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Brasil : Alerta! Conheça sinal de câncer que pode ser notado ao comer
Enviado por alexandre em 06/02/2024 00:46:59

Os sinais que o corpo dá precisam ser investigados. Médica explica sintoma do câncer que pode ser percebido durante a ingestão de alimentos

Existem cerca de 200 tipos de câncer: eles podem acometer qualquer parte do corpo. Na maioria das vezes, avançam de maneira silenciosa, dando apenas sinais sutis.


Detectar o câncer de forma precoce aumenta o potencial de sucesso do tratamento. A identificação passa pelo reconhecimento desses sinais, seguida de investigação médica.

 

Segundo a oncologista Miriam Cristina, da Oncoclínicas Brasília, existem alguns sintomas que não parecem ser importantes, mas devem ser observados, especialmente se persistirem por semanas.

 

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“É possível ter sintomas inespecíficos que, provavelmente, não serão câncer, mas resultam de doenças benignas. Entretanto, é necessário dar atenção a tudo aquilo que persiste e não melhora dentro de um mês. Caso identificado em estágio inicial, as chances de cura são altas”, explica a oncologista.

 

Confira sinais gerais que podem indicar um câncer:


Sentir algo preso na garganta, como se estivesse entalado com um pedaço de comida;


Pele amarelada e com coceira;


Mudança nos hábitos intestinais que persiste por três semanas ou mais, como sangue nas fezes, desconforto na barriga e diarreia ou constipação sem motivo aparente;


Cansaço, indisposição, fadiga ou sensação que algo não está certo com a própria saúde;


Tosse que persiste por três semanas ou mais;


Inchaço por três semanas ou mais;


Sangramento inexplicado ao tossir ou vomitar;


Nódulo no seio, ou em outro lugar do corpo, que está aumentando de tamanho;


Aparição de verruga que muda de forma, tamanho e cor. Ela pode coçar ou sangrar;


Perda de peso inexplicável. “Se a pessoa se alimenta bem, mas ainda assim perde peso, merece atenção de um especialista, principalmente se for idoso”, esclarece Miriam;


Dor contínua na barriga ou nas costas.

 



Na aparição de qualquer um dos sintomas, vá ao médico para que a causa seja descoberta.

 

Fonte: Metrópoles

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Brasil : Qual foi a primeira havaianas lançada no brasil e como a marca construiu seu império?
Enviado por alexandre em 06/02/2024 00:42:03

Embora o chinelo de dedo possa ser considerado um dos calçados mais simples já inventados pela humanidade, é preciso lembrar da marca que revolucionou esse produto: a Havaianas. A empresa brasileira levou o humilde chinelo a novos patamares e já chegou até a ser vendida por US$ 1 bilhão em 2017.

 

Em média, a marca vende cerca de 200 milhões de pares todos os anos, saindo do Brasil e distribuindo seus produtos por diversas outras partes do mundo.

 

E embora tenha se expandido para fora do território nacional, a Havaianas também virou um sinônimo de Brasil, carregando a bandeira do país nas tiras de muitos de seus chinelos. Mas para que esse império fosse construído, muito trabalho aconteceu nos bastidores.

 

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QUANDO A HAVAIANAS SURGIU?

 

(Fonte: Wikimedia Commons)

 

A história da Havaianas começa em 1962, quando o primeiro par de chinelos "Tradi" foi desenvolvido no Brasil. A inspiração para o produto surgiu da sandália de dedo japonesa chamada "Zori".

 

Os primeiros modelos tradicionais eram feitos de borracha e com o formato de grão de arroz como textura da palmilha. Quando surgiram pela primeira vez, os chinelos não apresentavam qualquer atrativo visual, porém tornaram-se destaque por serem extremamente baratos.

 

Em 1964, a Havaianas contava com um grupo de "vendedores-viajantes" que percorriam o país em Kombis vendendo seus produtos. Esses comerciantes estacionavam em frente ao comércio local, chamando a atenção dos transeuntes que desejavam ouvir notícias da cidade grande e comprar seus pares de chinelo. Dois anos depois, a empresa finalmente patenteou o chinelo de dedo de borracha, provando que seus calçados eram mesmo "os legítimos".

 

CULTURA POPULAR BRASILEIRA

 

(Fonte: Wikimedia Commons)

 

Um dos dados mais relevantes a respeito das Havaianas é que seus chinelos se tornaram, literalmente, um item essencial para a população brasileira. Nos anos 1980, o Ministério da Fazenda incluiu os chinelos na lista de produtos cipados. Isso significa que o preço era tabelado pelo Governo para que as pessoas pudessem comprar mesmo com ajustes na inflação.

 

Nesse período da história, fica evidente que as Havaianas tornaram-se um calçado tanto para ricos quanto para pobres. A empresa criou diversos protótipos de calçados e aceitou parcerias com outras marcas. Dessa forma, um chinelo que custava R$ 10 também poderia ser vendido por dez vezes esse valor.

 

Isso significa que a população média brasileira ainda podia comprar os modelos mais antigos por preços acessíveis, enquanto brasileiros emergentes ricos também veriam nas prateleiras chinelos novos e sofisticados. Assim, a empresa conseguiu destaque não apenas em território nacional, mas também fora do Brasil.

