Brasil : MULHERES LÉSBICAS TÊM MAIS ORGASMOS QUE AS HETEROSSEXUAIS; AGORA, A CIÊNCIA QUER SABER POR QUÊ
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Enviado por alexandre em 14/05/2024 10:45:55 |
Lacuna orgásmica entre os gêneros e as orientações sexuais é um dos temas fortes de debate atuais A probabilidade de ter ou não ter um orgasmo, para mulheres, é intimamente ligada à orientação sexual. Aquelas que praticam sexo heterossexual têm 65% de chance de chegar ao clímax em encontros com parceiros, enquanto em mulheres lésbicas esse índice sobe para 86% - homens héteros figuram no topo dessa lista, com 95%. A chamada “lacuna orgásmica” já era um fenômeno conhecido pela ciência. Agora, pesquisadores querem saber por quê. Em um estudo publicado recentemente no periódico Social Psychological and Personality Science, cientistas investigaram como os “scripts sexuais” (formas aprendidas socialmente de como se comportar no sexo) variam a depender do gênero do parceiro e como isso afeta a satisfação ao fim da experiência das mulheres. Veja também Entenda como o sexo pode se encaixar no estilo de vida vegano Por que mulheres mais velhas com homens mais novos ainda chocam? “A lacuna orgásmica como fenômeno cultural virou um tema de debate popular nos últimos anos. Queríamos investigar por que mulheres que fazem sexo com homens tendem a ter menos orgasmos do que mulheres que fazem sexo com outras mulheres” afirma Grace Wetzel, pesquisadora de psicologia social na Universidade de Rutgers, ao site Psypost. Para realizar a pesquisa, os autores reuniram um grupo diverso de 476 mulheres, entre as quais 59,5% se identificavam como heterossexuais e 40,5% se diziam lésbicas. As participantes precisavam ter no mínimo 18 anos e ter vivido um período sexualmente ativo no ano anterior. As participantes preencheram questionários com perguntas detalhadas sobre seu comportamento sexual e as experiências com o(a) parceiro(a) atual ou mais recente. A partir dos dados coletados, os pesquisadores concluíram não haver diferenças significativas entre a importância que mulheres heterossexuais e lésbicas depositam no orgasmo. Porém, as disparidades entre a satisfação com o sexo variavam de forma marcante. Mulheres lésbicas relataram maior frequência de estímulo clitoriano em seus encontros sexuais que aquelas que faziam sexo com homens. Essa diferença explica em parte a maior ocorrência de orgasmos, por ser ligada tanto a uma expectativa de chegar ao clímax quanto à busca ativa desse desfecho. Para compreender como uma mudança no gênero do parceiro pode influenciar a expectativa de um orgasmo - e, portanto, a concretização dele -, os pesquisadores conduziram um experimento com 481 mulheres bissexuais. A proposta era imaginar um cenário envolvendo uma noite de sexo. Os cientistas pediram às voluntárias que pensassem em um jantar romântico com alguém, seguido por uma transição até o quarto, onde haveria a antecipação da atividade sexual. Nessa historinha, o outro personagem era ora um homem, ora uma mulher. As mulheres que imaginaram o encontro com outra mulher demonstraram uma expectativa muito maior de receber estímulo do clitóris e, com isso, tinham mais tendência a esperar um orgasmo como resultado. Fotos: Reprodução Kate Dieckmann, a principal autora do estudo, ressalta que o estudo pode ter implicações na vida sexual de casais objetivamente: “Se as mulheres, ou os homens que se relacionam com elas, querem melhorar seu próprio orgasmo ou de parceiros, precisam criar um ambiente que favoreça a busca dele por meio de vários meios sexuais, sobretudo os que envolvam estimulação do clitóris”, afirmou ao Psypost. Wetzel acrescentou que os resultados não devem ser interpretados como se homens fossem inerentemente “amantes ruins”. Para ela, a questão é a necessidade de mudar os “scripts sexuais” em torno do prazer feminino. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram. Entre no nosso Grupo de WhatApp, Canal e Telegram “O problema aqui é que a narrativa dominante associada ao sexo heterossexual não inclui estímulo clitoriano suficiente ou o foco no prazer da mulher”, disse. Ela também ressalta que “os resultados não devem ser interpretados como se refletissem uma experiência universal para mulheres lésbicas, heterossexuais e bissexuais”. Fonte: O Globo LEIA MAIS |
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Brasil : Em Cacoal, cafeicultura impulsiona desde comunidades indígenas a empreendedores urbanos
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Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:40:09 |
Na Região Central de Rondônia, a 479 km da capital, o município de Cacoal celebra sua herança como pioneiro na produção de café, uma cultura que floresceu depois do fim do ciclo do extrativismo vegetal, marcado pela extração de látex e de cacau, iniciada no começo do século 20 e pelo setor madeireiro, que vigorou a partir de 1970. O ‘cafezinho preto’: bebida mais conhecida no mundo. Foto: Júlio Olivar
Emancipado de Porto Velho em 1977, Cacoal investiu na cafeicultura, ganhando o título de ‘Capital do Café’ do estado. Apesar dos desafios impostos pela pecuária e soja que se intensificaram em todo o estado no final da década de 1990, o café de Cacoal ressurgiu com mais força no século 21, hoje a produção anual é de 13 mil toneladas, conforme o IBGE.
