Um carro de luxo avaliado em cerca de R$ 3,8 milhões foi o pivô da prisão da advogada e influenciadora Deolane Bezerra. A Lamborghini Urus S, comprada do empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, foi apreendida durante a operação Integration, da Polícia Civil.

Segundo a investigação, o pagamento pelo veículo foi feito à vista e gerou “indícios da perpetração de lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho e de apostas esportivas”. Em depoimento, a influenciadora confirmou a aquisição.

O veículo está registrado em nome da Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda, empresa que tem Deolane e sua irmã, Daniele, como sócias. A Lamborghini foi importada em 2023 por meio de uma das empresas de Darwin, a Sports Entretenimento e Promoção de Eventos Esportivos Ltda, e tem sido usada pela influenciadora ao menos desde fevereiro deste ano.

Ademar Rigueira, advogado de Darwin, afirmou que seu cliente também foi perguntado sobre a venda do veículo. “Ele foi questionado sobre os bens que ele adquiria de maneira absolutamente legal e eram declarados em seu Imposto de Renda. Inclusive, outras pessoas, como a própria Deolane, também estão sendo investigadas por essas movimentações financeiras, o que é um absurdo”, afirmou ao jornal O Globo.

A operação mira uma quadrilha movimentou cerca de R$ 3 bilhões com a prática de lavagem de dinheiro e promoção de jogos ilegais. Em um dos locais visitados por agentes, em Pernambuco, foram encontrados 11 relógios da marca Rolex e diversos outros bens de luxo.

Veja a lista:

• Duas aeronaves e dois helicópteros avaliados em R$ 127 milhões;
• Cinco automóveis de luxo avaliados em R$ 24,4 milhões;
• R$ 439.869, U$ 2.153 (cerca de R$ 12 mil), € 5.819 (cerca de R$ 36 mil) e £ 6.310 (cerca de R$ 46 mil) em espécie;
• 37 bolsas femininas de luxo;
• 76 anéis e 17 joias de diversos modelos;
• 16 relógios de luxo;
• Garrafas de vinho avaliadas em torno de R$ 5 mil cada.

Fã perde R$ 1 milhão em apostas, culpa Deolane e aciona Justiça; entenda

Deolane Bezerra está sendo processada por uma fã que afirma ter perdido mais de R$ 1 milhão em apostas promovidas pela influenciadora. A ação foi registrada no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e alega que Arianny Rosa Pereira se viciou em jogos anunciados por Deolane em seu Instagram. A mulher afirma ter vendido seus bens para continuar apostando e quitar dívidas.

Arianny, autora do processo, busca uma indenização de R$ 50 mil por danos morais. Ela alega que as postagens de Deolane a levaram a acreditar na legitimidade dos jogos, resultando em grandes perdas financeiras. A ação foi movida na segunda-feira (2).

A situação de Deolane complicou-se ainda mais após sua prisão, junto com sua mãe, Solange Bezerra, pela Polícia Civil de Pernambuco na quarta-feira 94). Ambas estão detidas na Colônia Penal Feminina do Recife.

A Esportes da Sorte, patrocinadora dos times Corinthians e Palmeiras, está sendo investigada pela Polícia Civil de Pernambuco por suspeitas de lavagem de dinheiro. Seu CEO, Darwin Henrique de Silva Filho, é um dos principais alvos da investigação.

A companhia tem contratos significativos com os clubes paulistas. O patrocínio com o Corinthians é de aproximadamente R$ 100 milhões por ano, enquanto o contrato com o Palmeiras é de R$ 20 milhões anuais. Além desses times, a empresa também está envolvida com o Bahia e o Athletico-PR.

A Esportes da Sorte opera com um grupo de empresas ligadas a Darwin Henrique desde 2018. Oficialmente, as operações eram realizadas através da HSF Gaming NV, registrada em Curaçao. No Brasil, a empresa Sports Entretenimento Promoção de Eventos, também conhecida como HSF, buscava regularização junto ao Ministério da Fazenda.

Investigações

A investigação da polícia pernambucana começou em 2022 e revelou que a Esportes da Sorte estava associada ao jogo do bicho, especificamente à banca Caminho da Sorte, operada pelo pai de Darwin. Durante a investigação, foram apreendidos R$ 180 mil em dinheiro vivo e encontrados funcionários da Esportes da Sorte na sede da Caminho da Sorte.

A análise das contas da companhia revelou movimentações financeiras suspeitas, incluindo pagamentos que não foram direcionados ao exterior, mas realizados por uma empresa brasileira em Curitiba. Além disso, foram identificadas transações acima de R$ 50 mil sem a devida comunicação a órgãos governamentais.

Em 2024, a casa de apostas solicitou autorização para operar legalmente no Brasil através da Esportes Gaming Brasil LTDA, com um capital de R$ 65 milhões. No entanto, o endereço registrado para a empresa é um escritório de co-working em Recife, o que levantou questionamentos sobre a legitimidade de suas operações.

Sócias da Esportes da Sorte

A empresa Alpha Brasil Participações, com um capital de R$ 92 milhões, é sócia da Esportes Gaming Brasil e também está localizada em Recife. A Alpha tem vínculo com a Alpharise Investments SPF SA, uma empresa registrada em Luxemburgo, cuja sede é também um escritório de contabilidade.

O Ministério da Fazenda tem até o final do ano para analisar os pedidos de autorização para apostas. Se a autorização não for concedida, a Esportes da Sorte poderá ser considerada ilegal e perder o direito de patrocinar times e competições.

Os clubes Corinthians e Palmeiras ainda não se pronunciaram sobre a investigação. O departamento jurídico do Palmeiras está avaliando o caso, enquanto o Corinthians acompanha a situação.

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (6) a Operação Falsas Promessas, com o objetivo de combater o tráfico de pessoas e a exploração sexual de mulheres em Mineiros, Goiás. A investigação apura crimes como submissão a condições análogas à escravidão, funcionamento de casa de prostituição e associação criminosa.

Segundo o Metrópoles, foram cumpridos três mandados judiciais até o momento, sendo dois de busca e apreensão e um de prisão temporária. Além disso, o funcionamento do estabelecimento suspeito foi suspenso.

As investigações revelaram que o grupo criminoso aliciava mulheres com falsas promessas de trabalho. Ao chegarem à boate, elas descobriam que estavam endividadas e impedidas de deixar o local até que quitassem os valores exigidos. A prática caracteriza exploração sexual e rufianismo, conforme indicam os relatos das vítimas resgatadas pela operação.

O pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, acusado de desmatar 80 mil hectares no Pantanal, foi absolvido de um dos crimes ambientais devido à prescrição. A Justiça do Mato Grosso reconheceu que o crime de “impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas” já havia ultrapassado o prazo legal para julgamento. No entanto, ele ainda enfrenta outras acusações, incluindo o desmatamento de mais de 3 mil hectares.

A defesa de Lemes, representada pelo advogado Valber Melo, afirmou que a denúncia foi apresentada fora do prazo legal de 4 anos, o que resultou na prescrição do crime. Apesar da absolvição parcial, o Ministério Público do Mato Grosso informou que pretende recorrer da decisão, discordando da interpretação da prescrição.

Além disso, Lemes continua sendo investigado por seu envolvimento no desmatamento de 80 mil hectares no Pantanal, conforme revelado em uma reportagem do Fantástico. O inquérito policial sobre esse caso segue em andamento, e novas audiências ainda estão previstas para julgamento.