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Justiça : Saiba o que motivou garçom matar vereador com facada no pescoço e ferir dois outros homens durante almoço de domingo
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:52:48

Além do vereador que foi a obito ainda no local do crime, outras duas pessoas ficaram feridas após também serem atacadas à facadas dentro do restaurante neste domingo (28).

 

O que era pra ser apenas um almoço de domingo terminou em terror e morte na cidade de Camocim, a 357 km da capital Fortaleza/CE. O garçom Antonio Charlan Rocha Souza, 34 anos, atacou três pessoas dentro de um restaurante e matou o vereador César Veras, de 51 anos.

 

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O QUE MOTIVOU O CRIME

 

 

Após preso o garcon acusado do homicídio de César Veras dá explicações desconexas sobre o caso. De acordo com as informações colhidas pelo blog Camocim Polícia 24h junto aos pm’s que conduziram Charlan à Delegacia, eram desconexos seus assuntos no trajeto à DPC.

 

“Ele aparentava está tranquilo, não reagiu à prisão, no entanto, falava assuntos estranhos”, disse um dos pm’s. Ainda segundo a polícia, o acusado a todo momento dizia que a facção queria sequestrar sua filha e arrancar seus órgãos, mas que iria defender ela.

 

Também falava muito que estava sendo perseguido na igreja e mostrava muita preocupação com uma carta que tinha escrito e havia deixada em sua casa. Ele teria pedido aos pm’s que fossem em sua casa, pegasse a carta antes que sua família visse.

 

Já na cela da cadeia, Charlan continuou com assuntos desconexos:

 

"Queriam sequestrar minha filha para vender para fora, tem muita gente no meio envolvida, é muito forte, é muito grande, é muito grande". Antonio Charlan Rocha Souza, 34 anos, foi preso por pm’s do Raio, conduzido à DRPC de Sobral onde foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa e duas tentativas de homicídio qualificado.

 

Ele já se encontra recolhido a uma unidade prisional. O Garcon deve responder tambem por tentativa de homicidio contra a vida de dois outros homens que estava no local.

 


Os dois feridos foram identificados como Euclides Oliveira Neto, de 56 anos, dono do restaurante, e Fábio Roberto de Castro Sousa, de 55 anos, cliente do local. Euclides está em um hospital em Sobral, e não corre risco de morrer.

 

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Coluna Meio Ambiente : Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:50:34

Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds

Para melhorar o controle socioambiental dos produtores de carne bovina instalados no Cerrado, organizações somaram esforços para produzir um protocolo voluntário para criação de gado no bioma, que concentra cerca de um terço de todo o rebanho do país. O Protocolo de Monitoramento Voluntário de Fornecedores de Gado reúne 11 critérios que funcionam como um guia para a produção e compra responsável.

 

O documento, lançado na terça-feira (23), é fruto de um esforço conjunto das organizações Proforest, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e National Wildlife Federation (NWF).Os frigoríficos JBS, Minerva, Marfrig – os três maiores do Brasil –, Frigol e Masterboi já aderiram ao protocolo; assim como grandes empresas compradoras do varejo: Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e Arcos Dorados (franquia do McDonalds).

 

A campanha para maior adesão ao protocolo conta com apoio da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (ABIEC), que estabeleceu a meta de que seus associados adotem padrões de monitoramento em todo o Brasil dentro de até dois anos.“Metade dos associados da ABIEC opera no bioma Cerrado, com muitos deles já adotando políticas de compra de gado. O Protocolo do Cerrado desempenha um papel crucial ao unificar os critérios avaliados e destacar as boas práticas, fornecendo um caminho para as empresas que querem avançar nesse sentido”, explica o diretor de sustentabilidade da ABIEC, Fernando Sampaio.

 

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Os critérios que serão monitorados incluem a sobreposição com polígonos de desmatamento superiores a 6,25 hectares a partir de 1º de agosto de 2008 e com registros de infração, trabalho escravo ou embargos ambientais; sobreposição com Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e unidades de conservação; assim como o registro atualizado na base de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e análises da Guia de Trânsito Animal (GTA).

 

O documento estava em elaboração desde 2020 e teve contribuições ainda da ONG WWF-Brasil, da indústria alimentícia, empresas compradoras, Ministério Público Federal, entidades do setor pecuário, além da sociedade civil. As informações estão disponíveis numa plataforma online, aberta e bilíngue, onde é possível ter dados sobre as empresas que aderiram.O esforço é inspirado na iniciativa Boi na Linha, implementada na Amazônia pelo Imaflora em parceria com o Ministério Público Federal desde 2019.

