Enquanto "brilha" sozinho nas urnas, o ex-governador e ex-senador acumula uma longa lista de fracassos ao apoiar outros candidatos em Rondônia.
Por Rondoniadinamica
Porto Velho, RO – Ivo Cassol, ex-governador de Rondônia e ex-senador da República, é um político polêmico, conhecido tanto por seus sucessos eleitorais pessoais quanto por suas desastrosas escolhas de candidatos a quem empresta apoio. Cassol, que já transitou por praticamente todos os flancos do Poder em Rondônia, tem um dom inegável para captar votos – desde que seja para si. No entanto, quando o assunto é terceirizar seu apoio, a sorte parece abandonar seus apadrinhados, levando-os inevitavelmente à derrota.
Ao longo dos anos, Cassol tem acumulado um histórico impressionante de insucessos eleitorais em seus endossos. Entre as vítimas de seu “dedo podre” estão João Cahúlla, Ivone Cassol, Lindomar Garçon, DJ Maluco, Ivan da Saga e Júnior Raposo.
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Em 2010, João Cahúlla, que recebeu todos os afagos do aliado Cassol, foi derrotado por Confúcio Moura (PMDB) nas eleições para governador. Cahúlla, mesmo com a máquina do governo em mãos, amargou uma derrota expressiva no segundo turno, obtendo apenas 41,32% dos votos contra 58,68% de Moura.
A esposa de Cassol, Ivone Cassol, também não teve melhor sorte. Concorrendo ao Senado em 2014, Ivone perdeu para Acir Gurgacz (PDT) e Moreira Mendes (PSD). Da mesma forma, sua irmã Jaqueline Cassol foi derrotada ainda no primeiro turno na disputa pelo governo estadual em 2014.
Outro exemplo notório foi Lindomar Garçon. Em 2012, Garçon concorreu à Prefeitura de Porto Velho e saiu na frente no primeiro turno, vencendo Dr. Mauro Nazif, do PSB. No entanto, no segundo turno, após Cassol declarar apoio à sua candidatura, Garçon acabou perdendo a eleição.
Os casos de DJ Maluco e Ivan da Saga também ilustram bem o “toque de Midas às avessas” de Cassol. Ambos eram celebridades locais que, após receberem o endosso de Cassol, não conseguiram traduzir sua popularidade em votos. DJ Maluco obteve apenas 7.160 votos em sua tentativa de chegar à Câmara Federal em 2010, enquanto Ivan da Saga conseguiu míseros 3.262 votos em 2014.
Mais recentemente, Cassol voltou ao cenário político com força total, “tomando” o PP para si em Rondônia e dando uma “rasteira” na irmã Jaqueline e no cunhado Luiz Paulo da Silva Batista, secretário de Estado da Agricultura na gestão Coronel Marcos Rocha (União Brasil). Agora, Cassol surge ao lado de Valdir Vargas como uma das opções de pré-candidatura à Prefeitura de Porto Velho. A pergunta que fica é: Vargas será mais uma vítima do “dedo podre” de Cassol?
A situação dentro do PP tem se mostrado atabalhoada. O pecuarista Jaime Bagattoli, do PL, tentou apoiar Vargas publicamente, mas foi repreendido por Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, sendo forçado a reafirmar o compromisso com as candidaturas próprias do PL. Rumores indicam que a estratégia pode mudar novamente, com Jaime Gazola surgindo como candidato e Valdir Vargas como vice, mas como dizia Magalhães Pinto, “a política é como nuvem: você olha e está de um jeito; olha de novo e está de outro”.
O histórico de Ivo Cassol é um misto de vitórias pessoais e fracassos coletivos. Enquanto ele continua a se considerar um candidato excepcional, seus apadrinhados frequentemente terminam na lona, vítimas de seu “toque de Midas às avessas”. Com as eleições municipais se aproximando, resta saber se Valdir Vargas conseguirá romper essa maldição ou se tornará mais um nome na longa lista de derrotados apoiados por Cassol.
MP investiga funcionários fantasmas no gabinete do deputado Cassio Gois
O Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO) instaurou inquérito civil para apurar a existência de servidores fantasmas no gabinete do deputado estadual Cassio Gois (PSD), que tem sua base política no município de Cacoal.
O inquérito por improbidade administrativa assinado pelo promotor de Justiça Dr. João Francisco Afonso, da 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Porto Velho, investiga servidores comissionados que, segundo o MP, recebe suas respectivas remunerações mensalmente sem comparecer na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia – ALE/RO.
A publicação foi feita no Diário Oficial Eletrônico do MP da última quarta – feira (29/05).
