País ocupa a vice-liderança em ranking global de casos, e especialistas alertam sobre os golpes mais frequentes na internet
O Brasil é o segundo país que mais sofre crimes cibernéticos na América Latina. Conforme dados de pesquisa realizada pela SAS Institute, empresa de business intelligence, a maioria dos consumidores brasileiros (80%) disse ter sofrido algum tipo de fraude digital ao menos uma vez, e os dados pessoais e financeiros dos usuários valem ouro para os cibercriminosos.
Com a tecnologia ganhando cada vez mais espaço na vida dos consumidores, quadrilhas tentam tirar proveito por meio de compras on-line, falsas centrais de atendimento e até promessas de renda extra. "Pessoas que antes não utilizavam serviços digitais passaram a utilizar, com isso o acesso aos dados aumenta e acaba abrindo margem para essa ocorrência de golpes e de fraudes. Numa cadeia onde a gente pensa em segurança da informação, o elo mais fraco é sempre o usuário, que às vezes abre brecha para a atuação de quadrilhas especializadas", afirma Neyanne Araújo, advogada especializada em direito digital.
Poucos dias após a liberação da declaração do Imposto de Renda 2024, criminosos já estão aplicando golpes digitais nos contribuintes que querem acertar as contas com o Leão. Segundo o Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo (CTIR Gov), foram identificadas campanhas induzindo usuários a baixar e instalar aplicativos falsos a partir das diferentes lojas, como a Google Play Store para dispositivos Android ou Apple Store para dispositivos iOS.
As ferramentas, que imitam o visual e o funcionamento do serviço do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) para o ano-base de 2023, visam roubar dados pessoais e financeiros de vítimas, que são levadas a acreditar que estão preenchendo uma declaração de verdade. Esses aplicativos são habilmente promovidos por meio de redes sociais, e-mails enganosos e até mesmo nos resultados de pesquisas on-line, apresentando-se como alternativas confiáveis.
"No período de declaração do Imposto de Renda, muitos brasileiros buscam soluções práticas para cumprir essa obrigação fiscal. É neste momento que os golpistas entram em ação, criando aplicativos fraudulentos que se passam por ferramentas legítimas de auxílio na declaração", destaca Guilherme Guidi, especialista em direito digital do escritório Freitas Ferraz Advogados.
ROUBOS DE INFORMAÇÕES
De acordo com ele, muitas vezes, os aplicativos estão, inclusive, em lojas oficiais do Android e do iOS, o que dificulta ainda mais a identificação da fraude. "Ao baixá-los, o contribuinte acaba entregando informações preciosas nas mãos de criminosos, que podem usar esses dados para realizar uma série de fraudes financeiras, roubos de identidade ou outras ações criminosas como sequestro, roubo, extorsão, entre outros", alerta o especialista.
As quadrilhas especializadas em cibercrimes estão sempre à espreita de dados pessoais e financeiros. "Nesse caso específico do Imposto de Renda, o problema é potencializado, pois essa declaração feita pelo contribuinte contém geralmente informações detalhadas sobre seus bens, recebimentos e patrimônio, mas pode também indicar muitas outras informações sobre sua vida privada, aumentando ainda mais o risco para as vítimas", explica Guidi.
Um link para um site falso de ingressos para os shows de Caetano Veloso e Maria Bethânia, permaneceu por horas exibido na primeira página de buscas do Google na última semana. A plataforma dos golpistas simulou o ambiente do site oficial, com sistema de fila de espera e diversos detalhes que tornaram muito mais difícil a percepção de que seria um golpe.
A psicóloga Júlia Carvalho, de 32 anos, foi uma das fãs surpreendidas pela fraude. "O site era idêntico, é impressionante. Quando pesquisei no Google a abertura das vendas dos ingressos, foi o primeiro sugerido e era a mesma interface da plataforma real, que estava vendendo os ingressos", conta Júlia, que só se deu conta de que se tratava de um golpe na hora de finalizar o pagamento.
"Eu preenchi todos os meus dados e estranhei porque no pagamento só tinha a opção de pagar por PIX, foi aí que eu me dei conta de que se tratava de um site falso e não fiz o pagamento, só que eu concedi ali todos os meus dados pessoais e não sei o que pode ser feito com eles. É uma sensação horrível passar por esse tipo de situação, por mais que eu não tenha tido a perda financeira no momento, eu não sei o que fazer em relação às informações que preenchi", afirma.
