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Brasil : Resiliência climática no Norte do Brasil: análise da vulnerabilidade e riscos geo-hidrológicos
Enviado por alexandre em 05/03/2024 09:40:53

No Brasil, a manifestação de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, exacerbada pelas características do El Niño, serve como um claro indicativo dessa realidade.


A mudança climática constitui um dos desafios mais urgentes da contemporaneidade, afetando desproporcionalmente as populações mais vulneráveis ao redor do mundo. No Brasil, a manifestação de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, exacerbada pelas características do El Niño, serve como um claro indicativo dessa realidade.

Mudanças climáticas e vulnerabilidade social. Fonte: Horizonte. Educação e Comunicação.

No território brasileiro, os efeitos do El Niño se traduzem em anomalias nos regimes de chuva e temperatura, provocando secas severas em algumas regiões, enquanto outras são acometidas por precipitações excessivas. As secas impactam diretamente a disponibilidade de água para consumo humano e para a agricultura, essenciais para a subsistência das comunidades rurais e para a segurança alimentar do país. Adicionalmente, comprometem-se a produção de energia hidrelétrica, afetando a economia e a qualidade de vida da população em geral.

Por outro lado, as chuvas torrenciais ocasionam inundações e deslizamentos de terra, com consequências devastadoras para as áreas urbanas, especialmente nas periferias e favelas, onde a infraestrutura é precária. Tais eventos exacerbam a disseminação de doenças relacionadas à água e impõem desafios significativos à mobilidade e à habitabilidade.

As populações vulneráveis, já em desvantagem devido a fatores socioeconômicos, são as mais atingidas por esses eventos, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas e de estratégias de adaptação e mitigação eficazes. As diversas restrições comprometem o acesso à água potável e à segurança alimentar, fundamentalmente para a subsistência das comunidades agrícolas.

Durante o período da pandemia de Covid-19, o Brasil registrou um aumento sem precedentes nos índices de pobreza social, segundo uma pesquisa divulgada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Em 2021, o número de pessoas que vivem em condições de pobreza atingiu 64,6 milhões, representando 30,4% da população brasileira. O incremento de 11,7 milhões de brasileiros em situação de pobreza entre 2020 e 2021 destaca a gravidade do impacto econômico provocado pela pandemia. A análise também aponta que a região Norte do Brasil apresentou a segunda maior proporção de indivíduos nessa condição, com 33,9% de sua população afetada (Catto, 2023)¹. De acordo com a introdução feita até agora, propomos discutir abaixo sobre a vulnerabilidade social e os riscos associados às mudanças climáticas, com foco nos desafios relacionados à segurança alimentar e aos desastres geo-hidrológicos na região Norte do Brasil.

O mapa abaixo refere-se ao Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) dos estados do Brasil para o ano de 2021, conforme informações disponíveis no Atlas da Vulnerabilidade Social, acessível pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em seu portal on-line.

¹ CATTO, André. Pobreza social bate recorde e atinge 64,6 milhões de brasileiros durante pandemia. G1 Economia. Disponível em: Pobreza social bate recorde e atinge 64,6 milhões de brasileiros durante pandemia, diz estudo | Economia | G1 (globo.com). Acesso em: 06 fev. 2023.

Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) Fonte: https://ivs.ipea.gov.br/index.php/pt/mapa

Uma análise do IVS permite uma compreensão do nível de vulnerabilidade social a que esses estados estão expostos. Os valores do índice de variação de 0 a 1, onde valores mais próximos de 1 indicam maior vulnerabilidade social. Os valores apresentados no mapa revelam que, entre os estados da região Norte, o Acre apresenta maior vulnerabilidade social (0,366), seguido por Amazonas (0,342) e Pará (0,299). Roraima possui um IVS de 0,28, o Tocantins tem um IVS de 0,254 e Amapá tem um índice de 0,229. Por outro lado, Rondônia apresenta o menor índice de vulnerabilidade social (0,189).

Apesar de alguns valores serem considerados aceitáveis, é fundamental analisar esses números à luz do quantitativo de pessoas que eles representam. Mesmo um IVS relativamente baixo pode significar um grande número de indivíduos em situação de vulnerabilidade, especialmente em estados com populações globais. Isso é particularmente relevante no contexto do Norte do Brasil, uma região que enfrenta desafios significativos em termos de infraestrutura, acesso a serviços básicos e condições socioeconômicas.

