Povos indígenas de Mato Grosso sofrem com os incêndios florestais. Foto: Erlie Runhamre Xavante
Os incêndios em terras indígenas no Brasil cresceram 80% em 2024. De janeiro a agosto foram queimados 3 milhões de hectares, um aumento de quase 1,4 milhão de hectares em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o salto expressivo em 2024 sugere a possibilidade de incêndios florestais externos e fogo criminoso nesses territórios.
Isso estaria relacionado à intensificação de atividades ilegais e invasões, ou, em alguns casos, por queimas de roça que saíram do controle nessas localidades.
A situação é crítica nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal, que apresentam queimadas próximas do máximo histórico. Por causa da fumaça dos incêndios e da seca rigorosa, o alerta é para a saúde no Acre, Amazonas e Rondônia.
O Ministério da Saúde informa que, em algumas cidades, mais do que dobrou o número de atendimentos por sintomas gastrointestinais, respiratórios e síndromes gripais. A ministra Nísia Trindade disse que a situação é de atenção.
Mais de 60 brigadistas atuam para controlar as chamas desde essa quarta-feira. Já foram lançados mais de 21 mil litros de água por helicóptero no combate ao fogo. Neste ano, a área queimada no Brasil foi 116% maior do que a registrada em 2023, atingindo 11 milhões de hectares.
Além disso, as perdas com incêndios causaram um prejuízo de quase R$ 15 bilhões, de junho a agosto, em cerca de 3 milhões de hectares de propriedades rurais, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Registro dos Jogos do Xingu, em 2022. Foto: Protásio de Morais
Os jogos do primeiro campeonato brasileiro de futebol, a Taça dos Povos Indígenas, serão entre os dias 26 e 30 de novembro, na Aldeia Multiétnica, na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Os times foram divididos em três grupos, com quatro equipes em cada um.
Cada povo será representado por um time masculino e um feminino. No total, a Taça contará com 2400 atletas de 48 povos indígenas.
Doze povos da região Centro-Oeste vão participar da primeira fase. O sorteio dos grupos aconteceu nesta quinta-feira (26).
Após a etapa do Centro-Oeste, entre fevereiro e junho do ano que vem, entram em campo as equipes das regiões Nordeste, Sul/Sudeste e Norte. Todas as etapas terão fase de grupos, classificatórias e finais.
A ideia é que o campeonato siga com novas edições, diz a diretora da produtora FourX, que organiza o evento, Libia Miranda.
A Taça dos Povos Indígenas conta com o apoio do governo federal, da CBF, que administra o futebol profissional no Brasil, e da Seleção Indígena de Futebol do Brasil e das Américas.
As queimadas no Acre deverão impactar negativamente a economia do Estado com a redução de recursos naturais, como açaí, buriti e madeira. A afirmação é da professora doutora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Sonaira Silva, do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.
A especialista em queimadas e incêndios florestais diz que das mais de 100 mil hectares já consumidas pelo fogo no Acre este ano, quase 5 mil são de floresta nativa, causando graves impactos ao bioma amazônico.
Segundo a pesquisadora, as florestas que sofrem com o fogo levam décadas para se regenerar e, mesmo após 15 ou 20 anos, muitas não conseguem recuperar o número de árvores, a biomassa e a diversidade de espécies.
“Este ano, as queimadas têm atingido tanto áreas desmatadas quanto as mais preservadas, como a de Pentecoste, Campinarana e a Serra do Divisor, que são ambientes de alta biodiversidade. O ideal é evitar ao máximo que o fogo entre nas áreas de floresta, pois o impacto é muito maior do que se imagina. Quando o fogo afeta a floresta, também prejudica a economia local, reduzindo a disponibilidade de recursos como açaí, buriti e madeira”, pontuou.
Ela reforça a necessidade de medidas urgentes para conter as queimadas. “O momento é de atenção total. É fundamental que as pessoas evitem usar fogo para limpeza de áreas ou roçados, pois até uma pequena queimada pode sair de controle e causar danos irreversíveis. Mesmo onde houve chuvas, o fogo continua se propagando. O vento carrega a fumaça para dentro da cidade, tornando o ar ainda mais poluído e perigoso para a saúde”, finalizou.
