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Mais Notícias : Câmaras elétricas e caixas térmicas para distribuição de soro antiofídico são enviadas a terra Yanomami
Enviado por alexandre em 01/05/2024 10:01:13

Soro antiofídico é o medicamento utilizado para tratar mordidas de animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões. Equipamentos também foram entregues ao Dsei-Leste, responsável pela saúde de outros povos indígenas de Roraima.


Foto: Divulgação/MS

Terra Indígena Yanomami, em Roraima, recebeu câmaras elétricas e caixas térmicas para a distribuição de soro antiofídico, medicamento utilizado para tratar mordidas de cobras, aranhas e escorpiões, as comunidades do território, facilitando o acesso a saúde. A ação foi anunciada nesta segunda-feira (29) pelo Ministério da Saúde (MS).

A ação faz parte da rede de suprimentos e da logística de soros, vacinas e imunoglobulinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e deve aprimorar o acesso ao tratamento contra acidentes com animais peçonhentos.

Com ela, a distribuição de soros antiofídicos será descentralizada. A descentralização deve aumentar o número de pontos de atendimento aos indígenas que são picados por serpentes. O objetivo é reduzir o tempo de socorro às vítimas, diminuindo os riscos de morte e de sequelas permanentes.

As câmaras e caixas térmicas foram entregues ao Distrito Sanitário Yanomami (Dsei-Y) devido a maior vulnerabilidade aos ataques. São cinco câmaras elétricas, dez câmaras solares e 447 caixas térmicas entre 2,7 litros e 20 litros.

Conforme o MS, a população dos territórios indígenas correm risco quatro vezes maior de sofrer um acidente com animal peçonhento em comparação com as de outras regiões. Já a letalidade é seis vezes maior entre os indígenas.

Foto: Divulgação/MS

A consultora técnica da Coordenação Geral da Vigilância de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores do MS, Lúcia Montebello, explica que nesses casos a maior acessibilidade para diagnóstico e tratamento é essencial.

"A partir da necessidade, também programamos qualificação de médicos e enfermeiros. Os grandes desafios são a profissionalização dos profissionais e a estruturação dos polos base para que possam atender o paciente fazendo os primeiros socorros e iniciando a soroterapia. É exatamente isso que temos feito", comentou a consulta técnica.

Diante desse cenário, o Distrito Sanitário Leste (Dsei-Leste), responsável pela saúde de indígenas de outros povos em Roraima, também recebeu cinco câmaras elétricas e 16 câmaras solares, além de 327 caixas térmicas. Os casos graves continuarão sendo transferidos para hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).

A descentralização do serviço já ocorreu em sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) do Amazonas, onde está parte da TI Yanomami, no começo deste ano. E deve ser implementada em outros estados do Norte que registram altos números de ataques e óbitos por acidentes com animais peçonhentos.

Reestruturação

Além do urso de caixas e freezers para armazenar os soros, o Ministério prevê o treinamento de profissionais de saúde para a aplicação do protocolo.

Segundo a técnica do PNI especialista em saúde pública, Josineia Oliveira, é necessário garantir a gestão de qualidade da temperatura e de armazenamento que é indicada pelo fabricante.

"Esse é um marco histórico. O PNI tem 50 anos de história e, com o avanço da tecnologia, temos equipamentos que garantem estabilidade térmica para o armazenamento adequado. Armazenar corretamente garante a eficiência", completa Josineia.

O Ministério da Saúde ainda estuda o aumento de produtores credenciados. Atualmente, apenas um laboratório produz soro, mas a expectativa é que o número passe para três a partir de 2025.

"Hoje estamos em articulação com os laboratórios produtores. O Brasil é um país de tamanho continental, então esse processo é necessário e está em andamento", adianta Lúcia.


Coluna Agricultura : Estudo aponta que produção de carne bovina pode chegar a 120 mil toneladas no Acre em 2024
Enviado por alexandre em 01/05/2024 09:59:49


Um estudo produzido pelo Fórum Empresarial do Acre e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) aponta que a produção de carne bovina pode chegar a 120 mil toneladas em 2024, o que representaria um aumento de pouco mais de 4% em relação a 2023, quando o abate de bovinos ultrapassou 115 mil toneladas no estado.

O Boletim Econômico também afirma que o rebanho bovino pode terminar o ano com 5 milhões de animais no Acre. O boletim cita que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho do Acre era de 4,6 milhões em 2022.