 

EXPANSÃO PARA FORA DO BRASIL

 

(Fonte: Wikimedia Commons)

 

A cada ano que passava, as Havaianas foram ganhando notoriedade por outros cantos do planeta. E uma das grandes revoluções internacionais surgiu em 1999, quando o estilista Jean Paul Gaultier decidiu utilizar o chinelo para compor alguns dos visuais apresentados em seu desfile. Assim, a empresa brasileira adentrou no universo da moda.

 

Depois desse acontecimento, a marca passou a lançar colaborações e fazer parcerias com grandes nomes mundiais. Ano após ano, a Havaianas também continuou se inovando e lançando modelos cada vez mais modernos de calçados que acabaram valorizando sua marca, como coleções especiais com pedrarias e bordados com customizações feitas à mão.

 

POLÊMICAS E CONSOLIDAÇÃO DE MARCA

 

(Fonte: Getty Images)

Fotos:Reprodução

 

Embora seja considerada um ícone nacional e leve consigo o carinho de muitos brasileiros, a Havaianas não possui um passado totalmente impecável. Por quê? A Alpargatas — empresa que fabrica os calçados — era propriedade do grupo J&F, que administra a fortuna bilionária da família Batista.

 

Por sua vez, os Batistas estiveram recentemente no centro do maior escândalo de corrupção já visto no país. Em 2017, notícias de que Joesley Batista, presidente do frigorífico do grupo, havia secretamente se reunido com o então presidente Michel Temer para discutir subornos abalaram o grupo internamente.

 


 

Desde então, a J&F foi atingida por uma multa recorde de mais de R$ 10 bilhões. Porém, mesmo que muitos brasileiros tenham boicotado alguns produtos do grupo, a Havaianas parece ter sido esquecida nesse processo, o que é mais uma prova de como a marca conquistou o coração dos brasileiros e agora segue em frente sob a nova propriedade de três grupos bancários nacionais. 

 

Fonte:MegaCurioso

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Brasil : Mistérios das árvores gigantes da Amazônia são investigados por pesquisadores
Enviado por alexandre em 06/02/2024 00:39:06

No Amapá, a floresta atinge uma estatura ainda sem explicação e inesperada para uma zona neotropical.


É difícil andar mais de 15 minutos pela floresta amazônica amapaense, na região do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), sem deparar com uma espécie de paredão avermelhado revestido de escamas que se estende para cima a perder de vista entre as copas das outras árvores, atingindo alturas entre 60 e 80 metros (m) – como se fosse um prédio de 18 andares. É o angelim-vermelho (Dinizia excelsa), a mais imensa entre as grandes árvores que existem por lá. Há outras que se agigantam, mas raramente atingem estaturas acima de 60 m: piquiá (Caryocar villosum), maçaranduba (Manilkara huberi) e tauari (Couratari guyanensis), por exemplo.

É surpreendente porque até cerca de uma década atrás árvores com essa estatura não eram consideradas existentes nos trópicos. As mais altas conhecidas no mundo – chegando a 115 m – são as sequoias-vermelhas (Sequoia sempervirens) da Califórnia, nos Estados Unidos. A partir do entendimento que foi sendo construído sobre esses colossos vegetais documentados há tempos, surgiu um paradigma: só algumas regiões temperadas de clima mediterrâneo, onde não faz muito calor nem há uma estação seca muito marcada, poderiam abrigar árvores tão altas. 

O tronco de um angelim-vermelho parece um muro na floresta. Foto: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP

As californianas – como grandes árvores na Austrália e no Chile – vivem em condições muito especiais, perto do mar, onde as oscilações de temperatura são menores e o frescor sobre a massa d'água ajuda a formar uma neblina crítica para evitar estresse hídrico na estação seca. 

"Essas árvores conseguem se hidratar pelas folhas e ramos, e não dependem tanto das raízes", explica o biólogo Rafael Oliveira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Isso favorece o crescimento em altura". A temperatura também é importante porque o calor induz a uma respiração mais alta, que leva à perda de carbono e impõe restrições ao crescimento. 

"O que temos é um desconhecimento da existência das árvores gigantes nos neotrópicos por muito tempo, até que por volta dos anos 2000 elas foram encontradas em Bornéu, na Malásia, e há poucos anos na Amazônia. O fato de sabermos que lá existem árvores gigantes traz um elemento novo para o quebra-cabeça",

conta.

O enigma é que as condições amazônicas são muito diferentes daquelas registradas nas regiões temperadas. 

Navegar pelo rio Amapari requer a perícia dos proeiros (embaixo) para superar as corredeiras. Foto: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP

A reportagem acompanhou no final de outubro uma expedição ao Amapá, dirigida pelo biólogo Paulo Bittencourt, pesquisador na Universidade de Exeter, no Reino Unido. O objetivo do trabalho é estabelecer as bases de uma pesquisa de longo prazo, com monitoramento mensal em parcelas permanentes cobrindo uma área entre 30 e 50 hectares (ha). Também está nos planos instalar uma estação meteorológica básica para medir temperatura, umidade e pressão do ar, precipitacão, direção e velocidade do vento e luminosidade, assim como equipamentos que monitorem a umidade do solo e aspectos da fisiologia e do crescimento das árvores. "Só acompanhando ano após ano é possível saber se elas crescem depressa", exemplifica o biólogo.

