Manejadores da comunidade Jussara, localizada no município de Juruá, no interior do Amazonas, receberam um faturamento bruto de mais de R$ 116 mil com a venda de pirarucu em feira apoiada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em Manaus. Ao todo, foram comercializadas 11,6 toneladas de pirarucu fresco, beneficiando diretamente 19 famílias que atuam com o manejo sustentável por meio do acordo de pesca do setor Macopani, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá.
A feira recebeu, em março, a visita de mais de 970 pessoas que adquiriram, direto das mãos do manejador, um produto saudável e de qualidade, resultado da cadeia sustentável que contribui para a conservação da floresta.
Foto: Divulgação
O projeto visa fortalecer a cadeia produtiva do pirarucu com infraestrutura produtiva em unidades de conservação onde a FAS atua.
COM INFORMAÇÕES DA FAS
Segundo o gerente do Programa Prosperidade na Floresta da FAS e coordenador da Feira do Pirarucu, Edvaldo Corrêa, a ação faz parte do projeto Cadeia Produtiva do Pirarucu Manejado 2024, realizado em parceria com FAS e Bradesco. O projeto visa fortalecer a cadeia produtiva do pirarucu com infraestrutura produtiva em unidades de conservação onde a FAS atua.
"A Feira do Pirarucu representa a valorização da floresta em pé e o compromisso que os ribeirinhos têm com a sustentabilidade. Ela é um ponto de encontro entre os manejadores e consumidores, que estão cada vez mais conscientes sobre os impactos de seus hábitos de consumo, e entendem a importância de apoiar iniciativas como essa, gerando renda para famílias ribeirinhas",
afirma Corrêa.
Romilcia Alves Lima é uma das manejadoras que participaram da Feira do Pirarucu. Ela descreve a valorização que a feira promove a venda do pescado. "Toda feira traz uma experiência nova e um aprendizado novo. Um exemplo é o aproveitamento de todas as partes do pirarucu, pele, carcaça, aproveitamos tudo. Se vendermos para o atravessador, não aproveitamos nada e o nosso trabalho não é valorizado. A feira em Manaus traz tudo isso de benefícios para nós", relata.
Para a manejadora, a venda do pirarucu proporcionou avanços para sua comunidade:
"O pirarucu tem trazido uma renda muito boa para a minha família. Depois que comecei a trabalhar no manejo do pirarucu, já melhorou, posso dizer, 99% da minha vida financeira. Não só a minha, mas dos colegas, dos parceiros. Em nossa comunidade, já tivemos a conquista de ter o nosso próprio barco para fazer o manejo, a despesca, sem depender de aluguel ou frete, tudo graças à venda do pirarucu. Hoje, vendemos o peixe a um preço bom e conseguimos uma renda maravilhosa".
A Feira do Pirarucu é promovida pela Associação dos Moradores e Usuários da RDS Mamirauá Antônio Martins (Amurman), com apoio da FAS, que é responsável pela infraestrutura, transporte, logística e divulgação. Além do Bradesco, a venda do pirarucu e do tambaqui manejado também têm apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema) e da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).
Entender o tempo de fermentação ideal das amêndoas de cacau tem como finalidade facilitar a retirada da semente com polpa da fruta.
Com informações da UFRA
A procura por amêndoas de qualidade elevada para a produção de chocolate fino tem oferecido uma nova perspectiva para a cadeia produtiva do cacau no país. Em fevereiro deste ano, as amêndoas de cacau produzidas no município de Medicilândia, Pará, foram reconhecidas entre as melhores do planeta, durante a premiação Cocoa of Excellence Awards (Cacau de Excelência), na Holanda, momento em que produtores paraenses participaram da programação com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau).
É nesse contexto que a engenheira agrônoma Hélia Félix de Moura, discente do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) desenvolve a pesquisa 'Efeitos do período de fermentação sobre as características quimiométricas de amêndoas de cacau na região da Transamazônica, Pará'.
Na pesquisa são utilizadas três variedades de cacau: o Híbrido, Manaus15 e CCN51, todos de uma mesma área em condições de clima e solo, localizada no Município de Medicilândia, sudoeste do estado do Pará.
