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Brasil : Em Cacoal, cafeicultura impulsiona desde comunidades indígenas a empreendedores urbanos
Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:40:09


Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

Na Região Central de Rondônia, a 479 km da capital, o município de Cacoal celebra sua herança como pioneiro na produção de café, uma cultura que floresceu depois do fim do ciclo do extrativismo vegetal, marcado pela extração de látex e de cacau, iniciada no começo do século 20 e pelo setor madeireiro, que vigorou a partir de 1970.
O ‘cafezinho preto’: bebida mais conhecida no mundo. Foto: Júlio Olivar

Emancipado de Porto Velho em 1977, Cacoal investiu na cafeicultura, ganhando o título de ‘Capital do Café’ do estado. Apesar dos desafios impostos pela pecuária e soja que se intensificaram em todo o estado no final da década de 1990, o café de Cacoal ressurgiu com mais força no século 21, hoje a produção anual é de 13 mil toneladas, conforme o IBGE.

A tradição de Cacoal como ‘capital’ persiste, não apenas por sua história, mas também por ser um município-polo com 87 mil habitantes, o quinto maior de Rondônia, localizado estrategicamente às margens da BR-364. No entanto, já não é o maior produto de café do estado. Fica atrás de seis: São Miguel do Guaporé (44 mil toneladas), Alta Floresta do Oeste e Alto Alegre dos Parecis (empatados: 23 mil toneladas), Nova Brasilândia do Oeste (18 mil), Buritis (16 mil) e Ministro Andreazza (15 mil). Estes municípios estão entre os 100 maiores produtores do Brasil.

A média de produtividade no estado é de 32 sacas de café conilon por hectare – no Espírito Santo, é de 45,94 sacas para a mesma espécie. Mesmo que inferior ao estado que segue na dianteira, o índice de produtividade rondoniense é considerado excelente. “O manejo de poda, a irrigação, a adubação e a utilização de material genético clonal de qualidade, com a orientação científica, foram ações fundamentais para o aumento da produtividade em Rondônia”, explica Enrique Alves, agrônomo da Embrapa. Outro fator que favorece o cultivo é que as áreas produzidas têm temperatura média de 26 graus e estão acima de 300 metros de altitude.
Cafeeiro carregado de frutos: atração turística. Foto: Júlio Olivar

Cacoal inspirou os outros municípios rondonienses a cultivar, apesar das adversidades iniciais, como a falta de apoio dos órgãos de pesquisa e de extensão rural e desafios logísticos. “Acreditávamos no potencial do café, mas nem rodovia asfaltada tínhamos até 1984. Chegaram o agronegócio e a pecuária de precisão, mas resistimos e apostamos no café. A Embrapa foi uma importante parceira neste projeto”, relata o agricultor Aparecido Oliveira, 62.

Uma das explicações para a ‘vocação’ de Cacoal para a cafeicultura está no perfil dos seus migrantes. Muitos são descendentes de italianos que vieram para o Brasil para atuar nas lavouras após a abolição da escravatura, em 1888. Neste período, surgiram as primeiras ferrovias no país e o Porto de Santos, inaugurado em 1892, confirmando o café como o principal produto de exportação do país.

Embora Cacoal surja apenas sete décadas depois desta história da ascensão do café como base da economia brasileira decorrente do novo modal impulsionado pelas ferrovias no Sudeste, a referência persiste na “genética cafeeira” dos migrantes rondonienses. Mais do que em outros municípios, o município de Cacoal avançou com a presença de muitos capixabas descendentes de italianos ou que aprenderam com estes as técnicas de produção e de comercialização dos grãos observadas nas velhas fazendas dos ‘barões do café’ e seus escravizados.

Neste contexto, surgiram muitas empresas e pequenas propriedades que apostaram no café. Um exemplo: há quase 40 anos surgiu uma das principais beneficiadoras: a Máquina Irmãos Trevizani, que tem diversas ramificações no estado e fatura, só em Cacoal, cerca de R$ 11 milhões anuais. Os proprietários têm sangue italiano e migraram do Espírito Santo para Rondônia em meados da década de 1980.

O Espírito Santo – hoje, segundo maior produtor do país [se incluídas as espécies arábica e conilon] – tem tradição na cafeicultura e, ao lado de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Paraná, tornou-se ‘case’ no mercado internacional. Cacoal também persegue essa distinção, considerando toda expertise e o lastro histórico já acumulado. Na espécie conilon [é o mesmo que robusta], os dois maiores produtores são ES e RO, nesta ordem. O mercado externo, porém, aceita melhor o café arábica, que é considerado “bebida fina”, pois possui o dobro de cromossomos: 44.