Ele integra um projeto liderado pela ecóloga britânica Lucy Rowland, que se dedica a entender as reações fisiológicas da floresta amazônica às mudanças climáticas. Além dos dois pesquisadores, a equipe teve o apoio técnico da bióloga Danielle Ramos, também da Universidade de Exeter, e recorreu ao conhecimento dos guias locais, do engenheiro florestal Christoph Jaster, diretor do PNMT há 20 anos, e de um drone que decolava das poucas clareiras para elevar-se acima do dossel e localizar as copas mais altas.

Como gestor, Jaster se preocupa em chamar a atenção pública para a floresta única de que se orgulha. "O Parque Nacional do Itatiaia tem o pico das Agulhas Negras, o Parque Nacional da Tijuca tem o Corcovado, o Parque Nacional do Iguaçu tem as cataratas – eu procurava um marco", conta. Só por volta de 2016, no contexto de um monitoramento de biodiversidade que se iniciou em 2014, a botânica Rafaela Forzza, à época no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), ressaltou a excepcionalidade da estatura das árvores do Tumucumaque. "Passei a andar sempre com o aparelho para medir as árvores e continuo procurando a mais alta", diz ele, e revela o sonho: encontrar uma próxima aos 90 m. "As imagens captadas pelo drone, que revelam copas muito destacadas no horizonte, poderão possibilitar achados importantes".

"O que vemos em Tumucumaque é o dobro da estatura característica do resto da Amazônia, onde o dossel da floresta está a cerca de 20 m de altura e as árvores muito altas chegam a 40 m",

explica Bittencourt.
Imagem: Alexandre Affonso/Revista Pesquisa FAPESP

Um dos objetivos da expedição foi verificar se as gigantes que ele e Oliveira avistaram em rápida viagem ao PNMT em 2019, quando instalaram equipamentos de monitoramento fisiológico em uma árvore, são exceção.

Não são. Perto da base do parque, a equipe encontrou várias delas em uma tarde de caminhada. Em certo ponto, 15 angelins-vermelhos muito próximos uns dos outros pareciam alcançar o céu depois de atravessar o dossel da floresta, que começa entre 30 e 40 m do chão. Em outro dia, a equipe explorou uma área 20 quilômetros (km) acima e ao longo do rio Amapari, por indicação de Jaster, e encontrou a mesma escala. "Não faz sentido, elas são desproporcionais", repetia Bittencourt, procurando enxergar através do teto formado pelas copas. Em quatro dias de trabalho, o grupo registrou mais de 80 árvores desproporcionais, a maioria (56) angelins-vermelhos.

Mais marcante ainda é a discrepância de biomassa – o peso total das árvores – em relação a outras florestas. Enquanto as árvores estudadas pelo projeto AmazonFACE, próximo a Manaus, não costumam passar dos 30 m de altura e 70 centímetros (cm) de diâmetro, as de Tumucumaque com frequência ultrapassam os 70 metros de altura e chegam a 2,5 m de diâmetro. Um galho caído dessas árvores é facilmente confundido com uma enorme árvore tombada.

O diâmetro dos angelins-vermelhos precisa ser medido acima das saliências que contribuem para a sustentação. Imagem: 

Na Reserva Florestal Kabili-Sepilok, em Bornéu – onde Bittencourt participa de outro projeto de pesquisa –, as árvores gigantes são equivalentes às do PNMT em estatura, mas não passam de 1,5 m de diâmetro. Sua madeira também é menos densa em relação às amazônicas. "Temos no Amapá, potencialmente, a maior densidade de biomassa dos trópicos", estima Bittencourt a partir de dados ainda preliminares. 

Entre as condições por trás do gigantismo parece estar uma certa estabilidade climática, com temperaturas médias entre 23 graus Celsius (°C) e 26 °C e precipitação acima de 2.300 milímetros (mm). Áreas com menor incidência de ventos fortes e raios, que causam danos às árvores, também parecem ser mais propícias. "Nossa região, especialmente o vale do Jari, tem um relevo moderadamente elevado e as áreas com a ocorrência de árvores gigantes geralmente estão protegidas de ventos fortes por grandes colinas", explica o engenheiro florestal Robson Borges de Lima, da Universidade do Estado do Amapá (Ueap).

Ele já participou de seis expedições desde 2019 ao longo do rio Jari, que delimita a fronteira entre o Amapá e o Pará, registrando as árvores mais altas. A recordista, um angelim-vermelho com 88,5 m, está no Pará. "Subimos o rio por cinco dias até o acampamento final, de onde percorremos 20 km para dentro da floresta", conta. Lima faz parte de um projeto coordenado pelos engenheiros florestais Diego Armando Silva, do Instituto Federal do Amapá (Ifap), e Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais, com foco nos fatores ecológicos que favorecem a existência de árvores gigantes.