 

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“Ações harmonizadas também são possíveis em outras regiões do Brasil, para além do já consagrado no bioma Amazônia. Essa movimentação é importante porque o Cerrado passa por um momento crítico de aumento das taxas de desmatamento, parte disso associado à cadeia da agropecuária”, pontua o gerente de projetos em Cadeias Agropecuárias do Imaflora, Lisandro Inakake. “Utilizamos os cinco anos de experiência para levar a outro bioma soluções que respaldam a produção frente aos mercados mais exigentes, ajudam a consolidar a prática da pecuária sustentável e contribuem para o enfrentamento da crise climática”, completa.  

 

Fonte; O Eco

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Regionais : Indústria na Amazônia se prepara para seca tão grave como a de 2023
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:49:38

Nível dos rios é sinal de alerta para Defesa Civil do Amazonas e representantes da indústria; para meteorologistas, fenômeno La Niña poderá trazer algum alívio durante estiagem deste ano

Às vésperas do início da estação de seca na Amazônia, que vai até novembro, a indústria do Norte do país se prepara para uma estiagem tão grave quanto a do ano passado, a pior seca na história da região. O prognóstico vem dos sinais que já aparecem dos níveis das águas, mais baixos do que no mesmo período do ano passado.

 

Desde o início do ano, representantes da indústria tem se reunido com governos estaduais e federais para tratar dos meses de estiagem em 2024. Em março, um relatório apresentado pela Defesa Civil do Estado do Amazonas alertou para o risco de uma nova estiagem severa, apontando para o volume das calhas do Médio Amazonas e Baixo Amazonas abaixo da média para a época de cheias. A Defesa Civil apontou ainda para um volume de chuvas aquém do esperado nas calhas dos rios do estado.

 

— Estamos nos preparando para o pior. Os prognósticos apontam mais uma vez para uma estiagem severa considerando que estamos com nossas bacias com níveis bem abaixo do que consideramos normal para os rios. — alerta Francisco Máximo, secretário Executivo da Defesa Civil do Amazonas. — Os rios, por enquanto, estão navegáveis, mas as nove calhas estão com níveis bem abaixo ou muito próximo das métricas nesse mesmo período do ano passado.

 

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Em 2023, a seca sem precedentes na Amazônia fez a produção industrial do Amazonas acumular três meses consecutivos de queda (entre setembro e novembro), com recuo de 16,6% no período, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. A paralisação de linhas de produção e a adaptação da cadeia logística gerou um custo adicional de R$ 1,4 bilhão para a indústria. O impacto veio principalmente com a paralisação do transporte fluvial, que é o principal meio para o escoamento de produtos e para chegada de insumos na Zona Franca de Manaus.

 

Augusto Rocha, coordenador da Comissão de Logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), diz que o cenário da última seca "foi assustador". Este ano, a indústria vive um "novo normal" na preparação para seca e as empresas agora consideram que terão um período de 60 dias com a navegação restrita, ao invés de 30 dias, como nos anos anteriores, explica ele. Um dos grandes gargalos é a chegada do insumo para as indústrias do Amazonas.

 

— O que se faz é comprar mais estoque e programar para que ele chegue a Manaus em meados de agosto. De tal forma que em outubro, quando deve ser o ponto crítico do problema, já não tenha nada em trânsito e esteja tudo desembaraçado no estoque das empresas — afirma Rocha.

 

Além da antecipação de insumos, a indústria também tem preparado planos para escoamento antecipado de produtos, considerando um período crítico para a navegabilidade. De acordo com a CIEAM, que representa 300 empresas da Zona Franca, 60% de toda a produção do polo é escoada por meio de cabotagem (navios); 39% a partir do roll on/roll off (o chamado rô-rô caboclo, que são caminhões em balsas e rodovias), enquanto 1% é feito por transporte aéreo.


Na indústria de eletrônicos, as empresas operam com o prazo de setembro para escoar a produção antes do ponto crítico da estiagem para os rios. Para minimizar as perdas previstas para o período mais grave da seca, o setor também tem negociado a antecipação das férias coletivas do próximo ano, de acordo com Jorge Junior, presidente-executivo da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), que representa 33 indústrias com produção na Zona Franca.

 

— Algumas empresas já estão a todo o vapor produzindo para escoar a produção. Há uma preocupação de que se a gente novamente não puder produzir, sem os insumos necessários e os rios navegáveis para escoar a produção, vamos ter mais um ano de penalização para as indústrias da região norte. — diz Junior.