A tradição de Cacoal como ‘capital’ persiste, não apenas por sua história, mas também por ser um município-polo com 87 mil habitantes, o quinto maior de Rondônia, localizado estrategicamente às margens da BR-364. No entanto, já não é o maior produto de café do estado. Fica atrás de seis: São Miguel do Guaporé (44 mil toneladas), Alta Floresta do Oeste e Alto Alegre dos Parecis (empatados: 23 mil toneladas), Nova Brasilândia do Oeste (18 mil), Buritis (16 mil) e Ministro Andreazza (15 mil). Estes municípios estão entre os 100 maiores produtores do Brasil.
A média de produtividade no estado é de 32 sacas de café conilon por hectare – no Espírito Santo, é de 45,94 sacas para a mesma espécie. Mesmo que inferior ao estado que segue na dianteira, o índice de produtividade rondoniense é considerado excelente. “O manejo de poda, a irrigação, a adubação e a utilização de material genético clonal de qualidade, com a orientação científica, foram ações fundamentais para o aumento da produtividade em Rondônia”, explica Enrique Alves, agrônomo da Embrapa. Outro fator que favorece o cultivo é que as áreas produzidas têm temperatura média de 26 graus e estão acima de 300 metros de altitude. Cafeeiro carregado de frutos: atração turística. Foto: Júlio Olivar
Cacoal inspirou os outros municípios rondonienses a cultivar, apesar das adversidades iniciais, como a falta de apoio dos órgãos de pesquisa e de extensão rural e desafios logísticos. “Acreditávamos no potencial do café, mas nem rodovia asfaltada tínhamos até 1984. Chegaram o agronegócio e a pecuária de precisão, mas resistimos e apostamos no café. A Embrapa foi uma importante parceira neste projeto”, relata o agricultor Aparecido Oliveira, 62.
Uma das explicações para a ‘vocação’ de Cacoal para a cafeicultura está no perfil dos seus migrantes. Muitos são descendentes de italianos que vieram para o Brasil para atuar nas lavouras após a abolição da escravatura, em 1888. Neste período, surgiram as primeiras ferrovias no país e o Porto de Santos, inaugurado em 1892, confirmando o café como o principal produto de exportação do país.
Embora Cacoal surja apenas sete décadas depois desta história da ascensão do café como base da economia brasileira decorrente do novo modal impulsionado pelas ferrovias no Sudeste, a referência persiste na “genética cafeeira” dos migrantes rondonienses. Mais do que em outros municípios, o município de Cacoal avançou com a presença de muitos capixabas descendentes de italianos ou que aprenderam com estes as técnicas de produção e de comercialização dos grãos observadas nas velhas fazendas dos ‘barões do café’ e seus escravizados.
Neste contexto, surgiram muitas empresas e pequenas propriedades que apostaram no café. Um exemplo: há quase 40 anos surgiu uma das principais beneficiadoras: a Máquina Irmãos Trevizani, que tem diversas ramificações no estado e fatura, só em Cacoal, cerca de R$ 11 milhões anuais. Os proprietários têm sangue italiano e migraram do Espírito Santo para Rondônia em meados da década de 1980.
