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Brasil : Tribo indígena que recebeu Starlink se viciou em pornografia
Enviado por alexandre em 07/06/2024 10:06:58

Levantamento foi feito e revelado pelo The New York Times


Tribo Marubo foi tema de reportagem do The New York Times Foto: Reprodução/X The New York Times

Indígenas do povo marubo, no Vale do Javari, oeste do Amazonas, usufruem dos benefícios da internet via satélite da Starlink, empresa de Elon Musk, há pelo menos nove meses. No entanto, os pontos “negativos” de se estar conectado todo o tempo também já foram sentidos como, o vício em pornografia. É o que revela uma reportagem do jornal The New York Times.

O jornal norte-americano enviou os correspondentes Jack Nicolas e Victor Moriyama à Floresta Amazônica para pesquisa. A dupla levantou que o novo comportamento foi percebido sobretudo entre os mais jovens e adolescentes. Os repórteres chegaram a fazer uma comparação com a sociedade dos Estados Unidos.

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A reportagem cita outras questões, além da pornografia:

– Depois de apenas nove meses no Starlink, os marubo já enfrentam os mesmos desafios que atormentam os lares americanos há anos: adolescentes colados aos telefones; bate-papos em grupo cheios de fofocas; redes sociais viciantes; estranhos online; videogames violentos; fraudes; desinformação; e menores assistindo pornografia – diz trecho do texto.

Uma indígena entrevistada pelo jornal reclamou da crescente preguiça dos jovens, que estariam “aprendendo os costumes dos brancos”.

– Quando a internet chegou, todos ficaram felizes, mas agora as coisas pioraram. Os jovens ficaram preguiçosos. Estão aprendendo os costumes dos brancos – relatou TamaSay Marubo, uma das lideranças do grupo.

Ela também se queixa do fato de atividades culturais como pintura corporal, coleta de frutas e confecção de acessórios feitos com conchas não atraírem mais os jovens. Tudo agora parece ser menos atrativo que navegar pelas redes sociais, segundo ela.

As redes mais usadas pelos indígenas são o Instagram e o Kwai, além do app de mensagens WhatsApp.

Alfredo Marubo, outro líder de uma associação de aldeias marubo, também foi ouvido pela reportagem, se mostrando bastante crítico.

– Todos estão tão conectados que às vezes nem falam com a própria família – disse ele.

Alfredo também compartilha que os jovens rapazes consomem e compartilham materiais adultos entre si pelo celular, algo antes inexistente na tribo, que não admite nem mesmo beijo em público.

A empresa de Musk foi criada para fornecer internet de alta potência, mesmo nas regiões mais remotas, e já registra mais de 150 mil clientes.

De acordo com a Anatel, os acessos à banda larga via satélite fornecida pela Starlink aumentaram significativamente de 57,6 mil em maio de 2023 para 149,6 mil em fevereiro deste ano. O aumento foi mais expressivo nas regiões da Amazônia e do Centro-Oeste.


Brasil : Oito povos indígenas da área de influência da BR-319 já possuem protocolos de consulta
Enviado por alexandre em 06/06/2024 10:07:32

Povos indígenas da área de influência da BR-319 deram um passo importante para a garantia do cumprimento na Convenção nº169 sobre Povos Indígenas e Tribais, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é lei no Brasil desde 2004 por meio Decreto Presidencial nº 5051.

Agora, indígenas Kagwahiva do sul do Amazonas Tenharin Marmelos, Tenharin do Igarapé Preto, Tenharin do Rio Sepoti, Parintintin, Jiahui e Juma; Mura das Terras Indígenas Lago Capanã e Lago Jauari, e os Apurinã das Terras Indígenas Apurinã do Igarapé São João e do Igarapé Tawamirim de Tapauá, possuem protocolos de consulta. No total são nove protocolos de oito povos, o Kagwahiva é o protocolo coletivo que contempla os grupos Tenharin, Juma, Jiahui e Parintintin.

A iniciativa representa um marco histórico, pois esta é a primeira vez que estes povos se organizam e criam seus protocolos de consulta. Isso quer dizer que, a partir de então, os indígenas possuem um documento sistematizado onde dizem como e em que circunstâncias querem ser consultados sobre qualquer iniciativa, pública ou privada, que possa afetar seus territórios e modos de vida.

