O Programa de Fauna registra sistematicamente a presença de animais ao longo da rodovia que conecta Rondônia e o Amazonas e avalia os impactos sobre a fauna silvestre.
Com informações do DNIT
Com Subprogramas de Prevenção de Colisão da Fauna Silvestre e de Monitoramento de Fauna, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) tem implementado programas ambientais, destacando-se o 'Programa de Fauna', executado no âmbito da Gestão Ambiental da rodovia BR-319, que conecta Manaus, capital do Amazonas, a Porto Velho, capital de Rondônia. A BR atravessa uma porção significativa da Floresta Amazônica, uma das áreas mais ricas em biodiversidade do planeta.
Foto: Reprodução/Governo Federal
O 'Programa de Fauna' registra sistematicamente a presença de animais ao longo da rodovia e avalia os impactos sobre a fauna silvestre. Os dados obtidos revelam uma grande diversidade de espécies, incluindo aves, anfíbios, répteis e mamíferos, demonstrando a riqueza da vida selvagem na região.
Esses registros desempenham um papel fundamental na identificação de trechos prioritários para a implantação de medidas mitigadoras e preventivas, indo além das estatísticas.
Ao compreender as necessidades e os padrões de movimentação da fauna local, é possível adotar medidas como a construção de passagens de fauna e a redução da velocidade em áreas críticas.
Além disso, a conscientização dos motoristas sobre a importância da preservação da vida selvagem e a promoção de campanhas educativas são fundamentais para reduzir o número de atropelamentos de animais na BR-319.
Ações eficazes de redução e prevenção de colisões não apenas protegem a vida selvagem, mas também garantem a sustentabilidade e a preservação dos ecossistemas que tornam a região amazônica única.
O motivo "oficial" para o nome do município se deu em meados da Guerra do Paraguai, entre 1864 a 1870.
REDAÇÃO
Pátio da Estrada de Ferro Madeira Mamoré em 1910 — Foto: Luiz Brito/Divulgação
Duas teorias tentam explicar a história do nome da cidade 'Porto Velho'. A primeira é muito conhecida pelos moradores e é repetida há muitos anos na cidade: a lenda do Porto do Velho.
O autor Antônio Cândido da Silva, na década de 1960, escreveu o livro Enganos da Nossa História, onde contou a lenda de um velho lenhador chamado Pimentel, que trabalhava em um porto no rio Madeira, cortando lenha para navios à vapor na época do ciclo da borracha, final do século XIX. Quem chegava à região, a chamava de Porto do velho Pimentel, que com passar do tempo, teria se tornado o nome Porto Velho.
Apesar da história ser bastante conhecida na capital, não há comprovação sobre a existência de Pimentel, e por isso, a narrativa ficou conhecida como uma lenda. Conforme a historiadora Rita Vieira, o motivo "oficial" para o nome do município se deu em meados da Guerra do Paraguai, entre 1864 a 1870.
A guerra envolveu parte do estado do Mato Grosso e por isso, o governo brasileiro construiu um porto para militares que participaram do conflito na região onde, atualmente, é localizada a capital rondoniense. Depois que a guerra acabou e o Brasil foi vitorioso, o porto e o município ficaram abandonados.
Foi então que, por volta de 1907 e 1912, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) começou a ser construída pela empresa de Percival Farquhar, às margens do Rio Madeira. Os trabalhadores chamavam a região de Porto velho dos militares, por causa do porto abandonado pelos militares da Guerra do Paraguai.
A partir disso, quando houve a criação da cidade, em 2 de outubro de 1914, o nome escolhido foi Porto Velho, porque fazia referência ao porto abandonado.
Pesquisadores da Embrapa descobriram que a polpa da goiaba pode substituir até 75% da ração. Produto foi bem aceito e pode reduzir custos para os produtores de peixe.
Com informações do g1 Rondônia
Que peixe criado em tanque se alimenta de ração, isso todo mundo sabe, mas do que essas rações são feitas? A maior parte das rações ofertadas no mercado é feita de milho e outras commodities, mas recentemente, uma pesquisa da Embrapa descobriu que o resíduo da polpa de goiaba pode substituir um desse produtos e ser usada na alimentação de juvenis de tambaqui.
Durante o desenvolvimento do projeto, os pesquisadores alimentaram os peixes com rações experimentais por 60 dias. Os juvenis de tambaqui eram alimentados duas vezes por dia.
Como resultado, os pesquisadores descobriram que a substituição, feita em até 75% da ração, foi bem aceita e pode reduzir custos para os produtores de peixe.
Pesquisadores usam polpa de goiaba na produção de ração de tambaqui. Foto: Reprodução/Embrapa
O tambaqui é uma espécie onívora, ou seja, na natureza, consome alimentos de origem vegetal, como frutos e sementes, e alimentos de origem animal, como insetos, zooplâncton e caramujos, entre outros.
De acordo com a pesquisa, essa característica torna o tambaqui uma espécie facilmente adaptável à alimentação com base em rações completas, especialmente com uso de ingredientes vegetais.
