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Brasil : Da seca extrema à cheia histórica em pouco tempo: entenda os fatores climáticos que fazem o Acre viver nova emergência
Enviado por alexandre em 04/03/2024 09:14:53

O El Niño, o atraso do inverno amazônico e o aquecimento do Oceano Atlântico fizeram o Rio Acre mudar completamente de panorama em um intervalo curto no mês de fevereiro.


Prédio público de Brasiléia foi praticamente coberto pelas águas do Rio Acre. Foto: Raylanderson Frota/Arquivo pessoal

Poucos meses separam o ápice de uma seca severa e a chegada de enchentes devastadoras no Acre. Para entender as crises sucessivas que levaram emergência para o Estado é preciso considerar ao menos três fatores: a influência do El Niño; o atraso do "inverno amazônico", como é conhecida a estação chuvosa na região; e o impacto do aquecimento do Oceano Atlântico.

Juntos, os fenômenos climáticos fizeram o Rio Acre mudar completamente de panorama em um intervalo curto no mês de fevereiro. No dia 15, seu nível era de 7,06 metros. Já no dia 22, subiu 5,97 m metros no período de 24 horas em Assis Brasil, cidade por onde entra no país. Atualmente, já chegou aos 17,52 metros na capital, Rio Branco. Esse rio inundou sete cidades.

Contexto: o Acre enfrenta cheias que atingem 100 mil pessoas, com 19 das 22 cidades do estado (86%) em situação de emergência, áreas sem energia elétrica, aulas suspensas, plantações perdidas e o registro de quatro mortes. Apenas nos abrigos mantidos pela prefeitura de Rio Branco são mais de 4,3 mil pessoas alojadas, segundo a Defesa Civil Municipal.

Cheia do Rio Acre em Rio Branco. Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica

Os três fatores dos meses de caos

1. O El Niño: impacto no padrão das chuvas

Em outubro de 2023, o nível das águas do Rio Acre estava tão baixo que era possível ver destroços de naufrágios no leito do curso d'água. A seca extrema que assolou o estado é coerente com uma das ocorrências recentes mais severas do El Niño declarada desde 8 de junho de 2024.

O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento maior ou igual a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico e ocorre a cada dois a sete anos. A duração média é de doze meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.

Tradicionalmente, o fenômeno causa secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais; e provoca chuvas excessivas no Sul do país e no sudeste do país.

Atualmente em declínio, ele teve impacto mais direto na diminuição da precipitação em diversos estados amazônicos.

"O que a gente está verificando é que as condições meteorológicas e as massas de ar estão cada vez mais instáveis. Principalmente, quando associadas a grandes eventos. Estamos em ano de El Niño. Toda a faixa oeste da América do Sul está tendo eventos meteorológicos extremos", 

explica o meteorologista e professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Rafael Coll Delgado.
Ponte Metálica José Augusto foi invadida pelas águas do Rio Acre no dia 27 de fevereiro. Foto: Raylanderson Frota/Arquivo pessoal

A desconfiguração da estação chuvosa por conta do El Niño é, justamente, o segundo fator que influencia nas enchentes observadas nas últimas semanas.

2. Atraso do 'Inverno Amazônico': o ápice da precipitação

Outro fator importante para entender as atuais enchentes no Acre é o fenômeno conhecido como 'Inverno Amazônico', que nada mais é que o período de chuvas na Amazônia.

Localizado em uma zona próxima à linha do Equador, o Acre tem clima equatorial caracterizado por altas temperaturas e umidade. O verão geralmente dura entre os meses de junho a agosto. Já o inverno vai de outubro até março.

Em abril e maio, há um período de transição das chuvas para a seca e em setembro a transição de volta ao período chuvoso. O ápice da estação pluvial ocorre geralmente entre janeiro e março. Com isso, sobem os níveis dos rios em toda a região amazônica, já que chove muito, principalmente nas nascentes destes mananciais.

Renato Senna, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Amazônica (INPA), explica que as características da estação chuvosa são céu encoberto e chuvas contínuas, diferentemente do que se tem observado nas últimas semanas.