ATENÇÃO NAS TRANSAÇÕES
Com os golpes financeiros se tornando cada vez mais comuns, é importante reconhecer os tipos de fraude e manter a atenção nas transações on-line. O advogado Mozar Carvalho, sócio-fundador do escritório Machado de Carvalho Advocacia, diz que os crimes que envolvem o roubo de dados não são uma novidade e que os criminosos apenas aguardam oportunidades para lançar novas ferramentas. "Por trás dessas quadrilhas existem técnicas avançadíssimas para evitar rastreamento e aumentar a eficácia de seus ataques", explica.
A maior recomendação é sempre procurar canais oficiais e é preciso ter cautela para passar longe das armadilhas virtuais: "Recebeu qualquer coisa por e-mail e não sabe de quem é, apague. Muitas vezes, é melhor apagar e perder alguma informação duvidosa do que ficar com a vida enrolada por um bom tempo. Além disso, mantenha nos seus aparelhos softwares de segurança atualizados para você ter uma boa segurança e evitar golpes. Posso garantir que eles geram uma dor de cabeça fora do comum."
O especialista ressalta que, caso você seja a vítima de um golpe, é crucial agir imediatamente. "É preciso notificar os bancos para prevenir fraudes, mude também todas as senhas dos seus dispositivos, para caso o golpe envolva algum tipo de cavalo de troia. Além disso, é indispensável registrar um boletim de ocorrência, que também pode ser feito virtualmente", aconselha Mozar Carvalho.
AUMENTO DA DEMANDA
Quase seis em cada 10 empresas brasileiras sofreram ataques ou incidentes cibernéticos que impediram o acesso aos seus dados em 2023, de acordo com o Índice Global de Proteção de Dados (GDPI). Em resposta a esses desafios, as empresas têm buscado proteção no mercado de seguros.
Esse cenário causou um aumento da demanda por seguros por parte das empresas. Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) revela que a procura pelo seguro de Riscos Cibernéticos cresceu 880% nos últimos cinco anos, passando dos R$ 20,7 milhões arrecadados em 2019 para R$ 203,3 milhões em 2023. Em comparação, exclusivamente com o ano de 2022, o avanço foi de 17,1%.
Destinado às empresas, o seguro de Riscos Cibernéticos oferece proteção contra danos diretos ocasionados por ataques que geram perdas materiais, imateriais e de conteúdo informacional, como vazamento de dados. Além disso, pode ser utilizado para cobrir reclamações decorrentes de uso indevido de informações e violação da privacidade e dos direitos de propriedade intelectual.
Segundo a Chain Analysis, empresa americana de análise de blockchain, grupos de hackers captaram US$ 1,1 bilhão com ataques ransomware em 2023 — valor recorde para esse tipo de crime e quase o dobro do prejuízo causado em 2022 (US$ 567 milhões).
A inteligência artificial generativa é uma tecnologia capaz de gerar conteúdo após ser treinada com padrões complexos a partir de uma base de dados. No Brasil, o estudo do GDPI mostrou que a constante jornada de proteção de dados continua sendo um desafio enorme dentro das organizações, sendo quase unânime a percepção dos executivos sobre o aumento da superfície de risco por conta da rápida adoção da IA generativa dentro das empresas, que demandará novas medidas para proteger os dados.
Cerca de 85% dos executivos brasileiros ouvidos acreditam que os dados utilizados para a IA generativa serão altamente distribuídos, aumentando, portanto, a preocupação sobre se estão adequadamente protegidos.
IA PARA PREVENÇÃO
Fotos: Reprodução
À medida que os fraudadores usam, cada vez mais, a tecnologia para enganar consumidores e empresas, o setor financeiro está adotando técnicas de inteligência artificial (IA) generativa para aprimorar proteções. Ao mesmo passo que o avanço da tecnologia é visto como uma ameaça, ele também é a chave para aumentar as camadas de segurança e dificultar os golpes digitais.
Durante a 17ª edição do Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP), realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), foram debatidas as perspectivas para segurança e digitalização. Para Fernando Amaral, vice-presidente de inovação e soluções da Visa do Brasil, o uso de dados dos clientes e a IA têm que andar juntos para aprimorar a segurança nas transações financeiras.
"O avanço da quantidade de dados e você compartilhar dentro do ecossistema cuidadosamente vai ajudar muito na segurança e aplicar modelos de inteligência artificial nessas soluções vão garantir cada vez mais proteção, para evitar esses transtornos que acontecem no dia a dia das pessoas", afirma Amaral.
