A advogada da influenciadora Deolane Bezerra, Adélia Soares, é suspeita de elo com a máfia chinesa para explorar jogos de azar no Brasil, como o “Jogo do Tigrinho”. Ela foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa pela Polícia Civil do Distrito Federal.
Ela, que também é ex-BBB, teria criado uma empresa de fachada com documentação falsa para representar uma companhia internacional e promover jogos de azar no país. A investigação teve início após um golpe contra um morador do lago Norte, bairro de Brasília.
Investigadores encontraram a Okpayments e a Anspacepay, instituições de pagamento que seriam controladas por chineses, segundo a Polícia Civil. A PlayFlow, empresa administrada por Adélia, teria uma ligação com a primeira.
A apuração do caso identificou crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão temerária de instituição de pagamento e atribuição de falsa identidade para operação de câmbio. O caso não tem relação com a operação da Polícia Civil de Pernambuco que prendeu Deolane na semana passada.
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação em Maracanaú, no Ceará, contra uma organização criminosa que fraudou o sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para liberar benefícios previdenciários para conceder empréstimos consignados.
Segundo a investigação, o grupo manipulava os sistemas do INSS para fazer a contratação dos empréstimos, que eram descontados dos benefícios dos segurados. Durante a operação, foi identificado que duas estagiárias da Agência da Previdência Social de Maracanaú estavam envolvidas no esquema – sem o conhecimento e autorização dos seus respectivos titulares.
Na quinta-feira (12), a PF cumpriu quatro mandatos de busca e apreensão: três em Maracanaú e um em Pacatuba.
Em nota, a polícia informou nesta sexta-feira (13) que os crimes incluem organização criminosa, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos no sistema do INSS, entre outros. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.
O Papa Francisco disse nesta sexta-feira (13) que “as ditaduras são inúteis e acabam mal mais cedo ou mais tarde, observando a História”. Sem citar diretamente o regime do presidente Nicolás Maduro, o religioso pediu por um “caminho de paz” na Venezuela.
A declaração ocorreu após a contestada reeleição de Nicolás para um terceiro mandando de seis anos.
Francisco admitiu não estar a par dos últimos acontecimentos, como o exílio imposto ao ex-candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, para a Espanha.
“Não acompanhei a situação na Venezuela, mas a mensagem que darei aos que estão no poder é de diálogo e paz”, disse o pontífice a jornalistas. “[Espero que] o governo e o povo façam tudo o que puderem para encontrar um caminho para a paz na Venezuela”, acrescentou.
Desde as eleições de 28 de julho, nas quais a oposição alegou que González venceu com ampla margem, os bispos venezuelanos têm pedido a verificação do processo eleitoral e a divulgação das atas eleitorais.
“Não posso dar uma opinião política porque não conheço os detalhes, mas sei que os bispos falaram e a mensagem dos bispos deve ser melhor”, afirmou.
A Polícia Federal está investigando suspeitas de incêndios criminosos em diversas regiões do país. Imagens de satélite revelam um corredor de fumaça que se estende sobre vários estados e até países vizinhos, resultado das queimadas que afetam intensamente o Brasil.
Segundo especialistas e investigadores ouvidos pelo Jornal Nacional, da TV Globo, muitas dessas queimadas são provocadas deliberadamente, com o objetivo de desmatar, realizar garimpo ilegal ou expulsar comunidades tradicionais. De acordo com Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, os incêndios são resultado direto da ação humana:
“Se a gente não tiver quem começa esses incêndios, se a gente não tiver ação humana, simplesmente não tem fogo. E o que está acontecendo neste momento é que o clima extremo encontrou o crime extremo, e esse crime continua atuando impunemente, principalmente na Amazônia. Essa impunidade ajuda a riscar o fósforo, essa impunidade também ajuda a tudo isso que a gente está passando no Brasil hoje”.
Atualmente, a Polícia Federal conduz 52 inquéritos para investigar queimadas criminosas no país. Em São Paulo, já foram encontrados indícios de uma ação coordenada, e as autoridades investigam se esses incêndios estão ligados a outros crimes, como lavagem de dinheiro e participação em organizações criminosas.
Os inquéritos também abrangem queimadas na Amazônia, no Pantanal e em Brasília, onde um incêndio atingiu a Floresta Nacional há dez dias.
Em Brasília, uma das principais nascentes de água, que abastece grande parte do Distrito Federal, foi cercada por uma área devastada pelo fogo, em um incêndio que, segundo a Polícia Federal, foi criminoso. Além de identificar os responsáveis, os investigadores estão avaliando os danos ambientais, que já afetaram mais de 2.600 hectares – aproximadamente 47% da Floresta Nacional de Brasília.