O Espírito Santo – hoje, segundo maior produtor do país [se incluídas as espécies arábica e conilon] – tem tradição na cafeicultura e, ao lado de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Paraná, tornou-se ‘case’ no mercado internacional. Cacoal também persegue essa distinção, considerando toda expertise e o lastro histórico já acumulado. Na espécie conilon [é o mesmo que robusta], os dois maiores produtores são ES e RO, nesta ordem. O mercado externo, porém, aceita melhor o café arábica, que é considerado “bebida fina”, pois possui o dobro de cromossomos: 44.
De acordo com a Embrapa, os principais estados produtores de café no Brasil são: Minas Gerais (54,3% da produção nacional), Espírito Santo (19,7%), São Paulo (9,8%), Bahia (7,5%), Rondônia (4,3%) e Paraná (2,7%). Esses seis estados atingem 98% da produção nacional). Se considerada apenas a espécie robusta, Rondônia sobe à segunda posição e o ranking fica assim: ES, RO, BA, PR, MG e SP. O Espírito Santo produz 10 milhões de sacas por ano e responde por 70% da produção nacional de robusta; Rondônia produz 3,88 milhões de sacas – a safra de 2024 será 4% maior em relação ao ano anterior, segundo expectativa do mercado.
Aroma de bons negócios: do pequeno ao grande
Para quem saboreia uma simples xícara do café robusta amazônico – a definição dada pela Embrapa ao grão produzido em Cacoal – muitas vezes não tem ideia do tamanho do significado do produto para a economia e a cultura locais. A representatividade socioeconômica é tanta que ele foi reconhecido, no ano passado, como Patrimônio Cultural e Imaterial de Rondônia, pela Lei nº 5.722 do Governo do Estado.
O café sustenta uma cadeia produtiva e, na última década, fez Rondônia superar o Paraná em produção global – que inclui os cafés das espécies arábica e conilon/robusta. Uma característica marcante no setor é a predominância da agricultura familiar. Em Rondônia, isso é ainda mais nítido: são 17 mil famílias que cultivam café em áreas inferiores a 5 hectares. No total, o estado tem cerca de 24 mil lavouras de café. Café secando no terreiro: tradição. Foto: Júlio Olivar
As casas dos agricultores ficam, em geral, dentro da lavoura e todos se envolvem com a mão de obra. Crianças crescem observando os pais e dão sequência no trabalho, que começa do preparo do solo, depois vem o plantio, os cuidados técnicos, a colheita, a secagem, o transporte. E, a partir daí, em geral, os frutos seguem para terceirizados, atravessadores ou compradores dos produtos diretamente nas roças. Seguem-se as atividades, como o beneficiamento, a torrefação, os comércios atacadista e varejista… uma gama imensa de trabalhos até o café chegar à xícara dos apreciadores da bebida mais conhecida do mundo.
É visível a mudança na cena rural neste milênio. Mais pessoas agora têm condições de adquirir bens de consumo, como eletrodomésticos, motos e carros, como frutos da agricultura familiar. Em Cacoal, sete em cada dez empregos no campo são gerados pelas pequenas propriedades – ao contrário do agronegócio da soja, por exemplo,, que gera menos empregos diretos porque é mais mecanizado e de precisão. Sonhos como casas de alvenaria, filhos na faculdade e uma alimentação melhor fazem parte da realidade comum de quem trabalha em pequenas frações de terra.
Não que o segmento cafeeiro não enriqueça muitos que investem em outros níveis. Atualmente, Cacoal tem acima de 100 de empresas vinculadas à cafeicultura: a maior delas, a Vinícius Junior Borghi Comércio Atacadista, fatura em torno de R$ 15 milhões anuais.
Afora as fazendas e sítios, a cafeicultura impulsiona empregos e impostos no varejo em geral e até no setor imobiliário, com a injeção de milhões de reais na economia local. Há, literalmente, um aroma especial de negócios bem-sucedidos que orgulham os moradores de Cacoal. O grão está representado em todos os lugares, a começar pela ilustração da bandeira do Município que traz galhos de cacau e de café: denotam a origem histórica e o ciclo econômico decorrido partir da onda migratória da década de 1970, respectivamente. Até o hino oficial menciona o café como algo “estranho” na antiga área de extrativismo: “A terra adotou sementes estranhas/E já desfrutas do progresso almejado/Do café és capital”.
