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Brasil : Amazônia recebe investimentos de R$ 500 milhões para desenvolvimento científico
Enviado por alexandre em 10/07/2024 10:15:33

Recursos do Governo Federal pretendem fortalecer infraestrutura de pesquisa, promover inovação empresarial e desenvolver soluções tecnológicas para segurança alimentar

O Governo Federal vai investir cerca de R$ 500 milhões em programas para o desenvolvimento científico e tecnológico na Amazônia. A região será beneficiada com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT), para o Programa Pró-Amazônia e Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome. O anúncio foi feito pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), em Belém (PA).

 

“Estamos reafirmando o compromisso em produzir mais conhecimento científico, mais inovação e usar nossas melhores capacidades para o enfrentamento dos desafios contemporâneos e para construção de um futuro melhor para o Brasil e para o mundo. Isso passa, necessariamente, pela Amazônia”, disse a ministra.

 

Ela explicou que R$ 160 milhões são provenientes do FNDC para apoiar a infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica na região amazônica dentro do Pró-Amazônia. Os recursos serão destinados para a recuperação, atualização e criação de laboratórios, acervos científicos, históricos e culturais e coleções biológicas.

 

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Além disso, R$ 110 milhões serão destinados para projetos prioritários fora das capitais dos estados amazônicos.vTambém serão destinado R$ 20 milhões para a manutenção e reforma de espaços de museus e mais R$ 20 milhões para ajudar na construção do Museu das Amazônias, em Belém do Pará, até a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima de 2025, a COP 25.

 

 

Ainda no Pró-Amazônia, R$ 150 milhões serão investidos no projeto de inovação empresarial nas áreas de bioeconomia, cidades sustentáveis, descarbonização dos processos produtivos, transformação digital, economia digital, restauração florestal, transporte e monitoramento ambiental.

 

Fotos: Reprodução 

 

“O objetivo é apoiar projetos que promovam soluções de gargalos científicos e tecnológicos, enfrentados na estruturação e fortalecimento das cadeias socioprodutivas baseadas na biodiversidade brasileira, desenvolvendo produtos, processos, tecnologias e serviços, de modo a agregar e reter valor junto aos elos iniciais das cadeias produtivas e sistemas agroalimentares, porque o que queremos é melhorar a qualidade de vida das populações, promovendo a inclusão e o aumento da eficiência produtiva”, detalhou Luciana.

 

A ministra também anunciou dois editais do Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome, que somam R$ 184,2 milhões. Os editais serão lançados para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para a cadeia socioprodutiva da bioeconomia e sistemas agroalimentares.

 


Uma das chamadas é para Instituições de Ciência e Tecnologias (ICTs) e a outra para empresas brasileiras, públicas ou privadas, com o objetivo de apoiar projetos que promovam soluções para dificuldades científicas e tecnológicas enfrentados na estruturação e fortalecimento das cadeias socioprodutivas. “O que queremos é melhorar a qualidade de vida das populações, promovendo a inclusão e o aumento da eficiência produtiva”, destacou a ministra Luciana Santos.

 

Fonte: Portal Gov.com 

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Brasil : Tecnologia desenvolvida pela Fiocruz Amazônia se torna política pública para controle do Aedes no Brasil
Enviado por alexandre em 10/07/2024 09:55:03

 Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, emitiu a nota técnica informativa Nº 25/2024-CGARB/DEDT/SVSA/MS no último dia 27/06, em que oficializa a utilização das Estações Disseminadores de Larvicidas – tecnologia desenvolvida pelo Núcleo de Patógenos, Reservatórios e Vetores na Amazônia (PReV Amazônia), do Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA), da Fiocruz Amazônia – como estratégia nacional para o controle do Aedes aegypti e Aedes albopictus, vetores da dengue e outras arboviroses, em áreas estratificadas de risco de cidades de todo o País.

A medida visa expandir a tecnologia das EDLs, com o acompanhamento do Ministério da Saúde e apoio técnico da Fiocruz, a partir dos resultados dos estudos coordenados pelo Núcleo Prev Amazônia, com apoio do Ministério da Saúde e a oficina de Representação da OPAS no Brasil.

“A adoção da estratégia pelo Ministério da Saúde é motivo de satisfação para nós que atuamos no Núcleo Prev Amazônia, uma vez que, com a medida, o Brasil se torna o primeiro país do Mundo a adotar a metodologia em um programa nacional oficial”, comemora o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Sérgio Luz, coordenador do Núcleo PReV Amazônia e responsável pela pesquisa, juntamente com o biólogo José Joaquin Carvajal Cortes, que também é pesquisador do Núcleo PReV Amazônia. “As EDLs são a prova de que nossas pesquisas se tornam políticas públicas”, observou Luz. A nota orienta às secretarias sobre como devem proceder para implementar a estratégia de controle.

