STF assinou acordo com redes sociais para combater o que chamam de desinformação
O Supremo Tribunal Federal (STF) assinou nesta quinta-feira (6) acordo com as principais plataformas que operam redes sociais para combater aquilo que chamam de desinformação na internet.
Com a assinatura, as empresas YouTube, Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp), Google, Microsoft, Kwai e TikTok se comprometem a promover ações educativas e de conscientização sobre os efeitos negativos da produção de desinformação.
Durante a assinatura do acordo, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, disse que a liberdade de expressão precisa ser protegida, mas as notícias falsas, os discursos de ódio e os ataques à democracia devem ser combatidos.
– Nós não podemos permitir que, por trás do biombo da liberdade de expressão, se desenvolva uma sociedade em que ninguém possa mais acreditar naquilo que vê. Esse é o esforço que une o STF e as plataformas digitais – afirmou.
Barroso também acrescentou que não é possível avançar no combate à desinformação sem a cooperação das plataformas digitais.
– Essa é uma parceria administrativa, parceria para educação midiática. Não tem a ver com nenhum processo que esteja no Supremo. Não tem nenhuma conotação jurisdicional – completou.
O acordo com as plataformas faz parte do Programa de Combate à Desinformação do Supremo, lançado em 2021 com o intuito de combater práticas ditas ilegais e que afetam a confiança da população no STF.
Quadrilha chegou a criar perfil virtual para atrair homens
O juiz Paulo Fernando Deroma De Mello, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital condenou a penas de até 18 anos de prisão integrantes de uma quadrilha que aplicava o “golpe do Tinder”. O grupo, formado por nove suspeitos, todos condenados, tinha ligação com o PCC.
Eles criaram “Maria Clara”, fantasia virtual que atraía homens desprecavidos para encontros amorosos.
Os acusados foram sentenciados por organização criminosa e extorsão qualificada – mediante grave ameaça, emprego de arma de fogo e restrição de liberdade – de um homem de 48 anos.
O principal condenado, Alisson Raphael Lino Porfirio, é apontado como líder da quadrilha. Ele pegou 18 anos e já está preso. Segundo o Ministério Público, Alisson negociava percentuais dos valores extorquidos, para dividir os lucros do crime com um homem conhecido por “Goiânia”, apontado como integrante do PCC.
Segundo a Promotoria, Alisson atuava na abordagem de vítimas e “gestão do cativeiro”.
Outros dois réus, também condenados a 18 anos – Diego Lopes Simões e Wallace Vitorino de Oliveira – eram “beneficiários das transferências bancárias de valores significativos”.
O inquérito indica que os dois foram citados nos diálogos entre Alisson e “Goiânia”
Outros seis acusados – Jaqueline Gomes Alves, João Alexandre Silva Warnava, Stephany Rayane Gomes Nunes, Paulo Alexandre Macencio da Silva, Jairan Gomes dos Santos e Jéssica Norberto de Jesus – pegaram 15 anos de prisão. Eles disponibilizavam suas contas para a passagem dos valores extorquidos da vítima.
A ação mostra que alguns réus eram responsáveis por tarefas como a partilha do produto do crime, a abordagem das vítimas e a gestão do cativeiro, além do saque de valores em espécie para posterior distribuição entre os colegas.
O juiz Paulo Fernando Deroma de Mello apontou a “enorme sofisticação” do grupo. A sentença foi assinada na terça-feira (4).
Segundo o magistrado, a quadrilha mantinha vários setores: um fornecia o armamento para as práticas criminosas; outro era incumbido de criar perfis falsos nos aplicativos de encontro; um setor era integrado por “arrebatadores das vítimas”; outro cuidava dos cativeiros.
A estrutura da “quadrilha do Tinder” abrangia, ainda, um núcleo que arregimentava pessoas para abrir e ceder contas correntes para captação de valores extorquidos das vítimas. Ainda, um núcleo de informática.
Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, a quadrilha usava aplicativos de relacionamento como o Tinder para atrair vítimas e combinar encontros.
Quando a vítima chegava ao local agendado, era “abordada por membros da facção”. Vendada ela era enfiada em um veículo na qual era transportada para o cativeiro. Ali, a vítima era despojada de seus cartões bancários e do telefone celular.