De acordo com a Embrapa, os principais estados produtores de café no Brasil são: Minas Gerais (54,3% da produção nacional), Espírito Santo (19,7%), São Paulo (9,8%), Bahia (7,5%), Rondônia (4,3%) e Paraná (2,7%). Esses seis estados atingem 98% da produção nacional). Se considerada apenas a espécie robusta, Rondônia sobe à segunda posição e o ranking fica assim: ES, RO, BA, PR, MG e SP. O Espírito Santo produz 10 milhões de sacas por ano e responde por 70% da produção nacional de robusta; Rondônia produz 3,88 milhões de sacas – a safra de 2024 será 4% maior em relação ao ano anterior, segundo expectativa do mercado.

Aroma de bons negócios: do pequeno ao grande

Para quem saboreia uma simples xícara do café robusta amazônico – a definição dada pela Embrapa ao grão produzido em Cacoal – muitas vezes não tem ideia do tamanho do significado do produto para a economia e a cultura locais. A representatividade socioeconômica é tanta que ele foi reconhecido, no ano passado, como Patrimônio Cultural e Imaterial de Rondônia, pela Lei nº 5.722 do Governo do Estado.

O café sustenta uma cadeia produtiva e, na última década, fez Rondônia superar o Paraná em produção global – que inclui os cafés das espécies arábica e conilon/robusta. Uma característica marcante no setor é a predominância da agricultura familiar. Em Rondônia, isso é ainda mais nítido: são 17 mil famílias que cultivam café em áreas inferiores a 5 hectares. No total, o estado tem cerca de 24 mil lavouras de café.
Café secando no terreiro: tradição. Foto: Júlio Olivar

As casas dos agricultores ficam, em geral, dentro da lavoura e todos se envolvem com a mão de obra. Crianças crescem observando os pais e dão sequência no trabalho, que começa do preparo do solo, depois vem o plantio, os cuidados técnicos, a colheita, a secagem, o transporte. E, a partir daí, em geral, os frutos seguem para terceirizados, atravessadores ou compradores dos produtos diretamente nas roças. Seguem-se as atividades, como o beneficiamento, a torrefação, os comércios atacadista e varejista… uma gama imensa de trabalhos até o café chegar à xícara dos apreciadores da bebida mais conhecida do mundo.

É visível a mudança na cena rural neste milênio. Mais pessoas agora têm condições de adquirir bens de consumo, como eletrodomésticos, motos e carros, como frutos da agricultura familiar. Em Cacoal, sete em cada dez empregos no campo são gerados pelas pequenas propriedades – ao contrário do agronegócio da soja, por exemplo,, que gera menos empregos diretos porque é mais mecanizado e de precisão. Sonhos como casas de alvenaria, filhos na faculdade e uma alimentação melhor fazem parte da realidade comum de quem trabalha em pequenas frações de terra.

Não que o segmento cafeeiro não enriqueça muitos que investem em outros níveis. Atualmente, Cacoal tem acima de 100 de empresas vinculadas à cafeicultura: a maior delas, a Vinícius Junior Borghi Comércio Atacadista, fatura em torno de R$ 15 milhões anuais.

Afora as fazendas e sítios, a cafeicultura impulsiona empregos e impostos no varejo em geral e até no setor imobiliário, com a injeção de milhões de reais na economia local. Há, literalmente, um aroma especial de negócios bem-sucedidos que orgulham os moradores de Cacoal. O grão está representado em todos os lugares, a começar pela ilustração da bandeira do Município que traz galhos de cacau e de café: denotam a origem histórica e o ciclo econômico decorrido partir da onda migratória da década de 1970, respectivamente. Até o hino oficial menciona o café como algo “estranho” na antiga área de extrativismo: “A terra adotou sementes estranhas/E já desfrutas do progresso almejado/Do café és capital”.