Os estados da região Norte do Brasil, conforme indicado pelo Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), apresentam desafios únicos no contexto das mudanças climáticas. Estas populações, especialmente as mais vulneráveis, são desproporcionalmente afetadas pelos impactos climáticos devido a uma série de fatores socioeconômicos e ambientais.

A plataforma AdaptaBrasil, visa fornecer informações sobre a vulnerabilidade, exposição e riscos associados às mudanças climáticas no país, ela destaca a importância de entender e monitorar a resiliência dos municípios brasileiros. O site oferece dados e ferramentas que ajudam a identificar e compreender os riscos e vulnerabilidades climáticas ao nível local, e servem como um recurso para o planejamento de medidas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas. A incorporação de informações do AdaptaBrasil ao contexto dos estados do Norte do Brasil com altos IVS é crucial para desenvolver estratégias que abordem tanto as questões sociais quanto as ambientais. Uma observação atenta e contínua do comportamento climático e seus efeitos nessas regiões pode orientar intervenções mais eficazes, com o objetivo de proteger as populações vulneráveis e promover o desenvolvimento sustentável.

Índice de Risco de Impacto para Seca Fonte: https://sistema.adaptabrasil.mcti.gov.br/

A imagem detalha o índice de risco de impacto para seca. Aqui, observa-se que a maioria dos municípios é dividida como "Baixo" (206 municípios) e "Muito baixo" (109 municípios) risco de impacto para seca, enquanto uma quantidade menor é considerada "Médio" (120 municípios) e " Alto" (15 municípios). Esta distribuição sugere que, embora a seca seja uma preocupação, a capacidade de resistência e a vulnerabilidade a esse tipo de evento climático variam significativamente entre os municípios da região Norte. A seca, definida como um período prolongado, pode causar escassez de água que afeta não apenas a agricultura e a disponibilidade de alimentos, mas também diversos grupos vulneráveis da população.

Além disso, o Índice de Vulnerabilidade para Segurança Alimentar também fornecido pela plataforma AdaptaBrasil mostra que uma grande proporção de municípios se enquadra nas categorias "Médio" (189 municípios) e "Alto" (191 municípios), com uma minoria significativa como "Muito alto" (34 municípios). Há apenas 36 municípios categorizados como "Baixo" e "Muito baixo" (1 município), indicando que a maior parte da região enfrenta riscos substanciais para a segurança alimentar. Isso significa que as alterações climáticas ou eventos climáticos extremos podem afetar severamente a vida, os meios de subsistência e a disponibilidade de alimentos de qualidade e em quantidade suficiente nessas localidades.

Ao combinar as informações dos índices, torna-se evidente que, enquanto a região Norte como um todo pode ter um risco variável de impacto para seca, a vulnerabilidade geral à segurança alimentar é preocupante, com muitos municípios enfrentando riscos médios a altos. Isso destaca a importância de políticas e estratégias robustas de adaptação e mitigação, particularmente no que tange ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e práticas alimentares sustentáveis. Os dados sublinham a necessidade de um monitoramento contínuo dos riscos associados às mudanças climáticas, bem como de uma resposta proativa para fortalecer a resiliência das comunidades da região Norte do Brasil.

Índice de Risco para inundações, enxaquecas e alagamentos Fonte: https://sistema.adaptabrasil.mcti.gov.br/

A imagem fornece uma representação gráfica do Índice de Risco para desastres geo-hidrológicos – especificamente inundações, enxurradas e alagamentos – nos 450 municípios da região Norte do Brasil. A distribuição dos municípios por classe de risco é a seguinte: Muito Baixo (11 municípios); Baixo (69 municípios); Médio (185 municípios); Alto (131 municípios), Muito Alto (54 municípios). Este índice reflete o potencial de impacto das mudanças climáticas nos sistemas socioecológicos, levando em conta não apenas a ocorrência de precipitações intensas, mas também fatores como a geomorfologia do terreno, o uso do solo e as condições geológicas que influenciam a probabilidade e a severidade dos desastres geo-hidrológicos.

Interpretando os dados dos gráficos, é evidente que uma proporção significativa dos municípios da região Norte exposta está a um risco médio a muito alto de enfrentar desastres relacionados à água, como inundações, enxurradas e alagamentos. Os 131 municípios na categoria de alto risco e os 54 na categoria de muito alto risco são de especial preocupação, uma vez que indicam uma suscetibilidade específica a eventos que podem resultar em danos substanciais à infraestrutura, ecossistemas e comunidades locais.