O grupo tinha identificado a árvore recordista, rodeada por outras sete companheiras mais altas que 80 m, por meio de sobrevoos de avião equipado com a tecnologia óptica Lidar (detecção de luz e medida de distância) em quase 900 áreas, cada uma com 375 ha, de acordo com artigo publicado em 2019 na revista científica Frontiers in Ecology and the Environment, de que Gorgens é o primeiro autor. Ela está a 360 km do oceano Atlântico, longe da influência marítima que possibilitaria sua existência segundo o paradigma das árvores de clima temperado. O trabalho é um desdobramento do mapa da biomassa arbórea da Amazônia que resultou de 901 sobrevoos de aviões equipados com Lidar, publicado em setembro na revista Scientific Data pelo agrônomo Jean Ometto, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com Gorgens e outros, e destinado a ser uma referência para pesquisadores.

Imagem: Alexandre Affonso/Revista Pesquisa FAPESP

Em parceria com dezenas de pesquisadores de várias instituições brasileiras – e algumas estrangeiras –, Lima analisou dados de mais de 100 mil árvores jovens, com diâmetro maior que 10 cm, e adultas, mais largas que 70 cm, em 65 áreas da Amazônia. Conforme dados publicados em setembro na revista Global Change Biology, a porção oeste da floresta abriga uma diversidade maior de espécies de árvores, mas o escudo das Guianas (formação geológica no norte da Amazônia, incluindo o Amapá) se destaca no que diz respeito à variedade de árvores grandes.

Colhidos em solo, os dados de Lidar podem contribuir para desvendar a arquitetura das árvores e perceber como elas reagem a alterações ambientais. "A técnica está revolucionando as possibilidades de medir o peso, a estrutura e o conteúdo de carbono das árvores", afirma o engenheiro florestal brasileiro Matheus Nunes, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Entender a arquitetura das árvores gigantes seria fundamental para ajudar a explicar seu tamanho, defende ele, que é coautor do artigo que identificou a recordista paraense.  

"Podemos medir a distância entre a base do tronco e as pontas dos galhos, estimando a distância que a água e os nutrientes percorrem; talvez as árvores mais altas precisem ter galhos relativamente curtos para reduzir essa distância",

especula.

Não é um palpite no vazio: outras experiências lhe dão base para formular hipóteses. Em artigo publicado em dezembro na revista Nature Communications, por exemplo, Nunes mostra o que acontece com a arquitetura das árvores em uma situação de desmatamento. Ele usou Lidar em solo nas parcelas permanentes do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), mantido há 40 anos, próximo a Manaus, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). "Comparei as árvores mais altas nas bordas dos trechos de floresta, que já estavam lá e sobreviveram à fragmentação, com semelhantes no interior das parcelas", explica.

Imagem: Alexandre Affonso/Revista Pesquisa FAPESP

Nunes viu que, na borda, as árvores que sobreviveram se tornaram mais simétricas – desse modo, mais resistentes ao vento – e com caminhos menores a serem percorridos por dentro dos ramos. "São provavelmente mecanismos de aclimatação que reduzem o risco de embolismo", interpreta. Ele se refere à entrada de ar nos vasos condutores que seguem por dentro do tronco, causada por estresse hídrico e que impede o transporte de água, e imagina que algo parecido aconteça com as árvores que sobressaem acima do dossel da floresta.

Mesmo assim, cerca de 10% das árvores sobreviventes na borda têm uma estatura muito menor do que seria esperado para o diâmetro do tronco, indicando que talvez tenham sido quebradas por ação do vento. "Isso leva à redução de seu volume em um terço", calcula. Embora algumas árvores cresçam mais, cerca de 3 toneladas de carbono por ha voltaram à atmosfera em consequência da redução nas árvores, um efeito equivalente ao causado por secas extremas. "É a primeira vez que se mostra a conexão entre fragmentação, arquitetura das árvores e estoque de carbono".

Nunes recentemente foi contratado pelo grande projeto da agência espacial norte-americana (Nasa) e da Universidade de Maryland chamado Global Ecosystem Dynamics Investigation (Gedi), que visa mapear as florestas do mundo e sua dinâmica de carbono. O aparelho de Lidar, nesse caso, está mais longe: fica em órbita, a bordo da Estação Espacial Internacional. A missão do pesquisador é contribuir com perguntas ecológicas que possam ser respondidas pelas montanhas de dados constantemente gerados, e ele tem interesse em aplicar esse recurso para investigar as árvores gigantes.

Imagem: Alexandre Affonso/Revista Pesquisa FAPESP

Em 2015, Nunes fazia trabalho de campo em Bornéu durante o doutorado quando seu orientador, o ecólogo David Coomes, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, avisou que tinha identificado, usando Lidar, algumas árvores maiores do que o esperado, com cerca de 90 m. O brasileiro estava perto e foi conferir com um aparelho que mede distâncias com um feixe de laser, confirmando a medida surpreendente. "Eu não trabalhava com estatura de árvores", relembra ele, que guardou da experiência o desejo de se envolver em pesquisa com gigantes desse tipo.

Bittencourt, o líder da expedição ao PNMT, atualmente também pesquisa as árvores gigantes de Bornéu como parte do projeto coordenado por Rowland. Ele tem visto, conforme artigo publicado em 2022 na revista New Phytologist, que características hidráulicas ajudam a explicar a distribuição e o funcionamento das espécies. Em áreas com solos arenosos e incapazes de reter umidade, as plantas exibem estratégias de conservação de recursos e são mais baixas, com vasos estreitos e curtos que conferem uma menor eficiência hidráulica. 