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal
O trabalho tem como objetivo analisar o tempo de fermentação ideal das amêndoas de cacau para a fabricação de chocolate, processo que tem como finalidade facilitar a retirada da semente com polpa da fruta. "O processo de fermentação é o período o qual os precursores do cacau como sabor e aroma se intensificam dando as amêndoas qualidade que o caracterizam como cacau fino de aroma", enfatiza Hélia Félix.
De acordo com a pesquisadora, a recente introdução de clones da fruta, caracterizados por serem geneticamente idênticos e originados a partir de uma única célula, tem chamado a atenção devido aos métodos empregados na fase de fermentação.
"Quando trabalhamos com variedades distintas de cacau temos variações de fatores que irão interferir nos processos, como os pontos de maturação dos frutos; teores de sacarose; diâmetro das sementes; entre outras características que interferem diretamente na qualidade do produto final",
explica a pesquisadora.
A pesquisa se baseia em realizar análises químicas e físicas nas amostras de material coletado (sementes e amêndoas) durante todo o processo, avaliando teores de sacarose; Ph; quantidade de NaOH (hidróxido de sódio); peso das sementes e amêndoas. "Após o processo de fermentação, as amêndoas serão levadas à secagem e, posteriormente, serão analisadas quanto ao seu aroma e sabor. Por fim, será realizado 'prova de corte' nas amêndoas o qual será determinado o grau de fermentação de cada amostra. Para essa classificação será utilizado o manual de critérios estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
De acordo com a pesquisadora, as amêndoas de cacau são classificadas em dois grupos: o "Bulk", classificação que se dá aquelas que não recebem nenhum processo que requeira qualidade, e as do "cacau fino de aroma", que são aquelas que passam por processos que garantem qualidade e agregam valor para a principal matéria prima do chocolate. "Para a obtenção das amêndoas de cacau fino de aroma, os frutos colhidos são selecionados quanto a sua maturação e sanidade, as sementes são submetidas ao processo de fermentação. Após esse procedimento, as amêndoas são levadas à secagem em estufas ou barcaças protegidas, para secagem natural, originando o cacau fino de aroma", explica.
Foto: Hélia Félix de Moura/Arquivo pessoal
A meta é que a partir dos resultados da pesquisa seja elaborado uma cartilha com os protocolos a serem seguidos para cada variedade de cacau utilizada e, assim, seja possível recomendar ao agricultor o tempo de fermentação ideal das distintas variedades. A intenção é possibilitar ao pequeno agricultor fazer essa etapa do processo em materiais mais simples, como caixas de isopor, reduzindo os custos e obtendo resultados positivos com poucos investimentos. As amêndoas derivadas desse processo serão direcionadas para as pequenas indústrias produtoras de chocolate fino.
Hélia Félix também faz parte da empresa Cacauway e desempenha a função responsável técnica, atuando na classificação das amêndoas que seguem para o processo de produção de chocolate, desde as análises físicas e quantitativas até a "prova de corte", garantindo a qualidade no produto final. A Cacauway surgiu no ano de 2010, no município de Medicilândia/PA, é uma fábrica de chocolate pertencente à Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica - COOPATRANS, que tem como associados produtores da agricultura familiar que contam com o cacau como a principal atividade e fonte de renda.
A pesquisadora, que atua no campo da cacauicultura no estado, conta que entende a necessidade do agricultor paraense em compreender o melhor processo de fermentação das amêndoas de cacau para garantir a qualidade do produto final. O trabalho, orientado pelos professores Carlos Gutemberg de Souza Teles Junior (PGAGRO-UFRA) e Mayara Neves Santos Guedes (Universidade Federal do Pará - Campus Altamira), é uma das 30 que estão sendo desenvolvidas na turma ofertada fora de sede pelo Programa de Pós-graduação em Agronomia (PgAGRO) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Os estudos são realizados em parceria com a Universidade Federal do Pará (Ufpa), campus Altamira e financiados com recursos do Plano Sub-regional de Desenvolvimento Sustentável do Xingu (PDRSX), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos ao ano de 2022, o Pará foi o maior produtor de cacau do país e produziu cerca de 145.994 toneladas da fruta.