Estes dados são particularmente importantes para o planejamento urbano e gestão de emergência, pois municípios com alto e muito alto risco precisam de infraestruturas resilientes, sistemas de alerta precoce e planos de evacuação eficazes para minimizar os danos e proteger as populações. A preparação e a resposta rápida são essenciais para reduzir as consequências negativas desses eventos, que tendem a se tornar mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas.

O índice também destaca a necessidade de políticas de adaptação climática e gestão de risco de desastres para melhorar a resiliência dos municípios, principalmente aquelas identificadas como de risco médio a muito alto. Isso pode incluir a reavaliação do uso do solo, o reforço das margens dos rios, a implementação de práticas de drenagem urbana e o investimento em sistemas de monitoramento climático para prever e responder a eventos extremos de incidentes.

Conclusões 

Uma análise dos índices de vulnerabilidade social e dos riscos de impacto climático em 450 municípios da região Norte do Brasil, conforme apresentado pelo AdaptaBrasil MCTI, revela uma exposição preocupante a desafios ambientais e sociais. A região, marcada por uma significativa vulnerabilidade à segurança alimentar, está exposta a riscos elevados de eventos climáticos extremos, como secas e desastres geo-hidrológicos, que incluem inundações, enxurradas e alagamentos. Esses riscos são exacerbados por fatores geomorfológicos, práticas de uso do solo e a própria dinâmica climática da região.

Os dados indicam que muitos municípios enfrentam um risco médio a muito alto de inundações e outros desastres relacionados à água, o que exige uma atenção especial para a criação de infraestruturas resilientes e sistemas de gestão de emergência. Paralelamente, a vulnerabilidade alimentar destaca a necessidade de reforçar a capacidade dos sistemas de produção e distribuição de alimentos para suportar as flutuações causadas pelas alterações climáticas.

Para enfrentar estes desafios, é essencial implementar políticas públicas eficazes que promovam a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas, fortalecendo a resiliência das comunidades vulneráveis e garantindo a segurança alimentar. Isso implica no desenvolvimento de programas de educação ambiental, investimento em infraestrutura sustentável, promoção de práticas agrícolas resilientes e aprimoramento de sistemas de alerta precoce e resposta a desastres.

A compreensão abrangente dos riscos e vulnerabilidades é o primeiro passo para a transformação dessa região em um modelo de resiliência climática, onde a segurança alimentar e a estabilidade ecológica andam de mãos dadas com o progresso social e econômico.

Com a colaboração de:

Prof. Dr, Yunier Sarmiento Ramírez possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Amazonas, mestrado em Gestão de Empresas pela Universidad de Holguín – Cuba e doutorado em Economia pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul. Atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas no Departamento de Economia e Análise – DEA e no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS. Desenvolve pesquisas na área de Economia aplicada, teoria econômica e métodos quantitativos

Sobre o autor

Prof. Dr, José Barbosa Filho possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (1989), mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Ceará (1992) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005). Atualmente é professor Titular da Universidade Federal do Amazonas. Desenvolve pesquisas na área de Contabilidade Ambiental, Matemática Financeira e Econometria, com ênfase em Gestão Ambiental, atuando principalmente nas seguintes áreas: valoração ambiental, desenvolvimento sustentável, avaliação de impactos ambientais e gerenciamento de processos.

Contato: jbarbosa@ufam.edu.br

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Amor e Sexo : Da cozinha até a sala: 8 posições para fazer sexo por toda a casa
Enviado por alexandre em 05/03/2024 00:33:53

Quer fazer sexo em outros cômodos não óbvios da casa? Confira algumas dicas de posições sexuais para a transa fora da rotina

Em muitos casos, o sexo acaba indo para outros cômodos da casa que não o quarto, seja por que o casal quer fazer algo diferente para apimentar a relação, ou porque a transa aconteceu de forma espontânea e o tesão não conseguiu esperar até a cama.


Sofá, mesa de jantar, bancada da pia, chão, balcão, entre outros lugares podem ser palcos de sexos tão gostosos quanto o tradicional sexo na cama — que merece o lugar de “queridinho”, vale ressaltar.

 

Se sua intenção é sair do óbvio e levar o rala e rola para outro cômodo, a Pouca Vergonha selecionou 8 posições sexuais que podem te ajudar.

 

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Foto: Reprodução

Fonte: Metrópoles

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Regionais : 'Tumulto processual': ministro do STJ nega pedido de amigo de Robinho para adiar julgamento e impõe multa
Enviado por alexandre em 05/03/2024 00:32:49

Também condenado pelo crime de estupro, Ricardo Falco pediu para que homologação de sua sentença fosse julgada simultaneamente a do ex-Real Madrid

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão negou, nesta segunda-feira, um pedido de Ricardo Falco, amigo do jogador Robinho, para adiar a sessão do dia 20 de março que irá analisar se a sentença italiana contra o ex-Real Madrid será homologada. Robinho foi condenado em 2017 pelo crime de estupro no país europeu.