Os protocolos foram oficialmente lançados durante um grande evento realizado no dia 24 de abril, durante o 20º Acampamento Terra Livre (ATL), na tenda da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Na ocasião, o secretário-geral da Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira (Opiam), Nilcelio Jiahui, ressaltou a importância destes protocolos para o diálogo entre as comunidades, governo e empresas.

“Esses protocolos estabelecem como queremos ser consultados sobre grandes projetos que impactam diretamente nossas vidas e territórios” disse. Ele destacou a necessidade dessas ferramentas em contextos de grandes obras, como as obras de repavimentação da BR-319, que provocam intensos debates sobre seus impactos ambientais e sociais nos territórios.

Vanessa Apurinã, gerente de monitoramento territorial da Coiab, destacou a importância crítica dos protocolos de consulta para as comunidades indígenas e tradicionais.

    “Os protocolos de consulta representam mais do que simples documentos; eles são os pilares fundamentais que sustentam o diálogo respeitoso e equitativo entre as comunidades, o governo e as empresas,” afirmou Vanessa. “Eles são a expressão concreta da autodeterminação e da soberania dos povos sobre seus territórios e modos de vida”, completou.

Vanessa também observou que, embora em muitos lugares esses protocolos não sejam respeitados, quando aplicados corretamente, “podem contribuir significativamente para uma gestão mais eficaz do território, garantindo a proteção dos direitos das comunidades e a preservação de suas tradições e recursos naturais”, completou.

Marcela Menezes, da coordenação colegiada do Programa Povos Indígenas do IEB, explicou que os povos impactados pela repavimentação da BR-319 desenvolveram seus protocolos de consulta em seus próprios territórios, em um processo iniciado em 2020, com a formação de pesquisadores indígenas. Desde então, técnicos dos programas de Povos Indígenas e Ordenamento Territorial do IEB vêm prestando apoio às comunidades da região para a elaboração desses protocolos de consulta.

Roberta Andrade, coordenadora do programa de Ordenamento Territorial (Ordam), destacou a função dos protocolos: “Eles atuam como ferramentas de proteção e diálogo. Quando utilizados de acordo com as normas de consulta prévia, livre e informada estabelecidas pela Convenção nº 169 da OIT, e realizadas de boa-fé, facilitam acordos benéficos entre as partes”, disse. “Aplicados corretamente, esses protocolos previnem conflitos e asseguram que os projetos desenvolvidos em territórios indígenas e tradicionais respeitem plenamente os direitos desses povos”, acrescentou Roberta.
Protocolos representam mais proteção aos territórios

O direito à consulta livre, prévia e informada tem a ver com a autodeterminação dos povos indígenas e tradicionais e está previsto não só na Convenção nº 169 da OIT, mas também na Constituição federal de 1988, que garante a estas populações o respeito a sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, além da proteção da cultura, especialmente as populares, indígenas e afro-brasileiras, nos artigos 215 e 231.

“Quanto ao aspecto jurídico, os protocolos de consulta materializam um direito posto tanto no âmbito internacional de direitos humanos, por meio da Convenção nº 169 da OIT, como no plano do direito interno, uma vez que o direito à consulta nada mais é do que forma de expressão democrática e participativa de grupos socialmente vulnerabilizados”, explicou a assessora jurídica do Programa Povos Indígenas do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Stefany Schmidt.

“Além disso, lograr o êxito de efetivamente possuir o protocolo de consulta de seu povo, cumpre o papel de preencher uma lacuna procedimental que, por vezes, é instrumentalizado como obstáculo contra os povos indígenas e tradicionais, visto que a sua ausência, frequentemente, é utilizada como impedimento intransponível para qualquer tentativa de realização de consultas prévias e informadas, bem como, de participação democrática de processos que perpassam direitos dos povos indígenas e direitos difusos de recorte ambiental”, completou.

