Texto de Carlos Alberto Di Franco foi publicado nesta segunda-feira
Nesta segunda-feira (19), o jornalista Carlos Alberto Di Franco publicou no Estadão um texto no qual citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a Operação Tempus Veritatis, que foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), no último dia 8, contra aliados e ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na publicação intitulada Golpismo – espetáculo versus respeito à lei, Di Franco destacou que o Brasil foi “sacudido por mais uma ação espetacular desencadeada pela Polícia Federal por decisão do ministro Alexandre de Moraes”.
– O ativismo judicial, a forte politização do STF, o excesso de protagonismo (inclusive fora dos autos) e certa dose de messianismo justiceiro, sempre em nome de uma boa causa, acabam comprometendo a credibilidade das decisões e a imagem pública da Corte – diz o texto.
O jornalista defendeu ainda que o país “precisa recuperar a tranquilidade e a segurança jurídica”.
– Não podemos ter medo de pensar e de opinar. A liberdade de expressão, cláusula pétrea da Constituição, não pode estar submetida aos fervores punitivos dos que se consideram donos da Nação. Ninguém pode ser considerado culpado até prova em contrário. E não só as provas precisam ser seguras e confiáveis, como aos suspeitos deve ser garantido o amplo direito de defesa – defendeu.
Para Carlos Alberto, “o STF precisa atuar com cautela”.
Ex-presidente foi intimado a depor na próxima quinta-feira
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19) que não vai prestar depoimento no inquérito sobre um suposto golpe de Estado até ter acesso às conversas recuperadas pela Polícia Federal (PF) nos celulares apreendidos na investigação.
O advogado Paulo Amador Cunha Bueno, que lidera a defesa do ex-presidente, argumentou que o acesso às mensagens é “crucial” para Bolsonaro se defender.
– Em decorrência da falta de acesso a todos os elementos de prova, o peticionário (Bolsonaro) opta, por enquanto, pelo uso do silêncio, não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos – diz a manifestação enviada ao STF.
Inicialmente, a defesa estudava pedir o adiamento da oitiva, mas os advogados decidiram que o ex-presidente não vai falar até ter acesso integral aos autos. Os advogados alegam que, apesar dos pedidos, Bolsonaro ainda não recebeu todo o material da investigação e que ele está sujeito a “todo tipo de crítica e prejulgamento, sem condições mínimas de formalizar qualquer resposta, diante da cegueira que lhe foi imposta”.
Bolsonaro é esperado pela Polícia Federal na próxima quinta (22), para prestar esclarecimentos na investigação sobre a trama que supostamente teria sido articulada por seus aliados.
O ex-presidente teve o passaporte apreendido no inquérito. A PF encontrou, em um computador apreendido com tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante se ordens, a gravação de uma reunião entre Bolsonaro, seus ministros e auxiliares, em julho de 2022, em que o então presidente cobrava iniciativas antes das eleições.