"Esse cenário positivo é resultado das expectativas criadas em torno de novos mercados internacionais, possibilitando o crescimento da demanda internacional, além do crescimento do mercado interno por carne bovina", 

por Autor
Foto: Neto Lucena/Secom AC

Apesar das boas expectativas, o estudo também ressalta que o setor ainda enfrenta dificuldades que devem ser combatidas por meio da profissionalização das indústrias.

O boletim relembra gargalos como custos dos fretes, a necessidade de investimentos em tecnologias agropecuárias para maximizar a eficiência no uso de insumos e automatizar processos, além de maior atenção às regras de sustentabilidade ambiental e cuidados com eventos climáticos extremos, como a possibilidade de grande seca e os seus efeitos negativos sobre a degradação das pastagens e engorda dos animais.

Uso do território 

Conforme dados disponibilizados pelo braço internacional do MapBiomas Amazônia, o Acre tem mais de 2,37 milhões de hectares ocupados por área de pastagem para pecuária, o que representa 14,5% do território total.

Em 1985, essa ocupação era de 438.426 mil hectares, o que equivalia a 2,67% do território. Portanto, é possível verificar que o uso do território para essa atividade cresceu mais de 442% em 37 anos.

O boletim destaca que entre 1985 e 2022 o rebanho bovino acreano cresceu 1.227%. Esses dois recortes, segundo a análise, mostram que apesar das dificuldades de infraestrutura a pecuária acreana tem resultados acima da média nacional.

"[…] mesmo com a predominância de unidades produtoras com baixo nível tecnológico, a produtividade da pecuária acreana evoluiu 146% nesse período, e que a taxa de lotação do Acre está acima da média do Brasil, sendo uma das maiores da região Norte", afirma.

Investimentos 

Para manter as boas expectativas e combater as dificuldades existentes, o boletim aponta uma série de medidas que devem ser implementadas como forma de apoio aos produtores.

O investimento deve ser, especialmente, em tecnologia para pequenos e médios produtores, contribuindo para melhoria da produtividade. As medidas também devem visar a sustentabilidade ambiental.

"Assim, em um curto espaço de tempo, o Acre atingiria uma produtividade média acima de dois animais por hectare, sem necessitar expandir as áreas de pastagens. Isso sim, poderia ser a maior política de sustentabilidade apresentada pelo Estado do Acre".

Maioria dos cortes teve aumento em março

Lista de compras, carrinho, e… calculadora. Assim costuma ser a rotina dos rio-branquenses na ida às compras básicas do dia a dia. E de acordo com um estudo do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac), os cálculos tiveram resultados um pouco menos satisfatórios no que diz respeito à carne na capital acreana.

Isso porque 7 dos 12 cortes pesquisados tiveram aumento na capital acreana no período entre 8 e 12 de março. O levantamento monitorou os preços de 55 estabelecimentos comerciais de Rio Branco, e também mostrou que os cortes nobres, como picanha e filé, que são mais caros, figuram entre os que tiveram redução na comparação com o mesmo período no mês anterior.

Marcos Vinicius de Oliveira, um dos bolsistas do programa e que participou do estudo, ressalta que o objetivo é ajudar o público a encontrar alternativas para economizar nas compras. Oliveira explica que o estudo é mensal, e que vai continuar ao longo de 2024.

"O estudo surge da vontade de mostrar à população que havia diferenciação entre o valor do preço da carne em supermercados e em açougues. Com isso, de certa forma, pretendemos ajudar para que haja uma economia da população. A pesquisa é realizada mensalmente, na segunda semana do mês, em 50 estabelecimentos, sendo que 3 desses são os principais supermercados da cidade e os outros 47 são açougues", explica.

Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Conforme o estudo, o preço mais baixo identificado nos estabelecimentos foi de R$ 3,99 cobrado em dois comércios para 1 kg de fígado. Já o preço mais alto encontrado no período foi de R$ 78,99 por 1 kg de picanha, também em dois estabelecimentos.

Pela média de preços, o estudo também mostrou que os preços são menores em açougues na comparação com supermercados. A maioria dos índices que o estudo encontrou foi menor em estabelecimentos especializados no comércio de carne.

"Nesse mês, nós tivemos queda em dois cortes de carne, e aumento nos outros, que são de maior consumo da população em geral. Nos meses que realizamos a pesquisa ainda não conseguimos tirar conclusões-chave de como o preço da carne varia, e quais fatores são motivadores dessa questão. No mais, nossa pesquisa, por enquanto, busca apenas mostrar se há ou não variação e qual o valor, sendo necessário que ela amadureça por mais meses para que possamos observar e analisar fatores", acrescenta.