Medição em Epitaciolândia, que é a mesma de Brasiléia, aponta medição de 15,55 metros na manhã de quarta-feira (28). Foto: Eldson Júnior/Arquivo pessoal

De acordo com o meteorologista, com o prolongamento das secas, houve uma espécie de atraso na estação chuvosa.

"A situação de chuvas que estamos vivendo agora na região era para ser observada em novembro. Essas pancadas muito rápidas e volumosas são características de transição de estação, e não da estação chuvosa", analisa Senna.
Ele também pontua que as chuvas volumosas na região de nascentes no estado contribuíram para a subida rápida do nível dos rios. "Quando as pancadas acontecem muito próximas à cabeceira dos rios, o nível sobe muito rápido. Mas, a tendência é também descerem rapidamente se a chuva não for contínua", avalia.

Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operação e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) lembra que, anteriormente, bacias dos rios Madeira, Acre, Tapajós e a parte Sul da Região Amazônica estavam com chuvas muito abaixo da média.

Com a configuração desta conjuntura atual com chuvas volumosas não somente no Brasil, mas na parte da selva peruana e no Norte da Bolívia, houve uma rápida elevação no nível dos rios.

3. Aquecimento do Atlântico: mais nuvens carregadas ao norte

O último fator indicado pelos especialistas como responsável pelo caos observado na região é o aquecimento do Oceano Atlântico – ainda que de maneira mais indireta.

De acordo com Seluchi, a águas do Oceano Atlântico que estão um pouco mais quentes ao norte do Equador do que ao sul, o que contribui para a desconfiguração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

Contextualização: a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é um encontro de ventos na região do Equador. É dos principais sistemas meteorológicos causadores de chuva em parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil, segundo o Inmet.

Como é bastante sensível à temperatura do Oceano Atlântico, esse sistema acaba não conseguindo se estabilizar na região amazônica, como seria esperado para esta época do ano.

Renato Senna observa que o sistema deve ficar mais ao norte do que o esperado, não trazendo as chuvas características de março. Com a dificuldade da formação de nuvens pela ausência da ZCIT, há uma tendência de continuidade das pancadas isoladas.

Sozinho, o Rio Acre alagou sete cidades, mas rios como o Abunã, Iaco, Purus, Juruá e Tarauacá também transbordaram e inundaram, respectivamente, as cidades de Plácido de Castro, Sena Madureira; Santa Rosa do Purus; Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Mâncio Lima e Jordão (na porção ocidental do estado); Tarauacá e Feijó. Todas essas cidades estão em situação de emergência, além de Manoel Urbano e Rodrigues Alves.


Por Yuri Marcel, Renato Menezes, Júlia Carvalho, do g1 Acre


Brasil : Conheça 6 zoológicos na Amazônia Legal que ajudam na conservação de animais e plantas
Enviado por alexandre em 04/03/2024 00:44:01

Muitas vezes é necessário que animais passem por locais de recuperação para voltarem à natureza ou mesmo consigam sobreviver e os zoológicos podem fazer esse papel. 


A Amazônia é conhecida mundialmente por sua exuberante diversidade de vida selvagem e ecossistemas únicos. Muitas vezes é necessário que animais passem por locais de recuperação para voltarem à natureza ou mesmo consigam sobreviver, por não terem mais a capacidade de retornar ao habitat natural, por os zoológicos fazem o papel de acolhimento. Conheça os zoológicos localizados nas capitais da região amazônica:

Parque Ambiental Chico Mendes (Acre)

O Parque Ambiental Chico Mendes faz parte da Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia). Inaugurado em 1996, atualmente conta com mais de 30 espécies de animais no plantel (o nome que se dá às coleções de animais). O zoológico municipal tem como pilares de trabalho a educação ambiental, a pesquisa, a conservação e o entretenimento.

Nenhum animal do plantel foi capturado livre na natureza, eles são animais que sofreram crimes ambientais e não puderam retornar ao habitat natural, encaminhados pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA no Acre (CETAS/AC).

O Parque Ambiental Chico Mendes está localizado na Rod Ac-40, Km 07, Vila Acre, e funciona de terça a domingo, de 7h às 17h. 