Segundo Ministério Público Federal, a consulta é uma obrigação do Estado brasileiro de consultar, adequada e respeitosamente, povos indígenas e tradicionais, a respeito de sua posição sobre decisões administrativas e legislativas capazes de afetar suas vidas e seus direitos. É um direito dos povos indígenas de serem consultados e participarem das decisões do Estado brasileiro por meio do diálogo intercultural marcado pela boa fé. Esse diálogo deve ser amplamente participativo, ter transparência, ser livre de pressões, flexível para atender a diversidade dos povos e comunidades indígenas e ter efeito vinculante, no sentido de levar o Estado a incorporar o que se dialoga na decisão a ser tomada.

Em relação ao fortalecimento da luta por direitos dos povos indígenas da área de influência da BR-319, Stefany avalia que “os protocolos de consulta desses povos, mais do que nunca, têm finalidade de garantia e proteção territorial, e surgem num momento determinante dentro dos processos de discussão e diálogo acerca do avanço do processo de licenciamento ambiental da BR-319, de modo a garantir a efetiva participação dessas populações que, afinal, serão os maiores impactos pelo retorno da operação da rodovia”. E acrescenta: “Diante disso, o fortalecimento para esses grupos surge a partir da função de salvaguarda que o protocolo de consulta assume diante de empreendimentos dessa magnitude. Assim, seguramente, os protocolos de consulta garantem maior participação democrática desses grupos, efetiva liberdade de expressão e maior proteção de direitos territoriais”.

    “Eu recomendo que os territórios que ainda não construíram seus protocolos busquem parcerias para elaborarem os seus próprios, a fim de garantir seus direitos à consulta e à autodeterminação. A consulta deve ocorrer com os parentes, da forma como cada povo determina, porque o Brasil é signatário da Convenção 169, e é obrigação do Estado nos ouvir”, afirmou Nilcelio Jiahui.

Ele ressaltou que esses protocolos também são instrumentos que possibilitam a construção de agendas com órgãos governamentais para o diálogo com os povos indígenas.

Em breve, quatro das comunidades tradicionais do Território de Uso Comum (TUC) do Rio Manicoré, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Amapá, do Lago do Capanã Grande e do Projeto de Assentamento Agroextrativista Jenipapo, todos localizados na região de Manicoré (AM), também concluirão seus protocolos de consulta.

Relembre: Em 2022, o Observatório BR-319 se manifestou por meio de uma nota de posicionamento sobre emissão de licença prévia do trecho do meio sem a realização de consultas aos povos e comunidades impactados.

Confira os protocolos:

Protocolo de consulta do povo Apurinã das TIs Apurinã do Igarapé São João e Apurinã do Igarapé Tawamirim

Protocolo de consulta do povo Tenharin do Igarapé Preto

Protocolo de consulta do povo Pain Jiahui

Protocolo de consulta da TI Juma

Protocolo de consulta dos povos Kagwahiva do sul do Amazonas

Protocolo de consulta dos povos Mura e Munduruku

Protocolo de consulta do povo Parintintin das TIs Nove de Janeiro e Ipixuna

Protocolo de consulta do povo Tenharin da TI Sepoti

Protocolo de consulta da TI Tenharim Marmelos

Texto produzido com informações do IEB e publicado pelo Observatório BR 319 ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/cidadania/povos-indigenas-br319-protocolos/

Brasil : Pesquisas na Floresta Amazônica, muito além das flores
Enviado por alexandre em 06/06/2024 00:32:27

Levantamento florístico em uma floresta de terra firme em Bragança, nordeste do Pará, Brasil. Equipe composta por (esquerda para direita) Fernando Elias, Ednaldo Nascimento, Lorrayne Gonçalves, Thiago Borges, Adimilson Brito e Samuel Pinheiro. Fotos: Fernando Elias

*Por Conexões Amazônicas – contato@conexoesamazonicas.org

oletar dados em campo é um dos grandes prazeres do biólogo e ao mesmo tempo envolve uma série de situações adversas que podem ser um tanto quanto imprevisíveis e perigosas. Sou biólogo de campo e trabalho com levantamentos florísticos periódicos desde 2009. Isso significa dizer que meu trabalho em campo consiste em identificar as espécies de plantas que habitam um dado local. Meu objetivo é analisar alguns padrões de ocorrência de plantas especialmente em áreas de savanas e florestas de terra firme nos Biomas Amazônia e Cerrado. Embora eu tenha muita experiência e esteja sempre atento em prever essas situações adversas que podem gerar transtorno na equipe, um imprevisto ou outro sempre acaba acontecendo.