Turismo experimental
As elegantes cafeterias e confeitarias de Cacoal seguem padrões internacionais e servem as mais variadas bebidas criadas por baristas inventivos e menus ousados – que incluem desde o básico café expresso aos drinks gelados, tortas, sorvetes e outras opções ‘gourmets’ com sabores incríveis e misturas inusitadas. Aliás, algumas das delícias criadas pelos confeiteiros fazem parte – junto com dezenas de outras opções culinárias que a cidade oferece – do Festival Gastronômico realizado anualmente pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
O turismo é um segmento econômico abrangido pela cafeicultura. O Governo do Estado criou, em 2022, a Lei nº 5.512 instituindo o circuito ‘Rota do Café’, que envolve, além das de Cacoal, as lavouras de Nova Brasilândia do Oeste, Alta Floresta do Oeste e Alto Alegre dos Parecis. Várias fazendas foram catalogadas e podem ser visitadas pelos interessados em todo o processo produtivo.
Os meses de florada ocorrem entre julho e agosto. A colheita dos frutos maduros ocorre de março a agosto. As visitas são tratadas como “turismo de experiência” ou turismo rural. O fato é que rendem belas fotografias; até books de noivos já foram produzidos em meio às imensas lavouras. O fluxo turístico, ainda incipiente, também garante lucros para bares, hotéis e restaurantes.
Reconhecimento nacional
Aos poucos, o café cacoalense – e de outros municípios de Rondônia – vai ascendendo ao pódio nacional e já com a expectativa de cruzar a fronteira, competindo com mercados solidificados no mundo.
Concorrendo com 179 amostras de todo o país, um casal de cafeicultores de Cacoal, Lucilene de Jesus Maia Santos e Arildo Ferreira dos Santos, chegou à final com outros 15 produtores e trouxe o 2° lugar na última edição do Coffee of The Year 2023. Dona do Sítio Nossa Senhora Aparecida, a safra de Lucilene chega a 300 sacas anuais. Lucilene e Arildo: vice-campeão em concurso nacional. Foto: Divulgação
A premiação ocorreu em novembro do ano passado, na Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte (MG). Além de Lucilene, contava com outros quatro cafeicultores de Rondônia entre os finalistas. Antes, em 2020 e 2021, cafeicultores rondonienses ficaram em primeiro lugar.
O casal teve o apoio técnico do Sebrae RO (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em Rondônia). Lucilene e Arildo são atendidos pelo projeto IG-Matas de Rondônia. Trata-se de uma ação para o fortalecimento da indicação geográfica, garantindo a precedência e a qualidade do café produzido de forma sustentável na Amazônia.
Indígenas aderem
O polo de Cacoal exerceu influência em lugares até pouco tempo impensáveis: as comunidades indígenas. Anteriormente, o povo Paiter-Suruí possuía apenas roças de subsistência e contava com as caças, as pescas e os artesanatos. Aliás, essa comunidade produz peças de muita qualidade artística, como biojoias, cestarias, cerâmicas, presentes até em museus importantes como o Casa Brasileira, de São Paulo. O café chegou para agregar, e não para dizimar suas culturas, memórias, saberes e pertencimento.
Ultimamente, os suruís mantém vivas suas tradições associando-as à economia ditada pelos colonizadores. Três mil hectares das terras dos originários são utilizadas para a cafeicultura consorciada com as árvores nativas, no sistema de agrofloresta. Atuam no segmento cerca de cerca de 150 famílias representando mais de 40% de pessoas que moram na Terra Indígena (TI) Sete de Setembro, que soma quase 250 mil hectares.
“O que nos garante o sustento, hoje, é a produção agroflorestal. Além do café, produzimos banana, castanha. Também lidamos com pecuária. Pensamos sempre na geração de emprego e renda como algo que nos fortalece e nos dá autonomia. O ecoturismo é uma aposta mais recente nossa. Também estamos desenvolvendo projetos de implantação de agroindústrias. Sempre de maneira sustentável, ecologicamente correta”, explica Almir Suruí, líder de seu povo e ativista da causa indígena reconhecido internacionalmente. A barista Celesty Suruí: café de Rondônia arrancou elogios do presidente Lula. Foto: Instagram
Além da qualidade do café, o produto das comunidades indígenas agrega ainda mais valor às marcas locais por ter o ‘carimbo’ Amazônia, com relevância mundial.