Seu xilema, por onde corre a água com nutrientes, é resistente à entrada de ar, ou embolismo. Para que as árvores da família dos dipterocarpos, como Shorea faguetiana, passem dos 70 m de altura, elas precisam de um sistema hidráulico robusto. Analisando o gradiente topográfico da Reserva Florestal Kabili-Sepilok, seu grupo viu que as árvores mais altas existem apenas onde não há restrição de água no solo e os nutrientes são abundantes.

As que crescem nas áreas mais favoráveis, no entanto, são mais suscetíveis a mudanças no padrão de umidade do solo, conforme proposto por Oliveira e Bittencourt em artigo de 2021 na revista New Phytologist. Essa ideia foi corroborada por outro artigo do grupo de Rowland, publicado em 2022 na revista Funcional Ecology, indicando também que florestas sobre solos mais férteis são menos resistentes. Em solos pobres, a fotossíntese e a respiração se tornam limitadas, como estratégia de eficiência no uso de nutrientes. Em solos mais ricos, o sistema hidráulico é mais resiliente e menos resistente.

"É como se cada tipo de árvore tivesse um engenheiro diferente", compara Bittencourt, sobre como o sistema de transporte de água e de fotossíntese varia, adaptando-se às condições. "Cada uma resolveu o problema de forma específica." Ele conta que algumas são mais vulneráveis e têm vasos que não resistem à entrada de ar em situações de seca; outras, não. Ainda não se sabe como elas fazem isso. A questão agora é descobrir se na Amazônia, onde há uma marcada sazonalidade entre a estação mais seca e a mais úmida, as estratégias e a variedade de recursos são semelhantes. 

Coleta de dados: escalador usando anel de saco de farinha; Bittencourt e Oliveira medindo árvores; e drone para buscar as copas mais altas. Fotos: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP

"A Amazônia é muito diferente do Sudeste Asiático. O principal fator é o solo, muito mais antigo e pobre, o que leva as árvores a evoluírem para estratégias de vida diversas das plantas da Malásia. Para uma árvore ficar gigante, ela tem que crescer bastante e por muito tempo",

pondera Bittencourt,

Em Tumucumaque, no Amapá, não há um gradiente de tipos de substrato que possam ser comparados, mas ele espera encontrar, em comparação com o resto da Amazônia, um sistema de transporte de água diferente, um crescimento mais rápido e alta longevidade. 

Ele também quer investigar como a estrutura da árvore varia do chão ao topo, gradiente ao longo do qual enfrenta desafios físicos e fisiológicos bem distintos. "Entre um galho e outro pode haver mais de 30 m", argumenta. Uma possibilidade para lidar com essas diferenças são estruturas anatômicas conhecidas como membranas de pontuações, que afetam a passagem de água e ar entre vasos. Suas propriedades determinam a capacidade de uma planta de resistir ao embolismo, ainda não se sabe bem como. O problema é enxergá-las, uma vez que seu tamanho se altera quando se corta uma amostra do tronco – sem falar na dificuldade de podar ramos a 80 metros do chão. Outro mistério é como as copas que se sobressaem resistem ao vento, muitas vezes letal a partir de determinadas estaturas.

"As sequoias têm um mecanismo de válvulas reguladoras, que impedem a propagação de embolismos". Bittencourt gosta de fazer uma analogia com o ato de usar um canudo para tomar uma bebida. Se entra ar, a boca recebe no máximo pequenos esguichos. "Imagine um canudo de 90 m de comprimento", compara ele. E exagera: "A força necessária para fazer essa coluna d'água chegar às folhas das árvores é praticamente uma impossibilidade física".

Dinizia excelsa bebê e gigante: exemplares de tamanho intermediário não foram encontrados. Fotos: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP

Impossível, claro, não é. Algumas árvores encontraram a solução e se esticam acima das vizinhas, graças a estruturas anatômicas microscópicas que fazem com que a água seja como uma corda puxada pela pressão negativa em relação à atmosférica. "Cada uma delas pode transportar até cerca de 500 litros de água por dia do solo à atmosfera", ressalta Bittencourt. A questão é descobrir como funciona, para ajudar a entender os desafios que as florestas enfrentam diante das mudanças no clima. Em outros pontos da Amazônia, experimentos feitos no passado criaram uma situação artificial de seca e mostraram que as árvores maiores são as primeiras a sucumbir.

As árvores gigantes amazônicas absorvem muito carbono: estima-se que cada uma delas retire 150 toneladas de gás carbônico (CO₂) da atmosfera ao longo da vida. Na Floresta Nacional de Carajás, no Pará, troncos com mais de 1 m de diâmetro correspondem a menos de 1% das árvores, mas neles está um terço do estoque de carbono da área, segundo livro de 2023 organizado pela ecóloga Tereza Cristina Giannini, do Instituto Tecnológico Vale. A recordista naquela área é o cinzeiro (Erisma uncinatum), que atinge 30 m de altura com cerca de 2 m de diâmetro do tronco. Bittencourt completa que, no contexto tropical, as árvores com diâmetro maior do que 60 cm não passam de 4% das florestas, mas detêm quase metade do carbono armazenado acima da superfície do solo nessas regiões.