As Estações DIsseminadoras utilizam a fêmea do mosquito como aliada na dispersão de larvicida, capaz de impedir a proliferação dos focos do transmissor da dengue, Zika e chikungunya. O objetivo do Ministério da Saúde é replicar em nível nacional a tecnologia, que utiliza água em um pote plástico de dois litros recoberto por um tecido sintético impregnado de larvicida.

A armadilha atrai as fêmeas do Aedes aegypti para colocar ovos e ao pousar elas se impregnam com o larvicida presente nas estações. Essas fêmeas, impregnadas com larvicida, ao visitarem outros criadouros acabam contaminando outros recipientes com o inseticida, que impede o desenvolvimento das larvas e pupas, reduzindo a infestação e, por conseguinte, o avanço da doença.
A nota explica ainda que a reunião possibilitou a publicação do Boletim Epidemiológico Volume 47, Nº 15. Foto: Reprodução/Fiocruz Amazônia

A estratégia já foi testada e aprovada com resultados comprovados em 14 cidades brasileiras, de diferentes regiões do País. A nota técnica explica que o Ministério da Saúde tem fomentado e acompanhado o desenvolvimento de novas estratégias para vigilância entomológica e controle de Aedes aegypti.

“Em 2016, com a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em decorrência da epidemia por Zika, foi realizada a Reunião Internacional para Implementação de alternativas para o Controle do Aedes aegypti no Brasil,realizada em fevereiro de 2016, com a participação do Governo Federal, instituições de referência nacionais e internacionais e pesquisadores”, relata o documento.

A nota explica ainda que a reunião possibilitou a publicação do Boletim Epidemiológico Volume 47, Nº 15, que recomendou a avaliação de novas tecnologias de controle de vetores, dentre elas as EDLs. “No Brasil, estudos realizados com o financiamento do MS entre 2016 e 2022, pelo Instituto Leônidas e Maria Deane – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Amazônia), testaram com sucesso a disseminação de piriproxifeno (PPF) em ambientes de laboratório e em áreas abertas de extensão reduzida, onde se demonstrou que a eficácia da estratégia é adequada na escala de ‘bairro’ e de municípios. A partir desses resultados, as EDLs passaram a incorporar o rol de metodologias recomendadas pelo Ministério da Saúde, conforme apresenta a Nota Informativa N° 37/2023CGARB/DEDT/SVSA/MS (0037799369)”.

“Durante os estudos, foi possivel avaliar a eficácia e identificar e conhecer bem todos esses problemas ou ‘intercorrências’da aplicação da estratégia na prática, na escala real dos programas de controle, em diferentes cenários de cidades. Dessa forma, entendemos como melhorar os procedimentos operacionais com os meios e recursos disponíveis. Realizamos capacitação de agentes públicos e produzimos ferramentas de transferência tecnológica visando a expansão da estratégia no País”, conta Joaquin Cortes.
Contextualização

A Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroes – CGARB, do Departamento de DoençasTransmissíveis – DEDT, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente – SVSA, informa que, com o apoio técnico da Fiocruz, iniciará a expansão da tecnologia de controle populacional  de Aedes com a realização de um ensaio pragmático utilizando a auto disseminação de larvicida em áreas de risco no Brasil. Neste primeiro momento, será implementada em 15 cidades.

Nas EDLs, as micropartículas do larvicida em pó aderem-se ao corpo do mosquito. Como as fêmeas de Aedes spp. visitam muitos criadouros para colocar poucos ovos em cada um, elas disseminam o larvicida para esses criadouros, em um raio aproximado que pode variar entre 3 e 400 metros.

Quando as fêmeas pousam nos reservatórios para realizar a postura de ovos, ocorre a contaminação da água por meio das partículas dos inseticidas deixadas pelas fêmeas. Desta forma, a água dos criadouros passa a ter o potencial de interferir no desenvolvimento das larvas que, dependendo da concentração do larvicida que houver no criadouro, não alcançarão a fase adulta.
Fiocruz Amazônia
Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). Foto: Reprodução/Fiocruz Amazônia

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) é a unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas.  Sediado em Manaus, sua missão é contribuir para a melhoria das condições de vida e saúde das populações amazônicas e para o desenvolvimento científico e tecnológico regional e do País, integrando a pesquisa, a educação e ações de saúde pública.