Turismo experimental

As elegantes cafeterias e confeitarias de Cacoal seguem padrões internacionais e servem as mais variadas bebidas criadas por baristas inventivos e menus ousados – que incluem desde o básico café expresso aos drinks gelados, tortas, sorvetes e outras opções ‘gourmets’ com sabores incríveis e misturas inusitadas. Aliás, algumas das delícias criadas pelos confeiteiros fazem parte – junto com dezenas de outras opções culinárias que a cidade oferece – do Festival Gastronômico realizado anualmente pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

O turismo é um segmento econômico abrangido pela cafeicultura. O Governo do Estado criou, em 2022, a Lei nº 5.512 instituindo o circuito ‘Rota do Café’, que envolve, além das de Cacoal, as lavouras de Nova Brasilândia do Oeste, Alta Floresta do Oeste e Alto Alegre dos Parecis. Várias fazendas foram catalogadas e podem ser visitadas pelos interessados em todo o processo produtivo.

Os meses de florada ocorrem entre julho e agosto. A colheita dos frutos maduros ocorre de março a agosto. As visitas são tratadas como “turismo de experiência” ou turismo rural. O fato é que rendem belas fotografias; até books de noivos já foram produzidos em meio às imensas lavouras. O fluxo turístico, ainda incipiente, também garante lucros para bares, hotéis e restaurantes.

Reconhecimento nacional

Aos poucos, o café cacoalense – e de outros municípios de Rondônia – vai ascendendo ao pódio nacional e já com a expectativa de cruzar a fronteira, competindo com mercados solidificados no mundo.

Concorrendo com 179 amostras de todo o país, um casal de cafeicultores de Cacoal, Lucilene de Jesus Maia Santos e Arildo Ferreira dos Santos, chegou à final com outros 15 produtores e trouxe o 2° lugar na última edição do Coffee of The Year 2023. Dona do Sítio Nossa Senhora Aparecida, a safra de Lucilene chega a 300 sacas anuais.
Lucilene e Arildo: vice-campeão em concurso nacional. Foto: Divulgação

A premiação ocorreu em novembro do ano passado, na Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte (MG). Além de Lucilene, contava com outros quatro cafeicultores de Rondônia entre os finalistas. Antes, em 2020 e 2021, cafeicultores rondonienses ficaram em primeiro lugar.

O casal teve o apoio técnico do Sebrae RO (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em Rondônia). Lucilene e Arildo são atendidos pelo projeto IG-Matas de Rondônia. Trata-se de uma ação para o fortalecimento da indicação geográfica, garantindo a precedência e a qualidade do café produzido de forma sustentável na Amazônia.

Indígenas aderem

O polo de Cacoal exerceu influência em lugares até pouco tempo impensáveis: as comunidades indígenas. Anteriormente, o povo Paiter-Suruí possuía apenas roças de subsistência e contava com as caças, as pescas e os artesanatos. Aliás, essa comunidade produz peças de muita qualidade artística, como biojoias, cestarias, cerâmicas, presentes até em museus importantes como o Casa Brasileira, de São Paulo. O café chegou para agregar, e não para dizimar suas culturas, memórias, saberes e pertencimento.

Ultimamente, os suruís mantém vivas suas tradições associando-as à economia ditada pelos colonizadores. Três mil hectares das terras dos originários são utilizadas para a cafeicultura consorciada com as árvores nativas, no sistema de agrofloresta. Atuam no segmento cerca de cerca de 150 famílias representando mais de 40% de pessoas que moram na Terra Indígena (TI) Sete de Setembro, que soma quase 250 mil hectares.

“O que nos garante o sustento, hoje, é a produção agroflorestal. Além do café, produzimos banana, castanha. Também lidamos com pecuária. Pensamos sempre na geração de emprego e renda como algo que nos fortalece e nos dá autonomia. O ecoturismo é uma aposta mais recente nossa. Também estamos desenvolvendo projetos de implantação de agroindústrias. Sempre de maneira sustentável, ecologicamente correta”, explica Almir Suruí, líder de seu povo e ativista da causa indígena reconhecido internacionalmente.
A barista Celesty Suruí: café de Rondônia arrancou elogios do presidente Lula. Foto: Instagram

Além da qualidade do café, o produto das comunidades indígenas agrega ainda mais valor às marcas locais por ter o ‘carimbo’ Amazônia, com relevância mundial.

“Desenvolvendo o nosso território de forma responsável, o povo Paiter-Suruí é o povo indígena mais empreendedor do Brasil”, garante Almir. Ele afirma, ainda, que “alguns povos [em outros lugares do Brasil] têm sido influenciados a produzirem em grande escala. Mas, nós não. Falamos em agrofloresta. O objetivo é produzir mais em menos área e com muita qualidade, utilizando tecnologia e conhecimento científico somados às nossas tradições”.