 

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES PREPARA LICITAÇÃO


Desde o início do ano, os representantes da indústria da região têm levado os alertas sobre a seca para governos federal e estadual. Uma das preocupações é a de que as secas extremas se tornem fenômenos mais persistentes na região.

 

— Essa é uma pauta que vai se tornar ainda mais urgente. E um dos grandes desafios é a criação de uma infraestrutura na Amazônia, se não vamos sempre ficar tratando de emergência — reclama Augusto Rocha, da CIEAM.

 

Um estudo da World Weather Attribution (WWA) apresentado em janeiro mostrou que as mudanças climáticas foram a principal causa da estiagem histórica de 2023 e já fazem a seca na Amazônia ser 30 vezes mais provável no período de junho a novembro.

 

No Ministério dos Transportes, uma das ações preventivas que está sendo proposta é a elaboração de uma licitação, que terá o edital publicado até o fim do mês, para a contratação de uma empresa para execução e supervisão de um plano de dragagem e sinalização no Rio Amazonas (de Manaus a Itacoatiara) e no Rio Solimões (em três trechos que vão do Codajás a Benjamin Constant) pelos próximos cincos anos.


Durante a última estiagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Ministério dos Transportes, fez a contratação emergencial dos serviços de drenagem no Solimões e Amazonas. Erick Moura, diretor de Infraestrutura Aquaviária do órgão, diz que a licitação vai tornar o trabalho permanente na região.

 

— Essa é uma grande preocupação nossa. A gente percebeu que a região deve sofrer pelo menos nos próximos três anos — afirma Erick Moura de Medeiros, diretor de Infraestrutura Aquaviária do DNIT.

 

Na previsão dos meteorologistas, entretanto, há uma notícia menos preocupante. O fenômeno La Niña (resfriamento anormal das águas do Pacífico), que deve afetar o Brasil no último trimestre — e costuma atrasar o período úmido — deve ser de fraca intensidade. Havia preocupação que o La Niña pudesse agravar e prolongar ainda mais a seca na região.

 

CHEGADA DO LA NIÑA PODERÁ TRAZER ALÍVIO


De acordo com os meteorologistas da Nottus, especializada em meteorologia de negócios, a previsão é que em outubro já se forme um corredor de umidade de Norte a Sul do país.

 

— O modelo não aponta que o La Niña atrase o período úmido este ano e, em outubro, segundo os modelos, existe a possibilidade da formação de um corredor de umidade que começa na costa Sul, passa pelo Sudeste e vai até a região Norte — diz Desirée Brandt, sócia e meteorologista da Nottus.

 

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas para Desastres Naturais (Cemaden) emitiu nota em março alertando inclusive que o La Niña tem potencial para aumentar as chuvas na região norte e Nordeste do país.

 

 

Ana Clara Marques, especialista em clima na Climatempo avalia que a chegada do La Niña pode ajudar a encurtar o período mais grave da secura nos rios no segundo semestre. Ainda assim, diz, a previsão para os próximos meses na região amazônica é de chuvas mais irregulares e abaixo da média. A climatologista projeta que os níveis dos rios devem ficar próximos ou até mais baixos do que na seca anterior.

 

Fonte: O Globo 

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Regionais : Márcio Souza, ícone literário da Amazônia, é destaque em seminário em Rondônia
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:46:30

UNIR promove há 28 anos o tradicional Seminário de Estudos Linguísticos e Literários.


Sede do campus da UNIR em Vilhena. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal

Por 28 anos consecutivos, a UNIR tem sido palco do Seminário de Estudos Linguísticos e Literários (Sell), um evento acadêmico de prestígio em Rondônia. Este ano, o Sell acontecerá de 6 a 8 de maio, com a presença ilustre do escritor Márcio Souza, de 78 anos. O romancista manauara, autor de 37 publicações, é uma voz proeminente que ecoa as nuances socioculturais da Amazônia em sua literatura.

Márcio Souza, cuja obra "Mad Maria" de 1980 transcendeu as páginas para se tornar uma minissérie aclamada pela TV Globo em 2005, enfatiza a importância da literatura regional: "Nosso foco, em Vilhena, será, sobretudo, a literatura amazônica."

Márcio Souza: presença confirmada. Foto: Divulgação

Além de sua contribuição literária, Souza também deixou sua marca no cinema, dirigindo o filme "A Selva" em 1970, uma adaptação da obra de Ferreira de Castro, gravada em Manaus.