Foto: Reprodução/Assescom AC

Bioparque da Amazônia (Amapá)

O Bioparque da Amazônia está localizado no distrito de Fazendinha, distante 15 minutos do Aeroporto Internacional de Macapá e do Porto de Santana, no Amapá. Inserido em uma área de intersecção entre os dois maiores recortes florestais da área urbana da capital, tem o vale do Igarapé da Fortaleza, com seus tributários e as florestas de várzea que acompanham as bordas do rio Amazonas, desde o bairro do Araxá até a APA da Fazendinha.

Situado na região mais densamente povoada do estado, o Bioparque da Amazônia, inaugurado em outubro de 2019, depois de permanecer fechado ao público por 20 anos, volta a cumprir um importante papel social e ambiental, sendo um santuário de diversas espécies da fauna silvestre, que encontram condições de alimentação, reprodução e refúgio em uma área dividida entre manchas de cerrado, campos inundáveis e, sobretudo, o último resquício de floresta amazônica de terra firme da capital.

Atualmente, o Bioparque da Amazônia abriga aproximadamente 60 animais, como a onça pintada, jacaré, peixe-boi, macacos, urubu-rei, entre outros. Alguns dos animais existentes são provenientes de resgates e estão recebendo tratamento adequado, para, posteriormente, serem reintegrados em seu habitat natural. Outros fazem parte do plantel desde a sua criação, quando ainda era chamado de Parque Zoobotânico Municipal.

O espaço funciona de quarta-feira a domingo. Os ingressos custam R$ 10 inteira e R$ 5 meia para públicos específicos (crianças de 6 à 12 anos, estudantes e professores de escolas públicas e privada, militares, doadores de sangue e integrantes do CadÚnico). 

Foto: Jesiel Braga/PMM

Zoológico do CIGS (Amazonas)

O Zoológico do CIGS teve sua origem em 1967, a partir da necessidade de apresentar aos alunos do então Curso de Guerra na Selva (CGS) elementos da fauna e da flora amazônica, conhecimentos esses importantes na formação dos Guerreiros de Selva. A partir de 1969, foi aberto ao público em geral, já com o seu acervo bastante aumentado, oriundo de doações dos moradores do entorno do CIGS, passando por diversas modificações ao longo dos anos.

Em uma fusão do passado com o futuro, o Zoológico do CIGS (Zoo CIGS) destaca-se por incorporar a tecnologia em meio à natureza, otimizando o trabalho que reflete nos seus quase 1.200 animais. Com esse intuito, em 2022 foi lançado um projeto para ampliar a visão de futuro, introduzindo um sistema informatizado de bilheteria, por meio de totens de autoatendimento.

O projeto, denominado 'ZooTech', foi realizado por intermédio de uma cooperação entre a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), a Empresa TRANSIRE Eletrônicos, o Instituto CONECTHUS - Tecnologia e Biotecnologia da Amazônia, o Comando Militar da Amazônia (CMA) e o CIGS. 

O Aquário Amazônico do Zoológico do CIGS foi inaugurado em 11 de dezembro de 2014. Ele tem suporte para comportar mais de 30 espécies de peixes, tanto ornamentais como peixes de médio e grande portes, todos representantes da fauna ictiológica amazônica. Contém, ainda, quatro tanques com profundidade média de 2 metros, com suporte para 15m³ de água.

O Zoológico está localizado na Avenida São Jorge, n°750, bairro São Jorge. Funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 16h. Os ingressos custam R$ 20 (preço integral) e a entrada é gratuita para crianças até 12 anos, pessoas a partir de 60, pessoas com necessidades especiais, militares e seus dependentes. 

Foto: Divulgação/CIGS

Zoológico da UFMT (Mato Grosso)

Em 23 de março de 1977, iniciou-se na Universidade Federal de Mato Grosso um plano básico para criação de alguns animais em volta de uma represa artificial construída no Campus de Cuiabá. Após alguns anos o número de animais aumentou, transformando então esse espaço em um pequeno Zoológico que se tornou uma das principais atrações da UFMT.