Os cafeicultores indígenas são premiados e reconhecidos pela qualidade do café que produzem. Em 2022, por exemplo, Wilson Nakodah conquistou o terceiro lugar na 7ª edição do Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé). Nakodah, que é membro do povo Suruí, concorreu com 157 inscritos de 20 municípios.

O café especial Robusta Amazônico na TI – que inclui diversas comunidades suruís, somando 1490 indígenas – gerou diversas marcas do produto final colocado nas gôndolas dos supermecados, e outros em grãos especiais utilizados para preparo na hora do consumo.

É desse lugar que vem a matéria-prima que Celesty Suruí usa. Aos 22 anos, ela é a primeira mulher indígena barista do Brasil. Mês passado, o presidente Luis Inácio Lula da Silva degustou o café de Celesty durante uma exposição dos 51 anos da Embrapa, em Brasília (DF), e teceu muitos elogios à bebida. “Eu nunca tinha visto ou provado nada igual. Achei excelente o café”, afirmou Lula.

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Brasil : Jovem retirante supera a seca e se destaca como comerciante em Vilhena
Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:36:51

Jovem retirante supera a seca e se destaca como comerciante em Vilhena

Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

Em 1971, Pedro Juca de Oliveira, um cearense de 20 anos repleto de sonhos, chegou a Vilhena (sul de Rondônia). Ele narra que, até então, desconhecia a existência do lugar, que ainda era um distrito que só se tornaria cidade seis anos depois. “Após perder minha plantação para a seca implacável, parti do meu lar em busca de novas oportunidades”, e foi assim que apeou não vila de 300 habitantes trazendo uma mala e nenhum dinheiro.

“São Paulo foi minha primeira parada, mas as portas se fecharam para mim. Após apenas quatro horas em busca de emprego na capital paulista, decidi seguir adiante, crendo que em outra cidade poderia prosperar. Por um golpe do destino, acabei rumando para Campo Grande (MS), e lá, o nome de Vilhena numa placa da rodoviária chamou minha atenção. Com recursos apenas suficientes para essa viagem, iniciei minha nova vida.”
Pedrinho da Soraya há meio século: resiliência. Foto: Reprodução/Acervo pessoal

De constituição física franzina, Pedrinho, o mais velho de seis irmãos, encontrou em Vilhena seu primeiro trabalho, descascando milho numa fazenda. Posteriormente, atuou no Bar do Dito, que também funcionava como terminal rodoviário, onde suas responsabilidades incluíam desde limpar banheiros e servir clientes.

Economizando cada centavo por dois anos, Pedrinho começou a vender roupas de porta em porta. Sua persistência o levou, sete meses depois, a alugar um espaço comercial de 16m² que ele batizou como Loja Soraya. Sem equipe, era necessário fechar a loja para reabastecer o estoque. Um ano mais tarde, ele fez uma aposta corajosa e adquiriu um espaço próprio, pagando em 12 prestações. Sua tenacidade foi recompensada: a loja ganhou fama por comercializar objetos cobiçados como os rádios Motoradio, vitrolas Sonata, máquinas de costura, antenas, calçados e os jeans USTop.

Finalmente, Pedro encontrou o caminho se especializando em eletroeletrônicos, inaugurando seu prédio próprio que foi crescendo, até que em 1980 possuia 500 metros – o primeiro estabelecimento do segmento em Vilhena, com TVs, videocassetes e outros produtos considerados luxuosos.

“Vendi meu primeiro televisor em 1978, pouco depois do lançamento da TV Vilhena, que exibia uma programação combinada dos canais Globo e da Bandeirantes. O Jornal Nacional chegava com dois dias de atraso, e as novelas, com 15”, recorda o comerciante, cheio de nostalgia.
Loja Soraya vendeu o primeiro aparelho de TV em 1978. Foto: Reprodução/Acervo pessoal

Desde 1976, Pedro trouxe sua família do Ceará para Vilhena, onde todos encontraram formas de contribuir com a cidade. Seu irmão Raimundo foi um dos pioneiros em informática no município e também foi proprietário de uma das primeiras videolocadoras.

Aficionado por tecnologia e comunicação, Pedro também foi um dos pioneiros do radioamadorismo, sua loja foi a primeira a possuir um computador – “era um SP16 que adquiri para cadastrar os clientes, quando passamos a abrir crediários em 1981. Fomos a primeira loja a vender fiado, apostando numa população que era sazonal, todo mundo era migrante”, explica. Pedrinho também foi o primeiro a ter acesso à internet privada em Vilhena, em 1992.