*Por Victor Lebre, do g1 Acre

Regionais : 30 anos sem Senna: por que todo mundo o acha o maior de todos
Enviado por alexandre em 01/05/2024 09:56:02


Senna, o maior de todos

Em 2013, Paulo Nogueira escreveu este texto sobre Ayrton Senna. Nesta quarta-feira (1°), o mundo do automobilismo relembra os 30 anos de sua trágica morte.

Em 1º de maio de 1994, o tricampeão mundial de F1, à época pela Williams-Renault, morreu em um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália.

O artigo de Paulo está mais atual que nunca:

“Tenho uma confissão a fazer”, disse, emocionado, o jornalista inglês Jeremy Clarkson no final de um tributo a Ayrton Senna no  programa automobilístico que ele comanda, o Top Gear. Clarkson é, provavelmente, o jornalista mais respeitado quando o assunto é carros não só na Inglaterra – mas em todo o mundo. “Nunca fui fã do Senna. Meu piloto predileto sempre foi o Gilles Villeneuve. Mas depois de ver horas e horas de vídeo para fazer este programa vi que o Villeneuve foi espetacular em algumas corridas ao passo que o Senna foi espetacular cada vez que se sentou num carro de Fórmula 1.” (…)

O site da BBC publicou a lista dos vinte maiores pilotos da história. O número 1 era ele, Ayrton Senna da Silva — isso na terra que inventou as corridas de automóveis e a Fórmula 1, e que foi berço de lendas das pistas como Jim Clark e Nigel Mansell.

Senna continua a fascinar, como se ainda pilotasse. Ou como se ainda vivesse.

Na homenagem a Senna, o Top Gear caprichou. Presenteou o campeão mundial Lewis Hamilton – e por extensão os telespectadores – com uma volta na lendária McLaren em que Senna conquistou a imortalidade na Fórmula 1 com suas vitórias e títulos fundados nua mistura única de audácia extrema, dedicação completa e pilotagem cerebral. Hamilton disse que era um dos momentos mais felizes de sua vida. E contou que se lembrava perfeitamente do dia em que Ayrton Senna morreu – em maio de 1994, aos 34 anos, quando um problema em sua carro o impediu de fazer a Curva Tamburello, no momento em que ele liderava o GP de Ímola, na Itália. “Minha mãe me contou. Eu tinha 9 anos. Posso recriar a cena inteira ainda hoje. Chorei profundamente.”

De tempos em tempos, uma morte tem o poder de comover e marcar milhões de pessoas, irmanadas num luto que cruza fronteiras e atravessa os anos. Foi o que aconteceu em dezembro de 1980, quando um fã descarregou sua arma em John Lennon em frente do edifício em que este morava em Nova York, o Dakota. E foi também o que aconteceu no domingo trágico de 1994 em Ímola. Pessoas numa quantidade formidável – não só no Brasil, mas mundo afora – são capazes de, como o piloto Lewis Hamilton, lembrar, quase vinte anos depois, o que estavam fazendo no preciso momento em que souberam da morte de Senna.

As estatísticas explicam parte do fascínio duradouro exercido por Senna.  Nos anos em que correu na Fórmula 1, ele conquistou três títulos, ganhou 41 vezes e fez 65 pole positions. É muita coisa, mas outros pilotos têm números superiores aos dele. O alemão Michael Schumacher, por exemplo, tem sete títulos e 91 vitórias.  Recentemente, vários pilotos foram ouvidos sobre quem foi o maior da história. O espanhol Fernando Alonson disse na hora: “Senna”. Hamilton também. Felipe Massa e Rubens Barrichello igualmente citaram Senna imediatamente diante da pergunta. O finlandês Mika Hakkinen, duas vezes campeão na década de 1990, ficou também com Senna. Ao saber da escolha de seus colegas, o próprio Schumacher disse: “Se me perguntarem quem foi o maior piloto de todos, eu também fico com o Senna”.