A multinacional de serviços financeiros lançou recentemente o Visa Secure Data Only (VSDO), desenvolvido com o objetivo de simplificar a troca de dados entre emissores e estabelecimentos comerciais. "Essa ferramenta permite que o comércio compartilhe em tempo real dados que fazem com que o emissor tenha mais segurança para fazer uma transação, para garantir que você é você mesmo", explica o vice-presidente de inovação.
Outra ferramenta aprimorada para a segurança das transações on-line no Brasil é o Click to Pay, uma nova opção de pagamento digital para o e-commerce. Em fevereiro deste ano, a Mastercard habilitou as primeiras operações por meio do sistema que usa a tecnologia de tokenização. "A informação que trafega durante a transação substitui aquele número de 16 dígitos que tem no seu cartão, um token faz o uso de uma combinação exclusiva de números que é usada apenas para aquela transação. Mesmo se eventualmente tivesse algum tipo de fraude, esses dados não serviriam para absolutamente nada", destaca Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil.
A tecnologia se trata da combinação entre agilidade, com a redução de cliques na hora da compra, e camadas de proteção ao consumidor. "Tudo que fazemos na indústria de meios de pagamentos tem que estar pautado por dois temas, praticidade e segurança. Estamos lidando com dinheiro das pessoas e de estabelecimentos comerciais, então a segurança é fundamental", reforça Marcelo Tangioni.
O termo francês gouinage especifica a prática sexual sem penetração, que vem para explorar novas formas de prazer e zonas erógenas
Você já ouviu falar em gouinage? O termo voltou aos holofotes após o último episódio de Surubaum, programa de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso no YouTube. Na ocasião, Gominho afirmou que é adepto do gouinage, que é o sexo sem penetração.
A palavra de origem francesa é comumente usada para se referir ao sexo lésbico e especifica a técnica que explora o prazer sexual dispensando a penetração. A ideia, no caso, é tirar o pênis do foco da relação sexual, explorar outras regiões do corpo e descobrir novas zonas erógenas por meio do tato, olfato, paladar ou fluidos genitais.
Apesar de ser mais praticada entre mulheres lésbicas, outros formatos de relações estão também se entregando a essa forma de sentir prazer. E vale ressaltar: não se trata de “preliminares”, o gouinage é o sexo em si.
O método, batizada pela terapeuta sexual Lua Menezes, é simples. Basta deitar-se como um saco de batatas por alguns minutos e, naquele momento, apenas receba toques e carícias do(a) parceiro(a). Sem penetração. Depois de ganhar os carinhos, retribua. A ideia é que o foco não seja o sexo tradicional, mas uma troca de energias e de toques por todo o corpo.
PETTING
A técnica americana peeting (que significa acariciar, em tradução literal) trabalha com visualizações — mais uma vez, é proibido terminar com penetração. Com seu(sua) parceiro(a) e em posição confortável, imagine um calor subindo da zona V (perto da vagina ou do pênis) para coluna vertebral até chegar à cabeça. Vislumbre essa onda quente passando por seu rosto, seios e até pela garganta. Depois, ela retorna ao lugar de origem.
EDGINGD
Também conhecida como “técnica da paradinha”, o edging promete elevar a experiência sexual com um gesto simples, mas desafiador para muitas pessoas: pausar o estímulo sexual quando o parceiro estiver à beira do orgasmo. A ideia é que depois de algumas pausas, a vontade de gozar seja incontrolável, e o orgasmo, incrível.
Para aplicá-la, comece com toques leves, seguidos por estimulações mais caprichadas em todo o corpo, até perceber que a parceria está chegando lá. Daí, basta fazer uma pausa, recuperar o fôlego e continuar a brincadeira.
POSIÇÕES
Além das técnicas ensinadas, existem também posições que facilitam o sexo sem penetração e deixam tudo mais gostoso.
Cinco fiéis sofreram lesões na testa após serem ungidos com o “óleo da graça” durante uma missa realizada na última terça-feira (19) na Igreja de São José, em Maceió. Os participantes desenvolveram reações alérgicas na pele após o contato com o líquido utilizado para ungir os presentes na cerimônia.
A ocorrência foi confirmada pela equipe de comunicação da paróquia na quarta-feira (20). Os casos foram reportados à liderança da paróquia logo após a missa. Os fiéis afetados foram aconselhados a buscar assistência médica imediatamente.
A paróquia iniciou a coleta de amostras do óleo utilizado para análise laboratorial, visando identificar a causa das reações adversas. Uma declaração foi emitida nas redes sociais pela Paróquia de São José do Trapiche da Barra, expressando surpresa com os incidentes e destacando que a razão dos ferimentos ainda não foi esclarecida.