Minha equipe é composta por cinco pessoas, geralmente estudantes de graduação e pós-graduação, e assistentes de campo (também chamados de “mateiros”). Durante as etapas de campo, a equipe passa por muitos perrengues associados à hospedagem, deslocamento (por exemplo: atoleiros) e do contato com diferentes paisagens florestais e savânicas.

Das muitas situações perigosas que nos deparamos normalmente nas savanas e florestas, considero que o ataque ou avistamento de cobras e abelhas são mais comuns e os que mais temo. Já tive contato com onças, catetos, antas, e outros bichos durante os inventários, que em sua maioria fogem da presença humana. O meu receio com abelhas e cobras relaciona-se com a capacidade furtiva das cobras e com a persistência no ataque de abelhas. Mesmo utilizando perneiras, equipamento de proteção individual que protege as pernas contra cobras, normalmente não tem como se desvencilhar de um ataque de abelhas (mesmo o uso de bonés com telas de proteção tem pouca eficácia). Redobrar a atenção e cuidado durante o trabalho de campo, portanto, são as únicas saídas para reduzir os danos dos potenciais ataques.

Aqui, vou relatar um ataque de abelhas durante o inventário em uma floresta no sudeste do Pará, município de Marabá. A equipe era composta por mim, um aluno de pós-graduação e três mateiros. Esse campo era para registrar dados de árvores já catalogadas dois anos antes, para conseguir estabelecer taxas de dinâmica da vegetação, por exemplo, verificando quantas nasceram, morreram e sobreviveram. A dinâmica de campo é a seguinte: o anotador transfere para uma planilha as informações ‘cantadas’ pela equipe sobre as medidas de
diâmetro (‘grossura’) do tronco, altura total e outras condições estruturais das plantas (quebrada, inclinada, dentre outras), coletadas simultaneamente. Essa dinâmica quebra o silêncio natural da área, ou melhor, é muito diferente dos sons naturais presentes, como cantos de pássaros.

Inventário em uma savana no nordeste de Mato Grosso e em uma floresta de terra firme na Floresta Nacional dos Carajás, no sudeste do Pará, Brasil. Fotos: Fernando Elias

Nós iniciamos o inventário às 7 horas da manhã e tudo corria maravilhosamente bem até por volta das 11 horas da manhã, quando nos aproximamos inconvenientemente de uma colmeia de abelhas Apis (popularmente conhecida como abelha-italiana ou abelha-europeia) que estava hospedada em um oco de uma árvore caída. Com o alvoroço natural do inventário (durante a ‘cantada’ de informações), essas abelhas se assanharam e começaram a nos atacar massivamente. O jeito foi correr! Estávamos a aproximadamente um quilômetro e meio da caminhonete de apoio e as abelhas nos perseguiram por mais ou menos 300 metros.

Um dos membros da equipe, um aluno de pós-graduação inexperiente em campo, se assustou e correu para longe do ‘ramal ou trilheiro’ de acesso. Como a área era grande, fiquei bastante preocupado de ele se perder na
direção contrária ao acesso. Ficamos por cerca de trinta minutos ou mais procurando por ele nas redondezas de onde estávamos trabalhando, mas não tivemos sucesso. Como não obtivemos resposta aos nossos chamados,
deduzimos, corretamente, que ele tinha voltado para o carro.

Voltamos para a base de apoio, e no outro dia retornamos à área, mas as abelhas novamente nos atacaram e não nos deixaram concluir o inventário. Por fim, nós adiamos o trabalho e buscamos resolver essa situação com a ajuda de um apicultor local. O saldo desse episódio foi várias picadas de abelhas que eu e minha equipe sofremos, que se resolveu com analgésicos e antialérgicos, e muitas risadas após o acontecido.