A partir de 1992, o Zoológico da UFMT passa a integrar a estrutura administrativa do Instituto de Biociências – Resolução CO nº 27 de 12 de fevereiro de 1992. 

Atualmente o Zoológico da UFMT possui em seu plantel 75 espécies dentre as classes de répteis, aves e mamíferos. Muitas da quais severamente ameaçadas de extinção, como por exemplo, a ariranha, o gavião real, o macaco aranha, que como outras já se reproduziram em cativeiro.

O espaço está localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367 - UFMT de Cuiabá. Funciona de segunda-feira a domingo, das 9h às 17h. A entrada é gratuita. 
Foto: Reprodução/Gilberto Leite

Zoobotânico do Museu Goeldi (Pará)

Com uma área de 5,4 hectares, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi está situado no centro urbano de Belém. Foi fundado em 1895, sendo o mais antigo do Brasil no seu gênero. Além de abrigar uma significativa mostra da fauna e flora amazônicas, o Parque é o principal local das atividades educativas da instituição, funcionando tal como um laboratório para aulas práticas. Recebe anualmente cerca de 400 mil visitantes.

Sua estrutura foi se expandindo ao longo de décadas, com a desapropriação dos terrenos vizinhos. Atualmente ocupa um quarteirão inteiro na Avenida Magalhães Barata, bairro de são Braz, e é um ícone da cidade de Belém. Além disso, também é lar de cerca de 80 espécies animais (3 mil indivíduos) e mais de 500 espécies de plantas (quase 4 mil indivíduos).

O Parque está localizado na Avenida Magalhães Barata, n°376, São Braz - Belém (PA). Os ingressos custam R$ 3.
Foto: Caio Mesquita/MPEG

Mini Zoológico (Roraima)

Uma das opções de lazer em Boa Vista é o Mantenedouro de Fauna Silvestre, também conhecido como Mini Zoológico do 7° Batalhão de Infantaria de Selva (7° BIS). Lá é possível visitar 11 espécies de animais silvestres.

O mini zoológico está localizado no bairro 13 de Setembro, Zona Sul da capital e fica aberto para visitação de terça a domingo das 8h às 16 h. É preciso apresentar documentação. A visita de grupos pode ser agendada com antecedência encaminhando um ofício ao 7º BIS.  

Foto: Rodrigo Menaros/Grupo Rede Amazônica

Brasil : Centenas de jacarés atraem curiosos e ajudam projeto de turismo comunitário em reserva de Rondônia
Enviado por alexandre em 01/03/2024 15:27:44

As atrações incluem a contemplação da paisagem regional e a interação com a comunidade, como a revoada dos biguás, focagem noturna de jacarés, amanhecer no lago e a gastronomia local.


Além de abrigar mais de 37 mil jacarés em seu lago, a Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã, localizada na região do Baixo Madeira, em Porto Velho (RO), surpreende a todos por suas belezas naturais.

A curiosidade de saber como os moradores da comunidade conseguem conviver em harmonia com animais selvagens, fazem muitos se perguntarem: como conhecer esse paraíso amazônico? Spoiler: por enquanto, só pode ser desfrutando pela população local.

Reserva faz parte do 'circuito beradeiro' mapeado e desenvolvido pela Semdestur. Foto: Emily Costa/Rede Amazônica

Como se trata de uma Reserva Extrativista, além dos moradores, só podem entrar no local os familiares mais próximos, pesquisadores e entidades públicas. A visitação acontece mediante autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da biodiversidade (ICMBio), responsável por fiscalizar e monitorar a região.

Mas para facilitar o acesso à região, a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho de Porto Velho (Semdestur) desenvolve um plano de ação de turismo comunitário nos núcleos da unidade extrativista, para que seja permitido visitas na Resex.

Por que o turismo de base comunitária?

Conforme Mauro Guimarães, analista do ICMBio, o turismo de massa pode causar prejuízos irreversíveis à fauna, flora e à cultura local. Em muitos lugares, o esforço para atrair visitas com o mercado de viagens deu lugar a uma preocupação com os efeitos adversos da atividade.