Depois de tantos anos de atividade, Pedro ganhou ‘feeling’ suficiente para perceber que seu segmento estava ficando saturado. Muitas filiais de grandes varejistas de eletrodomésticos se instalaram na cidade. Era hora de mudar. Em 2001, ele inaugurou a loja Centro Musical Soraya, instalada em outro ponto, na avendia principal; hoje, está na avenida Capitão Castro. “Além do comércio de instrumentos musicais, fizemos parcerias com músicos, igrejas e até investimos numa escola de música para gerar demandas e fluxo. O negócio prosperou bastante nestes 23 anos que estamos no mercado, ainda somos a única loja que atua exclusivamente neste ramo em Vilhena e na região”, relata.

Para mudar de área, na época o empreendedor recorreu ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e fez um curso chamado Sebrae Ideal. “Foi o que me ajudou a achar uma saída quando fui pego de surpresa com a chegada das grandes redes”, revela.

Indagado sobre as chances de alguém ter sucesso no comércio atual sem ter um capital inicial, Pedro pondera com um “talvez”. Ele admite que os tempos são outros. “Atualmente, oscilações nas bolsas asiáticas repercutem até em Vilhena, o que não era o caso antes”, observa, ressaltando que seu maior crescimento veio durante a crise econômica nacional de 1981, na mesma fase em que Vilhena vivia o ápice do Ciclo da Madeira, com mais de 120 serrarias instaladas na cidade e uma das maiores ondas migratórias da história. Foi também o ano em que Pedro ajudou a fundar a ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena), da qual foi presidente em 1998.


Em 1999, o comerciante aderiu a um movimento ousado junto com 34 empresários liderados por Ilário Bodanese: foi um dos fundadores do Sicoob Credisul, uma das cooperativas de crédito mais influentes do Norte do Brasil, hoje com diversas filiais e dona de um um complexo universitário e de um hospital, em Vilhena, além de atuar em projetos socioeconômicos como o Festival Gastronômico Sicoob Sabores, que inclui dezenas de restaurantes, cafés, lanchonetes, contando com atrações culturais genuínas, como são as manifestações artísticas dos povos indígenas.
Pedrinho, hoje, em sua loja de equipamentos musicais: referência. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal

Atualmente, Pedro também ajuda a formatar as políticas para os comerciários do país e do estado, pois faz parte da direção da CNC (Confederação Nacional do Comércio) e da Federação do Comércio de Rondônia (Fecomércio).

Pedrinho da Soraya, como todos os conhecem na cidade, é um autodidata que dominou a contabilidade e aprimorou seu inglês durante uma estadia nos Estados Unidos e avalia sua trajetória com gratidão e orgulho.

Hoje, ele olha para trás contemplando uma história de sucesso e uma família com três filhos formados: Sybeli é dentista; Núbia, fisioterapeuta; e Adonai, administrador. Aos 72 anos, Pedrinho é um entusiasta do ciclismo nas horas vagas, goza de ótima saúde, gosta de ouvir música clássica e dispõe de vários investimentos – que ele não faz questão de mencionar. “E pensar que fui um retirante…”, suspira em voz alta.

Valeu a pena apostar em Vilhena? Ele responde com firmeza: “Sinto-me como um atleta que, após um árduo percurso, finalmente recebe sua medalha. Se tivesse ficado em São Paulo, minha vida poderia ter sido muito diferente, talvez em alguma periferia da metrópole”.

Sobre o autor

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Justiça : Golpe online: software rouba imagem facial e acessa aplicativos bancários; entenda
Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:30:27


Homem mexendo no celular. Foto: Pexels

O Gold Pickaxe, (“Picareta de Ouro”, em tradução livre), está usando a engenharia social para atrair vítimas, interceptar SMS, captar imagens faciais e solicitar documentos de identificação. O software malicioso foi descoberto por pesquisadores da Group-IB, empresa especializada em tecnologias de segurança. Com informações do TechTudo.

De acordo com a Group-IB, os criminosos por trás do software usam serviços de trocas de faces por meio de inteligência artificial (IA) para criar deepfakes, substituindo seus rostos pelos das vítimas. Essa foi a primeira vez que os especialistas identificaram um trojan capaz de combinar coleta de dados biométricos, documentos de identificação, interceptação de SMS e proxy do tráfego através dos dispositivos.

Este vírus tem como alvo dispositivos móveis, incluindo iPhones (iOS) e smartphones Android. Uma vez instalando, o software opera de forma semiautônoma, permitindo que criminosos interceptem SMS, capturem imagens faciais e solicitem documentos pessoais.