Uma mortandade poderia, portanto, causar consequências na atmosfera e dificultar muito os objetivos de contenção do aquecimento global. Por isso, e também porque ali estão estratégias vegetais ainda por serem entendidas, os pesquisadores ressaltam a importância de proteger o escudo das Guianas. Estar em uma região remota, longe da fronteira agrícola, é uma vantagem. Reservas como o PNMT, que além de proteger a floresta e acolher pesquisa científica também fornece instrução e atividade econômica a habitantes da região, são fundamentais.

Os resultados desses projetos de pesquisa vêm deixando claro que não há uma reação uniforme da floresta aos fatores ambientais, especialmente diante do aumento da temperatura e da redução de umidade já sentidos. A parte mais estudada da Amazônia é bastante resistente à seca, de acordo com artigo da ecóloga Julia Valentim Tavares, pesquisadora em estágio de pós-doutorado na Universidade de Uppsala, na Suécia, publicado em abril na revista Nature – de que Oliveira e Bittencourt são coautores. Trata-se da região centro-leste, perto do rio Tapajós, onde a influência de eventos como El Niño pode ter levado à evolução de estratégias fisiológicas ligadas à resiliência hidráulica. O trabalho alerta para o risco de subestimar os efeitos da mudança climática ao achar que o que vale para a região do Tapajós vale para a Amazônia inteira.

Projetos

1. Transição para sustentabilidade e o nexo água-agricultura-energia: Explorando uma abordagem integradora com casos de estudo nos biomas Cerrado e Caatinga (nº 17/22269-2); Modalidade Projeto Temático; Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG); Pesquisador responsável Jean Pierre Ometto (Inpe); Investimento R$ 3.600.462,18.

2. Restaurando ecossistemas neotropicais secos – Seria a composição funcional das plantas a chave para o sucesso? (n⁰ 19/07773-1); Modalidade Projeto Temático; Convênio Nerc, Ukri; Pesquisadores responsáveis Rafael Silva Oliveira (Unicamp) e Lucy Rowland (Universidade de Exeter); Investimento R$ 3.884.058,79.

3. Interações entre solo-vegetação-atmosfera em uma paisagem tropical em transformação (nº 11/52072-0); Modalidade Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica; Convênio Microsoft Research; Pesquisador responsável Rafael Silva Oliveira (Unicamp); Investimento R$ 1.249.709,83. 

Artigos científicos

LIMA, R. B. de et al. Giants of the Amazon: How does environmental variation drive the diversity patterns of large trees? Global Change Biology. v. 29, n. 17, p. 4861-79. set. 2023.

GORGENS, E. B. et al. The giant trees of the Amazon basin. Frontiers in Ecology and the Environment. v. 17, n. 7, p. 373-4. set. 2019.

OMETTO, J. P. et al. A biomass map of the Brazilian Amazon from multisource remote sensing. Scientific Data. v. 10, 668. 30 set. 2023.

NUNES, M. H. et al. Edge effects on tree architecture exacerbate biomass loss of fragmented Amazonian forests. Nature Communications. v. 14, 8129. 14 dez. 2023.

BITTENCOURT, P. R. de LIMA, et al. Divergence of hydraulic traits among tropical forest trees across topographic and vertical environment gradients in Borneo. New Phytologist. v. 235, n. 6, p. 2183-98. 28 mai. 2022.

BARTHOLOMEW, D. C. et al. Differential nutrient limitation and tree height control leaf physiology, supporting niche partitioning in tropical dipterocarp forests. Functional Ecology. v. 36, n. 8, p. 2084-103. ago. 2022.

OLIVEIRA, R. S. et al. Linking plant hydhttps://besjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1365-2435.14094raulics and the fast–slow continuum to understand resilience to drought in tropical ecosystems. New Phytologist. v. 230, n. 3, p. 904-23. 11 fev. 2021.

TAVARES, J. V. et al. Basin-wide variation in tree hydraulic safety margins predicts the carbon balance of Amazon forests. Nature. v. 617, p. 111-7. 26 abr. 2023.

Livro 

GIANNINI, T. C. (org). Capital natural das florestas de Carajás. Belém: Instituto Tecnológico Vale, 2023. 

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Revista Pesquisa Fapesp, escrito por Maria Guimarães, do Amapá


Brasil : Embrapa desenvolve ações para produção de cacau nativo da Amazônia
Enviado por alexandre em 05/02/2024 09:40:00

Equipe realiza inventário em áreas de cultivo de cacau na várzea no município de Boca do Acre (AM).


Uma equipe da Embrapa Acre esteve no município amazonense de Boca do Acre (AM), na fronteira do Estado, no final de janeiro, para realizar ações do projeto "Cacau Nativo", executado em parceria com a Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus ( Cooperar). A iniciativa tem entre seus objetivos o desenvolvimento e validação de tecnologias para o aumento da produção de cacau nativo e a identificação, por meio de análises laboratoriais, das características de qualidade diferenciadas vinculadas à origem do cacau nativo produzido nas comunidades ribeirinhas do Purus.

Atualmente, na região de Boca do Acre, o extrativismo do cacau nativo é realizado em áreas de várzea, aspecto que dificulta a coleta dos frutos na época das grandes cheias do rio Purus. 