O turismo de base sustentável ou comunitário, é baseado na participação ativa das comunidades locais no desenvolvimento e na gestão do turismo sustentável em suas áreas, evitando impactos no ecossistema e na cultura.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é turismo de base comunitária?

Segundo Glayce Bezerra, secretária da Semdestur, o turismo de base comunitária na reserva está centrado na preservação ambiental, com a participação dos residentes locais. "A reserva tem o protagonista da comunidade. Eles cuidam e são pertencentes desse lugar", pontua.

Foto: Emily Costa/Rede Amazônica

As atrações incluem a contemplação da paisagem regional e a interação com a comunidade, como a revoada dos biguás, focagem noturna de jacarés, amanhecer no lago e a gastronomia local.

O Plano de Desenvolvimento Sustentável do Turismo de Base Comunitária foi desenvolvido em colaboração com o ICMBio, o Instituto Rondoniense de Turismo e a Associação dos Moradores, Extrativistas e Produtores Rurais da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã (ASMOCUN).

Etapas do projeto 

O projeto segue diversas etapas para a implementação do plano de ação do turismo de base comunitária. A primeira foi a realização de uma visita técnica à Unidade de Conservação.

Além disso, aconteceram encontros com os conselheiros do Conselho Empresarial de Turismo (Conetur), para interação com a comunidade e levantamento das necessidades locais. Com o objetivo de iniciar um plano de ação com base nas habilidades de cada participante.

Na terceira etapa foram realizados a execução do mapeamento e inventário da oferta turística e desenvolvimento de uma marca promocional, criação do mapa turístico do Lago do Cuniã e a elaboração de um livreto de Turismo de Base Comunitária - Baixo Madeira.

Agora, na quarta etapa, a Semdestur deu início ao estudo de capacidade de carga, em parceria com a Universidade Federal de Rondônia (Unir). Esse processo avalia o fluxo de turistas que os núcleos podem suportar, com visitas técnicas realizadas nos núcleos Pupunhas, Neves, Silva Lopes, Araçá e Bela Palmeira.


Brasil : 9 destinos para curtir a natureza na Amazônia Legal
Enviado por alexandre em 01/03/2024 15:26:07

Enquanto uns querem viver novas experiências, outros precisam apenas estender uma rede e passar o dia se embalando. E a Amazônia oferece lugares para ambos.


Gosta de destinos turísticos onde a natureza é o destaque? Quando idealizamos uma viagem não pensamos apenas na diversão, mas também sobre aquilo que o lugar pode nos oferecer. Enquanto uns querem se arriscar e viver novas experiências e aventuras empolgantes, outros precisam apenas estender uma rede e passar o dia se embalando.

E a Amazônia oferece lugares para ambos! Conheça nove lugares na região amazônica que são ideais para entrar em contato com a natureza, seja descansando ou se aventurando:

Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (AP/PA)

O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é a maior unidade de conservação brasileira de proteção integral. O local conta com trilhas e muitas cachoeiras, onde os visitantes podem ter contato direto com a natureza.

Para isso é necessário que o interessado peça autorização ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Geralmente os turistas entram na unidade através de agências de turismo, já que é necessário o auxílio de guias que conheçam a região, além do pagamento de pilotos de voadeiras (tipo de embarcação), por exemplo.

A unidade está localizada entre os estados do Amapá e Pará e abrange os municípios amapaenses de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Já do lado paraense o município de Almeirim é alcançado pelo parque.

São trilhas, corredeiras, cachoeiras que proporcionam uma experiência única pra quem gosta de se aventurar com direito a contemplação da natureza.

Saiba mais: Conheça o PARNA Montanhas do Tumucumaque, considerado o maior parque do Brasil

Foto: Divulgação/ICMBio

Serra do Divisor (AC)

É o quarto maior parque nacional brasileiro e é considerado também o local de maior biodiversidade da Amazônia. Criada em 1989, a unidade de conservação (UC) é gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo governo federal.