Falco foi condenado a mesma pena que Robinho, mas, segundo o STJ, o processo de homologação de sua sentença se encontra em outra fase. O ministro, relator do processo, condenou Ricardo Falco ao pagamento de uma multa, equivalente a um salário mínimo. Na avaliação de Francisco Falcão, o pedido do amigo do ex-jogador foi feito apenas para "tumultuar o andamento dos processos".


A homologação da sentença estrangeira é um processo necessário para que decisões proferidas no exterior tenham efeitos dentro do território nacional.

 

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A defesa de Falco alegou que dois casos deveriam ser julgados de forma simultânea, com o objetivo de evitar a ocorrência de decisões contraditórias, já que se tratam do mesmo crime. No entanto, segundo o ministro Francisco Falcão, pelas particularidades da situação de cada um dos homens, como a existência de dupla nacionalidade ou residência habitual no Brasil, eles estão sujeitos a decisões diferentes no tribunal.

 


"O julgamento da HDE 7986 em nada impedirá que o requerido Ricardo Falco venha deduzir plenamente a sua defesa nos autos da HDE 8016. Evidentemente que poderá exercer ampla defesa no seu procedimento sem que a lei lhe autorize obstar a tramitação de outro procedimento", afirmou o ministro Falcão. 

 

Fonte: O Globo

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Coluna Meio Ambiente : Fumaça de incêndios em Roraima é registrada por satélite da Nasa
Enviado por alexandre em 05/03/2024 00:28:02


A Nasa divulgou nesse fim de semana imagens de satélite que mostram uma densa camada de fumaça sobre Roraima. Segundo a agência do governo dos Estados Unidos, a fumaça acinzentada no mapa é resultado dos incêndios que atingem o Estado e tem como origem a queima de pastagens e áreas agrícolas ou desmatamento de florestas tropicais.

Desde o início do ano, Roraima lidera o ranking de focos de calor no Brasil e mantém 30% de todos os focos de incêndio registrados no país, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Até este domingo (3), foram registrados 2.670 focos.

A imagem mostra a fumaça saindo de vários incêndios a sudoeste de Boa Vista em 22 de fevereiro de 2024, de acordo com a Nasa. O dia foi o mais crítico na medição da qualidade do ar, segundo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Reinaldo Imbrozio Barbosa.

Os satélites observaram espessas nuvens de fumaça cobrindo grande parte de Roraima. Foto: Divulgação/Nasa

Na ocasião, o ar da capital atingiu 82 µg em partículas de poluição PM 2.5/m3, número cinco vezes maior do que o recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na semana entre os dias 19 e 23 de fevereiro, os dias "foram péssimos para todo morador de Boa Vista", disse o pesquisador.

A imagem foi adquirida pelo the MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) — em português espectrorradiômetro de imagem de resolução moderada no satélite "Terra" da Nasa.

"A maioria dos incêndios de manejo que você pode encontrar nesta área durante um ano normal cobririam apenas alguns quilômetros quadrados, mas estamos vendo incêndios este ano que começaram em pastagens ou florestas tropicais recentemente desmatadas e depois se espalharam pelas áreas circundantes da floresta tropical que estão queimando centenas de quilômetros quadrados", disse Shane Coffield, pós-doutorado no Goddard Space Flight Center da Nasa.

"Estes são enormes incêndios florestais – e são devastadores para os ecossistemas e para a qualidade do ar".

Os focos de incêndios em grande escala e intensidade são maiores pelas condições meteorológicas e climáticas da região e para a Nasa este ano não é uma exceção. No entanto, o cenário é agravado devido à combinação do período seco com o fenômeno El Niño, que desviou as chuvas da área.

"A seca também é grave porque o aquecimento global causado pelo homem adicionou calor extra à região e ajudou a criar condições onde os incêndios podem florescer e se espalhar rapidamente", 

explicou a agência.

Os satélites também registraram um incêndio que queimou uma floresta tropical após escapar de uma área de pastagem, ao longo da BR-432, perto da Vila Nova Paraíso, em Caracaraí, região Sul de Roraima. O município lidera o número de focos de calor em 2024, segundo o Inpe.