Essas informações são então utilizadas para uma série de atividades fraudulentas, incluindo falsificação de identidade e acesso não autorizado a contas bancárias.

Hacker. Foto: Getty Images/iStockphoto

O Gold Pickaxe não apenas coleta dados biométricos e documentos de identificação, mas também atua como um proxy de tráfego de rede, permitindo aos criminosos acesso às informações de navegação do usuário sem que a vítima perceba.

O malware não usa serviços de reconhecimento facial dos dispositivos. Em vez disso, ele tira fotos do rosto da vítima para acessar dados bancários, que podem ser usados para falsificação de identidade, empréstimos fraudulentos e outros golpes.

Para se proteger desses tipos de ataques, os usuários devem ser cautelosos ao baixar aplicativos novos, evitar fontes suspeitas e habilitar medidas extras de segurança. Além disso, é fundamental utilizar senhas fortes e únicas para cada conta online, bem como habilitar a autenticação de dois fatores sempre que possível.

Justiça : Professora deixa cortes e sangramentos em pênis de criança de 3 anos, denuncia mãe
Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:29:08


Creche Inova Pro-Amor, na Avenida Juca Sampaio, em Maceió. Foto: Reprodução/TV Gazeta

Uma mãe procurou a Polícia Civil após o filho de 3 anos relatar que uma professora machucou o seu pênis durante o banho em uma creche localizada no Feitosa, em Maceió (AL). O caso ocorreu na creche Inova Pro-Amor, na Avenida Juca Sampaio. Com informações do g1.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente (DCAV).

Lorraine dos Santos, mãe da criança, registrou o boletim de ocorrência na sexta-feira (10). Segundo o relato da mãe, o menino reclamou de dor no pênis no dia anterior.

Ao observar o órgão do filho, Lorraine percebeu cortes e sangramento na região. A criança contou, ao ser questionada sobre o que tinha acontecido, que os machucados foram causados por uma professora na hora do banho.

A criança afirmou que, no momento em que a professora tocou seu pênis, ele disse à docente que ela não podia fazer aquilo, puxou o cabelo dela e saiu correndo.

Boletim de ocorrência registrado por Lorraine dos Santos contra creche em Maceió (AL). Foto: Reprodução/TV Gazeta

Lorraine levou o filho à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho, onde o médico teria constatado indícios de violência. Segundo o relato da mãe, o médico afirmou que uma simples limpeza não poderia ter causado as lesões no pênis do menino.

O menino estuda na creche das 7h às 17h e que ele tem duas professoras, segundo a mãe da criança.

“A mãe nos relatou uma situação que nos colocou a interrogação de um suposto abuso [sexual] ou de maus-tratos na hora de higienizar a criança”, disse a conselheira tutelar Leandra Januário, que acompanha o caso.

Segundo a conselheira tutelar, a professora envolvida no caso foi afastada. “A creche se mostra solícita até o momento, empenhada em resolver, em dar todo o suporte, em esclarecer a situação e em se cercar de cuidados para que situações como essa não venham a acontecer novamente”, afirmou.

A criança foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML), onde fez o exame de corpo de delito para saber se houve maus-tratos ou abuso sexual. O resultado será enviado à Polícia Civil.

Política : “Governo Lula cheira a mofo”, afirma ACM Neto
Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:26:49

Ex-prefeito de Salvador acredita que gestão petista continua presa ao passado


ACM Neto Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O vice-presidente eleito do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que o governo Lula (PT) está preso ao passado. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Correio, da Bahia.

ACM Neto afirmou que a gestão petista cheira a mofo em relação à prática política e às ações de governo.

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– [Esse] É um governo que cheira a mofo em relação à prática política. E também cheira a mofo em relação às ações de governo, aos projetos para o país – falou.

E acrescentou:

– A gente vê um governo envelhecido. Um governo que continua preso ao passado, seja na prática política, seja nas ações e planos de trabalho e de governo em si. Nas práticas políticas, porque não souberam fazer uma construção política mais ampla, reeditaram a lógica do passado, do próprio PT, do toma lá dá cá. [É] Um governo extremamente dominado por quadros petistas. Então, não é um governo plural. Outros partidos ocupam espaços periféricos, menos relevantes. E quando se trata de discutir a agenda do país, quando se trata de discutir políticas públicas, prioridades, rumos e caminhos, essas discussões acontecem intramuros, exclusivamente, entre os petistas.

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