Para o desenvolvimento de suas ações conta com instituições parceiras que apoiam projetos de caráter multidisciplinar e interinstitucional, gerando conhecimentos essenciais para a criação de políticas públicas, que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

*Com informações da Fiocruz Amazônia ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/saude/tecnologia-desenvolvida-pela-fiocruz-amazonia-se-torna-politica-publica-para-controle-do-aedes-no-brasil/

Brasil : Modo tradicional de ocupação garante futuro sustentável na Amazônia, aponta estudo
Enviado por alexandre em 10/07/2024 09:50:13

Ainda na infância, aprendemos a cuidar da natureza para preservar o meio ambiente. Estudamos o tema na escola, ouvimos nossos pais falando a respeito e assistimos a filmes sobre o assunto. ‘Wall-E‘ mostra que, se não cuidarmos do planeta, ele ficará inabitável. Em ‘O Lorax‘ aprendemos a importância da natureza para os seres humanos, enquanto ‘Os Sem-Floresta‘, figurinha repetida no horário da tarde nos canais da TV aberta, retrata a expansão da área urbana e a degradação ambiental.

Mas, na idade adulta, percebe-se que a vida não é tão simples assim e que os problemas ambientais nas áreas urbanas no Brasil surgiram ainda na época que o país era colônia da Coroa portuguesa. Após algumas centenas de anos, a onda de colonização da Amazônia, incentivada pelo governo brasileiro, causou desmatamento e mudanças no uso da terra. Esses processos ignoraram a adaptação milenar da população nativa ao bioma, baseando-se em referências externas.

Dessa forma, as ações do passado impactaram diretamente o presente. Assim como nos filmes, tais ações afetaram os modelos de urbanização, o meio ambiente e, especialmente, a população amazônica. As cidades, vilas e comunidades sofrem com a crise climática, o que tem demandado uma revisão completa de paradigmas. Mas, se a sociobiodiversidade for ativada, será possível imaginar novas possibilidades e soluções, além de descobrir que o paradoxo entre urbanização e conservação de rios e florestas pode ser falso.

O projeto ‘Caracterização do Periurbano Estendido Amazônico: contribuições de espaços que resistem e preservam a floresta para o enfrentamento da crise ecológica da urbanização‘ busca trazer olhares múltiplos, que convergem para a compreensão de que a Amazônia é um território que sempre foi povoado, apesar de, por muito tempo, ter sido visto como a terra a ser conquistada e explorada.

O projeto é coordenado pela professora Ana Cláudia Cardoso (FAU/ITEC) e conta com a participação de estudantes e pesquisadores(as) vinculados(as) à UFPA e à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e colaboração de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
As estratégias para combater o racismo ambiental

Um dos termos tratados pelo projeto é o racismo ambiental institucionalizado, uma vez que políticas públicas ignoram os conhecimentos e as necessidades das populações locais da Amazônia, impondo soluções que beneficiam empreendimentos externos. Assim, comunidades indígenas e tradicionais são frequentemente afetadas por políticas e práticas ambientais excludentes, que desvalorizam seus conhecimentos e modos de vida, reforçando desigualdades e privando essas populações dos processos de decisão.

Como podemos evitar que isso ocorra? A sociobiodiversidade é uma solução. O projeto coordenado pela professora Ana Cláudia Cardoso tem como pilar principal fortalecer e destacar a sociobiodiversidade da região por meio da criação de um repertório urbano-natural. Isso significa buscar a valorização e a integração da diversidade social e biológica local, unindo aspectos urbanos e naturais.

O projeto entende a natureza como um meio para promover novos valores em diferentes áreas, sejam técnicas, sociais ou econômicas, reconhecendo-a como base para ações inovadoras e gerando impacto positivo na sociedade.

“Estamos estudando as espacialidades de grupos ribeirinhos para mostrar como é possível combinar assentamentos humanos e preservação de rios e matas. Isto poderá auxiliar a criação de instrumentos para o ordenamento territorial ou de controle urbanístico compatíveis com as necessidades da nossa população, além de orientar a adaptação à crise climática”, afirma a professora Ana Cláudia.

As cidades na Amazônia estão crescendo rapidamente, pois a terra passou a ser vista como investimento. Mineração, monocultivo e empreendimentos imobiliários invadem áreas onde vivem os povos da floresta e destroem, inclusive, a própria floresta. A expansão das cidades é dirigida para investidores, expulsando a população que habitava e produzia no local e deixando-a vulnerável.

É preciso reconhecer a diversidade do Brasil e encontrar soluções que beneficiem as pessoas, e não apenas os negócios. O projeto tem contribuído com mapas e reflexões sobre como a cidade pode destacar as qualidades da floresta.

