país desta forma. “No caso das hidrovias do Rio Madeira, quando atingem uma cota abaixo de 4 metros, já se interrompe a navegação noturna. Conforme vai baixando, pode chegar à interrupção completa. A mesma coisa acontece na Bacia do Tapajós”, alerta Altieri.
O abastecimento de energia do país é outro setor sensível, já que a região concentra 17 usinas hidrelétricas responsáveis por 23,6% do consumo no Sistema Interligado Nacional. Embora outras estruturas de geração possam suprir uma eventual interrupção, o remanejamento sempre causa algum impacto para o país.
A sazonalidade da seca na Amazônia ocorre em etapas desiguais na região. Portanto, os indicativos variam conforme o período de estiagem, que costuma atingir o ápice nos meses de setembro e novembro. De acordo com Altieri, nesses meses, a atenção é redobrada, mas atualmente, ainda não há indicativo para maiores preocupações com o abastecimento energético.
“A maior parte das hidrelétricas está nos rios da Bacia Araguaia-Tocantins e, apesar de o nível estar mais baixo do que no ano passado, os níveis ainda estão satisfatórios para geração de energia”, afirmou Altieri.
Por outro lado, é necessário planejamento em termos de abastecimento de alimentos e água potável, já que a região tem 164 pontos de captação de águas superficiais que também podem ser afetados pela seca severa. “Como o rio é a via de acesso para a maioria das comunidades mais isoladas é interessante um planejamento para que mantimentos, como alimentos e água potável, possam ser transportados com antecedência e os impactos sejam menores para essas populações”, acrescentou.