Ser feliz e ter uma vida saudável e longeva é o desejo de muitas pessoas. Pesquisadores revelam como alcançar esse objetivo
Nesta quarta-feira, o mundo celebra o Dia Internacional da Felicidade (20/03), uma data que leva à reflexão sobre o que realmente importa quando o assunto é qualidade de vida. Em meio a agendas lotadas e responsabilidades diárias, a felicidade, por muitas vezes, fica em segundo plano.
Há quem acredite que para ser feliz, basta ter dinheiro, mas segundo o maior estudo já realizado sobre o assunto, produzido pela Universidade Harvard, o que nos torna felizes e saudáveis são os relacionamentos.
O Estudo de Desenvolvimento Adulto da Universidade de Harvard, também conhecido como o Estudo de Grant, é uma das pesquisas longitudinais mais longas e abrangentes já realizadas sobre o desenvolvimento humano.
Iniciado em 1938, o projeto acompanhou a vida de 724 homens durante cerca de 75 anos, com o objetivo de compreender os fatores que contribuem para uma vida longa e saudável, bem como os padrões de desenvolvimento ao longo da vida adulta.
Os participantes foram recrutados da própria Universidade de Harvard e dos bairros mais pobres de Boston, incluindo homens de diferentes origens socioeconômicas. Ao longo das décadas, os pesquisadores coletaram uma variedade de dados, como exames médicos, questionários de saúde mental, entrevistas e informações sobre suas vidas pessoais e profissionais.
As descobertas do Estudo de Grant têm sido fascinantes e têm proporcionado insights importantes sobre vários aspectos do desenvolvimento humano. Por exemplo, ele destaca a importância das relações interpessoais e emocionais para a saúde e o bem-estar ao longo da vida, mostrando que ter relacionamentos satisfatórios e de apoio pode ser um fator crucial para uma vida longa e feliz.
Além disso, o estudo também destaca a importância de fatores como estabilidade emocional, adaptabilidade, propósito no trabalho e resiliência para o bem-estar ao longo da vida.
Segundo a especialista em psicanálise clínica e desenvolvimento humano, Gisele Hedler, existem algumas lições que podem ser tiradas do maior estudo já realizado sobre felicidade humana.
Baseado na pesquisa, Gisele pontua as lições que podemos tirar do Estudo de Desenvolvimento Adulto para alcançar a felicidade e uma vida longa e saudável. Segundo Hedler, as relações tóxicas drenam nossa energia emocional e impactam negativamente a saúde mental.
Por isso, para a especialista, é preciso saber filtrar os relacionamentos, mas também se atentar para não se isolar.
“O estudo mostra que os relacionamentos saudáveis são um dos maiores preditores de felicidade e saúde a longo prazo. Por outro lado, o isolamento provoca solidão, representando um fator de risco para a saúde, principalmente a mental”, afirma Gisele.
E por falar em saúde mental, ignorá-la também compromete a felicidade. É preciso abandonar o ressentimento, pois guardar mágoas pode levar a problemas de saúde mental e física. “Segundo o estudo, a capacidade de perdoar e soltar ressentimentos está associada a melhor saúde e maior felicidade”, diz a especialista.
Dinheiro atrai felicidade? De acordo com a ciência, a resposta é não. Nesse sentido, o educador corporativo Rodrigo Lang reitera que não devemos trabalhar apenas visando juntar dinheiro e ser rico.
“Muito pelo contrário, a alegria diz respeito às experiências e relações interpessoais. Elas são as responsáveis por enriquecerem a vida, promovendo satisfação verdadeira e duradoura”, diz.
Ainda de acordo com o estudo de Harvard, a resiliência é a chave para enfrentar os desafios da vida, contribuindo para a felicidade e saúde a longo prazo. Já as preocupações em excesso, seja com o passado ou com o futuro, podem aumentar os nossos níveis de ansiedade e insatisfação. Viver o presente, portanto, melhora a qualidade de vida.
Gisele aponta ainda que podemos tirar como lição da grande pesquisa a importância da generosidade. “A falta de atos altruístas diminui a sensação de satisfação pessoal. O estudo evidencia que ser generoso aumenta a felicidade tanto de quem recebe quanto de quem pratica o ato, reforçando laços sociais e bem-estar emocional”, afirma.
Outro aspecto não abordado pelo estudo de Harvard, mas que vale a pena discutir, é o impacto das mudanças climáticas em nosso bem-estar. Vale lembrar que, nos últimos anos, temos testemunhado o aumento preocupante das mudanças climáticas e suas consequências devastadoras.