“É comum proporem educação ambiental para quem vive em áreas periurbanas, o que é uma bobagem. Quem já vive nessas áreas sabe muito bem como interagir com o meio ambiente; quem chega depois é quem promove os maiores desequilíbrios. É na cidade que precisamos falar sobre a importância de rios e matas. São os portadores desses conhecimentos que nos ajudarão a dar um salto para a vanguarda dos processos de integração entre assentamentos humanos e a floresta tropical”, explica a docente.
Evento é oportunidade para apresentar resultados

Pesquisar sobre o clima e os animais na Amazônia é tão importante quanto conhecer como vivem as pessoas da região. Com esse propósito, o Projeto coordenado pela professora Ana Cláudia Cardoso estará presente na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o evento que reúne pesquisadores e autoridades de diversas áreas.

“Vamos oferecer minicursos, entre eles o que apresentará o Igarapé Sapucajuba como um laboratório interdisciplinar para a construção de uma nova perspectiva da várzea inserida na cidade. Estaremos com o INPE na SBPC Jovem, em uma exposição que adotará parte do material que já produzimos”, anuncia a professora, “e estaremos no stand do Centro Integrado de Sociodiversidade Amazônica, projeto coordenado pela UFPA, que articula as universidades federais da região Norte em rede, para investigar a Amazônia, a partir dela mesma”.

Para Ana Cláudia Cardoso, as expectativas para o evento e para mostrar o potencial da Universidade estão altas: “espero rever amigos, celebrar o protagonismo na UFPA na organização e mostrar que somos uma Universidade excelente em quesitos que ainda nem são considerados em outros contextos, tais como a inclusão social e o respeito à diferença”.

Sobre a pesquisa: O projeto ‘Caracterização do Periurbano Estendido Amazônico: Contribuições de Espaços que Resistem e Preservam a Floresta para o Enfrentamento da Crise Ecológica da Urbanização‘, coordenado pela professora Ana Cláudia Cardoso (FAU/ITEC), tem feito intensos debates em um processo de troca de ideias que se tornou uma característica do grupo, comparando modelos matemáticos, conceituais e dados empíricos sobre a Amazônia urbana.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal Beira do Rio, da UFPA, edição 171, escrito por Evelyn Ludovina ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/sustentabilidade/ocupacao-sustentavel-amazonia/

Brasil : Amazônia e Pantanal, em chamas, pedem socorro ao Governo Federal
Enviado por alexandre em 09/07/2024 09:23:43

Por Osíris M. Araújo da Silva

Não é uma questão de polícia. Promessas de ações ostensivas vêm se esvaziando com o tempo face à inépcia das ações dos órgãos responsáveis pela proteção do meio ambiente nos mais importantes biomas brasileiros. Pantanal, desde junho, e de julho em diante a Amazônia, haverão de registrar taxas recordes de incêndios. Há de se questionar: quais as ações específicas em curso de tantos ministérios criados para cuidar da gente e da nossa biodiversidade? Ministérios há, e muitos: Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Integração e Desenvolvimento Regional, das Cidades, Agricultura e Pecuária, Meio Ambiente e Mudança do Clima, Igualdade Racial, Pesca e Aquicultura, dentre outros dotados de funções mais abrangentes. O que se observa de concreto, contudo, é uma tempestade de promessas populistas e ineficazes desvinculadas da realidade local.

Especialistas atribuem o fenômeno a recorrentes falhas de prevenção de queimadas do governo federal, que já havia sido alvo de críticas em 2023 por causa do avanço de severos incêndios lá e cá na Amazônia. O planejamento do Ministério do Meio Ambiente é completamente, além de deslocado de suas características autóctones, agravado por histórica insuficiência de recursos humanos nos órgãos responsáveis pelo zelo do meio ambiente. Anúncio da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) dá conta de que servidores federais do setor (Ibama, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e do próprio MMA) encontram-se em estado de greve desde junho passado. Em tais circunstância, sem planejamento e sem pessoal como efetiva e eficazmente cuidar dessas joias geopolíticas e do conjunto dos ecossistemas dessas regiões?

Estudos da internacionalmente respeitada Nature Conservancy observam que “além de nos fornecer água e alimentos necessários para a nossa sobrevivência, o meio ambiente também é a fonte de matéria-prima para todas as atividades econômicas. Por isso, alterações no clima ou impactos ambientais afetam diretamente a disponibilidade e o preço dos mais variados produtos, e também os rendimentos de toda a cadeia de produção, típicos da agropecuária, totalmente dependente do clima e, por isso, sensível às mudanças climáticas”. Em 2023, o Brasil ficou em quarto lugar na lista de países que tiveram as maiores perdas econômicas associadas a eventos climáticos extremos. A Nature salienta que “93% dos municípios brasileiros registraram episódios de calamidade pública e só com reconstrução de habitações destruídas já foram gastos mais de US$ 5 bilhões nos últimos dez anos”.