As frentes de incêndio ativas aparecem em laranja e as áreas queimadas são marrons. A imagem foi registrada no dia 23 de fevereiro.

Além disso, a agência pontuou que o Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS) da Comissão Europeia estimou que os incêndios no Brasil liberaram mais de 4,1 megatons de carbono na atmosfera em fevereiro. O valor é maior do que o registrado em qualquer mês desde 2003.

Aproximadamente metade dessas emissões de carbono veio dos incêndios em Roraima, segundo a Nasa.

Período seco e incêndios em Roraima 

Gados fogem do fogo em Amajari, Norte de Roraima. Foto: Samantha Rufino/g1 Roraima

Boa parte do estado fica no hemisfério Norte, por isso, atualmente está na estação seca, chamada de "verão amazônico" - o período vai de outubro a março. Os meses de dezembro e janeiro são os mais secos, com registro de poucas chuvas.

Segundo o histórico de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 4,2 milímetros de chuva em todo o mês de janeiro, 14% do esperado. Em fevereiro, choveu apenas 6,8 milímetros, 21% do esperado.

Em meio à seca no estado, que deve durar até abril, incêndios florestais consomem casas, animais e a vegetação. Além disso, com a estiagem, moradores têm ficado sem água encanada devido à seca nos reservatórios que abastecem as cidades, como é o caso de Pacaraima, ao Norte, e São Luiz, ao Sul.

O cenário fez com que o governo estadual decretasse situação de emergência em nove dos 15 municípios de Roraima. O governo federal reconheceu a emergência.


Mais Notícias : Consumo de peixe cru na região amazônica é provável causa de forma rara e grave de meningite
Enviado por alexandre em 05/03/2024 00:26:59

Pesquisadores registraram, pela primeira vez no Brasil, um caso de meningite eosinofílica causada por parasita do gênero Gnathostoma, que ataca o sistema nervoso central do corpo humano. O episódio está associado à ingestão de peixe cru da espécie tucunaré e foi descrito por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e outras instituições em artigo científico publicado na segunda (4) na "Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical".

A ingestão de larvas de Gnathostoma encontradas em peixe cru é a segunda causa mais frequente de meningite eosinofílica no mundo. No Brasil, até então, os relatos de infecção pelo parasita incluíam apenas lesões na pele. Carlos Graeff-Teixeira, da UFES e autor do estudo, destaca a importância desse registro: "É a primeira vez que se encontra um caso de meningite eosinofílica provocada por Gnathostoma. Esse parasita até agora tinha provocado apenas lesões cutâneas''.

O caso ocorreu na Amazônia em agosto de 2017 e envolveu um jovem que viajou em grupo para uma pescaria na região onde fica localizado o rio Juruena, na divisa dos estados do Amazonas e do Mato Grosso. Alguns turistas relataram episódios de diarreia aguda após a captura e consumo da espécie tucunaré, em formato de sashimi.

Foto: Divulgação/Arquivo pesquisadores

Apesar de não ter apresentado esse sintoma, o jovem relatou fadiga, palpitações, falta de ar e fortes dores de cabeça. O paciente foi submetido a exames de sangue e coleta de líquido cefalorraquidano. Esse fluido biológico está presente no sistema nervoso central e nas meninges, transporta nutrientes filtrados do sangue e elimina impurezas e substâncias tóxicas produzidas pelas células do cérebro e da medula espinhal. O exame apontou 63% de eosinófilos no sangue, glóbulos brancos comuns em resposta a infecções por parasitas ou alergias.

Os exames iniciais foram inconclusivos, mas a suspeita da infecção surgiu após uma análise do histórico de viagem e do relato de outro turista que estava na mesma região, que teve uma lesão na pele abdominal, conhecida como uma forma de bicho geográfico, possivelmente causada pelo mesmo parasita. As amostras foram analisadas em maio de 2018. Um teste sorológico diagnóstico cedido pela Universidade Khon Kaen, na Tailândia confirmou a presença de anticorpos anti-gnathostoma, o que significa que o indivíduo teve contato com o parasita.

O estudo serve de orientação à população em geral, especialmente à comunidade médica e de pescadores no Brasil, para o perigo de se consumir peixe cru, principalmente, de espécies silvestres. "O ideal é levar ao fogo e apreciar o peixe assado, cozido, grelhado'', recomenda Graeff. O pesquisador explica ainda que, embora o maior número de relatos de infecção parasitária no Brasil envolva o tucunaré, ainda é preciso aguardar as conclusões de novos estudos sobre outras espécies envolvidas na transmissão deste parasita.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori 

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