Termômetro de SP registra 40 graus célsius em onda de calor enfrentada pela capital – Foto: Reprodução
O Brasil enfrenta sua oitava onda de calor do ano, com temperaturas que podem ultrapassar os 40°C, especialmente no Centro-Oeste. Após um breve alívio causado por uma frente fria no fim de semana, o ar quente e seco voltou com força, atingindo o Centro-Sul do país. Segundo o Climatempo, as altas temperaturas devem se estender até, pelo menos, o dia 8 de outubro, com baixas na qualidade do ar e maior risco de incêndios.
As regiões mais afetadas incluem o interior de São Paulo, oeste de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso e Goiás. Algumas capitais, como Campo Grande, já devem registrar 40°C nesta segunda-feira (30). Em Cuiabá, a previsão é que os termômetros atinjam essa marca a partir de terça-feira (1), conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, a expectativa é que o calor permaneça acima da média até a metade de outubro.
Além das altas temperaturas, a baixa umidade do ar também preocupa. Luengo explica que as altas temperaturas são comuns durante a primavera, já que a atmosfera está mais aquecida nessa transição do inverno para o verão. “As temperaturas sobem rápido e não tem tanta umidade como no verão, o que permite que as temperaturas subam por mais tempo”, comenta o meteorologista.
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) e a Ouvidoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), sob a presidência da conselheira Ivana Cei, anunciaram o lançamento nacional do aplicativo Radar Ambiental. Este aplicativo serve como um canal para que os cidadãos possam reportar crimes ambientais. O lançamento será durante a 14ª sessão ordinária do Conselho, na terça-feira, 24 de setembro.
Disponível para download gratuito em dispositivos Android e iOS, o Radar Ambiental foi desenvolvido pelo Ministério Público do Estado do Amapá e já testado regionalmente. A ferramenta visa melhorar como as denúncias de crimes ambientais são registradas e tratadas em todo o país.
Ivana Cei enfatizou a importância desta iniciativa: “Nosso objetivo é modernizar a atuação do Ministério Público em defesa do meio ambiente, agilizando e tornando mais eficiente o processo de denúncia. Com o Radar Ambiental, oferecemos à sociedade uma ferramenta robusta para apoiar as Promotorias de Defesa do Meio Ambiente, permitindo denúncias rápidas, acompanhamento de casos e interação direta com os órgãos de fiscalização.”
O aplicativo Radar Ambiental possui funcionalidades cruciais para a eficácia no combate aos crimes ambientais, detalhadas a seguir:
Denúncia Georreferenciada: Usuários podem especificar a localização exata dos incidentes ambientais utilizando um mapa interativo.
Cadastro Detalhado de Denúncias: É possível adicionar fotos, vídeos e descrições precisas do dano ambiental, auxiliando os promotores na investigação.
Acompanhamento do Status da Denúncia: Os usuários têm a capacidade de monitorar o progresso de suas denúncias e verificar as medidas adotadas.
Interatividade com o Ministério Público: O aplicativo envia notificações sobre o andamento das denúncias e permite que os usuários recebam feedback ou esclarecimentos sobre as ações tomadas.
Mapa de Crimes Ambientais: Apresenta uma visão abrangente dos crimes ambientais registrados em todo o Brasil, indicando as áreas mais afetadas e os tipos de crimes mais comuns.
Para baixar o aplicativo, escaneie o QR Code disponível e instale-o diretamente de sua loja de aplicativos.
As denúncias submetidas pelo Radar Ambiental são processadas pela Ouvidoria Nacional e redirecionadas ao Ministério Público apropriado. Essa ação faz parte do Plano Estratégico Nacional do Ministério Público para o Combate aos Incêndios, lançado em 18 de setembro.
Este plano visa uma ação coordenada e estratégica dos órgãos do Ministério Público em todo o território nacional, focando em soluções sustentáveis para prevenir, combater e atenuar os impactos das queimadas que causam graves prejuízos ambientais e riscos à saúde pública.
Desenvolvido pela Comissão de Meio Ambiente, com contribuições de várias unidades do Ministério Público, incluindo os MPs estaduais e os Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Trabalho (MPT), o documento integra práticas eficazes de estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins, reforçando a capacidade de resposta em todo o país.