Editorial do Estado de S. Paulo questiona que, entre as muitas lições deixadas pelas tragédias sem precedentes provocadas pelas queimadas, a pior estiagem da história ocorrida na Amazônia e as inundações do RGS, “uma tem tudo a ver com a natureza da gestão pública, em qualquer área: não basta apenas dinheiro para reagir a um desastre, é preciso que gestores públicos tenham capacidade de estruturar e apresentar projetos aptos a receberem os recursos”. Não basta fazer planos, é preciso implementar suas diretrizes e ter capacidade de avaliar e atualizá-los em tempo hábil. Na realidade, afirma o editorial, “tanto o Pantanal quanto a Amazônia continuam sendo um grande desafio para sucessivos governos brasileiros, que têm-se mostrado incompetentes de equacionar soluções eficazes”.

Efetivamente, ambos os biomas só estarão plenamente protegidos com o desenvolvimento. Os desafios são gigantescos. Não basta prender e confiscar propriedades, rebanhos e balsas de mineração; avulta, do atual quadro socioeconômico da região, a necessidade de definir políticas públicas e marcos regulatórios (ZEE, regularização fundiária, pesquisa e desenvolvimento) orientadoras de atividades preconizadas, todas, desde que regulamentadas, e exercidas sustentavelmente, do maior interesse para o crescimento econômico do país.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/economia-na-amazonia/amazonia-e-pantanal-em-chamas-pedem-socorro-ao-governo-federal/

Brasil : Pesquisa promete multiplicar produção de tambaquis e hortaliças no Amazonas
Enviado por alexandre em 09/07/2024 09:20:08

Aumentar a produtividade na criação de tambaquis em até seis vezes, em comparação com os atuais modelos de piscicultura, e ao mesmo tempo, alavancar a produção de alimentos no Amazonas de modo sustentável e ambientalmente responsável, reduzindo custos, consumo de água e sem a necessidade de derrubar nenhuma árvore.

Estes são os objetivos da pesquisa inovadora realizada pela Universidade Nilton Lins, por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, e que esta semana inaugurou sua unidade experimental no campus da instituição no Parque das Laranjeiras, zona Centro-sul de Manaus, visando o desenvolvimento de um sistema integrado e simultâneo para criação de peixes e hortaliças em um único ambiente aquático.

Coordenado pelos professores Lucas Pedro Gonçalves Junior e Juliana Tomomi Kojima, do curso de Mestrado e Doutorado em Aquicultura da Universidade Nilton Lins/INPA, a pesquisa é voltada especialmente para pequenos produtores e agricultores familiares do estado e na unidade serão testados e avaliados diferentes modelos de produção visando adaptar-se à realidade amazônica.

“Nosso desafio neste primeiro momento é desenvolver, na prática, um ambiente ideal elaborado nos estudos teóricos, que seja propício tanto para os peixes quanto para as plantas. Dessa forma, esperamos melhorar a produtividade pela qualidade da água dentro do sistema alternativo de aquaponia e permitir que os pequenos produtores tenham duas fontes de renda”, destacou Lucas.
Fotos: Divulgação

Na etapa inicial dos trabalhos em campo, a hortaliça escolhida foi a alface mas nos próximos meses, a proposta é expandir a pesquisa para incluir o jambu, manjericão e outras plantas de interesse comercial regional.
Sustentabilidade

Além das vantagens econômicas, o desenvolvimento de um sistema integrado de produção aplicado na agricultura familiar, permitirá o aumento da produtividade sem a necessidade de desmatar novas áreas e ainda reduzirá o consumo de água em comparação aos modelos atuais.

    “É totalmente sustentável e respeita o meio ambiente da região. Nesta unidade experimental, contamos com 16 tanques, mas os produtores poderão usar viveiros de até 50m³. A piscicultura tradicional produz cerca de 1 kg de tambaqui por m³, enquanto com este sistema estimamos chegar a 6 Kg”, explicou Lucas.

A pesquisa teórica teve início em maio de 2023 e todo o trabalho está previsto para ser concluído em maio de 2025. Além dos experimentos, o local também servirá para a realização de cursos, contribuindo para a disseminação do conhecimento e capacitação dos produtores locais. O projeto conta com apoio da Fapeam pelo Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil. ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/sustentabilidade/pesquisa-promete-multiplicar-producao-de-tambaquis-e-hortalicas-no-amazonas/

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