O procurador Wellington Saraiva, que teve diálogos com outros membros da Lava Jato expostos pela revista Piauí, reclamou de “invasão de privacidade” e criticou o veículo. Ele diz que o conteúdo não é de interesse público e nega a autenticidade dos diálogos, que fazem parte do conjunto de 952.754 mensagens enviadas e recebidas pelo ex-procurador Deltan Dallagnol no Telegram.
“A revista Piauí publicou hoje uma matéria contrária à ética jornalística que ela diz defender, em seu Manual de Redação. Divulgou possíveis conversas privadas de membros do MPF sem absolutamente nenhum interesse público. Uma grosseira e injustificada invasão de privacidade”, afirma o procurador. Ele diz que o material, apreendido na Operação Spoofing, “jamais teve a integridade confirmada” e sofreu “adulterações”.
Na ocasião, ele e outros procuradores criticaram a aparência da ministra, reclamaram de uma suposta falta de “cuidados corporais” e fizeram especulações sobre a sexualidade dela. Wellington agora alega que as mensagens fazem parte de “diálogos reservados de um grupo de amigos e colegas de trabalho”.
“Nenhuma das possíveis conversas que a revista Piauí divulgou tem nexo com a atuação funcional das pessoas citadas. São falas informais e fora de contexto, cuja privacidade é protegida pela Constituição e pelas leis. A revista agiu de forma antiética e ilegal”, prossegue.
Mensagens divulgadas pela revista nesta quinta (14) mostram que procuradores usavam o grupo do Telegram para zombar de autoridades. Além dos ataques à ministra do Supremo, eles ainda faziam piadas machistas contra a ex-presidente Dilma Rousseff e outras mulheres, como a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que foi chamada de “tribufu do inferno stalinista”.
Nesta quarta-feira (13), a Justiça multou em R$ 10 mil Nadine Novello Conde Carlos, de 31 anos, por fraudar um concurso público para investigador em São Paulo, ocorrido em 2023. O pai dela é investigador no Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), unidade especializada da Polícia Civil, e a mãe é sargento aposentada da Polícia Militar (PM).
A decisão judicial, conhecida como “acordo de não persecução penal”, encerra o processo sem imposição de pena criminal, desde que a multa seja paga. O valor será parcelado em 12 vezes de R$ 833,33, com a primeira parcela vencendo em 15 de abril.
Nadine admitiu à Justiça ter utilizado uma câmera e um ponto eletrônico durante a prova para receber informações sobre as respostas corretas, mas alegou não ter concluído a fraude. Ela afirma ter desistido ao sair da sala e tentou se livrar dos equipamentos, porém foi abordada por fiscais do concurso, que encontraram os dispositivos escondidos em suas roupas.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro receberá o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo. A condecoração está marcada para o dia 25 de março, no Theatro Municipal, no Centro da capital paulista.
O autor da proposta da homenagem, aprovada em novembro do ano passado, é o vereador Rinaldi Digilio (União Brasil). Partiu também do parlamentar a solicitação para que a cerimônia seja no Theatro Municipal em vez de ser na Câmara Municipal paulistana, como é de costume.
O novo local amplia a capacidade de convidados, pois comporta 1.523 pessoas, contra as 400 que cabem na Câmara. No entanto, Digilio afirma que a transferência de local se deu pelo fato de os auditórios da Casa não estarem disponíveis na data desejada.
Além disso, a equipe do vereador assegura que o teatro pode ser utilizado para este fim, uma vez que já foi usado pela Câmara em outros eventos.
– Tentamos em outra data, mas tivemos que adequar à agenda da Michelle – disse a equipe à CNN.
Cada vereador tem direito a conceder oito honrarias por legislatura. O título pode ser concedido a cidadãos nascidos em outras cidades. Michelle Bolsonaro nasceu no Distrito Federal.
O caso dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ganha novos contornos com as recentes revelações feitas por Ronnie Lessa, preso pela execução das vítimas. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumirá o papel de relator nesse desdobramento das investigações.
Ronnie Lessa, em sua delação premiada com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), apontou os supostos mandantes por trás dos crimes que chocaram o país. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes encarregado do caso, decidiu encaminhar o processo ao STF, reconhecendo-o como o foro adequado para a investigação dessas autoridades.
Nas reviravoltas do depoimento, Lessa menciona uma figura que não ocupava cargo público durante os homicídios, já que se passaram seis anos desde a trágica data. O STF, responsável por julgar autoridades como presidente, vice-presidente, ministros, senadores, deputados federais e membros dos tribunais superiores, assume a condução desse processo.
A história de Lessa é marcada por sua prisão em março de 2019, pela participação direta nas mortes. Segundo a delação de Élcio de Queiroz, também ex-policial militar, Lessa é identificado como o atirador responsável pelo assassinato da vereadora e de seu motorista. Posteriormente, Lessa é expulso da corporação e, em 2021, condenado a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas usadas no crime.
Sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF, espera-se que a justiça seja feita e que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados perante a lei.
Suprema Corte liberou a abertura de créditos extraordinários para o governo cuidar do bioma
O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a existência de um “estado de coisas ainda inconstitucional” na proteção da Amazônia e determinou a abertura de créditos extraordinários, com vedação de contingenciamento orçamentário, para adoção de medidas de combate ao desmatamento no bioma.
Aderentes à gestão Lula, ministros apontaram que houve avanços na política ambiental com a mudança do governo federal, mas entenderam que o quadro atual ainda não é satisfatório e deve haver intervenção do Judiciário.
A ministra Cármen Lúcia, relatora do tema, defendeu a declaração de um “estado de coisas inconstitucional em processo de reconstitucionalização”. No entanto, a maioria dos ministros divergiu do seu posicionamento por entender que essa declaração, que diz respeito a uma violação sistemática de direitos fundamentais, poderia trazer reflexos negativos para a posição de protagonismo ambiental do Brasil.