A polpa da goiaba foi escolhida já que é um ingrediente não convencional que pode atender aos principais quesitos necessários na produção de ração:
- Atende às fábricas, já que a agroindústria tem quantidade suficiente do produto; - Possui qualidade nutricional adequada para substituir o milho, o farelo e o óleo de soja; - Não sofre com a sazonalidade.
Mas, como nem tudo são flores, os pesquisadores Jony Dairiki e Cheila Boijink, responsáveis pelo projeto, encontraram deficiências no produto, como o elevado nível de fibra bruta, que pode proporcionar um ganho de peso inferior aos peixes alimentados com 100% de substituição.
Para tentar mitigar essa deficiência, os pesquisadores acreditam que as rações podem ser melhor balanceadas, usando, por exemplo, o farelo de soja, que ajuda a potencializar a polpa de goiaba.
A fabricante da boneca, Mattel, criou a coleção 'Role Models', inspirada em mulheres da vida real de todo o mundo e a homenageada amazônida é a influenciadora Maira Gomez, da etnia Tatuyo, no Amazonas.
De origem latina, a palavra representatividade é o princípio pelo qual a vontade das minorias - seja de gênero, classe e grupos sociais - é atendida, ou pelo menos ouvida e registrada. Nesse sentido, a equidade entre homens e mulheres, por exemplo, tornou-se uma necessidade após o reconhecimento das mulheres como um grupo subjugado e exposto a várias formas de abuso e violação de direitos.
Assim como as mulheres, mesmo no século XXI, representam uma minoria social, na Amazônia, os povos originários que habitam a região séculos antes da chegada dos portugueses no Brasil, ainda são estigmatizados, estereotipados e buscam constante reconhecimento na sociedade.
Como uma forma de reconhecimento da diversidade de mulheres indígenas, a Barbie - uma das bonecas mais conhecidas e desejadas por crianças e colecionadores do mundo todo - ganhou a primeira versão indígena brasileira inspirada em uma personalidade real.
Foto: Danny Guimarães
A homenageada é a influenciadora Maira Gomez, de 25 anos, da etnia Tatuyo, no Amazonas, que tem mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais. Conhecida como Cunhã Poranga (@cunhaporanga_oficial), ela mostra a cultura indígena e como é o seu dia a dia com a família.
Nesta semana, ela publicou em suas redes bastidores de um ensaio com a sua versão da Barbie: "Obrigado Mattel por essa homenagem e é uma honra representar nosso País. Afinal, você pode Ser o que Quiser! Gratidão ?", comentou.
O novo modelo faz parte de uma coleção que homenageia mulheres inspiradoras de vários países, a coleção 'Role Models'. São oito homenageadas e, além da influenciadora indígena amazônida, estão nomes como o da atriz, produtora e ativista norte-americana Viola Davis e da cantora canadense Shania Twain. As bonecas não estão à venda. Um único modelo de cada foi feito para cada uma das homenageadas.
O lema da coleção segue a identidade já conhecida da boneca. "Histórias de mulheres notáveis para mostrar às garotas que elas podem ser qualquer coisa", informa a Mattel.
No sábado, dia 9 de março, a boneca Barbie completa 65 anos. Criada pela empresa Mattel em 1959, o brinquedo que virou ícone mundial representa diferentes profissões e estilos. A indústria já havia criado bonecas de indígenas nativas norte-americanas, mas é a primeira vez que homenageia uma que é brasileira.
O lançamento da coleção foi anunciado no dia 6 de março.
Foto: Reprodução/Instagram-Mattel
Barbie Amazônia
Apesar de ser a primeira personalidade indígena homenageada, não foi a primeira vez que a Barbie olhou para a região amazônica. Em 2009, a Barbie Amazônia foi lançada inspirada nos povos nativos. Das penas no alto de seus longos cabelos escuros às tatuagens tribais, a edição de colecionadores encantou crianças e adolescentes na época em que a famosa boneca comemorava 50 anos.
O estudo demandou várias etapas de trabalho coletivo e uso de tecnologias apropriadas para a análise, incluindo a coleta, que foi feita no município de Moju, no Pará
Com informações da UFPA*
Quem nunca ouviu falar em tomar chá de boldo para má digestão? Ou passar bálsamo de andiroba em áreas do corpo que estão inflamadas? Essas, e muitas outras, plantas são velhas conhecidas da cultura popular por suas propriedades medicinais. Mas investigar a química dessas espécies e comprovar a eficácia das suas substâncias também é importante para o tratamento efetivo de doenças e desenvolvimento de medicamentos, tanto naturais como semissintéticos.
Para contribuir com as pesquisas desenvolvidas nessa área, a estudante Alice Carvalho, do curso de Farmácia da Universidade Federal do Pará (UFPA), iniciou um estudo para traçar o perfil químico das folhas de Costus arabicus (Costaceae). A planta, popularmente conhecida como canarana, cana-do-brejo e canaficha, aguçou a curiosidade da pesquisadora sobre as suas propriedades.