6ª Promotoria de Justiça de Porto Velho
EXTRATO DE PORTARIA Nº 000007/2024 - 6ª PJ - PVH
Portaria de Instauração nº 000025
Inquérito Civil n° 2023.0001.003.30652
Promotoria: 6ª Promotoria de Justiça de Porto Velho
Teor da Portaria/Ato - EXTRATO DE PORTARIA Inquérito Civil n° 2023000100330652 .
Promotoria: 6ª Promotoria de Justiça de Porto Velho Promotor: Dr. João Francisco Afonso Data da instauração: 17/05/2024 Objeto: apurar eventual prática de improbidade administrativa, noticiada por representação anônima, relatando em síntese que três assessores parlamentares do Deputado Estadual C. G.estariam recebendo remuneração sem a devida prestação dos serviços haja vista que no horário de expediente desempenhavam atividades empresariais, laborais e de autônomo. Consta da representação que servidora I. da S. L. C. é proprietária de estabelecimento em-presarial L. M.de C. em Cacoal onde labora diariamente. Consta , ademais, que o servidor L. A. de S.C. presta serviços diariamente na empresa E. S. . O servidor A.C.dos S. J. con-firmou que exerce a atividade de uber.
Referência em Roraima por estudos sobre a crise climática em comunidades indígenas, a gestora ambiental Sineia Bezerra do Vale agora também é “cientista indígena do Brasil” reconhecida pelo Planetary Guardians, iniciativa que discute a emergência do clima em todo o mundo e tem como foco restaurar a estabilidade da Terra.
Indígena do povo Wapichana, Sineia do Vale recebeu o título no último dia 25 em São Paulo, no mesmo evento em que o cientista brasileiro Carlos Nobre, referência global nos efeitos das mudanças climáticas na Amazônia, foi anunciado com novo membro dos Planetary Guardians – guardiões planetários, em português.
Sineia do Vale tem como principal atuação o foco sobre a crise do clima, que impacta em consequências devastadoras em todo o mundo. Foi dela o primeiro estudo ambiental sobre as transformações do clima ao longo dos anos na vida dos povos tradicionais em Roraima.
Ao receber o prêmio de “cientista indígena do Brasil” das mãos de Carlos Nobre, a defensora ambiental destacou que quando se trata da crise climática, a ciência também precisa levar em conta a experiência de vida que os indígenas vivenciam no dia a dia – discurso que ela sempre defende nos debates sobre o assunto.
“Esse é um momento muito importante para os povos indígenas. Neste momento em que a gente se coloca junto com a ciência que chamamos de ciência universal, a ciência indígena tem uma importância tanto quanto a que os cientistas traduzem para nós, principalmente na questão do clima”, disse Sineia do Vale.
O estudo inédito comandado por Sineia foi o “Amazad Pana’ Adinham: percepção das comunidades indígenas sobre as mudanças climáticas”, relacionado à região da Serra da Lua, em Roraima. A publicação é considerada referência mundial quando se trata da emergência climática e povos tradicionais. Sineia do Vale (terceira mulher da direira para a esquerda) atua há anos com foco na crise climática e os povos indígenas — Foto: Patricia Zuppi/Rede RCA/Cristiane Júlião/Divulvação
No evento em São Paulo, ela exemplificou como a crise climática é percebida nas comunidades. “Os indígenas já colocaram em seus planos de enfrentamento às mudanças climáticas que as águas já aqueceram, que os peixes já sumiram e que não estamos mais vivendo o período de adaptação, mas o de crise climática”.
“Precisamos de resposta rápidas. Não podemos mais deixar que os países não cumpram seus acordos porque à medida que o globo terrestre vai aquecendo, os povos indígenas sofrem nas suas terras com grandes catástrofes ambientais”, destacou a gestora.
“Precisamos de resposta rápidas. Não podemos mais deixar que os países não cumpram seus acordos porque à medida que o globo terrestre vai aquecendo, os povos indígenas sofrem nas suas terras com grandes catástrofes ambientais”, destacou a gestora.
A indicação para que Sineia recebesse o título ocorreu após indicação da ativista ambiental e geógrafa Hindou Oumarou, que é co-presidente do Fórum Internacional de Povos Indígenas sobre Mudanças do Clima e presidente do Fórum Permanente da ONU sobre questões indígenas chadiana.
Além da roraimense, também receberam a honraria de “cientista indígena do Brasil”: as antropólogas indígenas Braulina Baniwa e Cristiane Julião, do povo Pankararu, confundadoras da Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), e o antropólogo e escritor Francisco Apurinã, que pesquisa mudanças ecológicas na perspectiva indígena pela Universidade de Helsinki, na Finlândia.
onferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP, em inglês, e promove junto às lideranças indígenas a avaliação climática a partir do conhecimento ancestral. Sineia do Vale participa desde 2011 da COP
Ela também participa ativamente das discussões internacionais sobre mudanças climáticas há mais de 20 anos, entre elas, a Conferência de Bonn sobre Mudanças Climáticas – chamada de SB60, que ocorre todos os anos em Bonn, na Alemanha. Este ano, a COP29 ocorrerá de 11 a 24 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão.