“Desenvolvendo o nosso território de forma responsável, o povo Paiter-Suruí é o povo indígena mais empreendedor do Brasil”, garante Almir. Ele afirma, ainda, que “alguns povos [em outros lugares do Brasil] têm sido influenciados a produzirem em grande escala. Mas, nós não. Falamos em agrofloresta. O objetivo é produzir mais em menos área e com muita qualidade, utilizando tecnologia e conhecimento científico somados às nossas tradições”.
Os cafeicultores indígenas são premiados e reconhecidos pela qualidade do café que produzem. Em 2022, por exemplo, Wilson Nakodah conquistou o terceiro lugar na 7ª edição do Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé). Nakodah, que é membro do povo Suruí, concorreu com 157 inscritos de 20 municípios.
O café especial Robusta Amazônico na TI – que inclui diversas comunidades suruís, somando 1490 indígenas – gerou diversas marcas do produto final colocado nas gôndolas dos supermecados, e outros em grãos especiais utilizados para preparo na hora do consumo.
É desse lugar que vem a matéria-prima que Celesty Suruí usa. Aos 22 anos, ela é a primeira mulher indígena barista do Brasil. Mês passado, o presidente Luis Inácio Lula da Silva degustou o café de Celesty durante uma exposição dos 51 anos da Embrapa, em Brasília (DF), e teceu muitos elogios à bebida. “Eu nunca tinha visto ou provado nada igual. Achei excelente o café”, afirmou Lula.
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Brasil : Jovem retirante supera a seca e se destaca como comerciante em Vilhena
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Enviado por alexandre em 14/05/2024 00:36:51 |
Jovem retirante supera a seca e se destaca como comerciante em Vilhena
Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com
Em 1971, Pedro Juca de Oliveira, um cearense de 20 anos repleto de sonhos, chegou a Vilhena (sul de Rondônia). Ele narra que, até então, desconhecia a existência do lugar, que ainda era um distrito que só se tornaria cidade seis anos depois. “Após perder minha plantação para a seca implacável, parti do meu lar em busca de novas oportunidades”, e foi assim que apeou não vila de 300 habitantes trazendo uma mala e nenhum dinheiro.
“São Paulo foi minha primeira parada, mas as portas se fecharam para mim. Após apenas quatro horas em busca de emprego na capital paulista, decidi seguir adiante, crendo que em outra cidade poderia prosperar. Por um golpe do destino, acabei rumando para Campo Grande (MS), e lá, o nome de Vilhena numa placa da rodoviária chamou minha atenção. Com recursos apenas suficientes para essa viagem, iniciei minha nova vida.” Pedrinho da Soraya há meio século: resiliência. Foto: Reprodução/Acervo pessoal
De constituição física franzina, Pedrinho, o mais velho de seis irmãos, encontrou em Vilhena seu primeiro trabalho, descascando milho numa fazenda. Posteriormente, atuou no Bar do Dito, que também funcionava como terminal rodoviário, onde suas responsabilidades incluíam desde limpar banheiros e servir clientes.
Economizando cada centavo por dois anos, Pedrinho começou a vender roupas de porta em porta. Sua persistência o levou, sete meses depois, a alugar um espaço comercial de 16m² que ele batizou como Loja Soraya. Sem equipe, era necessário fechar a loja para reabastecer o estoque. Um ano mais tarde, ele fez uma aposta corajosa e adquiriu um espaço próprio, pagando em 12 prestações. Sua tenacidade foi recompensada: a loja ganhou fama por comercializar objetos cobiçados como os rádios Motoradio, vitrolas Sonata, máquinas de costura, antenas, calçados e os jeans USTop.
Finalmente, Pedro encontrou o caminho se especializando em eletroeletrônicos, inaugurando seu prédio próprio que foi crescendo, até que em 1980 possuia 500 metros – o primeiro estabelecimento do segmento em Vilhena, com TVs, videocassetes e outros produtos considerados luxuosos.