Esta situação é apenas mais uma lembrança de campo, onde presenciei uma situação perigosa de ataque com abelhas e que traz duas mensagens importantes. A primeira é que fazer ciência na Floresta Amazônia, assim como em muitas outras áreas de floresta, é muitas vezes desafiador, devido a intempéries e situações adversas que diversos pesquisadores enfrentam diariamente. A segunda é que traz um alerta sobre os perigos associados ao trabalho de campo, destacando a importância da experiência na previsão de riscos e na abordagem adaptativa diante deles, como o simples adiamento da etapa de campo ou mesmo a busca por soluções e contornos imediatos.

*Autor:

Fernando Elias é biólogo, Mestre em Ecologia e Conservação e Doutor em Ecologia. Atualmente é pesquisador de Pós-doutorado do CNPq na Embrapa Amazônia Oriental e membro da Rede Amazônia Sustentável. Possui
experiência com monitoramentos da biodiversidade em diferentes formações florestais e savânicas dos Biomas Cerrado e Amazônia, e interesse em avaliações da recuperação de processos e funções ecológicas após distúrbios antrópicos e naturais.

Sobre o Conexões Amazônicas

O coordenador da ONG Rede Conexões Amazônicas, Ayan Fleischmann, é pesquisador titular do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, sendo mestre e doutor em recursos hídricos. Em sua trajetória tem pesquisado as águas e várzeas amazônicas em suas múltiplas dimensões. É representante da ONG na coluna no Portal Amazônia, onde recebe pesquisadores convidados que contam os bastidores de suas experiências de pesquisa na Amazônia.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/conexoes-amazonicas/pesquisas-floresta-amazonica-flores/

Brasil : Maio de 2024 foi o 12° mês seguido a bater recorde de calor no mundo, diz agência
Enviado por alexandre em 06/06/2024 00:15:23


O mundo inteiro está sofrendo com altas temperaturas. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Maio de 2024 foi o 12º mês consecutivo de recordes de calor na Terra, conforme anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta quarta-feira (5). A temperatura média do ar no planeta tem sido mais alta a cada novo período desde junho de 2023, um sinal claro da emergência climática em que vivemos.

“É chocante, mas não surpreendente que tenhamos alcançado essa sequência de 12 meses. Estamos vivendo em tempos sem precedentes, mas também temos habilidades sem precedentes para monitorar o clima e isso pode ajudar a informar nossas ações”, disse Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S). Mesmo se essa sequência de recordes for interrompida, a assinatura geral das mudanças climáticas permanece e não há sinal de uma mudança nesta tendência.

Maio de 2024 foi o mais quente já registrado globalmente, com uma temperatura média do ar de superfície 0,65°C acima da média de abril de 1991-2020. Os cientistas chamam isso de anomalia de temperatura, um indicador que mostra quanto a temperatura se desvia de uma determinada média histórica. Este período de referência representa um ponto médio do aumento da temperatura global, logo antes das mudanças climáticas se tornarem mais intensas e evidentes.

Gráfico: G1

A temperatura média global nos últimos doze meses (junho de 2023 a maio de 2024) também foi a mais alta já registrada, 0,75°C acima da média de 1991-2020 e 1,63°C acima da média pré-industrial de 1850-1900. Esta tendência reforça a urgência de ações climáticas robustas e imediatas.

Também nesta quarta-feira, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que existe uma chance de 80% de que, em pelo menos um dos próximos cinco anos, a temperatura média global anual ultrapasse temporariamente 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Esse limiar de 1,5°C é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas, considerado crucial para evitar as consequências mais severas da crise climática provocada pela crescente emissão de gases de efeito estufa.

“Este é um aviso claro de que estamos cada vez mais próximos dos limiares estabelecidos no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, que se referem a aumentos de temperatura a longo prazo ao longo de décadas, não de um a cinco anos” alertou a OMM.

De acordo com o relatório da Organização, a temperatura média global próxima à superfície de cada ano entre 2024 e 2028 deve ficar entre 1,1°C e 1,9°C acima da média de 1850-1900. Além disso, há uma probabilidade de 86% de que pelo menos um desses anos estabeleça um novo recorde de temperatura, superando 2023, atualmente o ano mais quente já registrado.