Como explicar o triunfo de Senna sobre os números que lhe são desfavoráveis? Primeiro, e acima de tudo, é preciso considerar que na Fórmula 1 o carro faz muita diferença – e Schumacher foi beneficiado por isso em diversas temporadas. Na Ferrari, particularmente, Schumacher não apenas teve um automóvel muito acima dos demais como ganhou da equipe companheiros que estavam na pista basicamente para ajudá-lo. Numa de suas vitórias, Schumacher ultrapassou seu colega de Ferrari Barrichello no momento em que este, por ordem da escuderia, virtualmente parou para que ele pudesse vencer. Foi um triunfo ultrajante. Mesmo assim, está computado nos números de Schumacher. Se não bastassem as supermáquinas e a posição ultraprivilegiada na Ferrari, Schumacher teve a sorte de correr numa era de pilotos medíocres.

Senna, ao contrário, competiu com gigantes como Alain Prost, com quem protagonizou uma das mais eletrizantes rivalidades da Fórmula 1. Nos dois anos em que eles foram companheiros na McLaren, em 1988 e 1999, Senna e Prost com seus carros vermelhos e brancos idênticos elevaram a Formula 1 a um patamar de competição e espetáculo que nunca mais voltaria a ser alcançado posteriormente. Disputaram o título nos dois anos volta a volta, prova a prova. Senna derrotou Prost em 1988 e só não repetiu isso em 1989 porque foi fechado pelo rival na prova decisiva quando estava prestes a passá-lo. (Em 1990, Senna daria o troco a Prost, batendo propositadamente na Ferrari deste logo na primeira curva da corrida que definiria o título, no Japão. Senna seria campeão se Prost não terminasse a prova, e Senna logo providenciou isso ao manter o carro descaradamente numa linha reta quando Prost ia tomando a ponta na curva.)

Senna, fora Prost, enfrentou nas listas outros pilotos formidáveis, como o brasileiro Nelson Piquet e o inglês Nigel Mansell. Por tudo isso, Senna prevalece nas comparações com Schumacher. É como se em Schumacher o mundo da Fórmula 1 visse a ação do carro superior aos outros e dos cartolas, para não falar dos adversários limitados, e, em Senna, puramente o fator humano. O mito é também alimentado pela morte prematura e sensacional. Mas a imagem de Senna como um piloto extraordinário nasceu bem antes que ele vencesse sua primeira prova na Fórmula 1. Mais precisamente: antes que ele disputasse sua primeira corrida na principal categoria do automobilismo mundial.

Senna deixou o Brasil para viver na Inglaterra, a pátria das corridas de automóvel, em 1981, aos 21 anos. No Brasil, ele já era conhecido como um piloto incomum graças a uma coleção de vitórias obtidas no kart desde que era criança. (No resto da vida, Senna falaria com nostalgia dos tempos de kart, em que o que havia era “pura corrida, sem dinheiro, sem politicagem”.) Na Inglaterra, Senna logo chamaria a atenção dos dirigentes das principais escuderias de Fórmula 1 ao ser campeão em divisões inferiores em 1982 e 1983 bem a seu estilo – ultrapassagens sensacionais e inconformismo com outra posição que não fosse a primeira. Sua vontade de vencer – colossal, para muitos doentia, mas sem dúvida essencial para que ele fosse o que foi – tem um bom paralelo, nos dias de hoje, com a gana do tenista espanhol Rafael Nadal.

Logo em sua primeira temporada na Fórmula 1, na pequena Toleman, Senna confirmou as expectativas elevadas em torno de seu futuro. Numa prova em que uma chuva forte praticamente igualou os carros, Senna, para admiração e surpresa de todos, parecia dirigir como se a pista só para ele estivesse seca. Largou de trás, foi passando um a um, com seu carro modesto, os adversários e quando tirava quatro segundos por volta do líder Alain Prost a corrida foi interrompida. Foi o primeiro de uma série memorável de desempenhos na chuva. A familiaridade de Senna com as pistas encharcadas veio dos dias de menino. Ele gostava de ir ao kartódromo, em São Paulo, quando chovia. Senna logo iria para equipes melhores – primeiro a Lotus, intermediária, e depois para a McLaren, onde ele viveria seus dias de ouro.

Em Senna se reuniam vários contrastes. O piloto exuberante se transformava, fora do carro, num homem discreto. Reservadamente, sem espalhafato, ele assim que pôde começou a ajudar crianças pobres em seus estudos – a maneira mais eficiente de permitir que ascendam. No documentário “Senna”, uma de suas falas apontava para algo que é hoje intensamente debatido no mundo: a disparidade social. No Brasil, notava ele, a beleza natural tem como contrapartida a violência, “provocada pela desigualdade”. Na pista, Senna ajudou brasileiros de todas as classes  — alegrando-os com suas vitórias nos domingos pela manhã e mostrando, ao carregar a bandeira do país nas voltas de comemoração, que o Brasil tinha, sim, jeito.