"Com as ações do projeto, além de intensificar o manejo das plantas em áreas de várzea, vamos apoiar os produtores na implantação de plantios em terra firme. O cacau será plantado como componente dos Sistemas Agroflorestais (SAF), junto com castanheira, açaí e outras espécies de interesse da comunidade como estratégia para proporcionar maior estabilidade produtiva, em função da sazonalidade da produção em várzeas",

explica o pesquisador da Embrapa, Elias Miranda , líder do projeto.
Equipe realiza inventário em áreas de cultivo de cacau na várzea no município de Boca do Acre (AM). Foto: Felipe Sá/Embrapa Acre

Segundo José Antônio da Conceição Camilo, presidente da Cooperar, uma parceria com a Embrapa vai contribuir com a melhoria da qualidade do produto.

"O cacau que produzimos é especial. É um produto fino, já aprovado pelos consumidores da Alemanha, Japão e outras partes do mundo, mas buscamos a Embrapa com o intuito de obter orientações sobre o manejo nas várzeas e em terra firme para garantir uma produção contínua",

ressalta Camilo.
Foto: Felipe Sá/Embrapa Acre

Nas várzeas, os produtores já realizam práticas de manejo, como podem eliminar os ramos não produtivos e limpeza do entorno da planta, que favorecem o crescimento de plantas jovens e facilitam a colheita. 

"E uma das ações do projeto é promover o adensamento dos cultivos, ou seja, o plantio de mudas em áreas de floresta que são menos ocupadas pelo cacau e têm potencial de produção para aumentar o rendimento do extrativismo, principalmente, onde não ocorrem inundações frequentes ", destaca Miranda. 

Indicação Geográfica

Outro eixo do Projeto Cacau Nativo é realizar o registro da produção e a caracterização da matéria-prima, passando pela Indicação Geográfica (IG) do produto.

"Para conquistar o registro de IG é fundamental obter informações sobre a produção: onde e como ocorre, delimitação da área, tipos de solos e fazer análises da matéria-prima em laboratório para avaliar as investigações do cacau nativo da região do rio Purus",

complementa Miranda.

O levantamento e classificação de solos do município de Boca do Acre, que está sendo realizado no âmbito das ações do projeto "Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia", desenvolvido pela Embrapa Acre com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), também vai contribuir para a qualificação da região no processo de Indicação Geográfica do cacau nativo.  

Renda para as comunidades

 A cooperativa Cooperar reúne produtores da região do médio rio Purus, desde a foz do Rio Iaco, próximo de Sena Madureira, no Acre, até o município de Lábrea, no Amazonas. São aproximadamente 1.000 quilômetros de rio e cerca de 470 famílias associadas, com uma produção anual estimada em 20 toneladas de amêndoas fermentadas e secas. Nos anos anteriores, essa produção já alcançou 40 toneladas.

Miranda explica que além das ações em áreas mais distantes, como a reserva extrativista do Arapixi, o projeto prevê a implantação de unidades demonstrativas próximas à cidade de Boca do Acre, para facilitar a logística e o processo de transferência de tecnologias para a cultura. 

"Inicialmente, vamos atuar na comunidade do Lago Novo, área de várzea com grande ocorrência de cacau, e também na terra indígena Camicuã, onde já existe uma estrutura para o beneficiamento das amêndoas. No momento oportuno vamos ampliar as ações para outras localidades", acrescenta. 

Foto: Felipe Sá/Embrapa Acre

Ainda segundo o pesquisador, muitos produtores ribeirinhos se beneficiam com a exploração desse produto nativo, fator que também contribui para manter a floresta em pé. 

"Os cooperados, além de comercializar a amêndoa fermentada e seca, 'nibs', manteiga, farinha e vinagre de cacau, vislumbram a produção de um chocolate com a marca da Cooperar",

diz.

Para o cooperado Eliseu da Silva Souza, a expectativa é que a parceria da Embrapa com a Cooperar proporcione melhoria na produção e mais conhecimento para os produtores sobre o manejo do cacau. "Tenho muito tempo de experiência e desde a época da minha avó já produzia chocolate artesanalmente, em casa. Mas só depois de fazer parte da cooperativa passei a comercializar o produto", ressalta o produtor.

Com a guerra na Ucrânia, a procura pelo cacau do Purus resultante, já que as empresas alemãs, principais compradoras do produto, reduziram o ritmo de produção nas indústrias de chocolate. Em busca de uma solução para o problema, a Cooperar incrementou a venda no mercado nacional. Produtores de chocolate de São Paulo e da Bahia, por exemplo, já estão comprando parte do cacau comercializado pela cooperativa. 

Em campo 

Em janeiro, uma equipe do projeto iniciou o inventário de ocorrência de cacau nativo e de outras espécies florestais na região do Lago Novo, em Boca do Acre. O objetivo da atividade é mapear toda a população de cacau existente e conhecer o potencial de outras espécies presentes na mesma área.

O cacau nativo é um recurso renovável e a sua exploração planejada está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, para o horizonte de 2030. No contexto da bioeconomia, o Projeto Cacau Nativo pode contribuir para o incremento da renda das cidades ribeirinhas da Amazônia.