Ameaçada, ela liberava a senha para compras e transferências de valores que caíam nas contas do grupo criminoso. As contas eram administradas por “responsáveis pela recepção desses valores espúrios”.
Os investigadores dizem que os criminosos até questionavam as vítimas sobre seu comportamento financeiro para que pudessem se amoldar aos perfis e não levantar suspeitas nos sistemas antifraudes dos bancos.
No caso que levou à condenação de nove acusados, a quadrilha usou o perfil de uma mulher chamada Maria Clara no Tinder para marcar encontro com um homem. Quando ele chegou ao local marcado, por volta de 20h, foi abordado por três homens, que anunciaram o assalto, cobriram seus olhos com uma venda e o levaram a um cativeiro na Cidade Patriarca, zona Leste de São Paulo.
Lá, o grupo tomou o celular e os cartões da vítima, prendeu seus pés e mãos com uma abraçadeira (“enforca-gato”) fizeram ameaças de morte. Subjugado, o homem passou senhas bancárias e endereço residencial. O homem ficou aprisionado do dia 1º a 5 de outubro de 2022. O grupo roubou R$ 220 mil da vítima.
Os criminosos foram até a residência da vítima e roubaram um carro, aparelhos de TV, uma impressora, um notebook, uma furadeira, sete lixadeiras, uma máquina de solda e malas com peças de roupas.
O homem escapou por acaso do cárcere. Um certo dia, durante uma operação policial próxima ao cativeiro, os criminosos se assustaram e fugiram. A vítima aproveitou para escapar de seus algozes.
A investigação teve início quando dois integrantes do grupo foram presos em flagrante usando o cartão de uma outra vítima de extorsão. A partir de mensagens encontradas nos celulares dos investigados, a Polícia identificou que os presos integravam a mesma “facção criminosa” responsável pelo sequestro.
Os diálogos mostraram uma conversação constante entre um dos presos, Alisson, e “Goiânia”. Eles tratavam da compra de armas e da divisão dos lucros da quadrilha. As mensagens ainda mostraram que o grupo mantinha um núcleo de fornecimento de armas, inclusive fuzis.
Ao longo do inquérito, a Polícia descobriu que “Goiânia” exercia a função de “sintonia final” dos EUA na hierarquia do PCC. Ele se identificou dessa forma em um diálogo. Segundo os investigadores, a menção aos EUA está ligada às divisões territoriais da facção. Já a “sintonia final” corresponde à cúpula da organização criminosa.
Sobre o “golpe do Tinder”, a Polícia identificou que Alisson criou o perfil “Maria Clara” para atrair suas vítimas. Neste caso, Alisson entrou em contato com “Goiânia” e ofereceu 30% dos lucros do crime em troca do fornecimento de contas bancárias de empresas para o recebimento de valores.
Os “conteiros” – pessoas que alugam as contas para o recebimento de dinheiro – também emitiam boletos para “lavar” o dinheiro da extorsão, aponta o inquérito.
“CONTEIROS” O juiz dedicou parte da sentença a dissertar sobre a participação dos “conteiros” na quadrilha. Segundo Paulo Fernando Deroma De Mello, eles têm “laços estreitos” com os demais criminosos. O magistrado chamou de “fantasiosa” a versão dos acusados, de que emprestavam suas contas bancárias a desconhecidos sem saber que os valores eram provenientes do crime.
Segundo o juiz, acreditar em tal narrativa é “desafiar a inteligência de qualquer aplicador do Direito”
– Não é crível que uma organização criminosa com tal sofisticação pratique os arrebatamentos das vítimas, as coloquem em cativeiros, para só então saírem sem rumo nas comunidades em que vivem procurando pessoas “de boa índole” para que estas, ingenuamente, “emprestem” suas contas bancárias a desconhecidos, sem saber a qualificação deles ou a origem dos valores movimentados – anotou.
Segundo o magistrado, é “absolutamente impossível” que não haja um ajustamento prévio entre os criminosos que praticam o sequestro, os que distribuíam as contas bancárias e os “conteiros”.