Em 2021, Sineia foi a única brasileira a participar da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, evento convocado pelo então presidente estadunidense Joe Biden e que marcou a volta dos EUA nas discussões internacionais sobre o clima.
No ano passado, ela foi recebeu o “Troféu Romy – Mulheres do Ano”, honraria concedida a mulheres que se destacaram em suas áreas de atuação em 2023.
Gestora ambiental de formação, Sineia cursa mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais na Universidade de Brasília (UnB), coordena o Departamento de Gestão Territorial e Ambiental do Conselho Indígena de Roraima (CIR), e integra a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), focada na agenda indígena e a implementação de ações em nível local.
O governo do Paraguai enviou nessa quarta-feira (29), pela Ponte da Amizade, 40 caminhões com itens de ajuda humanitária para os afetados pela tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul. O governo da Itália também enviou ajuda, por meio de um avião de carga que pousou na Base Aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.
Do Paraguai foram enviados itens como água mineral, colchões e material de limpeza, entre outros. Em sua conta na rede social X, o presidente paraguaio, Santiago Peña, prestou solidariedade aos gaúchos. “Estamos com o Brasil, porque nos une uma forte amizade e porque quando estamos unidos não há adversidade que não possamos enfrentar juntos”, escreveu.
Da Itália, vieram 30 toneladas de itens, incluindo medicamentos e suprimentos médicos suficientes para atender 100 mil pessoas por três meses, tendas capazes de abrigar 4,5 mil pessoas e cinco geradores com capacidade para 60 kVA/h.
A aeronave B-767 que veio da Itália trouxe ainda dois potabilizadores de água capazes de produzir 64 mil litros de água potável por dia e quatro tanques com capacidade de 10 mil litros.
A viagem foi organizada pelo Ministério das Relações Exteriores italiano em parceria como o Programa Alimentar Mundial da Organização das Nações Unidas. A chegada do avião foi acompanhada pelo embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese.
De acordo com o balanço mais recente da Defesa Civil gaúcha, um mês após o início das fortes chuvas e enchentes que atingem o estado, há ainda mais de 580 mil pessoas desalojadas, além de 45.126 em abrigos temporários.
Na Delegacia Seccional de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, um policial civil redigiu um boletim de ocorrência (B.O.) em forma de poesia para relatar um furto a uma residência localizada no dia 25 de fevereiro. A abordagem inusitada, no entanto, foi desconsiderada pelo delegado Eduardo Iasco Pereira, que ordenou a reescrita do documento três dias depois.
Segundo o Uol, a vítima do furto relatou que durante a madrugada um ladrão entrou em sua residência e levou uma lavadora de alta pressão, uma tampa de tanque de combustível, 20 litros de gasolina e 20 litros de etanol. Alan Douglas Silva, o policial responsável pelo primeiro registro, descreveu o ocorrido de maneira lírica:
“Na mansidão do silêncio noturno, permeada pela penumbra que abraça os segredos da calada madrugada, o vilão de nossa trama, qual sombra furtiva, penetrou na propriedade da respeitável vítima”.
O policial poeta continuou a narrativa detalhando a falta de equipamentos de segurança no local: “À propriedade da vítima coube servir de palco para a execução deste sórdido enredo. Na ausência de sentinelas visuais, as câmeras de monitoramento permaneceram omissas, incapazes de registrar os passos furtivos do agente do mal”.
Ele também observou um erro cometido pelo ladrão: “Deixou sua marca indelével como um sinal no trilho do rastejar do agressor, tal o rastro de uma serpente que insinua sua presença”.
Na conclusão do documento, o policial fez um apelo por justiça: “E assim, como pluma ao vento, se finda o relato, aguardando a justiça como derradeira sentença, na esperança de que a luz da verdade dissipe as trevas que encobrem este capítulo indesejado da existência da vítima”.
Apesar da criatividade, o delegado considerou que a versão poética não seguia o padrão técnico e as normas de serviço da Polícia Judiciária. Por isso, ele ordenou que um novo boletim de ocorrência fosse redigido. Em 28 de fevereiro, o investigador Cesar Alberto Pereira Pinto registrou um novo B.O. com apenas quatro linhas, relatando os objetos furtados, a ausência de gravações de câmeras de segurança e a falta de testemunhas.