O que é vassoura-de-bruxa? Veja a importância da produção do cacau no desenvolvimento da Região Norte

Imagens da produção de cacau e florestas imensas do Sul da Bahia chegaram às telas da TV nos últimos dias com a adaptação da novela "Renascer". Além das cenas, a história trouxe temas ligados ao cultivo do cacau no país, e a importância dessa produção para o desenvolvimento das cidades, principalmente na Região Norte do País.

Com uma primeira fase que se passa nos anos 90, um termo muito utilizado na trama é "vassoura-de-bruxa", uma praga que devastou as lavouras de cacau no início daquela década. 

Segundo o professor de Biologia Samuel Cunhado Colégio Marista Anjo da Guarda (PR), "a praga é causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, que causa deformação e morte de cacaueiros e cupuaçuzeiros. As folhas e os galhos ficam secos, semelhantes a uma vassoura, por isso, a origem do nome".
Foto: Reprodução/Arquivo Mapa

A importância da produção do cacau 

Os anos 90 no Brasil representam o momento de redemocratização do país, período em que a produção de cacau foi importante para o desenvolvimento da Região Norte, segundo dados da Organização Internacional do Cacau (ICCO) e fornecidos pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). O Brasil ocupa o sexto lugar na lista, com uma produção de 273 mil toneladas em 2022, segundo informações do IBGE. 

Leia também: De origem amazônica, o cacau era consumido na floresta há 5,5 mil anos

Para o professor de História do Marista Escola Social Lucia Mayvorne, Carlos Gregório dos Santos Gianelli. "Assim como outras atividades agrícolas e extrativistas como a produção de cana de açúcar e borracha, a produção de cacau impacta diretamente no desenvolvimento da região. Desde a abertura de estradas, o crescimento de cidades, incentiva também a produção cultural do local, que consegue se estabelecer devido aos investimentos realizados que acabam impactando a vida das pessoas".

Assunto em sala de aula 

Assunto recorrente em sala de aula e nos vestibulares, a produção de cacau pode ser tema de provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares. "O tema pode aparecer em questões tanto no contexto histórico da atividade, quanto na importância para o desenvolvimento geográfico da região", reforça Gianelli.

Assim como nas aulas, os alunos também podem buscar fontes no audiovisual e na literatura. "Além da novela Renascer, a obra de Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela também é ambientada na Bahia, produtora de cacau da década de 1920. Cruzando a história abordada no livro com o contexto histórico, é possível uma abordagem que mistura o lúdico da narrativa do livro com a história por trás do desenvolvimento da obra, todos esses elementos auxiliam os estudantes", finaliza o professor. 


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Cacau na Transamazônica: 30 pesquisas sobre a cacauicultura estão em curso na região 



Brasil : Aliança pela Amazônia: 60 microempresas indígenas no Peru aprimoraram suas capacidades em 2023
Enviado por alexandre em 05/02/2024 09:37:37

Como resultado do processo de treinamento, alcançaram vendas agregadas de 300.000 sóis mensais (cerca de 390.000 reais na atual cotação). 


Sessenta empreendimentos de comunidades indígenas no Peru fortaleceram suas capacidades produtivas e de gestão durante o ano de 2023 graças ao projeto Aliança pela Amazônia, uma iniciativa da Usaid implementada pelo Centro de Informação e Educação para a Prevenção do Abuso de Drogas (Cedro).

Como resultado desse processo, os empreendimentos amazônicos participantes do projeto alcançaram vendas agregadas de cerca de 300.000 sóis mensais (cerca de 390.000 reais na atual cotação), conforme relatado pelo Cedro por meio de um comunicado à imprensa.

Durante 2023, diversos empreendimentos de comunidades indígenas receberam capacitação graças a Aliança Pela Amazônia. Foto: Divulgação/CEDRO

Durante o período mencionado, a Aliança pela Amazônia capacitou mais de 1.200 empreendedores de comunidades indígenas e áreas rurais em educação financeira e gestão de micro e pequenas empresas, principalmente voltadas para bio negócios. 

"Mais de 60% dos participantes eram mulheres", acrescentou a instituição.

Foto: Reprodução/Agência Andina

O Cedro explicou também que esse esforço foi realizado em áreas amazônicas afetadas pelo tráfico de drogas, tráfico de pessoas, desmatamento e mineração ilegal.

"A aposta da Aliança pela Amazônia é combater o impacto negativo desses problemas, reduzindo a pobreza das famílias por meio da promoção do desenvolvimento sustentável, gerando bio negócios com alto impacto na economia familiar, comunitária e local".

Isso visa oferecer alternativas viáveis e sustentáveis a essa população, evitando seu envolvimento ou reincidência em atividades ilegais, destacou o Cedro.
Foto: Reprodução/Agência Andina

Desenvolvimento inclusivo e sustentável 

A Aliança pela Amazônia promove os bio negócios de populações indígenas amazônicas para buscar sua formalização, fortalecimento de capacidades e inserção eficiente no mercado, contribuindo para o desenvolvimento legal, inclusivo e sustentável na região de Ucayali.

Desde o início de seu trabalho em 2020, fortaleceu cerca de 300 empreendimentos em capacidades produtivas e capacitou 13.000 pessoas em educação financeira e gestão de empreendimentos. 

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