Dos quase 7 mil nomes incluídos na chamada Difusão Vermelha, 91 são brasileiros
A lista dos criminosos mais procurados da Interpol, a organização internacional que facilita a cooperação policial mundial, tem atualmente quase 7 mil nomes, sendo 91 brasileiros. Entre os cidadãos do Brasil elencados na chamada Difusão Vermelha, nome oficial da lista, estão procurados por crimes que vão de homicídio a participação em organizações criminosas e tráfico de drogas.
Segundo a Interpol, a lista funciona como um pedido às autoridades em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa pendente de extradição, entrega ou ação legal semelhante. A entidade ressalta, no entanto, que não se trata de um mandado de prisão internacional. Ainda de acordo com a entidade, os países-membros aplicam as suas próprias leis ao decidir se devem prender uma pessoa.
PROCURADOS BRASILEIROS Entre os 91 brasileiros incluídos na lista, 84 são homens e sete são mulheres. Os crimes imputados a eles são os mais diversos. O paranaense Julio Roberto Marafon, de 63 anos, por exemplo, é procurado pelo crime de homicídio qualificado, mas não há detalhes sobre quando o crime foi cometido e quem foi a vítima.
Há também na lista procurados por tráfico de drogas e associação para o tráfico, como é o caso dos mineiro Kleber Barbosa, de 44 anos, e Paulo Henrique da Silva, de 42. A exemplo de Julio Roberto, também não há detalhes sobre as circunstâncias que levaram os homens a serem procurados.
Já entre as sete mulheres na Difusão Vermelha estão Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, de 74 anos, procurada por suspeita de assassinato e tortura; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, de 51 anos, suspeita de integrar uma organização criminosa; e Thaynara Caroline Santos Pereira, de 27 anos, suspeita de ter praticado os crimes de associação ilícita e fraude de cartões de crédito.
"Por um ano, assassinaram nossa reputação", disse a ex-primeira-dama
Ao retomar o assunto do caso dos móveis do Palácio do Alvorada, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, disse que Janja da Silva, a atual primeira-dama, é uma “articuladora de compras de móveis sem licitação”.
– Não adianta [a Janja] apenas chegar e ficar articulando, sendo articuladora de viagens, articulando compras de móveis sem licitação, inventando, mentindo, para poder usar o dinheiro do contribuinte sem responsabilidade – afirmou
As declarações foram dadas neste sábado (20), em São Luís, no Maranhão, durante evento do PL Mulher, do qual Michelle é a presidente nacional.
– Por um ano, assassinaram nossa reputação, falando que tínhamos levado os móveis. Pura mentira. Eu sempre falei onde os móveis estavam. Eu sempre falei: “estão no depósito de número 5”, dava até o número do depósito. […] Para de brincadeira. É achar que o povo é besta – declarou.
Michelle se referiu ao fato de que os 261 itens do mobiliário do Palácio da Alvorada foram “encontrados” no mês passado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua mulher Janja, acusaram, desde a transição de governo, Michelle e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo sumiço dos objetos e alegaram ter recebido a residência presidencial em mau estado de conservação.
Ato em Copacabana reúne apoiadores e aliados de Jair Bolsonaro
Neste domingo (21), o ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reúne apoiadores e políticos aliados na praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
A manifestação foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que o PL mais forte do país é no Rio de Janeiro.
O pastor evangélico Silas Malafaia, organizador do ato pró-Jair Bolsonaro, afirmou que seu foco é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
– Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes. Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse país – disse o religioso ao Estadão.
O pastor deu a declaração ao chegar ao hotel que fica próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.
Malafaia não esconde que o movimento deste domingo pretende capitalizar a discussão criada por Musk, que acusa Moraes de promover censura nas redes sociais. Em 2022, o bilionário comprou o Twitter (agora X). De lá para cá, a plataforma não só mudou de nome, como também alterou os seus termos de uso.
Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelando os princípios do devido processo legal, restringindo a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco.
Segundo os organizadores está prevista a presença de mais de 50 parlamentares e pelo menos três governadores, incluindo o chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).