Era religioso. Disse – com a proeza suprema de não cair no ridículo – que falou com Deus ao ganhar seu primeiro título.  A fé vinha da mãe, Neide. Numa entrevista no começo da carreira de Senna, ela disse que pedia a Deus todos os dias que nada acontecesse com o garoto. Dez anos depois, o carro pilotado por seu filho não faria a curva Tamburello. Não existe registro, na história recente do país, de uma comoção comparável à que se viu no enterro de Senna.

Em seu túmulo, no Cemitério do Morumbi, está gravada uma inscrição: “Nada pode me separar do amor de Deus”. Pessoas mais céticas podem não acreditar em tais palavras, extraídas da bíblia. Mas ninguém ousaria discutir que nada pode separar Ayrton Senna do coração de milhões e milhões de pessoas de todas as partes que tiveram o privilégio de um dia vê-lo nas pistas – indomável, insaciável e, para muitos, absolutamente incomparável.


Médico que socorreu Ayrton Senna revela o que causou morte do piloto


Ayrton Senna, piloto brasileiro. Foto: PlanetF1

O médico italiano Alessandro Misley, integrante da equipe de socorristas do Autódromo Enzo e Dino Ferrari nos anos 90, recordou os momentos do acidente que resultou na morte do piloto brasileiro Ayrton Senna há 30 anos, em 1º de maio de 1994.

O médico anestesista, originário da cidade de Modena, relata que ficou evidente de imediato que as condições do brasileiro eram extremamente críticas e que, logo na pista, havia o temor pelo pior desfecho.

“Infelizmente, a situação rapidamente se tornou dramática, pois Ayrton sofreu lesões na cabeça, na cervical e na base do crânio. Ele ficou inconsciente instantaneamente. Os sinais vitais estavam comprometidos. Tudo indicava um desfecho sombrio. Havia sangue saindo pela boca e pelo nariz, e, infelizmente, também havia matéria cerebral. Mesmo assim, tentamos várias vezes aspirar, ventilar e oxigenar”, conta.

As imagens logo após o acidente mostraram Senna movendo levemente a cabeça. Contudo, Dr. Misley afirma que foi um movimento involuntário e que, desde o momento do impacto, Senna não recuperou a consciência. O italiano, juntamente com o médico da Fórmula 1 Sid Watkins, acompanhou Senna de helicóptero até o Hospital Maggiore, em Bolonha.

É amplamente difundida a teoria de que o principal fator agravante do acidente de Ayrton Senna foi o impacto da barra de suspensão, que, ao se soltar logo após a colisão, atingiu a viseira do capacete do piloto e, em seguida, sua testa. No entanto, Misley é categórico ao afirmar que esse não foi o motivo da morte do automobilista.

“Absolutamente não. Isso é falso. De fato, um pedaço da suspensão penetrou no capacete e causou uma lesão na região frontal de poucos centímetros, o que, é claro, não é inofensivo. Mas, com certeza, não foi isso que provocou a morte de Senna. A morte de Senna foi causada pela fratura na base do crânio, devido ao forte impacto causado pela desaceleração. A lesão da barra de suspensão é secundária e não fatal. [Se fosse apenas isso], Senna estaria vivo.”

O médico italiano Alessandro Misley. Foto: Reprodução

A fratura da base craniana é uma lesão grave na qual a parte inferior do crânio, onde o cérebro se apoia, se fratura devido a um impacto forte ou a um movimento brusco.

Após uma desaceleração abrupta de um corpo em alta velocidade, o cérebro, que flutua dentro do crânio, continua em movimento mesmo após o fim do impacto e a parada do corpo após o acidente. Isso pode resultar em um efeito de “chicote”, no qual o cérebro se movimenta dentro do crânio e pode colidir com as paredes internas, incluindo a base craniana.

O carro de Senna estava a pouco mais de 300 km/h no momento do impacto. A brusca desaceleração, causada pelo impacto contra o muro de proteção, durou um pouco mais de 1 segundo. Àquela época, a cabeça do piloto ficava totalmente exposta, protegida apenas pelo capacete.

Segundo o Dr. Misley, a ausência de dispositivos de segurança atualmente presentes foi determinante para o desfecho do acidente, como o sistema HANS (Head and Neck Support), estrutura que protege a cabeça e o pescoço dos pilotos, desenvolvido na metade dos anos 90 e agora de uso obrigatório. “Não estou dizendo que [com o HANS] não teria ocorrido nada [com Senna], mas certamente o impacto e os danos teriam sido menores”, conta.