O Sell, organizado pelo curso de Letras da UNIR (Universidade Federal de Rondônia) no campus de Vilhena, é um convite aberto a estudantes de Letras e áreas correlatas, educadores do ensino superior e básico, bem como pesquisadores de pós-graduação.

O seminário oferece uma programação rica, incluindo mesas-redondas, oficinas, minicursos e palestras. A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia devido ao número limitado de vagas. Para mais informações e inscrições, visite sell.unir.br.

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

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Durante intercâmbio na Bolívia, Acre apresenta defesa dos povos indígenas
Francisca Arara, que preside o comitê dos Governadores para o Clima e Floresta no Brasil, fez um apelo para que haja menos discurso e mais ações efetivas.


Brasil : Catalina, o pássaro de aço nos céus da Amazônia
Enviado por alexandre em 29/04/2024 12:44:02

A Amazônia recebia a presença da Panair do Brasil como elo de brasilidade perdida na vastidão do território amazônico.


Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
O pouso fora feito com segurança e os agentes que representavam a Panair do Brasil em qualquer lugar da Amazônia que se encontravam chegavam a bordo em uma pequena e frágil canoa, era o primeiro contato com aquele enorme avião que trazia passageiros e mercadorias da civilização. Tudo ocorria como previsto, a tripulação permaneceu em seus postos para eventuais emergências e naturalmente fatos inesperados. Havia piranhas em volta da embarcação e naturalmente o perigo era eminente, caso em um acidente a canoa virasse. O avião afastava-se lentamente levado pela correnteza, contudo, com auxílio dos motores era feito a correção, a fim de permitir sua atracação para junto da boia e o hidroavião parou novamente no ponto de translado para desembarque de passageiros e mercadorias.

Foram momentos importantes daquele período com o sentimento de desafio e naturalmente o começo de muitas descobertas. Outro fato interessante era a comunicação por rádio com navios estrangeiros que promoviam o dialogo crescente e de cordialidade, na verdade, uma troca de conhecimento, de emoções e de histórias que por muito tempo fariam parte do imaginário daqueles navegantes com os povos da floresta e de seus visitantes.

Normalmente suas chegadas no interior do estado do Amazonas era no amanhecer e que permitia aquela população ribeirinha assistir ao transitar frenético de passageiros e tripulantes em direção ao flutuante, em meio de pacotes, mercadorias, malas, baús e gaiolas que amontoavam à espera de acomodação no interior do hidroavião, sua tripulação de uniforme azul e branco impecavelmente vestidos, ao mesmo tempo que se ouvia uma passageira contar a lenda do Uirapuru, observava aquelas pessoas que quase isoladas do restante do país aguardavam a lembrança de um parente, uma encomenda, a esperança de um remédio, ou simplesmente a oportunidade de receber notícias de um mundo desconhecido.
Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Foram muitas as celebrações, que se renovava a cada passagem da Panair do Brasil desde sua chegada inaugural em 25 de outubro de 1933, até sua partida três décadas mais tarde. Na verdade, era a celebração da solidariedade, da amizade e principalmente muitas saudades do encontro de poções diferentes, de pessoas de um mesmo Brasil.

A Amazônia recebia a presença da Panair do Brasil como elo de brasilidade perdida na vastidão do território amazônico:

"[…] Quando o caboclo olhava o céu e nele via cruzar a certeza da boa nova, a resposta para sua espera ouvia apenas a marcação do meio dia, aproximação no meio da tarde e o anunciar do entardecer".

Fonte: As asas da história. Lembranças da história da Panair do Brasil. 1996. Pág.: 13.

"O Amazonas, sob o impacto de nossa vontade e trabalho, deixará de ser um simples capítulo na história do mundo e, tornado equivalente a outros grandes rios transformar-se-á em capítulo na história da civilização. Tudo que foi feito até agora no Amazonas, seja na agricultura ou na indústria extrativista deverá ser transformado em exploração nacional, discursava o Presidente Getúlio Vargas em 1940, quando de sua visita a Manaus".

Fonte: As asas da história. Lembranças da história da Panair do Brasil. 1996. Pág.: 15.

A bem da verdade, a Panair do Brasil antecipou-se a este projeto e com muita sabedoria contribuiu nos idos dos anos 40, quando os Estados Unidos da América entraram na guerra e foi firmado o acordo de Washington (1942), no qual o Brasil se comprometia em fornecer borracha, matéria prima estratégica. A campanha da borracha começava e utilizava a estação de rádio da Panair do Brasil em Canafa, Estado do Amazonas, e os planos de viagem da Bacia Amazônica, contratados pela Rubber Development Company.