Brasil : 05 de Junho:Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia da Ecologia
Enviado por alexandre em 05/06/2024 00:53:01

O Dia Mundial do Meio Ambiente e o Dia da Ecologia são comemorados anualmente em 5 de Junho e tem como objetivo promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente e criar debates e reflexões sobre os vários problemas ambientais que o planeta Terra enfrenta ou enfrentará se negligenciarmos a tarefa de cuidar do mundo em que vivemos.

No dia 5 de junho de 1972 teve início a primeira das Conferências das Nações Unidas sobre o ambiente humano, a Conferência de Estocolmo. A reunião durou até o dia 16 e congregou vários governos e ONG's. A partir de então, a data consta do calendário da ONU - Organização das Nações Unidas como o Dia Mundial do Meio Ambiente.

O Dia da Ecologia também é celebrado em 5 de junho em homenagem à Conferência de Estocolmo. Inicialmente, essa conferência das Nações Unidas reuniu 113 países, além de 250 organizações não-governamentais.

Ao longo dos anos 80, o interesse pela ecologia, e o equilíbrio natural se faz aumentar. Em 1992, outra grande conferência, a Rio-92 é realizada no Rio de Janeiro para avaliar os avanços e envolver os governos e a população na preservação do meio-ambiente.

Importância do Dia Mundial do Meio Ambiente e do Dia da Ecologia

Os recursos naturais precisam ser preservados e as atividades humanas tem impactado o meio ambiente e, além disso, é possível perceber o crescente número de problemas ambientais ao longo dos anos.

Proteger e melhorar a relação entre a sociedade e a natureza é um dever de todos e pequenas ações podem ter grandes impactos, por isso a necessidade de discutir o tema. Por exemplo, quando as pessoas jogam lixo no chão os materiais são arrastados pela chuva e se acumulam nos bueiros. Com isso, a água não tem para onde escoar e aumenta as chances de ocorrer alagamentos e até enchentes.

Entre os principais temas discutidos também durante o Dia da Ecologia, destaca-se: a poluição do ar, do solo e da água; o desmatamento; a diminuição da biodiversidade e da água potável; a destruição da camada de ozônio e das florestas; a extinção das espécies animais e vegetais, e a sustentabilidade.

Hábitos que ajudam o meio ambiente

Confira algumas dicas de ações simples que você pode fazer no seu dia a dia e colaborar para a preservação do meio ambiente:

1. Jogue o lixo em locais adequados. Exemplo: não jogue lixo no chão nem óleo comestível no encanamento.

2. Pratique o consumo consciente. Evite desperdiçar comida e comprar mais do que precisa.

3. Economize energia elétrica. Exemplo: em casa mantenha a luz acesa apenas do cômodo que você está e na tomada só os aparelhos que estiver usando.

4. Reutilize materiais. Exemplo: recipientes de vidro podem se tornar peças de decoração ou servir para armazenar outras coisas.

5. Economize água. Exemplo: ao escovar os dentes mantenha a torneira fechada e diminua o tempo com o chuveiro aberto no banho.

6. Diminua a utilização de materiais descartáveis. Exemplo: para o trabalho ou escola leve na bolsa seu próprio copo.

7. Separa o lixo corretamente para que os resíduos tenham o destino correto.

O que fazer para celebrar o meio ambiente e a ecologia?

Todos os anos, as Nações Unidas dão um tema diferente ao Dia Mundial do Meio Ambiente e do Dia da Ecologia. Esta foi a forma encontrada pela ONU para dar ideias de atividades que promovam a conscientização da população para preservar o meio ambiente.

  • Pintar um mural sobre a natureza;
  • Ajudar a limpar uma praia;
  • Fazer coisas com material reciclado;
  • Plantar uma árvore;
  • Fazer um mini jardim em sua casa;
  • Começar a separar o lixo para ser reciclado;
  • Ajudar a limpar um parque público;
  • Brincar ao ar livre.
  • Criar brinquedos com materiais recicláveis
  • Diferenciar os diversos tipos de energias renováveis e não-renováveis e estimular a reflexão
  • Promover uma caminhada junto à natureza
  • Debater como tornar o ambiente que nos cerca mais ecológico e passar à ação.

 

 

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