– Ou seja, havia dolo direto, cujo intuito era de integrar a organização criminosa destinada a praticar extorsões mediante sequestro e receber benefícios financeiros em troca do aluguel das contas bancárias – indicou o juiz.
Texto chamou ministro de "juiz por trás da iniciativa para enterrar maior investigação de corrupção da América Latina"
O jornal britânico Financial Times se manifestou sobre o encontro presidido por Lula (PT), que teve foco no auxílio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul e contou com a presença dos irmãos Joesley e Wesley Batista, envolvidos no escândalo de corrupção da Lava Jato. O texto destaca o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chama de “o juiz por trás da iniciativa para enterrar a maior investigação de corrupção da América Latina”, em referência às decisões do magistrado sobre a operação Lava Jato.
– Para muitos, o retorno público dos irmãos Batista destaca como o legado da longa investigação da Lava Jato está sendo desmantelado desde o retorno de Lula à presidência para seu terceiro mandato não consecutivo – diz a reportagem.
A série de decisões contra a Operação Lava Jato emitidas por Toffoli não se encerrou com a anulação de todos os atos praticados pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra o executivo Marcelo Odebrecht e segue com força total. No dia 24 de maio, o magistrado emitiu mais três decisões com anulações de provas obtidas na ofensiva.
Toffoli declarou nulas as provas do acordo de leniência da Odebrecht contra Ulisses Sobral Calile, ex-executivo da Petrobras condenado na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além dele, o ministro também aplicou a mesma nulidade em favor de Demetrio Papadimitriu Bagatelas, panamenho que responde a um processo em seu país com base no material da empreiteira.
No caso do panamenho, Toffoli também proibiu que as provas decorrentes dos acordos de leniência da construtora sejam utilizadas em atos de cooperação do Brasil com o Panamá que possam embasar processos contra Demetrio em seu país.
Na mesma data, o ministro ainda anulou todos os atos praticados por procuradores da Lava Jato e pelo ex-juiz Sergio Moro contra o advogado Tulio Bandeira, investigado no âmbito da Operação Rádio Patrulha. Bandeira foi beneficiado pela extensão de uma decisão de Toffoli que anulou provas contra o deputado federal Beto Richa (PSDB-PR).
A empresários, governador de São Paulo afirmou que tem "gratidão" pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
Nesta quinta-feira (6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, falou sobre a possibilidade de ser candidato nas próximas eleições presidenciais. A um grupo de empresários, ele disse ter “zero” interesse no assunto e afirmou que não “nenhum plano” para 2026.
O assunto foi abordado após críticas do pastor Silas Malafaia, que sugeriu que o governador de São Paulo agiria para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. Tarcísio comentou sua atuação com Bolsonaro e disse que tem gratidão.
– Um pastor me descascou outro dia porque disse que quero substituir o Bolsonaro. O cara não me conhece – afirmou.
Durante o evento, o governador de São Paulo também falou sobre o tempo em que atuou na gestão de Dilma Rousseff e afirmou que não possui “uma queixa dela, só agradecimento”.
Fotógrafo oficial do presidente deu as diretrizes e drones capturaram o momento
Circula pelas redes sociais um vídeo no qual o fotógrafo oficial do presidente Lula (PT), Ricardo Stuckert, orienta o político aonde ir e o que fazer diante dos destroços deixados pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. O vídeo foi gravado e divulgado pelo perfil do Instagram @sos_naufragados que prestam ajuda para a região.
Nesta quinta-feira (6), Lula visitou duas cidades gaúchas que foram assoladas pelas enchentes: Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio. O governador Eduardo Leite (PSDB) e políticos locais também estavam nas visitas.
No primeiro município, o petista visitou o bairro Passo de Estrela e foi orientado pelo fotógrafo a ir até uma das residências que foi destruída pelas águas. Lula aparece nas imagens olhando a destruição, posa vendo os restos da casa e, já nas fotos publicadas, segura um dos tijolos que seguraram o imóvel.
Na segunda cidade, Lula visitou o bairro Navegante e tirou foto com um pequeno grupo de apoiadores e abraçou crianças e idosos.