Fonte: Iden página 15.

Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Ao sabor do balanço das águas os hidros aviões não se perturbavam diante dos novos desafios. Singravam pioneiros nos ares da Amazônia, acompanhando o serpenteado rios até por medida de segurança. E a cada decolagem, a certeza de um pouso mais distante como quem tem a missão de tocar fundo o coração da floresta. A tarde caia, e com ela o vento trazia o sabor da tarefa cumprida. Era comum, os passageiros alegres, experimentando a recepção afetuosa de parentes e amigos em seguida acomodada na canoa, sumia nas curvas do igarapé, levando consigo a lenda de outros pássaros da floresta.

A tripulação tinha sua bagagem arrumada em outra canoa e preparava-se para mais um pernoite, e o rapaz de uniforme impecável percorria com os olhos a paisagem, possivelmente encantado ou à espera de um canto especial, ao seu lado, um caboclo sorria apenas sorria, agarrado a um pacote que haviam depositado em suas mãos.

O sol tocava o horizonte em uma cena incomparável e mais uma vez testemunhava as expectativas e sonhos dos povos da floresta embarcados num pássaro de prata, cujo, destino estava escrito na sorte de chagar aos lugares esquecidos do Brasil.

O sentimento de desafio daqueles heróis era de grande valia para nossa Amazônia naquele período, sempre cercado por moradores da área, que por curiosidade, permitiam uma crescente cordialidade e naturalmente uma troca de conhecimento, de emoções e histórias que por muito tempo fizeram parte do imaginário dos povos da floresta em especial do jovem Samuel Isaac Benchimol que acabara de completar seus dezoito anos.

Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Samuel Isaac Benchimol guardava essas lembranças como uma celebração, que se renovava a cada chegada e saída da Panair do Brasil, que fez sua primeira chegada inaugural em 25 de outubro de 1933. A celebração da solidariedade, da amizade e de algumas saudades que ele não cansava de comentar, como se fora ao encontro de poções diferentes de um mesmo Brasil. A presença da Panair do Brasil na Amazônia, de Brasilidade perdida na vastidão do nosso território serpenteado pelas águas. Samuel Isaac Benchimol na sua juventude, sob o impacto do seu primeiro trabalho descreveu um capítulo da sua história da Panair do Brasil.

Foi um período rico da nossa história, ao sabor do balanço das águas, aquele pássaro de alumínio não se perturbava diante de novos desafios e singrava os céus da Amazônia e o serpentear dos rios e a cada decolagem a certeza de um novo pouso em um espaço mais distante da Amazônia. Foram muitas vezes que a tripulação da Panair do Brasil fazia seu pernoite em alguma cidade da Amazônia e, mais uma vez, testemunhava expectativas e sonhos dos povos das barrancas dos rios, fatos como esses marcaram profundamente o início da carreira profissional do jovem Samuel Isaac Benchimol.

O apego à vida laboriosa mostrava o que seria, mais tarde, aquele jovem. Ele acreditava no itinerário de vida, explorando ações empreendedoras procurando construir o próprio caminho. Rica e intensa foram suas experiências despachante de bagagem da Panair do Brasil.

[…] Relembro com saudade e emoção que neste tempo eu era humilde despachante de bagagem da Panair do Brasil, exercendo funções no flutuante ao lado Roadway da Manaós Harbour onde atendia os passageiros dos hidros aviões da Panair e da Pan Amarican, que transportavam borracha dos seringais para suplemento das Forças Aliadas na Guerra. Trabalhava no expediente da madrugada, das 3horas às 6horas da manhã. Às 7horas já estava na Faculdade de Direito assistindo aulas. Era meu companheiro de trabalho Francisco Xavier de Albuquerque, que fora Ministro do Supremo Tribunal Federal. À noite lecionava Economia Política na Escola de Comércio Solon de lucena.

Fonte: BENCHIMOL, Samuel. Amazônia: Um Pouco-Antes e Além-Depois. Manaus: Calderaro, 1977. Pág.: 31 e 32.
O porto situado as margens do Rio Negro, era naquele período a porta de entrada daquela cidade. Cercado de prédios construído no período do látex, emoldurado pelo verde da mata. É nesse espaço físico que brota o aprendizado nas vertentes da vida e que proporcionaria uma excelente oportunidade para o desenvolvimento da cidade de Manaus.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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