Esse despertar para a crise ambiental deve nos fazer reavaliar nossos hábitos e nossa relação com o planeta. Isto é, trazendo consciência que fazemos parte deste grande ecossistema e que tudo o que acontece nas florestas, nas calotas polares e nas temperaturas, impacta a qualidade de vida, as relações sociais, o bem-estar, as emoções e a saúde mental de crianças, jovens, adultos e idosos.
“As mudanças climáticas afetam nossa saúde física, mental e social. É impossível ignorar o que está acontecendo no planeta e seus impactos em cascata nas relações humanas e na saúde mental de todos nós, em especial das novas gerações”, afirma o especialista em felicidade e bem-estar Rodrigo de Aquino.
Um estudo realizado pela Universidade de Melbourne com mais de 1200 alunos, mostra que as palavras pessimismo e incerteza são chaves para a década. A pesquisa apontou que 1 em cada 7 entrevistados sentia-se pessimista quanto ao seu próprio futuro, 29% estava pessimista quanto ao futuro do seu país, enquanto 53% estava pessimista quanto ao futuro do mundo.
Para Aquino, este é um sinal de alerta, uma vez que há um impacto claro das mudanças climáticas na saúde física, mental e social. O especialista destaca prejuízos como menor disposição para atividades, desenvolvimento de distúrbios como ansiedade, depressão, e estresse. Além disso, há uma maior exposição a doenças transmitidas pela água, pelo ar, alergias ou por alimentos intoxicados.
O contato com a natureza, por outro lado, nutre nossa alma com sentimento de pertencimento e de significado. Isso porque ela tem impacto em nosso bem-estar físico através do ar, da água pura, da produção de alimentos naturais e do estímulo a atividades físicas, destaca o especialista.
Sendo assim, entendemos que, quanto mais nos distanciamos da natureza, quanto mais mecanizados e robóticos nos permitimos ficar, mais adoecemos.
“As catástrofes, as enchentes, as ondas de calor vão minando nossas esperanças de forma silenciosa e, quando nos damos conta, estamos tomados por uma ansiedade que nos queima, nos afoga e nos tira o chão. Ainda podemos fazer muito por nós e pelo planeta. A Terra vive sem nós, mas nós não vivemos sem ela. Vamos nos mobilizar e fazer o que tem que ser feito?”, finaliza Rodrigo.
A capital de Rondônia, Porto Velho, é a pior da Amazônia Legal no ranking de saneamento básico divulgado pelo Instituto Trata Brasil no dia 20 de março. Entre as 100 maiores cidades do país, a capital rondoniense não está sozinha, pois o pódio do ranking é ocupado por mais duas cidades amazônidas: Macapá (AP) e Santarém (PA).
Em Porto Velho, por exemplo, o esgoto continua sendo um grande desafio: em relação ao levantamento realizado no ano passado pelo Trata Brasil, a coleta cresceu apenas 4,73% pontos percentuais no município em um ano, passando de 5,16% para 9,89%. Segundo o Instituto, há 10 anos Porto Velho sempre se apresenta nas piores colocações dentre as 100 maiores cidades do país.
O percentual de Macapá, também referente ao esgoto, é de apenas 8,05%. Veja o ranking abaixo:
Esgoto à céu aberto na região central de Porto Velho (RO). Foto: Taísa Arruda/g1 Rondônia
Ranking do saneamento 2024
O recorte abaixo é referente às capitais da Amazônia Legal que figuram no ranking de serviço de saneamento básico nas 100 maiores cidades do país divulgada pelo Instituto Trata Brasil. A ordem é dos piores indicadores para os melhores:
Posição
Município
UF
Atendimento de Água
Atendimento de Esgoto
Tratamento de Esgoto
Perdas na Distribuição
Investimento médio per capita (R$/hab.)
100°
Porto Velho
RO
41,79%
9,89%
1,71%
77,32%
37,47
99°
Macapá
AP
54,38%
8,05%
22,17%
71,43%
41,48
98°
Santarém**
PA
48,8%
3,81%
9,13%
40,23%
34,30
97°
Rio Branco
AC
53,5%
20,67%
0,72%
56,59%
30,02
93
Belém
PA
95,52%
19,88%
2,38%
35,1%
106,92
88
São Luís
MA
92,76%
54,28%
20,59%
55,93%
45,83
86
Manaus
AM
99,49%
26,09%
21,79%
55,44%
115,66
50
Cuiabá
MT
100%
75,33%
49,59%
58,99%
472,42
26
Palmas
TO
97,93%
89,96%
64,48%
31,74%
200,78
**Santarém não é capital, mas faz parte do recorte regional expressivo.