O acesso à área é realizado pelo município de Mâncio Lima. O turista pode chegar por via terrestre, pela BR-364. Para diminuir o tempo de deslocamento, tem a opção de ir de avião até Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre, e tomar a estrada para Mâncio Lima. Chegando lá, é necessário pegar uma embarcação pequena e fazer uma viagem de oito horas, em média, pelos rios Japiim e Moa até a serra.

Para entrar no parque, é necessário que o turista entre em contato com o ICMBio de Cruzeiro do Sul para requerer autorização de acesso. Caso seja fechado pacote com alguma agência, esse processo já é feito pelo instituto.

Saiba mais: Conheça a Serra do Divisor, paraíso natural do Acre que encanta com cachoeiras e trilhas

Foto: Marcos Vicentti

Museu da Amazônia (AM)

O Museu da Amazônia (Musa) ocupa 100 hectares (1 km2) da Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus (AM). Uma área de floresta de terra firme, nativa, que há mais de 60 anos vem sendo estudada. Os resultados dessas pesquisas, reunidos em catálogos sobre temas como plantas, pássaros e rãs, são algumas das opções que integram a sociedade com a natureza.

No Musa, os visitantes podem encontrar exposições, viveiros de orquídeas e bromélias, aráceas, palmeiras, samambaias, serpentes, aranhas e escorpiões, borboletas, cigarras, cogumelos e fungos, além de jardim sensorial, lago das vitórias-amazônicas e aquários. Uma torre de 42 metros permite fruir uma privilegiada vista do dossel das árvores da floresta.

O horário de funcionamento atual é das 8h30 às 17h. Agendamentos e informações sobre valores podem ser verificadas pelo e-mail agendamento@museudaamazonia.org.br ou pelo WhatsApp (92) 99280-4205.

Saiba mais: 7 motivos para conhecer o Museu da Amazônia

Foto: Divulgação/MUSA

Bosque Rodrigues Alves Jardim Zoobotânico da Amazônia (PA)

Situado na Avenida Almirante Barroso, em Belém (PA), o Bosque Rodrigues Alves Jardim Zoobotânico da Amazônia é um dos principais cartões-postais da 'Cidade das Mangueiras'. Com uma área total de 15 hectares, o local é um pedaço da floresta amazônica literalmente 'preservado' no coração da cidade. O espaço é administrado pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e recebe, em média, 20 mil visitantes por mês.

O Bosque Rodrigues Alves abriga mais de 10 mil árvores, distribuídas em mais de 300 espécies. Dos 15 hectares, mais de 80% são compostos por áreas verdes, e apenas 20% são caminhos para circulação de visitantes. Também abriga 435 animais de 29 espécies que vivem em cativeiro e outras 29 em liberdade ou semi-liberdade distribuídas na área de mata. Entre os animais estão o peixe-boi amazônico, jacaré, tartarugas, jabutis, araras, macacos, entre outros.

O espaço é ainda um dos principais laboratórios do mundo e guardião de uma coleção de plantas vivas representativas da flora amazônica, que contribui para recuperação e/ou restauração de áreas que tenham perdido sua vegetação por qualquer ação, por meio da produção de sementes e mudas de plantas amazônicas.

Saiba mais: Bosque Rodrigues Alves: um pedaço da floresta na 'Cidade das Mangueiras'

Foto: Divulgação/Semma PA

Barreirinhas (MA)

Barreirinhas, no Maranhão, é conhecido por ser a 'porta de entrada' da região turística conhecida como Lençóis Maranhenses. O turista vai encontrar uma vasta área de dunas com areias brancas e diversos lagos, nesta região que também é denominada de 'Deserto Brasileiro'.  Alguns lugares que o visitante não pode deixar de conhecer são: Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Caburé, Atins e Mandacaru.

A cidade é um lugar pacato e acolhedor, que ao longo dos anos se transformou rapidamente em um polo turístico de renome internacional. Contam os mais antigos moradores, que o nome de Barreirinhas teve a sua origem devido às paredes de barro (argila) que existem às margens do Rio Preguiças, que às vezes eram ladeadas por dunas de areia e que foram denominadas popularmente de 'barreirinhas'. Este termo já era utilizado na região desde o final do século XVII.