“Vendi meu primeiro televisor em 1978, pouco depois do lançamento da TV Vilhena, que exibia uma programação combinada dos canais Globo e da Bandeirantes. O Jornal Nacional chegava com dois dias de atraso, e as novelas, com 15”, recorda o comerciante, cheio de nostalgia. Loja Soraya vendeu o primeiro aparelho de TV em 1978. Foto: Reprodução/Acervo pessoal
Desde 1976, Pedro trouxe sua família do Ceará para Vilhena, onde todos encontraram formas de contribuir com a cidade. Seu irmão Raimundo foi um dos pioneiros em informática no município e também foi proprietário de uma das primeiras videolocadoras.
Aficionado por tecnologia e comunicação, Pedro também foi um dos pioneiros do radioamadorismo, sua loja foi a primeira a possuir um computador – “era um SP16 que adquiri para cadastrar os clientes, quando passamos a abrir crediários em 1981. Fomos a primeira loja a vender fiado, apostando numa população que era sazonal, todo mundo era migrante”, explica. Pedrinho também foi o primeiro a ter acesso à internet privada em Vilhena, em 1992.
Depois de tantos anos de atividade, Pedro ganhou ‘feeling’ suficiente para perceber que seu segmento estava ficando saturado. Muitas filiais de grandes varejistas de eletrodomésticos se instalaram na cidade. Era hora de mudar. Em 2001, ele inaugurou a loja Centro Musical Soraya, instalada em outro ponto, na avendia principal; hoje, está na avenida Capitão Castro. “Além do comércio de instrumentos musicais, fizemos parcerias com músicos, igrejas e até investimos numa escola de música para gerar demandas e fluxo. O negócio prosperou bastante nestes 23 anos que estamos no mercado, ainda somos a única loja que atua exclusivamente neste ramo em Vilhena e na região”, relata.
Para mudar de área, na época o empreendedor recorreu ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e fez um curso chamado Sebrae Ideal. “Foi o que me ajudou a achar uma saída quando fui pego de surpresa com a chegada das grandes redes”, revela.
Indagado sobre as chances de alguém ter sucesso no comércio atual sem ter um capital inicial, Pedro pondera com um “talvez”. Ele admite que os tempos são outros. “Atualmente, oscilações nas bolsas asiáticas repercutem até em Vilhena, o que não era o caso antes”, observa, ressaltando que seu maior crescimento veio durante a crise econômica nacional de 1981, na mesma fase em que Vilhena vivia o ápice do Ciclo da Madeira, com mais de 120 serrarias instaladas na cidade e uma das maiores ondas migratórias da história. Foi também o ano em que Pedro ajudou a fundar a ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena), da qual foi presidente em 1998. Em 1999, o comerciante aderiu a um movimento ousado junto com 34 empresários liderados por Ilário Bodanese: foi um dos fundadores do Sicoob Credisul, uma das cooperativas de crédito mais influentes do Norte do Brasil, hoje com diversas filiais e dona de um um complexo universitário e de um hospital, em Vilhena, além de atuar em projetos socioeconômicos como o Festival Gastronômico Sicoob Sabores, que inclui dezenas de restaurantes, cafés, lanchonetes, contando com atrações culturais genuínas, como são as manifestações artísticas dos povos indígenas. Pedrinho, hoje, em sua loja de equipamentos musicais: referência. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal
Atualmente, Pedro também ajuda a formatar as políticas para os comerciários do país e do estado, pois faz parte da direção da CNC (Confederação Nacional do Comércio) e da Federação do Comércio de Rondônia (Fecomércio).
Pedrinho da Soraya, como todos os conhecem na cidade, é um autodidata que dominou a contabilidade e aprimorou seu inglês durante uma estadia nos Estados Unidos e avalia sua trajetória com gratidão e orgulho.
Hoje, ele olha para trás contemplando uma história de sucesso e uma família com três filhos formados: Sybeli é dentista; Núbia, fisioterapeuta; e Adonai, administrador. Aos 72 anos, Pedrinho é um entusiasta do ciclismo nas horas vagas, goza de ótima saúde, gosta de ouvir música clássica e dispõe de vários investimentos – que ele não faz questão de mencionar. “E pensar que fui um retirante…”, suspira em voz alta.
Valeu a pena apostar em Vilhena? Ele responde com firmeza: “Sinto-me como um atleta que, após um árduo percurso, finalmente recebe sua medalha. Se tivesse ficado em São Paulo, minha vida poderia ter sido muito diferente, talvez em alguma periferia da metrópole”.
