O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Cultura em Brasília, apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro como o planejador de um golpe de Estado nos meses de novembro e dezembro de 2022.
Segundo Lula, o inquérito da Polícia Federal sobre os atos golpistas de 8 de janeiro revelará os planos de Bolsonaro para impedir a posse do presidente eleito. Lula afirmou que Bolsonaro estava confinado em casa durante semanas, preparando o golpe e tentando imaginar estratégias para permanecer no poder.
“A verdade nua e crua é que esse cidadão preparou um golpe para o país. Quando ele ficou trancado dentro de casa durante várias semanas, não se sabia se ele estava chorando ou o que estava fazendo. Ele estava preparando um golpe, tentando imaginar como iria fazer para não deixar o presidente eleito tomar posse”, relatou o presidente Lula.
Ele acusou Bolsonaro de pagar apoiadores para ficarem em frente aos quartéis com a intenção de promover o golpe e continuar na presidência. Segundo Lula, Bolsonaro esperava ser aclamado pelo que ele descreveu como o “povo fascista” para reassumir o cargo presidencial.
“Ele resolveu ir embora para os Estados Unidos para não ver a posse. Ele imaginava que as pessoas que ele pagou, que ele organizou e que ele ajudou a financiar para ficarem nas portas dos quartéis, iriam dar o golpe e que ele fosse ungido pelas pessoas fascistas desse país para cair nos braços do povo e assumir a presidência da República”, ressaltou o presidente.
O presidente destacou que a posse em 1 de janeiro de 2022 demonstrou que a oposição deveria respeitar o resultado das eleições, enfatizando que as urnas eletrônicas confirmaram a vitória de seu partido. Lula afirmou que Bolsonaro temeu a posse porque revelou o apoio significativo da população à sua eleição e que as urnas eletrônicas validaram o resultado das eleições.
“Ele ficou com medo da posse. A posse foi uma demonstração de que havia muita gente do outro lado. Aquela posse foi a demonstração de que as urnas eletrônicas não mentiram para ele. As urnas eletrônicas disseram que nós ganhamos as eleições e que ele tinha que aprender a respeitar o resultado das eleições”, concluiu Lula em relação a Jair Bolsonaro.
Nikolas Ferreira e contra a regulamentação da profissão de motorista de aplicativo
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) informou nesta segunda-feira (4) que não apoia o Projeto de Lei Complementar (PLC) apresentado pelo governo Lula (PT) que busca regulamentar o trabalho dos motoristas de aplicativos. O documento chegará ao Congresso Nacional em caráter de urgência.
O projeto do governo visa criar a categoria profissional de “trabalhador autônomo por plataforma”; estabelecer o valor de R$ 32,09 por hora de trabalho e remuneração de, pelo menos, um salário mínimo (R$ 1.412); garantir direitos previdenciários; exigir a contribuição ao INSS; e criar um sindicato exclusivo para os trabalhadores que operam em plataformas como Uber e 99.
– Lula assina projeto que prevê a regulamentação de apps de transporte, incluindo Uber e 99. Ele quer destruir o ganha pão de milhões de trabalhadores. Todo meu apoio aos entregadores e motoristas. Jamais votarei em projeto que sufoque a liberdade do mercado – escreveu.
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal irão apreciar o documento e, caso aprovado, entrará em vigor após 90 dias. O resultado dessa votação irá impactar 1,5 milhão de trabalhadores, número de motoristas de aplicativo estimado em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Marlon Múcio levou 45 anos para descobrir qual enfermidade o acometia
Uma doença degenerativa raríssima faz com que um padre precise tomar 281 comprimidos diários para manter-se vivo. Desde criança, Marlon Múcio teve que aprender a conviver com uma deficiência que ele sequer sabia qual era. Foram necessários 45 anos e consultas com quase 100 médicos para finalmente entender o que havia com seu corpo: uma falha no transporte de riboflavina para suas células.
Os sinais já vieram desde o nascimento. Quando bebê, Marlon tinha feridas pelo corpo e até os 7 anos foi perdendo gradativamente a audição, tendo também que lidar com uma fadiga constante, dificuldade para andar e engolir.
– A minha doença é neurodegenerativa, incurável aos olhos da ciência, é progressiva, é genética congênita e é potencialmente fatal. Eu passei por quase 100 médicos, das mais diversas especialidades. Eu recebi seis diagnósticos errôneos e era tratado para o que eu não tinha – relatou o líder religioso em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo.