Para chegar em Barreirinhas é necessário sair de São Luís pela BR-135, MA-402, em aproximadamente 250 km, quatro horas de viagem. O transporte de São Luís para Barreirinhas é realizado em diversos horários, saindo dos hotéis, rodoviária e aeroporto. 

Foto: Reprodução/Prefeitura de Barreirinhas

Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT)

O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães está localizado entre os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães, e seu acesso é feito pela Rodovia Emanuel Pinheiro – MT 251, que margeia e corta o parque em grande extensão.

De Cuiabá até a entrada principal do parque são 50 quilômetros. Se o ponto de partida for a cidade de Chapada dos Guimarães, a entrada está a 11 quilômetros de distância.

A rodovia, apesar de asfaltada, não tem acostamento e o trajeto é, em sua maioria, feito em pista simples com vários trechos de aclive. Recomenda-se atenção redobrada em período de férias e feriados, uma vez que o trânsito aumenta.

Para os que não estão de carro, é possível pegar um ônibus na rodoviária de Cuiabá para Chapada dos Guimarães. Há ônibus praticamente a cada 1 hora e trinta minutos, mas vale a pena confirmar os horários de saída e se o ônibus é direto (sem paradas no percurso) ou tem parada no Véu de Noiva (Parque Nacional). 

Saiba mais: Descubra a beleza natural e o charme de Chapada dos Guimarães

Foto: Reprodução/Governo Federal

Parque Nacional do Viruá (RR)

O Parque Nacional do Viruá foi criado em 29 de abril de 1998, em atendimento a compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção da Diversidade Biológica, possui cerca de 240.000 hectares. Localizado no município de Caracaraí, centro-sul de Roraima, o parque abrange um mosaico de florestas aluviais, campinaranas e florestas de terra firme, em uma região com características típicas de um pantanal, no norte da Amazônia.

Recebeu o título de Sítio Ramsar pela Convenção das Áreas Úmidas em 22 de março de 2017, tornando-se reconhecido mundialmente como sítio de importância internacional para a conservação da biodiversidade.

O parque funciona como um centro de referência para pesquisas ecológicas de longa duração e tem a missão de integrar atividades de pesquisa e conhecimentos de biodiversidade ao desenvolvimento local. Experiências de turismo de base comunitária estão sendo estimuladas, para assegurar a participação das comunidades no desenvolvimento do turismo no Parque Nacional do Viruá e entorno.

Foto: Reprodução/Governo Federal

Pedrona da Linha 10 (RO)

A 'pedrona' da linha 10 é conhecida por muitos como ponto turístico de Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho. O lugar que se destaca pela vista que revela a cidade a quem chega no topo, está localizada na área rural da cidade.

Para acessar o local é necessário seguir pela  Rodovia do Café até a placa que indica o início da Linha 10 e continuar por cerca de 60 quilômetros numa estrada de chão.

Para chegar no topo, os moradores, turistas e aventureiros precisam percorrer um trajeto difícil. Antes do início da subida, há um curto caminho plano. Depois de alguns minutos de caminhada a subida começa, e dali em diante o trajeto começa a ficar mais difícil, e tem até gente que prefere subir sobre duas rodas (bicicletas ou motos). 

Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Jalapão (TO)

O Jalapão já se consolidou como um dos principais destinos de ecoturismo e turismo de aventura do Brasil. Localizada no leste do Tocantins, seus principais atrativos estão distribuídos pelos municípios de Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Félix do Tocantins e Novo Acordo.

A região compreende 34 mil km², composta de chapadões, serras, dunas, rios encachoeirados, nascentes, praias e formações rochosas. Seus principais atrativos incluem a Pedra Furada, o Cânion Sussuapara, a Cachoeira do Lajeado, os fervedouros, a Cachoeira do Formiga, o Morro da Catedral e a Cachoeira da Velha.

Outros locais muito visitados são as dunas, compostas por areias finas e douradas que chegam a 40 metros de altura; e os povoados Mumbuca e do Prata, que são comunidades formadas por remanescentes de quilombo, onde é possível comprar o artesanato do famoso capim dourado. Os visitantes podem ainda fazer trilha subindo a Serra do Espírito Santo, fazer rafting no Rio Novo e ainda praticar atividades como o cicloturismo.