Foto: Alexandre de Moraes
"A espécie foi escolhida por ser pouco estudada quimicamente, o que possibilitaria a obtenção de resultados inéditos. Em paralelo, outro parâmetro utilizado foi o quimiotaxonômico, isto é, a planta pertencer a um gênero de espécies que apresentam classes químicas de grande interesse farmacológico",
relata Alice.
A sua principal motivação é entregar respostas científicas sobre a química da espécie, de forma a justificar o uso da planta na medicina tradicional.
A pesquisa, orientada pela professora Consuelo Yumiko Yoshioka e Silva, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (ICBio/UFPA), ressalta o potencial existente na diversidade vegetal do Brasil, a exemplo da própria planta Costus arabicus, objeto do estudo, que é encontrada na região amazônica.
A população local a utiliza para tratamento de problemas renais, inflamações e até câncer. Segundo o trabalho, o método de preparo mais utilizado é a decocção, um processo similar ao preparo de chás, em que as folhas ou raízes são fervidas em água e depois coadas.
O potencial da canarana, a Costus arabicus
O estudo demandou várias etapas de trabalho coletivo e uso de tecnologias apropriadas para a análise, desde a coleta, feita no município de Moju, no Pará, até as investigações realizadas no Laboratório de Cromatografia Líquida do Departamento de Química da UFPA. A identificação do local ideal de coleta, por exemplo, foi feita em parceria com o Herbário IAN, vinculado à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Após a coleta, as folhas selecionadas foram cortadas em partes menores, então lavadas em água corrente, submetidas à secagem e só então trituradas. "É importante mencionar que a escolha de estudar as folhas se deu em virtude do relato do uso dessa parte da planta por comunidades tradicionais", explica Alice.
Obtidos os extratos necessários, aplicaram-se as técnicas que fornecem informações precisas sobre a estrutura química da folha. Os dados recolhidos foram, então, processados por ferramentas de bioinformática e de análise molecular.
A pesquisa revelou que há potencial farmacológico nas folhas de Costus arabicus, pois os compostos naturais encontrados são de considerável interesse científico e terapêutico, como é o caso dos flavonoides. Segundo a pesquisadora, os flavonoides pertencem a uma classe de compostos que tem sido amplamente estudada nas últimas décadas. Os estudos apontam que eles possuem potencial antioxidante e anticarcinogênico (que reduz a frequência ou taxa de manifestações de tumores espontâneos ou induzidos), além de efeitos protetores aos sistemas renal, cardiovascular e hepático.
"Dos seis flavonoides anotados, cinco apresentam relatos na literatura de atividades farmacológicas comprovadas cientificamente. Ademais, o ácido pirocatecuico, um ácido graxo encontrado na folha, possui numerosas funções biológicas, tais como propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anti-influenza",
explica Alice.
Os resultados reforçam positivamente os relatos das populações tradicionais que utilizam as folhas de Costus arabicus, ou canarana, para tratamento medicinal, mostrando que a técnica possui fundamento devido à alta relevância das propriedades farmacológicas encontradas nos compostos reconhecidos na pesquisa que demonstra a importância da observação da cultura tradicional, da qual partem investigações que proporcionam avanços significativos em vários campos, como o da farmacêutica.
Sobre a pesquisadora
Alice Rhelly Veloso Carvalho tem 24 anos e é concluinte do curso de Farmácia. Possui experiência em Iniciação Científica no Laboratório de Cromatografia Líquida (Labcrol), exercendo também atividades em técnicas avançadas de cromatografia líquida, com utilização de ferramentas de bioinformática para prospecção de compostos químicos com potencial atividade farmacológica advindos de plantas medicinais da região amazônica.
Atua como voluntária no Projeto de Extensão "Adote um Sorriso" e é colaboradora do Projeto "Açaí com Ciência". Alice tem interesse em fazer pós-graduação e seguir na pesquisa científica. O seu passatempo preferido é ler livros de ficção, principalmente romances. Também pratica yoga e gosta de andar de patins. A sua dica para mulheres que desejam ingressar na pesquisa é: "procure um laboratório em sua área de interesse, enriqueça seu currículo, estude bastante, não tenha medo de pedir ajuda ou de errar, seja curiosa, persistente e não desista diante das dificuldades, pois o seu esforço será recompensado".
Sobre a pesquisa
O trabalho intitulado 'Traçar o perfil químico das folhas de Costus arabicus (Costaceae)' foi realizado sob orientação da professora Consuelo Yumiko Yoshioka e Silva (ICBio/UFPA), com financiamento Pibiti/CNPq. A pesquisa foi apresentada durante o XXXIV Seminário de Iniciação Científica da UFPA, realizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), e premiada pelo Edital Pibic Verão Destaque na Iniciação Científica da UFPA (edição 2023), como representante da grande área de Ciências da Vida.
*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal Beira do Rio, da UFPA, edição 169, escrito por Julia Ladeira