As penas para crimes ambientais no Brasil são consideradas leves. Atualmente, quem é condenado por desmatamento pode pegar de 2 a 4 anos de prisão, mesma pena aplicada para incêndios florestais. Para o garimpo ilegal, a pena é ainda menor: de 6 meses a 1 ano de prisão.
Humberto Freire, diretor de Meio Ambiente da Polícia Federal, afirma que a legislação precisa ser mais rigorosa: “A legislação infelizmente não avançou tanto quanto, ao longo dos anos, os criminosos ambientais. A gente tem em nível mundial, não só no Brasil, legislações que tratam o crime ambiental muitas vezes como algo menor, algo mais simples que não tem consequências graves, com penas baixas, sem ferramentas adequadas de investigação”.
Estudos do Instituto Igarapé apontam que o crime ambiental é a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo, movimentando até US$ 280 bilhões por ano. Diante desse cenário, o senador Fabiano Contarato (PT), vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, propôs um projeto de lei para tornar os incêndios criminosos um crime hediondo no Brasil.
“Estamos apresentando um projeto de lei para tornar crime hediondo esses incêndios deliberados, praticados de forma intencional contra a biodiversidade existente no meio ambiente no Brasil. A educação, a fiscalização, e uma legislação mais rigorosa são fundamentais para a redução de qualquer ataque ao meio ambiente”, defende Contarato.
O fogo consumiu 849.521 hectares de terras públicas não destinadas na Amazônia de janeiro a agosto de 2024. Isso representa um salto de 175% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando essas áreas perderam 308.570 hectares para as chamas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Monitor do Fogo, uma iniciativa coordenada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) na rede MapBiomas. A plataforma utiliza imagens de satélites para identificar os pontos de incêndio.
As terras públicas não destinadas são regiões sob responsabilidade dos governos estaduais ou federais que ainda não foram transformadas em assentamentos, Unidades de Conservação (UCs) ou outros territórios protegidos, como Terras Indígenas (TIs) e Territórios Quilombolas (TQ). Essas localidades são o principal alvo de grilagem, quando terras públicas são loteadas ou registradas sem autorização do poder competente.
“O fogo é complemento do desmatamento. Você derruba a floresta e tem que tocar fogo. E o desmatamento é o principal instrumento de grilagem”, explica Maurício Torres, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). Por lei, essas terras devem ser voltadas para conservação, ocupação indígena ou para uso sustentável de seus recursos, em especial pelas populações originárias e tradicionais.
Cerca de 50% do desmatamento da Amazônia Legal ocorre em terras públicas, de acordo com dados do Ipam. Dois terços do desflorestamento em terras públicas da Amazônia está em áreas com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) fraudado.
Levando em conta a proporção da área afetada pelas chamas, as TIs são as mais devastadas nos oito primeiros meses do ano. Em comparação com 2023, quando havia 937.148 hectares queimados no período, o aumento é de 39% de territórios indígenas incendiados em 2024, com 1.300.646 hectares atingidos este ano.
Na sequência, estão os imóveis rurais privados com CAR e SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária), com 23% da área queimada no bioma de janeiro a agosto deste ano. Estes imóveis tiveram 696.586 hectares queimados em 2023 e 1.233.888 hectares queimados este ano, um aumento de 77%.
“Para reduzir os incêndios nestas áreas é fundamental diminuir o uso do fogo nos imóveis rurais privados, que também têm uma abrangência grande de área queimada, e combater o uso criminoso do fogo em terras públicas”, diz Ane Alencar, diretora de ciência do Ipam.
Área de floresta queimada aumentou 132% em agosto
Somente em agosto de 2024, o fogo consumiu 685.829 hectares de floresta na Amazônia – a maior concentração de incêndios no mês em um período de cinco anos. No mesmo mês do ano passado, foram 295.777 hectares. Em agosto de 2019, esse número era de 207.259 hectares. Este tipo de vegetação nativa, que já chegou a representar 12% da área queimada do bioma em agosto de 2019, hoje concentra 34% de tudo o que pegou fogo na região, segundo o Ipam.
“Normalmente nesse mês são registradas principalmente queimadas em áreas agropecuárias, com grande destaque para as áreas de pasto”, explica Alencar. A expansão das chamas em florestas indica o impacto da crise climática no bioma. “Este ano parece que o clima tem impactado essa tendência, infelizmente, deixando as florestas mais inflamáveis e suscetíveis aos incêndios”, avalia.