Para chegar ao Jalapão é necessário sair de Palmas pela rodovia TO-050, roda-se 64 quilômetros até chegar a Porto Nacional. De lá, percorre-se mais 116 quilômetros pela TO-255 até a cidade de Ponte Alta do Tocantins. Depois, é seguir as placas até os atrativos, sempre por estradas não pavimentadas, por isso é recomendável o uso de veículos com tração 4x4. 

Saiba mais: Dunas do Jalapão: o melhor pôr do sol do Tocantins

Foto: Daniel Andrade/Governo do Tocantins

Brasil : Iphan inicia pesquisa para registro do ofício de tacacazeira como Patrimônio Cultural do Brasil
Enviado por alexandre em 01/03/2024 15:24:26

Uma reunião foi realizada na superintendência do Iphan no Amazonas com o objetivo de escutar as detentoras e pensar estratégias de pesquisa e acompanhamento na análise do ofício.


O modo de fazer, servir e vender tacacá que caracteriza o trabalho das tacacazeiras pode se tornar Patrimônio Cultural do Brasil. No dia 24 de fevereiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, em parceria com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará (Sacaca/Ufopa), reuniu-se com tacacazeiras e tacacazeiros amazonenses. O encontro faz parte da pesquisa sobre o tema, que será realizada também nos estados do Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins para orientar o processo de registro do Ofício de Tacacazeira pelo Iphan.

A reunião na superintendência do Iphan-AM teve o objetivo de escutar as detentoras e pensar estratégias de pesquisa e acompanhamento na análise do ofício.

"Quando um bem, seja ele material ou imaterial, é registrado, ele oficialmente passa a ser protegido. Um esforço é direcionado para que ele possa continuar a ser passado de geração a geração, com uma política voltada para aquela atividade", 

explicou a superintendente do Iphan-AM, Beatriz Calheiro.

De acordo com o Inventário do Ofício de Tacacazeira na Região Norte, o registro tem o sentido de trazer à luz e valorizar um ofício e um saber especiais que dizem da riqueza cultural do país. Envolve a complexidade dos sistemas culinários amazônicos, de um paladar bem específico, amplamente disseminado em vários estados e cidades e imerso em um universo simbólico denso, e uma prática tradicional que é também meio de vida para muitas famílias.

Foto: Tássia Barros/Comus PA

"Eu vou tomar um tacacá"

Após a viralização por todo Brasil da música 'Voando Pro Pará' da cantora Joelma, o tacacá ganhou mais repercussão nacional do que já tinha e surgiram dúvidas sobre o que era o alimento que a artista colocou em seu verso e na boca de milhões de brasileiros. O tacacá é um prato produzido e consumido em diversas regiões da Amazônia brasileira com subprodutos da mandioca, entre os quais o tucupi e a goma, além de camarão seco, jambu e diversos temperos.

Por outro lado, quem escuta a música não imagina o que os detentores enfrentam para manter por gerações o modo de fazer, servir e vender. O preço dos ingredientes, as mudanças climáticas e a falta de garantia de direitos trabalhistas e previdenciários para as tacacazeiras foram algumas das ameaças levantadas no encontro em Manaus. Também foi sugerido incluir o tacacá na merenda escolar, criar políticas públicas para fomentar a atividade no estado e fortalecer a agricultura familiar.

"Minha mãe fazia tacacá pra mim desde que eu era criança e isso se tornou uma profissão por acaso, depois de um curso de empreendedorismo. É importante discutir as dificuldades e o que fazer para que nossa atividade não acabe", disse a tacacazeira Aline Damasceno.

O alimento ocupa lugar central dentro de sistemas de relações sociais, comerciais e de significados coletivamente compartilhados. Embora seja feita em datas comemorativas, o tacacá é uma comida de rua, consumida no final da tarde, após as chuvas, nos inúmeros pontos de vendas espalhados pelas cidades do Norte do Brasil.


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