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Brasil : Esfoliação com café: conheça os benefícios para a pele
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Enviado por alexandre em 13/05/2024 12:40:00 |
Dermatologista explica os efeitos da esfoliação com café e orienta sobre a utilização correta na pele Além de estar entre as bebidas mais consumidas no mundo, o café pode ser um aliado para a beleza da pele. Fonte de antioxidantes, o café protege a pele contra os radicais livres, substâncias que aceleram nosso processo de envelhecimento. Segundo o dermatologista José Roberto Fraga Filho, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a esfoliação com café ajuda a uniformizar o tom da pele e deixá-la mais luminosa. “Mas, se a esfoliação for muito agressiva ocorre uma quebra de barreira, inflamação com posterior hipercromia. Por isso, deve ser delicada”, destaca o diretor clínico do Instituto Fraga de Dermatologia. O especialista orienta fazer a esfoliação após a limpeza da pele. Misture a borra de café com algum óleo vegetal como o de coco e aplique sobre a pele. Faça movimentos circulares e evite áreas sensíveis com pálpebras e lábios. Veja também Defensoria Pública do Estado do Amazonas: um apoio primordial para mães que buscam justiça para seus filhos Autocuidado: quatro dicas para as mães cuidarem mais de si A esfoliação com café pode ser feita no rosto, corpo e também no couro cabeludo. De acordo com José Roberto, ao usar nos cabelos, a esfoliação remove as células mortas do local e, com a ação antioxidante do café, faz que ocorra uma melhor perfusão sanguínea no folículo capilar favorecendo a saúde dos fios. No entanto, é recomendado não esfoliar a pele ou o couro cabeludo por muitos dias, pois isso provoca um efeito rebote, que piora a oleosidade na região. O ideal é fazer a esfoliação com café duas vezes na semana e aplicar um hidratante de acordo com o seu tipo de pele após a esfoliação. Fotos: Reprodução No caso da pele acneica e sensível é preciso atenção quanto ao uso da esfoliação de café. Isso porque em áreas com acne ativa existe o risco de levar a bactéria para outros lugares e piorar a inflamação. Além disso, pacientes com pele sensível como aqueles que têm dermatite atópica podem ter uma piora do quadro. Fonte: Alto Astral LEIA MAIS |
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Brasil : Este alimento comum pode ajudar no combate ao Alzheimer, segundo estudo de Harvard
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Enviado por alexandre em 13/05/2024 00:29:07 |
Presente no lar dos brasileiros, este ingrediente auxilia na prevenção da doença e de outras demências Você sabia que o azeite de oliva extra virgem pode ser um aliado na prevenção do Mal de Alzheimer e outras demências similares? Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (Jama) Network Open mostra que o ouro líquido da dieta mediterrânea pode ser um amigo da saúde do cérebro? A pesquisa, que analisou dados de 92 mil adultos observados ao longo de 28 anos, afirma que o consumo de mais de 7 g/dia de azeite de oliva foi associado a um risco 28% menor de morte relacionada à demência em comparação com aqueles que nunca ou raramente consumiam azeite de oliva, independentemente da qualidade da dieta."Esses resultados sugerem que a ingestão de azeite de oliva representa uma estratégia potencial para reduzir o risco de mortalidade por demência", afirmam as autoras do estudo no abstract. Veja também Aprenda receita de suco poderoso que 'suga' o açúcar no sangue Gozada fitness: veja as 5 posições sexuais que mais queimam calorias Este não é o primeiro estudo de 2024 que reforça essa hipótese. Em um estudo de revisão de dados celulares e clínicos publicado no National Center for Biotechnology dos EUA, foi confirmada a mesma questão.Segundo os autores, o azeite de oliva atua na supressão da neuroinflamação por meio de várias vias, o que pode ajudar a prevenir o Alzheimer. ( Foto: Reprodução) Os resultados da pesquisa sugerem que o azeite, e particularmente o composto fenólico oleocantal (OC), pode ter um impacto significativo na redução do risco de Alzheimer.Além dos benefícios para a prevenção do Alzheimer, o azeite tem outros prós para a saúde. O único contra, recentemente, é o preço altíssimo. Fonte: G1 LEIA MAIS |
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