Também conhecida como RTD, a deficiência no transportador de riboflavina afeta 1 a cada 1 milhão de pessoas e possui origem genética. No total, há 15 brasileiros diagnosticados com a doença, e 350 indivíduos em todo o mundo. Tais pessoas não possuem a enzima que leva a riboflavina (vitamina B2) para dentro das células.
– Eu tomo, por dia, 281 comprimidos para me manter vivo. Nós [pessoas com doenças raras] vamos a muitos especialistas, vários da mesma especialidade médica e muitos exames. E gastamos muito dinheiro até descobrir o que temos – acrescentou Múcio.
Apesar de sua condição, o líder cristão se esforça para se dedicar ao trabalho religioso e diz que gostaria de ter mais saúde para as obras sociais que Deus lhe confiou.
Uma costureira de 66 anos foi morta com violência extrema em Mogi Mirim, no interior de São Paulo, neste domingo (4). O corpo de Ana Lúcia Tozzini foi encontrado amarrado, com o rosto dilacerado e um crucifixo na boca. Um homem de 40 anos foi preso em flagrante pelo crime.
Bruno Luis de Oliveira Pinto foi detido na Rodoviária de Mogi Guaçu, tentando fugir para a cidade de São Paulo, onde mora. Ele estava com diversos pertences da vítima, sendo a maioria itens de higiene.
O preso teria ido à casa da costureira dias antes, pedindo que ela consertasse uma peça de roupa. Ana Lúcia morava sozinha. Imagens de câmeras de monitoramento mostram o momento em que Bruno escala o muro da casa e fica no interior da residência por cerca de uma hora e meia.
De acordo com policiais, Bruno tem uma série de passagens pela polícia. Ao ser abordado, ele teria confessado que matou a costureira.
– Os policiais desconfiaram das informações que estavam desencontradas e, a partir disso, ele confessou que realmente foi até a residência da senhora e cometeu o latrocínio – disse um policial à EPTV.
O corpo de Ana Lúcia foi localizado pela irmã, que estranhou a demora da vítima em responder as mensagens. Ela enviou uma mensagem para um familiar às 21h22 do último sábado (2). Há o registro de uma última mensagem enviada de seu celular às 22h19. No entanto, a polícia acredita que esta tenha sido enviada pelo assassino.
Outro fato que chama a atenção da polícia são os itens de pouco valor roubados pelo criminoso como: sabonetes, xampu, talco para pés, desodorante, perfumes e pomadas.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como latrocínio no Plantão de Delegacia Seccional de Mogi Guaçu.
Ex-ministro diz que tanto o ex-presidente quanto os envolvidos no 8 de janeiro deveriam ser julgados na primeira instância
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello defendeu, nesta segunda-feira (4), que não é de competência do Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tampouco os envolvidos nos atos do 8 de janeiro.
– Vamos repetir o problema da competência. Jair Messias Bolsonaro é um ex-presidente da República e não compete ao Supremo julgar ex-presidente. Não vejo como estar se julgando no Supremo, em martelada única, cidadãos comuns, que deveriam estar na primeira instância, com possibilidade de recurso, inclusive o de revisão da decisão proferida – frisou o ministro aposentado, em entrevista ao portal UOL.
Na ocasião, o ex-magistrado revelou que não considera o 8 de janeiro como uma tentativa de golpe, mas sim como “baderna”.
– Aqueles que tiveram comprometimento quanto à baderna que houve em 8 de janeiro devem responder sob o ângulo cível e criminal. Não vejo como tentativa de golpe. Não vejo como se chegar a um golpe sem ter, por exemplo, o apoio das Forças Armadas – ponderou.
Mello ainda disse enxergar a possibilidade de analisar um pedido de anistia ao ex-presidente.
– A anistia é uma deliberação, um perdão, algo que se mostra sadio em um contexto. Precisamos esperar que haja realmente um pronunciamento a favor ou contra a anistia. O perdão é sempre bem-vindo. Vejo a possibilidade de se analisar [um pedido de anistia a Bolsonaro] e que haja a deliberação a respeito. O que não se pode é, a priori, afastar a anistia do cenário. De certa forma, a sociedade busca o sangue às vezes, mas isso não se coaduna com o Direito – acrescentou o ministro.