Na véspera da morte de Senna, um acidente durante o treino para a qualificação tirou a vida do piloto da Simtek, o austríaco Roland Ratzenberger. Um dia antes, o brasileiro Rubens Barrichello, da Jordan, também se envolveu em um grave acidente na pista.

“Foi um fim de semana muito atípico, que culminou na morte de Senna. Eu fazia parte de uma das duas equipes médicas posicionadas em pontos opostos da pista. Também tínhamos dois enfermeiros, o motorista e um ortopedista. Eu atendi ao acidente de Barrichello; o de Ratzenberger, não”, disse.

Política : “Só discuto 2026 depois de 2024”, declara Jair Bolsonaro
Enviado por alexandre em 01/05/2024 09:51:37

Ex-presidente elogiou Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas


Jair Bolsonaro cercado por multidão no Rio de Janeiro Foto: EFE/ Antônio Lacerda

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ainda é cedo para discutir um nome para a eleição presidencial de 2026. Daqui a dois anos, o ex-chefe do Executivo deverá apoiar um candidato para a disputa à Presidência, por estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro teceu elogios aos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possíveis herdeiros políticos dele.

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Ao lado dos governadores na Agrishow, principal feira do agronegócio do país, realizada em Ribeirão Preto, o ex-presidente disse à CNN Brasil que, no momento, está pensando no pleito municipal de 2024.

– Só discuto [as eleições de] 2026 depois de 2024 – afirmou Bolsonaro.

Momentos antes, o líder político disse para seus apoiadores ficarem tranquilos porque, caso ele não retorne ao Planalto, plantou “sementes ao longo desses quatro anos [de governo]”.

No discurso, Bolsonaro afirmou ainda que considera o governador de São Paulo “uma pessoa fantástica com uma capacidade quase inigualável” e que dificilmente será superado. Já o governador de Goiás, segundo o ex-presidente, representa uma semente da direita que tem “condições de germinar e dar bons frutos ao país”.

Embora Tarcísio apareça à frente de Caiado em pesquisa de intenções de voto sobre as eleições de 2026, realizada em março pelo instituto Paraná Pesquisas, o governador paulista sinaliza o desejo de concorrer à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes. O governador de Goiás, pelo contrário, não esconde a vontade de concorrer à Presidência com o apadrinhamento do ex-presidente.

*AE

Justiça : “Sem juízes, você não dorme em paz”, afirma Cármen Lúcia
Enviado por alexandre em 01/05/2024 09:48:47

Ministra fez declaração em seminário sobre os 40 anos das Diretas Já


Ministra Cármen Lúcia Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve nesta segunda-feira (29), em um seminário sobre os 40 anos das Diretas Já na seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP).

Com a Constituição embaixo do braço, a ministra defendeu que o movimento pelas eleições diretas provou que a sociedade brasileira é capaz de se unir em defesa da democracia.

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– Nós precisamos resgatar o que nos une para ser uma democracia. Não é o que nos separa que faz um povo viver junto. Não é o que nos isola um do outro, como se fosse uma pandemia de ódios permanentes. Superada a Covid-19, nós temos um “covódio”, que é um corona de ódio, nos corações odientos de uns contra outros. Não se faz democracia com raivas, se constrói humanidade com afetos, com o que nos aproxima, que foi o que o movimento das Diretas nos trouxe – disse.

Em contraponto às críticas recentes dirigidas ao Poder Judiciário, acusado de “ativismo” e de interferência indevida no exercício do Executivo e do Legislativo, Cármen Lúcia defendeu a “revisão constitucional” para garantir direitos fundamentais.

– Não adianta apenas proclamar direitos, as leis não bastam. Sem juízes para fazer o que a lei tenha, você não pode dormir em paz. Constituição não é aviso, não é proposta, não é consulta, não é sugestão. Constituição é lei. A lei fundamental – disse.

Cármen Lúcia, que vai dirigir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições municipais de 2024, terminou dizendo que a “democracia é a planta mais segura no canteiro da nossa vida, é a planta mais necessária, é o fruto da igualdade e da liberdade, mas ela é frágil”.

– A gente tem que cuidar dela todo dia, porque erva daninha, que é a tirania, o despotismo, toda forma de ditadura, é fácil de acontecer – concluiu.

*AE

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